Senti muito, muito medo, pois o que seria de mim sem o Léo, o que seria da minha vida sem aqueles olhos verdes!!! Não pensei muito nisso talvez ele nem reagiria mal(o que eu acho improvável), enfim eu tinha que aproveitar aquele tempo que ele ainda estava junto de mim. Enquanto Léo ainda me abraçava vi Viviane passando para sua sala, ela me olhou com um olhar indiferente e nesse momento meu coração quase saiu pela boca.

          Chegou o intervalo e fui na quadra de esportes onde sempre encontrava Léo. Chegando lá vi ele, mas ele com um movimento brusco saiu na mesma hora com seus amigos( Renam e Thiago), andei mais um pouco pela escola( eu, Elaine e Ilza Kattya) e toda vez que eu avistava o Léo ele saia, era como se estivesse fugindo de mim. Conclui a partir disso que Viviane havia contado a ele e que a sua reação fora a que eu já esperava: ele iria se afastar de mim.

          Pensei milhares de vezes em ir tirar satisfação com ele e ate mesmo com Viviane, mas o sentimento que ela havia contado a ele existia dentro de mim e era uma escolha dele querer ou não ficar perto de mim. Ele tornou-se frio comigo, não me olhava mais nos olhos, não vinha aos meus encontros quando me via chegar, nem me falava mais Oi.

          Constatei a partir disso que o meu maior medo, o meu maior pesadelo havia se tornado realidade, o que eu mais temia acontecer havia acontecido: O meu amor, o amor da minha vida, a minha razão de viver, a pessoa a quem eu daria minha vida se necessário fosse havia se afastado de mim e por um lado eu ate dava razão a ele, pois como uma amizade sobreviveria se agora ele sabia que eu o olhava com olhos diferentes!?

          Haviam se passado meses já, e minha dor, minha angustia continuavam só uma coisa havia mudado desde daquele ultimo abraço que recebi dele, as noites que passei em claro continuaram a me atormentar com freqüência, minhas notas na escola haviam despencado, meu sorriso e felicidade em casa o Léo havia levado com ele, era como se eu estivesse caindo em um abismo e agora não havia ele lá com a mão estendida para me segurar, só havia o frio(sem seus abraços), a escuridão(sem o seu sorriso), as estrelas do céu não brilhavam mais(seus olhos haviam se fechado) pois recolheram-se, nada mais tinha graça, a vida se tornara para mim apenas um lugar onde só habitava o medo, a tristeza e a infinita vontade de morrer, aquilo que era luz virou apenas ódio. Não deixei de acreditar em Deus mas eu estava com muita raiva dele, ele tirou o que eu mais amava porque? Essa era a pergunta que eu fazia constantemente, porque?

          Passaram mais meses e a dor, as noites em claro, os pesadelos foram virando rotina, aos poucos o enorme vazio dentro de mim ia se fechando não porque esqueci ou desisti do Léo e sim porque eu estava me acostumando viver sem ele,mas era assim: a hora que eu estava quase voltando a ser feliz, o Léo me encarava com aqueles olhos e meu carma(dor e escuridão) voltava todo de novo.

          Cheguei um dia na escola e não encontrei o Léo, fiquei de boa, pois ele apenas deveria ter tido um contra-tempo e por isso não foi a escola. No outro dia ele também não apareceu e foi assim a semana toda, cinco dias que pareciam meses sem ver o Léo.

          Quando cheguei na minha casa minha avó tava lá e ouvi ela contando pra minha mãe que o Léo filho da Lucia tinha se acidentado em uma festa, haviam dado a ele boa noite cinderela(um veneno que colocam para que a pessoa adormeça) e ele tinha caído com a cabeça no chão de mal jeito e teria que passar por uma cirurgia. Quando acabei de ouvir aquilo não acreditei, entrei em choque o Léo, o meu Léo havia se machucado, eu sentia como se uma espada tivesse sido cravada no meu peito e esta estava arrancando meu coração...

Continua...