Mágicos escrita por Aiwa Schawa


Capítulo 5
IV


Notas iniciais do capítulo

No fim eu gostei bastante desse capitulo, bem mais do que eu esperava.



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—Entre logo! Se você continuar agindo assim, alguém vai perceber e se alguém perceber uma pessoa de aura esquisita andando por perto da igreja eu vou estar muito mal!

—Ei, ei, calma, eu por acaso pareço um ladrão invadindo o lugar?

—Sim!

—Mas como?!

Dia 16 de maio.

O parque já era o meu esconderijo secreto, era bom para ler, para fazer exercícios e para levar outros aprendizes e conversar.

Nesse dia eu fui para tirar uma dúvida que me veio logo pela manhã.

“A Freira... ela falou algo sobre pintura... estou curioso”

Eu fui até o parque, a encontrei e questionei sobre isso.

Ela me levou para os arredores da igreja, do lado de fora, no mesmo lugar que levei as caixas ontem, ela abriu a porta e me ordenou a entrar, porém minha resposta foi menos que o ideal, eu me sentia como um invasor estando por perto da igreja, isso nunca sumira creio eu.

Reunindo força de vontade eu entre mesmo assim.

O lugar parecia maior por dentro do que por fora, porém, as pilhas de caixas nos cantos não davam chance de darmos 2 passos sem bater numa caixa de madeira.

—É aqui...

—Você... pinta aqui?...

—Sim, eu guardo todos os materiais aqui, as pinturas completas também.

—Ah... espera, onde?

Ela respondeu puxando um pequeno banco que estava entre caixas, depois um estande de quadros, depois um quadro.

Parecia ser possível pintar naquele estado.

—Interessante, eu nunca tive uma chance de me desenvolver nas artes, infelizmente sou apenas o que eu sou.

—Claro, nossas limitações também fazem parte de quem somos.

—Acho que para ser uma artista você precisa ter alguns pensamentos esquisitos mesmo...

—Como?!

—Não quis... ofender, digo... err... questionar sua posição... —“Era isso que eu devia ter dito”

—Pode ver se quiser! Não... não tem nada estranho —Normalmente um comentário baixo passaria despercebido, mas com minha audição pude notar o que ela havia sussurrado.

—Obrigado, eu não sei de nada sobre muitas coisas, porém eu consigo apreciar mesmo o que não entendo —Percebi agora que o quadro estava contra mim desde sempre, dei alguns passos para atrás dela e observei a pintura.

Minha visão defeituosa não me permitia observar muitos detalhes, mas havia claramente uma figura da igreja, Jesus sendo crucificado, o céu na pintura era vermelho.

—Como uma maça...

Havia vários pontos do céu que tinham tons diferentes, porém não consegui achar o padrão, ao fundo também vi algumas montanhas, elas todas estavam cobertas de vegetação, comparando ao vermelho era certamente cores vividas.

—O que acha?

—Bem... a técnica certamente é boa, você transmitiu exatamente o que imaginou para o quadro... —“E eu não entendi”

Maddison continuou sem falar mais nada, ela não imaginou que eu teria tão pouco a falar.

—E também... você tentou retratar a crucificação de Jesus de uma nova perspectiva, digo... trabalhando na igreja você deve ter muitos pensamentos mais complexos sobre... isso... e... uma coisa! Por que você fez o céu ser vermelho? Além das montanhas verdes —Essa cena retrata o quão desesperado estava para responder algo.

—Destaque, normalmente os céus não são vermelhos e normalmente as montanhas são verdes, esse contraste faz quem vê dar atenção aos detalhes.

—A diferença dos mundos...? Céu e o nosso plano?

—Basicamente, sim —Claro eu ainda estava centenas de léguas de entender de fato o que a pintura buscava transmitir.

—Interessante... cores...

Encarei a pintura, o verde, o vermelho, o azul.

“Que azul? Não há azul”

Foi a primeira coisa que pensei, o que aquilo significava?

Por segundos fiquei calado e pensativo, não tinha ideia do que aquilo significava.

Até me vir...

—Maddison, com licença, me deixe terminarmos essa apreciação outro dia.

—O que foi? Algo aconteceu?

—S... sim! Algo terrível! Eu sou mais estupido do que pensava, desculpe Maddison, Irmã Maddison! A culpa é minha!

Me voltei e comecei a correr, antes de assimilar que entrei numa luta acabei trombando em caixas e na parede.

“Estou perdendo a pratica nisso... tenho que treinar”

Corri a todo vapor, não liguei para outra coisa se não chegar meu destino, subia até o topo das casas e pulava de uma para outra, pelas janelas e sem parar independente de quem tentasse me atacar ou gritar comigo, esses apenas desviava sem muita dificuldade.

Eu finalmente cheguei, era a casa da vitima, Charles White, antes apenas Charles, um mágico com dois filhos e que deixou uma viúva.

Tinha uma pessoa do lado de fora, o filho do casal estava lá.

“Desgraçado... ele é um mágico”

Me aproximei dele.

—Ei bastardo! O que você está escondendo?! —Não tinha temperamento para aquilo, se ele não respondesse eu atacaria ali mesmo.

—O que foi? —Ele me olhou com algum desdém, sem me ver como ameaça.

—O que está fazendo aqui?! Cadê as outras duas?

—Se mudando, vão para Londres, essa casa é apenas más memorias agora, eu que precisol ficar por causa do universidade estarei cuidando da venda —Lentamente, o sentimento estranho, a magia que vinha dele estava sumindo.

“Que efeito bizarro é esse?”

Parecia notável que depois de minutos você se acostuma com a aura de outro mágico e deixa de notar sua essência, mas isso não foi minutos, mais, como ele não exalou nada disso ontem no interrogatório.

—Que estação?! Onde elas estão?!

—O que lhe importa? Você é só um policial, se é que tudo isso.

—Você tem muitas perguntas a responder! —Já perdendo a paciência, eu usei toda minha força e dei um soco no queixo daquele riquinho metido e mentiroso.

—Guah! —Ele obviamente não reagiu muito bem ao meu soco, não fui tão forte para não desmaiar ele logo de primeira— Você vai pagar!...

—Você já perdeu! Eu sei o seu segredo! Você também é um mágico!

O olho aberto dele focou em mim, foi nesse momento que ele me aceitou como uma ameaça.

—Hum, então é isso... POIS ENTÃO! VAMOS A LUTA!

Assim que me posicionei, esperando um soco fraco ou outro movimento ridículo do meu adversário, quando percebi...

Nada.

Estava encarando o nada.

Ou assim pensava, senti algo no meu olho, era claramente um soco, não tinha como confundir.

“Mas como?!”

Depois do soco eu recuei, ele foi mais forte do que esperava, senti sangue da minha bochecha, porém esse era o menor problema.

Ainda não havia nada. Olhava de um lado para o outro e o riquinho havia sumido.

“Pior! ”

Olhando para o lado que tomei o golpe, nada, novamente aquilo, porém dessa vez era ainda pior, havia apenas branco, tudo tinha sumido.

“O golpe dele me cegou? Mas como?! Espera! ”

Vi uma poeira se levantar, um brilho típico de uma lamina sumiu da visão do meu único olho funcional.

“Se ele pode me cegar, o que mais ele pode fazer?! ”

Mesmo com o aviso antecipado, tentei bloquear um avanço com os braços, mas senti uma lamina me penetrando pelas costas, uma lamina longa e bem afiada.

Instintivamente tentei chutar o que estava atrás de mim, mas acertei apenas o ar.

“Ele vai atacar de novo, nesse ritmo ficarei cego de uma vez e morrerei nas mãos dele”

Não, isso jamais ocorreria.

Se ele for tirar minha visão, me cegando ou ficando invisível, que assim fosse!

Foquei apenas nos sons, um lutador bruto não se importa em fazer barulhos, isso na verdade é uma vantagem para ele.

Mas aqui seria assim que ele seria derrotado.

O localizei, num disparo certeiro...

AHHHHHH!

O grito veio de onde imaginava que ele estaria

“Fácil”

—Desculpe, não pude mirar numa área especifica porque você está invisível, espero que não tenha sido um ponto vital.

Fui para a poça de sangue, apenas isso era visível.

—Pois então? Ainda não quer me contar nada? Prometo trazer médicos se me disser mais algo.

O sangue sumiu, ouvi ele se arrastar numa inútil tentativa de fugir, poderia ter o matado lá.

—Não desperdice energia, estou indo achar as duas sem você, apesar que gostaria se você desse de volta a minha visão.

O oponente estava no chão, retirei a faca ainda invisível das minhas costas e por um momento analisei a situação.

—Vendo bem... ele ainda tem os pontos pretos dos olhos a mostra... acho que ele pode alterar a cor de tudo que toca ou chega próximo, talvez ele tenha embranquecido meu olho para que ele refletisse a luz, efetivamente me cegando, fez o mesmo com esses objetos e si mesmo, além de provavelmente ter mudado a cor de algo na cena do crime, aquela planta azul parecia estar combinando com os arredores, mas todas as outras plantas casa eram verdes, isso pode mudar o caso totalmente.

O que não importava, precisava correr e achar a mãe e a filha, havia muito que elas precisavam responder.

Comecei a correr, vagamente segui por onde achava que seria a estação de trens.

Até algo bater em mim, algo que veio da minha esquerda, o lado que havia perdido a visão.

Quase cai, mas pulei e resolvi olhar antes de continuar correndo. Foi bastante sorte.

—Pietra!

—Ah!? O que houve?

—Não me diga... você chegou na mesma conclusão que eu?...

—Sim? Sim! Isso, a mãe, a Senhorita White, ela teve algum envolvimento, ela está fugindo daqui pela Estação de Cambridge!

—Vamos então! Sem tempo para chamar reforços!

A puxei pelo braço alguns metros e depois a soltei, tínhamos que correr com tudo.

Uma construção muito bonita, mesmo sem ser grandiosa, arcos preenchidos por vidrarias e todos cobertos por uma plataforma com parapeitos de tijolo, muito belo.

Quem dera ter tempo de apreciar isso, a estação estava quase vazia, porém um trem havia chegado e pessoas estavam embarcando, não vi o rosto, entretanto senti a aura mágica vindo de uma mulher.

—PIETRA! Esse é o trem! Vamos ter que fazer algo arriscado!

O trem estava partindo, mas ele não era muito alto, tinha uma pequena estrutura próximo aos trilhos, tinha como realizar o salto.

Um passo, dois passos, pulo!

Consegui. O horizonte estava se locomovendo de forma cada vez mais rápida e meu corpo se pendurava apenas pelos meus braços no topo do trem.

E vendo pela esquerda.

Pietra! A moça do vestido longo tinha feito o pulo junto comigo.

Me apressei para subir no vagão e a ajudar a subir também.

—É agora que nós vamos prender a fugitiva.

—Socorro... isso é muito intenso...

—Não se preocupe. Só fique atrás formando planos, eu cuido do resto.

—Arg! Não fale como se mandasse em mim! —Senti que ela teria me atacado fisicamente se não em cima de um vagão em movimento e perseguindo um suspeito.

—Me diga uma ideia melhor...

—...

—Certo vamos descer, as duas estavam num dos últimos vagões.

Nós pulamos para uma das entradas do trem.

Com um movimento silencioso, adentramos o ambiente.

Era um trem de alta classe, o cheiro era agradável, madeira das mais nobres, ferro e flores.

A porta foi numa das áreas de cabines, lá todos os passageiros ficariam por boa parte da viagem. E mais importante, nosso alvo estava lá.

—Alguma ideia de como acha-las?

—Poderíamos seguir o cheiro de perfume de girassol que ela usa...

—Você consegue? Meu nariz não é tão bom assim...

—Então tente achar a voz dela, lembre-se de ontem.

—Deve funcionar.

Me foquei, metade da minha visão já tinha se perdido, por isso ficou fácil mudar meu centro de atenção da visão para a audição, dei passos lentos e com meus ouvidos checava as cabines.

No entanto, de algumas não vinha nada, o que faria sobre isso?

—Lembre. Sua sorte as farão falar algo enquanto passamos, ignore as cabines silenciosas —Antes que as dúvidas se alastrassem pela minha mente e nublassem meu julgamento, Pietra me lembrou do meu único poder realmente especial, o que me levou a estar ali, o que me tornava um “mágico”

“Até parece que ela lê meus pensamentos”

Livre de armadilhas e pessimismos, eu segui em frente.

Enfim ouvi o som da conversa que estava buscando.

Antes que pudesse abrir. Um funcionário. Provavelmente um mero atendente do trem veio até nós cheio de questionamentos.

Medindo a situação, cheguei numa conclusão.

“Seria perda de tempo responder”

Num soco apenas eu coloquei o civil no chão, um golpe tão bem executado que o corpo dele caindo fez mais barulho do que minha pancada.

—Espera...! Isso não foi apenas um soco... o que foi isso?...

—Bem perceptiva em. A verdade é que eu roubei a soqueira do garoto que brigou comigo, ela é especialmente útil por ser transparente.

Continuando a missão, puxei a arma de fogo e arrombei a cabine com um chute.

—Mãos ao alto! Vocês estão detidas sobre suspeita de envolvimento no assassinato de Charles White —Graças ao curto temo que fui encarcerado pelos policiais, aprendi como imitar eles até que bem.

Minhas teorias se confirmaram quando vi resquícios de aura mágica vindo das duas, ainda mais quando vi como a filha era semelhante a mãe.

“Os poderes delas devem ser um mistério até para a sociedade dos mágicos, preciso ter muito cuidado, o filho dela conseguiu me cegar num golpe só, imagino o que ela poderia fazer”

—Boa tarde —“Sim, ela está calma mesmo com isso, ou ela tem nervos de aço, ou o poder dela é muito mais poderoso do que eu imagino”

—Venha conosco, a “sociedade” tem algumas perguntas a lhe fazer —Pietra deu um passo a frente e ficou a minha esquerda.

—Nha...? —Vindo da minha direita, onde não conseguia ver enquanto focava na viúva.

Era apenas uma garotinha, ela não sabia de nada e ainda assim estava jogada naquela situação, olhando por mais uns segundos, minha forma de pensar e minhas ações mudaram drasticamente.

—Petra! —Eu levantei a minha arma e voltei a encarar a viúva com ambos os olhos, mesmo o cego.

—... —Ela parecia ter me reconhecido, apesar de ter perdido meu chapéu ainda na briga com o filho do casal White.

—Pietra, leve a criança para fora, eu cuido do resto.

—Tem certeza?

—É claro, por favor faça isso.

—É... é... é... você...?

—Sim, vá com ela, sua mãe precisa acertar uns negócios comigo.

—Por que você... está com isso? —Com apenas um olho era difícil ter certeza, mas ela parecia estar me questionando sobre a arma.

—Eu pensei que teria alguém perigoso aqui, mas vendo a situação, ela não será necessária —Eu coloquei a arma na frente de Pietra, ela a pegou sem muito jeito, porém sabia que não era uma pessoa idiota suficiente para puxar o gatilho acidentalmente.

A garota viu coisas que uma criança não devia ver, ela não era inocente suficiente para crer em tudo que eu disse, para achar que estava tudo bem, mas ainda assim, talvez por sentir confiança em mim, talvez lembrando do que houve no parque, ela foi para junto de Pietra e as duas saíram da cabine.

—Pronto senhorita, agora podemos falar sobre o que houve ontem de manhã.

—O que você precisa saber?

—Sobre o crime, o que realmente ocorreu?

—Fui eu.

Depois de tanto tempo sofrendo nas mãos daquele homem, vendo sua filha ficar inquieta ao lado de alguém da própria família, ela tinha que matar ele, era a única opção, ou assim ela pensava, entretanto, algo inesperado aconteceu. O mordomo veio até ela, pois o mesmo descobriu tudo sobre os mágicos e sobre o plano, mas em vez de a entregar a polícia, ele quis ajudar.

“Eu não me importo em servi a justiça, nem me importo que você o faça, mas o mais velho mal pode levar os negócios sozinho, quem dirá cuidar da sua irmã também, por isso, eu tomarei a culpa”

Na verdade, a ausência de um grito não foi por um sonífero na bebida dele, foi a magia dela, a planta foi alterada para que liberasse um gás que causasse fadiga em quem o respirasse, assim ela saiu de casa quando o seu marido estava prestes a morrer, o mordomo fez algumas mudanças na cena do crime para que fosse mais fácil dele ser apontado como o culpado do que qualquer outra pessoa.

—O que vocês não sabiam era de um terceiro agente nisso tudo, certo?

O garoto mais novo também estava agindo, com o seu poder de alterar as cores de objetos ele atraiu a nossa atenção para a cadeira e nos impediu de ligar a planta do cômodo ao poder da mãe, porém seu erro foi não mudar a cor de todas as plantas da casa, isso deixou que tanto eu quanto Pietra mais tarde percebêssemos essa discrepância.

—E também foi assim que vocês não notaram nossas auras, todas aquelas plantas impedem mágicos de sentir a essência de outros mágicos, claro, isso também me impediu de sequer saber que vocês dois eram mágicos, o mesmo vale ao meu filho.

—Aí temos uma explicação. Obrigado por nos poupar tanto tempo e confessar.

—O que você fara agora?

—Vou lhe levar para a Pietra, no fim é ela que decide o seu destino, eu apenas cuido da parte mais física.

—Entendo.

—As duas, entrem.

Pietra e Petra, ver as duas juntas me fez perceber que a semelhança terminava nos nomes.

—Dê as ordens, chefe.

—Antes de tudo. As duas devem contar os seus poderes.

“Bem pensado. Vai ser mais fácil assim”

—Já sabemos o da mãe, mas qual o seu, garotinha? —Pietra continuou.

—Isso... —Ela estendeu a mão com um broche preto.

—Não! Apenas diga! —Pietra percebeu que ela iria ativar o seu poder, não entendi o motivo de seu pânico então a segurei.

Vitae, resurgemus!

Assim, do broche algo começou a surgir, ele parecia subir sem razão, até que lentamente verde se mostrou, o crescimento acelerou, aquilo ia de um lado para o outro, cada vez mais veloz.

Até o som do broche caindo no chão do trem soar, na mão de Petra tinha uma violeta.

—Esse é o poder... criar plantas a partir do nada —Pietra demorou alguns segundos para compreender o que exatamente o poder dela fazia.

—Sim...

—Bem, é bonito, mas não deixe ninguém mais saber desse poder.

—Certo.

—Agora, subordinado, algeme ela.

Ela estendeu um par para a minha mão.

Eu não pude reagir.

Estava demorando muito para entender aquilo, quando entendi meu musculo demorou para responder, a visão do meu único olho estava embaçada.

Meu equilíbrio estava sendo perdido.

“Não! Isso não é nada anormal, eu já senti isso muitas vezes...”

“Sim... na carruagem...”

“Sono...”

Eu cansei, deixei meu corpo cair no chão e me apoiei na parede.

—O que?! Não...

A mulher se levantou.

—Você... você alterou as propriedades dessa violeta também!

—Exatamente, com um gás que apenas faz efeitos em homens eu pude tirar ele da jogada e me manter em plena capacidade, não vai ser difícil te derrubar.

“Mas que...”

Minha consciência já estava se perdendo, estava indo o quão longe podia, tinha que terminar o que comecei.

“Algeme ela. Sim. Essa é a minha missão”

Pensei apenas nisso quando pulei nela, fui muito lento, tanto que falhei uma vez, ela deu um passo para trás, falhei outra assim que ela me empurrou.

—Pietra... por favor faça um plano... me diga o que tenho que fazer... —Minha visão balançava e se desfocava a toda hora.

Estava bloqueando a mulher, não podia deixar ela ferir a Pietra.

Demorei demais para perceber quando ela avançou e me jogou para longe sem muito esforço.

“Droga, Pietra... faça logo um plano”

Foi difícil, mas eu consegui olhar para a porta, Pietra me olhou apenas uma vez.

—Ela já perdeu, temos o telegrafo.

Então ela pulou para fora da cabine e correu para longe.

—Sim... ela pode contatar a polícia, se ela chegar no telegrafo... você vai perder!

—Não!

A mulher correu para fora da cabine, quis olhar mais ao redor, porém minha visão estava muito embaçada, eu caí no chão de bruços e foquei nos sons.

—Petra... fiquei aqui...

Ela não se moveu.

—Por favor... não saia, eu vou te proteger.

Após isso, o destino daquele trem estava nas costas de apenas uma pessoa.

Pietra Loiret.


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Notas finais do capítulo

Mexer com sentidos é realmente divertido, a ideia me veio enquanto eu escrevia por acidente, isso que eu chamo de sorte!



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