Filha da Tormenta. escrita por Khaleesi


Capítulo 16
Jardim de Cima.




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 Missandei observava ao longe Jon olhando para o céu, onde Daenerys ia ficando cada vez menor conforme ia se distanciando. Os gritos dos Dothrakis era escutado ao longe, estavam excitados com a ideia de lutar contra os homens em suas armaduras brilhantes. Ela foi se aproximando dele e pode ouvir um suspiro frustrado.

— Ela não aceitou ir com você para o Norte, não é mesmo?- ela perguntou suavemente com um sorriso brincando em seus lábios. Ele já havia dito a ela sobre o que encontrara na caverna, e por isso imaginou que ao mostrar a sua rainha, ela iria aceitar segui-lo até o Norte.

—  Não - era visível a irritação em sua voz.—  Por que é tão importante que eu me una a ela em casamento? Por que é importante que ela tenha o Norte?

— Porque ela é uma conquistadora, Jon - a morena respondeu suavemente.— Ela veio até aqui para conquistar Westeros, para tirá-los da tirania das pessoas que destruíram não só a família dela, como a sua e várias outras. Veio para dar ajudar os mais fracos e mostrá-los a eles a força que possuem, e que se não for o suficiente, mostrar que ela será a força deles. E o Norte faz parte de Westeros, Jon. Ela entende que vocês sofreram e não desejam mais seguir a um rei ou rainha depois de tudo, mas ela lutou muito para chegar aqui, por isso achou válida a alternativa de juntar Casa Stark e Casa Targaryen. Assim o seu povo será governado por um deles, por você, sendo assim sempre estarão seguros e bem representados pelo Rei que eles julgam ser o melhor para eles. Você só estará acompanhado de uma Rainha.

Eles ficaram em silêncio, observando o horizonte. Jon pensava em cada palavra que Missandei tinha lhe dito, analisando tudo cuidadosamente.

— Ela é boa, Jon Snow - a garota lhe disse.— Eu sei o que digo. Sempre serei grata pela mulher que me libertou, e que eu vi libertar outros que nem eu. 

— E se você decidisse ir embora agora? - ele perguntou, olhando para ela curioso.

— Ela me daria um barco e o que mais eu precisasse, me daria um abraço, diria que sentiria minha falta e me desejaria boa sorte em minha jornada - respondeu confiante de suas palavras. 

Jon assentiu, e logo voltou para a caverna para terminar a extração. Todo o tempo que passou lá ele pensou na mulher de cabelos prateados que tanto o deixava intrigado, e Sor Davos não deixou de perceber a distância dos pensamentos do nortenho.

***

Em Jardim de Cima, Lady Olenna estava nervosa. Do alto do castelo ela podia observar os homens do exército inimigo se aproximando cada vez mais. Na frente ela podia ver Jaime Lannister, implacável em seu cavalo acompanhado do traidor Randyll Tarly. Seus homens corriam enquanto se organizavam nas muralhas do castelo, com seus arcos em mãos esperando o sinal para que atacassem. A Rainha dos Espinhos sabia que seus soldados não eram lutadores bons o suficiente, mas esperava que aguentassem qualquer investida até que a Rainha chegasse. 

Jaime estava na frente do exército, gritando ordens para que os arqueiros se posicionassem. Ele queria evitar um banho de sangue, então tentou de todas as formas que Lady Olenna se rendesse, mas ela jamais o faria. E quando estava prestes a ordenar que eles soltassem as flechas, Bronn o interrompeu.

— Vocês estão ouvindo isso?- ele perguntou, se abaixando e tocando o chão, que parecia tremer levemente. Os soldados olharam entre si negando, mas por pouco tempo.

Não demorou muito para que os gritos dos Dothrakis se tornassem mais altos, e logo eles foram vistos tomando conta do horizonte. Era uma visão magnífica para Lady Olenna no alto, e que certamente apavorou os soldados de Jaime e Randyll, que olhavam abismados para os guerreiros selvagens.

— Fuja, vá para Porto Real - Jaime escutou Bronn dizer enquanto se posicionava novamente em cima de seu cavalo, mas ele não o escutou e logo gritou novas ordens para os soldados.

— Não vou fugir, são meus soldados - ele disse de volta.

— Você é o comandante, não um soldado maldito - rosnou o mercenário.—  Eles vão acabar conosco, seu imbecil!

— Nós podemos impedi-los - o loiro respondeu, mas suas palavras perderam o sentido quando um rugido monstruoso foi ouvido.

E então Daenerys apareceu montada em Drogon, cortando o céu logo acima dos guerreiros que levantaram seus arakh's comemorando a chegada da Khaleesi. Jaime olhava para a fera espantado com seu tamanho, em seu íntimo esperava que as histórias sobre a garota Targaryen ter dragões não passassem de boatos, mas ali estava ele, de frente para um, que logo abriu sua boca e jorrou seu fogo nos lanceiros que estavam posicionados na linha de frente, abrindo espaço para que os Dothrakis passassem por eles.

Do alto, Lady Olenna observava admirada enquanto a garota Targaryen dava meia volta, e posicionada o dragão para atacar e atacar novamente, então ela ordenou que os soldados Tyrell saíssem, junto com os imaculados para que pegassem os inimigos por trás, os cercando.

Do alto era possível ouvir os gritos dos homens, o relinchar dos cavalos que corriam desesperados com medo e ver os soldados correndo, tentando fugir do fogo que o dragão jorrava no chão. Jaime olhava para a cena horrorizado, ver os homens correndo enquanto pegavam fogo, virando pó diante de seus olhos seria algo jamais esquecido pelo soldado.

Mas ele não desistiria. Ordenou então que os arqueiros se colocassem em posição, e atirassem as flechas em direção aos guerreiros que chegavam aos montes, sem medo algum, atravessando os caminhos em chamas que eram deixados por Drogon e matando sem piedade. Ele percebeu que o dragão estava por perto, dando a ele uma ótima visão da garota montada em seu dorso, então ordenou que os homens mirassem e atirassem em sua direção.

E tudo aconteceu rápido demais. Uma das flechas passou raspando pelo rosto de Daenerys, cortando-lhe a bochecha e fazendo o sangue escorrer, e quando tentou subir mais alto com Drogon, uma das flechas acertou-lhe o ombro direito, penetrando na pele tão profundamente que ela urrou com a dor. Ao longe, Tyrion observava a cena chocado ao ver a mulher sendo atingida.

Drogon gritou ferozmente ao sentir que sua mãe havia sido machucada, e então voou perigosamente em direção aos arqueiros. A maioria correu, mas a parte que ficou fora queimado pela fera negra. Verme Cinzento, que estava perto de onde o dragão pousou, mandando ordens para os soldados, percebeu que no dorso do animal, sua Rainha sangrava. Ele tentou correr até ela, mas fora impedido pelo olhar ameaçador do animal em sua direção, ao perceber sua aproximação. 

Daenerys sentia o sangue quente escorrer da ferida causada pela flecha. Ela tentara tirar o objeto dali, mas sem sucesso. A dor era excruciante. Ela olhou ao seu redor, sentindo sua cabeça rodar por causa da perda de sangue, e via seus homens lutando ferozmente contra aqueles que resistiam. 

— Sangue do meu sangue - ela gritou a plenos pulmões na língua dothraki.— Parem os ataques agora! 

Ela ordenou, e os homens obedeceram, se afastando e cavalgando em direção à ela, deixando os homens do exército inimigo sem entender o que acontecia. 

— Dovaogēdy - ela gritou, dessas vez falando em alto valiriano.— Venham até mim. 

Quando todos seus homens estavam posicionados a sua frente, ela olhou para os rostos cansados e assustados dos homens à sua frente. Ignorando a dor latejante em seu ombro, ela começou a discursar:

— Eu sei o que a rainha pela qual lutaram bravamente aqui tem dito sobre mim. Que vim até aqui para destruir seus lares, queimá-los e escravizar seus filhos. Mas eu não faço isso, nunca fiz, nunca desejei fazer. Tudo não passa de uma mentira contada por uma mulher cruel, que se mantem dentro de um castelo enquanto seu povo sofre com a fome e a miséria. Eu vim aqui para mudar isso. Para quebrar a roda que beneficia apenas pessoas como Cersei Lannister. É para isso que eu luto e venho lutado a minha vida inteira. É por isso que eu lhes ofereço uma escolha. Continuem lutando ao lado de alguém impiedoso, cruel e que não se importa verdadeiramente com vocês, que comprará vocês com o medo, ameaçando seus pais, mulheres e filhos. Ou juntem-se a mim, e juntos nós mudaremos isso. E eu juro, pela minha vida, que vocês jamais viverão esse horror novamente, que eu os protegerei. Que suas crianças jamais conhecerão a fome, a sede, a miséria outra vez.

Os homens a encaravam amedrontados enquanto a ouviam, e depois olhavam uns para os outros nervosos sob os olhares de seus comandantes. Randyl Tarly estava não muito longe olhando a estrangeira, ao seu lado estava seu filho e Jaime Lannister. Seu rosto não era um dos melhores ao perceber que aos poucos os homens foram sucumbindo e se ajoelhando para aquela mulher. 

Ele não se renderia fácil, então viu um arco no chão e o juntou, aproveitando toda aquela distração. A flecha no ombro dela poderia não ter sido fatal, mas ele sempre fora bom com arcos e flechas, só precisava de um tiro. Quando puxou a corda do arco, uma voz chamou-lhe a atenção.

— Você não será burro o suficiente de fazer isso, não é mesmo Lorde Randyl Tarly? - Lady Olenna chegara acompanhada de alguns soldados, o sorriso vitorioso brincava em seus lábios enquanto encarava o homem mais a sua frente. — Sugiro que repita os passos de seus soldados e ajoelhe-se perante a Rainha Legítima. 


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