Segunda Chance escrita por teffy-chan


Capítulo 14
Capítulo XIV




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/778534/chapter/14

Felizmente Naruto ficou curado da gripe a tempo de comemorar o ano novo. Isso graças às visitas diárias de Sasuke para conferir se ele estava tomando o remédio e se alimentando de alguma coisa que não fosse ramen. Por mais que o menino protestasse, Naruto tinha razão. Ele estava sendo super protetor. Provavelmente porque não tinha mais ninguém para proteger, então direcionava toda sua preocupação para Naruto, ainda que inconscientemente.

Aquele também seria o primeiro ano que começaria sem sua família para lhe desejar saúde e felicidade. Para solicitar que continuasse honrando seu clã. Bem, saúde ele tinha. Mas felicidade? Sasuke era feliz? Como alguém que perdeu toda a família em uma só noite poderia ser feliz? Alguém que almejava vingança não podia ser feliz. Se bem que ele não se sentia mais tão deprimido ultimamente. Desde que se tornou amigo de Naruto, o enorme vazio em seu coração começou a se preenchido aos poucos por algo quente e aconchegante. Tão aconchegante que ele começou a se esquecer do seu desejo de vingança e passou a prestar mais atenção na luz que Naruto parecia irradiar.

E quanto à solicitação de continuar honrando seu clã… bem, ele não tinha mais nenhum clã. Pelo menos não naquele momento.

Já não sabia mais o que fazer com aquele pensamento sobre se vingar de seu irmão, mas uma ideia diferente lhe ocorreu.

— Ei, Sasuke! Você chegou cedo demais! — a voz de Naruto o despertou de seus pensamentos. O menino usava um kimono laranja, bem simples. Não que o seu fosse muito melhor. Era roxo, sem grandes detalhes, o mesmo do ano passado. Geralmente seus pais lhe compravam um novo todo ano, mas eles não estavam mais lá e Sasuke não tinha a menor vontade de fazer isso sozinho.

— Você é que está atrasado. Não foi esse o horário que combinamos — ele respondeu — Vamos, o lugar já está cheio.

— Espera! — Naruto chamou antes que ele começasse a caminhar — Feliz ano novo — abriu um largo sorriso. Não se lembrava de já ter desejado feliz ano novo para alguém. Para algum sensei talvez, por educação. Mas não um “feliz ano novo” sincero, para um amigo — Espero que continue sendo meu amigo esse ano também.

— É claro… feliz ano novo — Sasuke tentou disfarçar a surpresa. É verdade, tinha se esquecido disso. Não tinha mais seus pais para lhe desejarem saúde e prosperidade. Tinha perdido todo seu clã. Mas também tinha arranjado um amigo que se importava com ele de verdade. Independente de Sasuke ser de uma linhagem importante, de praticamente ter a obrigação de ser o primeiro aluno da turma, Naruto se importava com ele como pessoa.

— Ei, que tal irmos tirar a sorte? — Naruto sugeriu.

— O que? Você acredita mesmo nessas coisas?

— Vamos lá, vai ser divertido! — Naruto correu e Sasuke revirou os olhos antes de ir atrás dele.

Pegaram os papéis da sorte e abriram devagar, Naruto visivelmente empolgado. No entanto a empolgação logo desapareceu ao ler o resultado.

— “Azar”. Ah, qual é! De novo?

— Você tira isso com frequência?

— Todos os anos — Naruto amassou o papel e o jogou longe.

— Então por que ainda acredita nisso? — Sasuke perguntou curioso.

— Porque tenho esperança de um dia tirar sorte grande. E quando isso acontecer será um sinal de que vou me tornar Hokage! — Naruto deu um soco no ar.

— Para quem sempre tira “azar” você parece muito confiante — Sasuke comentou.

— Cala a boca! Um dia eu ainda vou… ah, espera — Naruto interrompeu-se — Teve um ano que eu tirei “sorte média”. Só aconteceu uma vez… foi no ano passado.

— O ano em que a gente se conheceu — Sasuke comentou — Nesse ano eu tirei “grande azar”.

— Também foi o ano em que sua família foi morta — Naruto percebeu — Sinto muito. Eu me sinto meio culpado agora.

— Ei, não é sua culpa a minha família ter morrido. E eu não acredito nessas coisas — Sasuke lembrou. Finalmente abriu o papel em suas mãos — “Sorte média”.

— Que droga. Você é que vai ficar com a sorte esse ano — Naruto resmungou.

— Talvez não. Eu costumava tirar “sorte grande” todos os anos — Sasuke contou — Isso mudou no ano passado. Mas azar e sorte média estão praticamente um do lado do outro, não é?

— Estão mais do que parece — Naruto riu.

— Qual é a graça?

— Para quem disse que não acreditava nessas coisas você entende bastante do assunto hein? — Naruto comentou, seu sorriso transformando-se em risadas.

— Foi você quem disse que acreditava! Eu só falei isso para fazer você se sentir melhor! — Sasuke exclamou, tentando disfarçar o constrangimento. Naruto riu ainda mais ao ver as bochechas coradas do amigo.

Era divertido provocá-lo, mas Sasuke ainda era mais forte e Naruto não queria apanhar em pleno ano novo se o deixasse realmente irritado. Quando Naruto finalmente conseguiu parar de rir, decidiram ir comer alguma coisa. Naruto comprou uma porção generosa de algodão doce e dangos. Sasuke preferiu comer kushiyaki.

— Como você aguenta comer isso? O molho tem um cheiro horrível — Naruto fez uma careta.

— É frango grelhado. E o molho faz bem para a saúde. Muito melhor do que esse monte de porcaria que você está comendo — Sasuke retribuiu a careta ao olhar para o algodão doce que Naruto segurava.

— Mas é uma delícia. Nunca provou algodão doce?

— Já comi quando era mais novo… mas não gosto de açúcar — Sasuke lembrou da última vez que tinha comido algodão doce. Foi na virada de ano anterior para ser mais exato. Lembrava que seu irmão o carregava nos ombros enquanto ele comia sorridente… aquilo parecia ter acontecido há muito tempo atrás. Antes do mesmo irmão que costumava carrega-lo sobre os ombros massacrar seu clã.

— Sasuke? — Naruto o despertou de suas memórias — Está tudo bem? Você está muito quieto.

— Sim… está sim.

— Está mentindo — Naruto percebeu — Por que está mentindo para mim?

— O que?

— Prometemos ajudar um ao outro em tudo o que pudéssemos, não foi? — Naruto lembrou, parando de frente para o amigo e obrigando-o a parar de caminhar — Então me conte o que está acontecendo para que eu possa te ajudar.

— Prometemos que ensinaríamos coisas que o outro não soubesse o que era ou como funcionava — Sasuke corrigiu — Você não pode me ajudar com isso.

— Isso é tão idiota — Naruto passou a mão pelos cabelos, frustrado — Você me ajudou tantas vezes… e eu nunca pude fazer nada por você. E agora está dizendo que está com um problema, mas não quer nem me contar o que é porque acha que não posso te ajudar? Eu sou tão inútil assim?

— Você não é inútil — Sasuke o encarou receoso. Não imaginou que poderia magoar tanto o amigo com aquela simples frase. No fim das contas não havia mudado nada. Ainda não sabia como interagir com outras pessoas — Não foi isso o que eu quis dizer.

— Então o que você quis dizer?

— Eu só… estava lembrando da última vez em que vim aqui. Eu vim com os meus pais e o meu irmão — Sasuke respondeu cabisbaixo — Eu só disse que você não podia ajudar por que… não dá para trazer eles de volta.

— Ah… entendi. Desculpa — Naruto murmurou sem graça. Ele realmente não podia ajudar nisso. E como nunca teve pais, não fazia ideia de como Sasuke devia estar se sentindo.

— Como você costuma passar o ano novo, Naruto? — Sasuke ergueu a cabeça — Quero dizer, esse ano nós viemos juntos, mas o que você fazia antes da gente se conhecer?

— O que todo mundo faz no ano novo. Todo tipo de coisa! — Naruto fez um gesto largo com os braços, mais animado — Eu costumo economizar dinheiro para gastar aqui porque sempre compro muita comida. Quero dizer, pelo menos das barracas que vendem para mim. O tio da barraca de dangos me expulsou no ano passado — ele resmungou — Tento tirar a sorte, é claro, e… ah, é mesmo! Nós ainda não fomos ao Templo!

—Você costuma ir lá?

— Você não? — Naruto perguntou espantado.

— Meu pai dizia que era perda de tempo. Mas eu ia escondido às vezes.

— Então você precisa ir esse ano. Vamos! — Naruto correu na direção do Templo e Sasuke foi atrás dele.

Havia poucas pessoa lá àquela hora. Naruto estava anormalmente concentrado enquanto fazia seus desejos para este ano.

O que Sasuke deveria pedir…? Não seria correto desejar que conseguisse atingir seu objetivo desde que sua família foi morta. Já nem sabia mais se ainda desejava se vingar de seu irmão. Parte dele queria fazer justiça por ele ter assassinado todo o clã. Mas havia outra parte que achava que não valia a pena o sacrifício que teria que fazer para obter sua vingança. Se era realmente necessário machucar seu melhor amigo, não valia a pena se vingar.

Bem, havia outra coisa que ele costumava desejar. E que precisaria de ajuda para conseguir.

Naruto bateu palmas e fez uma reverência, finalizando sua oração. Segundos depois Sasuke fez o mesmo.

— O que você pediu? — Naruto indagou enquanto caminhavam para fora do Templo.

— Se eu contar não vai se tornar realidade…

— Eu pedi para que as pessoas parem de me ignorar e passem a me tratar como alguém importante! — Naruto interrompeu sorridente — E também para que eu possa me tornar Hokage quando crescer. Peço isso todos os anos — ele notou o olhar de reproche que Sasuke lançava sobre ele — O que foi?

— Eu disse que se você contasse não iria se tornar realidade.

— Ora, vamos lá! Isso é só para quando você faz um desejo de aniversário — Naruto exclamou. Na verdade tinha esquecido completamente desse detalhe. Apenas tinha se empolgado porque pela primeira vez tinha alguém com quem conversar sobre seus desejos para o ano novo — O que você pediu?

— Eu não quero dizer — Sasuke parou de caminhar e virou o rosto para o outro lado.

— Por quê? Eu te contei o meu desejo, me fala o seu! — Naruto pediu. Ele rodeou o amigo para poder encará-lo, mas Sasuke desviou o olhar novamente — Espera aí… você está com vergonha?

— Não estou!

— Está sim! Sua cara está toda vermelha! — Naruto apontou acusadoramente, tentando controlar as risadas — Anda, me conta o que você pediu.

— Está bem — Sasuke bufou. Conhecia Naruto a tempo suficiente para saber que ele não iria parar de amolá-lo até conseguir a resposta — Eu pedi para fazer mais amigos… as únicas pessoas com quem eu convivia eram os membros do meu clã, mas agora ele se foi e eu não sou bom em conversar com as pessoas.

— Era isso? — Naruto soou levemente desapontado — Não precisa ficar com vergonha. É normal querer fazer mais amigos. Vai ser até fácil para você, já que é popular.

— Ser popular não ajuda em nada quando eu não consigo nem manter uma conversa. É ridículo precisar fazer um pedido desses no Templo — Sasuke suspirou — Também pedi para conseguir me tornar o chefe de polícia quando crescer.

— O que?

— Você não sabia? — perguntou retoricamente — A delegacia de polícia costumava ser responsabilidade do clã Uchiha. Ser o chefe de polícia igual ao meu pai quando crescesse era o meu sonho. Mas depois que todos morreram eu meio que esqueci isso.

— Você daria um ótimo policial — Naruto comentou — Se importa tanto com as regras e… ei, olha só. São o Shikamaru e o Chouji — ele interrompeu-se, apontando para o lado.

— E daí?

— Eles são duas das poucas pessoas que falam comigo — Naruto explicou — Você queria fazer mais amigos, certo? Então vamos tentar — ele arrastou Sasuke na direção dos meninos — Shikamaru, Chouji! — chamou quando estava próximo o suficiente para ser ouvido — Feliz ano novo.

— Feliz ano novo Naruto — Chouji respondeu de boca cheia. Carregava uma porção generosa de dangos — Como é ano novo vou dividir um com você — estendeu o doce.

— Uau, valeu!

— É, feliz ano novo. Espero que as aulas sejam menos chatas esse ano… ué. Você está com uma companhia bem incomum hoje, hein Naruto — Shikamaru reparou em Sasuke.

— Hm… feliz ano novo, vocês dois — Sasuke respondeu no lugar de Naruto. Céus, por que era tão difícil manter uma simples conversa?

— É… para você também — Shikamaru parecia estar se perguntando por que o garoto estava falando com ele — Não pensei que te veria por aqui.

— Eu venho todos os anos.

— Sim, mas você nunca falou com as outras crianças — Shikamaru observou — E parece estar mais amigo do Naruto também.

— Deve ser porque os dois são meio excluídos do resto da classe. Quase ninguém fala com eles, daí acabaram se aproximando por causa disso — Chouji opinou.

— Chouji! Cuidado com o que fala! — Shikamaru lhe deu uma cotovelada.

— Mas é verdade! Não consigo pensar em mais nada que faça o Sasuke se aproximar de alguém…

— Não se deve falar essas coisas — Shikamaru sussurrou — Desculpa, ele fala demais às vezes… Sasuke?

— Ele foi embora — Naruto murmurou. Largou os dois meninos e correu na direção de onde tinham vindo, mas demorou muito a perceber o sumiço do garoto. Tinha perdido Sasuke de vista.

 

 

~~~~~X~~~~~X~~~~~

 

 

O papel da sorte estava errado. Ele não teria “sorte média” e sim “grande azar”. Onde Sasuke estava com a cabeça quando pensou que poderia fazer novos amigos? Era mesmo uma ideia ridícula… deveria se envergonhar por ter pensado isso. O que mais doía era que Chouji estava certo. Naruto foi a única pessoa da qual conseguiu se aproximar porque também se sentia deslocado e era rejeitado pelas demais pessoas da vila. Um ajudava a diminuir a solidão do outro. Se os pais de Naruto estivessem vivos ele estaria lá, andando com Shikamaru e Chouji e não seria seu amigo. E Sasuke estaria sozinho… do jeito que deveria ser. Se não tivesse amigos não teria que machucar ninguém enquanto tentava obter a força que precisava para realizar sua vingança. O poder para vingar seus pais que foram mortos pelo irmão que ele idolatrava tanto…

— Sasuke!

Ele gritou e atacou a pessoa que tinha chamado seu nome. Felizmente Naruto conseguiu segurar seu braço a tempo antes que fosse golpeado.

— Sasuke, acalme-se. Está tudo bem — Naruto soltou o braço dele, que o deixou cair ao lado do corpo — Sinto muito pelo que o Chouji falou.

— Ele estava certo. Eu passei boa parte do meu tempo na Academia evitando as pessoas. É estranho tentar me aproximar agora — Sasuke respondeu, finalmente recuperando a calma — Naruto, se os seus pais estivessem vivos… você ainda seria meu amigo?

— Eu quero ser amigo de todos. Quero me aproximar e ajudar o máximo de pessoas que eu puder. Não apenas porque é o dever do futuro Hokage, mas porque posso perceber muito bem quando alguém precisa de ajuda, então sim, é claro que eu seria seu amigo!

— Você vai dar um ótimo Hokage — Sasuke deu uma risada fraca.

— Ei, você sorriu — Naruto observou, deixando o garoto emburrado. Só estava provocando-o para fazer Sasuke voltar ao normal — Quer voltar para lá? Podemos passar naquela barraca de kushiyaki que você gosta…

— Ah, não. Eu me lembrei de como passava o ano novo com minha família quando chegamos aqui e agora a pouco estava me lembrando de como ela morreu… esse dia acabou para mim.

— Ah… isso explica porque você me atacou.

— “Te ataquei”… é mesmo — Sasuke correu na direção oposta às barracas e Naruto foi atrás dele.

— O que foi?

— Eu só me lembrei das coisas ruins. Mas tinha uma coisa boa que ainda podemos fazer.

Correram por mais alguns minutos até o Templo e as barracas de comida parecerem pontinhos distantes. Estavam rodeados apenas pela neve por todos os lados.

— Ei, o que está planejando fazer aqui no meio do nada?

— Você vai ver — Sasuke conseguiu desenterrar um galho grosso que estava coberto de neve. Por algum motivo tinha trazido sua Kunai e em pouco tempo o cortou no meio, ambos os pedaços no formato de uma prancha.

— O que pretende fazer com isso? — Naruto segurou uma das pranchas, girando-a nas mãos.

— Já disse, você vai ver. Afaste-se — ele empurrou Naruto para trás. Nunca tinha feito isso sozinho. Geralmente não era ele quem fazia. Se alguma coisa desse errado… passaria a maior vergonha. Mas tinha treinado bastante nos últimos meses, já conseguia controlar a intensidade. Respirando fundo, executou o sinal de mãos e fez o Jutsu Bola de Fogo.

O mais forte que já tinha feito até hoje. Derreteu uma faixa inteira da neve, desde o topo da montanha onde estavam até o final. Uma linha reta perfeita. Consumiu quase todo seu chakra, mas tinha conseguido.

— Uau… Sasuke, você derreteu a neve — Naruto se aproximou — Ei, está tudo bem?

— Sim… eu gastei mais chakra do que achei que precisaria, mas consegui — ele sorriu orgulhoso — Naruto, você já esquiou?

— É claro que não.

— Então está na hora de aprender — Sasuke pegou a própria prancha e a colocou no topo da montanha, perto da rampa improvisada que tinha feito. Tinha um equipamento apropriado para isso em casa, mas nunca imaginou que precisaria dele. Equilibrou-se na prancha com cuidado e deslizou pela neve.

Naruto correu até o topo da montanha a tempo de vê-lo aterrissar e gritar para ele vir também. Naruto o imitou, subindo na prancha e deslizando por ela. Só que caiu no meio do caminho, rolando pela neve. Acabou fazendo Sasuke rir. Riu como fazia anos atrás, quando era uma criança comum, livre de preocupações. Naruto percebeu que ele estava rindo mais sem sequer notar, mas não disse nada dessa vez. Era divertido provocar Sasuke, mas também era bom deixa-lo sorrir depois de todas as lembranças ruins que reviveu naquele dia.

Disputaram para ver quem chegaria ao topo da montanha primeiro e empataram, ambos se surpreendendo ao ver que havia mais gente lá. Shikamaru e Chouji tinham encontrado os dois sabe Deus como. Algumas das outras crianças da classe deles também estavam presentes.

— O que vieram fazer aqui? — Naruto adiantou-se.

— Nos desculpar — Shikamaru empurrou Chouji de leve, que deu um passo a frente.

— É… sinto muito pelas coisas que eu disse antes, Sasuke. Não queria te deixar chateado — ele falou sem jeito — Eu só fiquei surpreso por você vir falar com a gente assim do nada. Olha, pode ficar com as minhas batatinhas se quiser — ele estendeu o pacote.

— Não quero batatas — ele respondeu. Lembrou-se então que uma das características do clã Akimichi era prezar a comida e acrescentou — Não é necessário. Desculpas aceitas — Sasuke se perguntou se ainda valia a pena tentar fazer amizade com aqueles dois. Isso se conseguisse, é claro — Eu… realmente me isolei muito de todos na Academia. Estava pensando em mudar isso esse ano.

— É uma boa ideia — Shikamaru concordou.

— Ei, o que é aquilo? — Ino, que era uma das crianças que tinha vindo junto com eles, perguntou, apontando para a pista de esqui improvisada.

— Uma pista de esqui. O Sasuke que fez! — Naruto apontou para o amigo.

— Sério? — Sakura aproximou-se dele — Que incrível! Como fez isso?

— Usei meu Jutsu Bola de Fogo para derreter a neve — explicou em poucas palavras. Tanto Sakura quanto Ino pareciam muito impressionadas com aquela simples frase e Sasuke começou a entender porque os outros meninos não gostavam dele. Por algum motivo as garotas o ficavam rodeando e aquilo claramente os irritava — Eu e o Naruto estávamos esquiando… querem brincar também?

— Ei. Tem certeza de que é uma boa ideia depois do que eles disseram? — Naruto cochichou para ele.

— Sim. Você tinha razão, Naruto. É normal querer fazer novos amigos — Sasuke observou o grupo, vendo as meninas comemorarem em poder passar algum tempo com Sasuke enquanto os garotos as mandavam pararem de fazer escândalo.

— Você é quem sabe. Mas eu não vou emprestar a minha prancha! — Naruto se agarrou a ela como se sua vida dependesse disso.

As outras crianças conseguiram improvisar suas próprias pranchas, cada uma de um jeito, e ficaram brincando na pista de esqui, algumas até suas mães irem buscá-las dando sermão por terem desaparecido, outras com pais zangados não apenas com o fato dos filhos terem sumido, mas também pela paisagem ter sido deformada. Naruto e Sasuke continuaram esquiando até que começaram a sentir fome, indicando que era hora de ir para casa fazer a janta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Segunda Chance" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.