Colegas de apartamento escrita por calivillas


Capítulo 11
Mal posso esperar




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Acordei cedo, bem animada, imaginando que a partir de hoje à noite, tudo vai ser diferente a minha vida irá mudar, me tornarei uma nova pessoa, seria uma nova mulher. Comecei a ajeitar a casa, para me distrair, mas Ed estava certo, o lugar está incrivelmente limpo e arrumado, assim, não tenho muito o que fazer. Troquei os lençóis da cama, que estão cheirando muito bem, arrumei as velas, mudei de lugar, uma, duas vezes, imaginando a melhor posição. Em seguida, eu me aprontei e vou ao supermercado, para comprar alguns ingredientes bem fresquinhos para o meu jantar, além de vinho e sorvete de chocolate, daquele bem caro e gostoso. Parei eu frente das flores, talvez, pudesse levar algumas para enfeitar o apartamento, talvez, um esteja exagerando um pouco. Mas, que se dane! Eu gosto de flores, independente do motivo, por isso decidi levar.

Voltei para casa, mas antes, tive que comprar um vaso para colocar as lindas flores do campo que comprei. Coloquei no centro da mesa, ficaram tão lindas, dão um colorido todo especial ao lugar.

Estou tão aflita que mal consigo almoçar. Para me distrair, ligo para a minha amiga Juliana.

— E aí, tudo pronto para a grande noite?

— Sim, tudo, mal posso esperar. Estou tão ansiosa — confessei.

— Cuidado com tanta expectativa para não se desiludir — falou, com prudência.

— Eu sei que estou bancando a boba.

— Não, você não está, é seu direito decidir o que fazer, ninguém tem nada a ver com isso. Apenas, aproveite. É a sua vida. Agora, gostaria de ver a cara do Felipe, quando descobrir o que você planejou e o que vão fazer essa noite.

— Acho que ele ficará bastante surpreso, pois nem imagina algo assim. Eu o convidei aqui para casa hoje, para assistirmos um filme, vou deixar tudo preparado para quando ele chegar. Vou levá-lo para o meu quarto... Ai! Nem quero imaginar!

— Pois, eu sim. Estou pensando em fazer uma noite especial com o Leo, assim como você está fazendo. Acho que vou surpreendê-lo.

— Agora, eu tenho que me preparar.

— Se preparar?

— Sim, vou fazer o jantar, tomar um bom banho, me depilar, passar creme no corpo, perfume nos lugares certos.

— Nossa! Você está me saindo uma sedutora. Onde aprendeu tudo isso?

— Ora! Eu li, vi filmes. Não sou tão desinformada assim.

— Então, boa sorte, amiga! E aproveite a noite!

— Com certeza, eu vou aproveitar.

Espero...

Desligamos, corri para cozinha, deixei o jantar encaminhado, tudo picado e misturado, só precisaria cozinhar a massa depois, o que seria rapidinho, coloquei o vinho para gelar. Depois, fui direto para o banheiro e uma hora depois sai de lá com a pele lisinha, macia e cheirosa, os cabelos limpos e escovados, fui para o quarto e coloquei o perfume favorito de Felipe, meu conjunto de lingerie novo, um vestido facilzinho de tirar, um pouquinho de maquiagem, acendi as velas, que perfumaram o ambiente, abaixei a luz. Perfeito! Agora, só esperar, com o coração aos pulos, não consigo ficar parada, olhava a todo momento para o telefone, vendo os minutos passarem, bem devagar. Chegou a hora combinada e nada de Felipe.

Ele tinha que se atrasar logo hoje!

Então, o telefone tocou, na tela, o nome dele. Que estranho. Será que vai me dar uma explicação para o atraso?

— Paula — Ele sussurrou de modo quase inaudível.

— Felipe, aconteceu alguma coisa? — perguntei, preocupada.

— Sim, aconteceu — murmurou. — Estou com faringite, minha garganta está muito inflamada, com febre alta, mal-estar, dor no corpo. Estou tomado antibiótico e não poderei ir aí, hoje.

Não posso acreditar no que ouço!

— Ah! — Eu não consigo falar, não consigo pensar, isso não é possível.

— Por favor, não fique brava comigo.

—— Não, eu não estou. Você não tem culpa de ficar doente.

— Pois é, isso é muito chato, deixar você sozinha no fim de semana inteiro, por causa de uma droga de faringite.

— Quer que eu vá até a sua casa lhe fazer companhia? — perguntei, solicita.

— Não precisa, vou dormir agora, estou bem sonolento. Boa noite, amanhã eu ligo para você.

— Então, boa noite, Felipe.

Desliguei desanimada, sem poder acreditar. Era muito azar! Tinha que acontecer logo hoje?!

Vou até o meu quarto e apago as velas, voltei para a cozinha e guardei os ingredientes do fettuccine. Por fim, abri o congelador e peguei o pote de sorvete de chocolate e uma colher, seria uma pena desperdiçar aquela delícia, voltei para sala, sentei-me no sofá no escuro e devorei todo o sorvete sozinha, imaginando que não era dessa maneira que esperava terminar a noite.

Acordei igualzinha como acordei no dia anterior, na minha cama entre os meus lençóis limpinhos e cheirosos, pensei ligar para Felipe para saber como ele estava, mas achei melhor esperar um pouco, em vez disso, liguei para Juliana, que me atendeu, surpresa.

— Tão cedo! Então, como é que foi?

— Não foi — respondi, desanimada.

— Como assim, não foi? O que que deu errado? — ela quase gritava do outro lado.

— Felipe ficou doente. Faringite. Por isso, não veio.

— Não acredito, depois, de todo esse trabalhão.

— Não tinha que ser — Dou de ombros, com falsa resignação.

— Poxa, amiga! Mas, você pode tentar de novo.

— Sim, eu sei, mas o momento era perfeito, não sei quando terei essa oportunidade, outra vez.

— Talvez, você não precisasse planejar tanto, só deixar que aconteça naturalmente, sem forçar a barra.

— Você acha que estou forçando a barra?

— Talvez, um pouco, mas não fique desanimada. Você terá outra chance.

— Sim, eu sei.

Depois que nos despedimos, fiquei pensando no que Juliana falou, ela estava certa, eu estava exagerando, afinal, era algo tão normal, tão corriqueiro, porque me deixava tão insegura.

Passei o resto do domingo tentando me ocupar, estudei, li, assistir filmes, conversei com Felipe, pelo menos, tentei, eu falava e ele sussurrava, vez ou outra.

No fim da noite de domingo, Ed voltou, não podia negar que senti a sua falta, o apartamento ficou muito vazio sem ele.

— Boa noite — Ele entrou na casa e olhou direto para o vaso de flores sobre a mesa, depois, olhou para mim, erguendo as sobrancelhas em interrogação.

— Tive vontade de comprar para enfeitar a casa — Dei de ombros, com dissimulada casualidade, mas ele não pareceu acreditar.


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