Filha da Tormenta. escrita por Khaleesi


Capítulo 8
Lealdade.




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Cersei se sentia poderosa, sim. Muito poderosa. Por anos ela almejou estar sentada naquele Trono, mostrar para todos que podia governar melhor que qualquer um ali. E agora que havia conseguido o Trono para si, ninguém iria conseguir tirá-la de lá. Ela explodiria o mundo se isso garantisse que o Trono fosse só dela e de sua família. Mataria dragões com suas próprias mãos...

Em seus aposentos, com uma taça de vinho em suas mãos, ela aguardava por seus convidados. Estava em desvantagem e precisava arrumar aliados, soldados para lutarem contra a nova ameaça. A Puta Dragão. Ela havia chego com seus soldados eunucos e sua cambada de selvagens dothrakis, e ainda possuía três dragões. Como ela mataria três dragões? 

Seus pensamentos foram interrompidos por Jaime, que veio avisá-la que deveria se dirigir até a sala do trono. Desde que ele havia retornado, ele não falava com ela direito, nem mesmo a olhava nos olhos. Mas isso seria assunto para outra ocasião, agora ela ia conquistar novos aliados.

Quando se sentou no Trono, não demorou muito para que alguns dos lordes a quem ela havia mandado corvos convocando-os para se ajoelharem, entrassem pelos salões. Ela esperava que todos obedecessem suas ordens e fossem jurar sua lealdade a ela, mas parece que não seria tão fácil assim. Suspirou e logo começou seu discurso.

— Como sabemos, a filha do Rei Louco chegou até Westeros destinada a tomar para si o Trono de Ferro, e se ela conseguir isso vai destruir o reino. Alguns aqui são vassalos da Casa Tyrell, que está se rebelando contra a coroa e declarando seu apoio à Rainha Dragão. Graças a casa Tyrell, Martell e Greyjoy agora temos em nossas terras uma horda de selvagens dothrakis e soldados imaculados prontos para destruir seus castelos, estuprar suas mulheres e filhas e matar seus filhos sem pensar duas vezes. É assim que esses traidores estão retribuindo séculos de serviços e de lealdade.

' Vocês se lembram do horror que foi o reinado do Rei Louco, das coisas que ele impôs sobre nós. A filha dele não deve ser diferente. Em Essos ela já é conhecida por sua crueldade, por crucificar nobres na Baía dos Escravos e quando se entediou o sofrimento deles, os deu de comida para seus dragões. Meu dever como Rainha é proteger meu povo desse monstro, e eu irei fazê-lo. E para fazer isso, eu preciso da ajuda de vocês, meus senhores. Precisamos nos unir e lutar juntos contra a Rainha Dragão, para que não sejamos mais vítimas da sua crueldade.

Um burburinho encheu o salão, os lordes conversavam entre si, o medo era evidente em seus olhos. E então Randyll Tarly deu alguns passos em sua direção.

— Ela possui três dragões adultos, Majestade. Tal qual Aegon quando conquistou os Sete Reinos. Como vai matá-los? — ele disse, e uma nova onda de burburinhos encheu os cantos da sala e ela se mexeu desconfortável no Trono.

— Estamos trabalhando em uma solução para isso, milorde. — Meistre Qyburn respondeu enquanto se apressava para se posicionar ao lado da rainha.

Mas aquilo não foi o suficiente para fazer com que os homens quisessem segui-la. E ela não aceitaria que eles servissem aquela maldita. Sentiu a raiva subir no peito, e Jaime sabia que a irmã estava insatisfeita. E por isso ele foi atrás de Randyll Tarly.

— Lorde Tarly — ele chamou.— Obrigado por ter vindo, sua presença aqui foi de grande importância. Os outros lordes da campina contam com você como guia. Não teriam vindo até aqui se não fosse por você.

— Se a Rainha chama, eu venho até ela. — ele respondeu, cortando Jaime.— Sei o que ela gosta de fazer com quem desafia seus desejos.

O Lannister certamente não sabia como responder aquilo. Ele sabia que sua irmã era conhecida por punir aqueles que não cumprissem suas ordens. Não gostava de ser contrariada. E com o que ela disse sobre a tal Rainha Dragão, aparentemente a única coisa que as diferenciava era que uma tinha três dragões, a outra só tinha um morto-vivo enorme a seu lado, com olhos vermelhos e uma força descomunal. 

— Está voltando para a Campina? — ele perguntou como quem não quer nada, indicando um caminho para o homem de meia idade que estava acompanhado do filho mais velho. Achava que se chamava Dickon, mas não tinha certeza e nem se importava.

— Tenho um exército para mobilizar. — ele respondeu ácido, a maneira como aquele homem falava deixava Jaime irritado. — A guerra se aproxima, preciso dos meus homens cientes das coisas.

— E de que lado você irá lutar? — ele parou, olhando sério para o homem ao seu lado, que não respondeu. Era a sua chance.

— Seja o meu general — ele acabou por dizer ao homem, que arqueou as sobrancelhas. — Jure sua lealdade a Cersei, lute ao nosso lado, nos ajude a derrotar seus inimigos. Todos eles.

— Inclusive Olenna Tyrell — o homem falou. — Eu sou um Tarly, Sor Jaime. E esse nome tem um significado. Nós não conspiramos, nem ignoramos promessas. Não apunhalamos rivais pelas costas em nossas casa, nem matamos suas esposas grávidas, ou suas mães degoladas em casamentos. Fiz um juramento à Casa Tyrell.

— Fez um juramento a Coroa. — ele consertou.

— Conheço Olenna desde que éramos crianças.

— Reconheço que ela foi uma mulher maravilhosa, mas agora está perdida. Quer tanto se vingar que trouxe Dothrakis às nossas terras! — o homem o encarava sem dizer nada — Sei que não gosta da minha irmã, mas precisa escolher. Vai lutar conosco, ou com estrangeiros e selvagens? 

Ele finalmente chegara onde queria. Randyll Tarly era conhecido por sua aversão principalmente aos selvagens.

— Lute conosco, e quando vencermos essa guerra, a Rainha certamente irá precisar de um Protetor do Sul. E eu não consigo pensar em alguém melhor que você.

o Lorde Tarly pareceu pensar por alguns minutos, mas não tardou a dizer:

— Um Protetor do Sul, sim? 

E Jaime sorriu. Ele certamente sabia como comprar a lealdade de um homem, eles sempre desejavam a mesma coisa. Dinheiro, poder, ou um status bem alto dentro de uma sociedade. Ser o Protetor do Sul com certeza iria lhe dar pelo menos duas dessas coisas.

***

Quando contou a Cersei, mais tarde, durante o jantar como conseguira convencer Randyll Tarly à jurar sua lealdade a ela, ela sorriu. E então encheu duas taças de vinho e o convidara para se sentar e jantar ao lado dela.

Ele certamente não sabia mais como se portar na frente dela, pois para ela agora era uma completa estranha. Como sua amada irmã havia se tornado aquilo? Ele sabia que ela sempre quisera ser uma Rainha, ter seus soldados, ganhar guerras, ser temida. Ser poderosa, como uma rainha devia ser. Mas havia algo a mais. Ela nem sequer falava sobre Tommen, ou chorava sua morte assim como fez com a de Myrcella e Joffrey. 

"Ele nos traiu"foi a única coisa que disse quando ele a questionou. Ele não a reconhecia mais.

Mas ele aceitou de bom grado jantar com ela, ele ainda a amava, ou achava que amava. Depois do jantar, e algumas taças de vinho, ele a acompanhou até seus aposentos. 

Se sentia mais leve e relaxado devido ao vinho, e a irmã estava com as bochechas coradas devido ao álcool. Ela sempre ficava assim quando bebia, e então se lembrou de quando era mais jovens e bebiam escondidos do pai, e de como faziam amor depois de tudo. Sentia falta dessa época. 

Quando chegaram na porta do quarto e ela entrou, ele se despediu com um aceno e se virou, mas nem chegara a dar um passo pois logo as os dedos longos dela estavam em seu braço fazendo-o virar para ela novamente. 

— Entre — ela disse, mas ele negou com a cabeça. — Bem, isso não é um pedido, é uma ordem. 

Um sorriso brincava nos lábios dela, e ele entrou sério. Escutou-a falando algo para Montanha, que ficava na sua porta e logo entrou novamente fechando a porta atrás de si. 

Ela andou até ele e o beijou, ele tentou se esquivar, mas logo se viu retribuindo o beijo. Sua cabeça girava um pouco por conta do vinho e seu coração estava acelerado. Nem percebera quando foram parar na cama. 

— Não podemos, eles irão falar — ele disse, se afastando dela. — Isso pode acabar...

— Eu sou a Rainha agora, eu trepo com quem eu quero, e se alguém ousar falar algo eu mando cortarem a língua — falou com os olhos faiscando raiva e excitação, e logo ela voltou a beijá-lo com mais vontade. 

E então depois de muito tempo, eles mataram a saudade um do outro e relembraram dos velhos tempos.


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