Juntos por uma Eternidade escrita por CamilaHalfBlood


Capítulo 10
Capítulo 10 - Afastamento


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, tudo bom? Eu estou bem também!
Espero muito que gostem do que produzi, pois tenho um enorme prazer de possuir a oportunidade de escrever para vocês.
Se por ventura, ocorrer de você, caro leitor, ter uma ideia que poderia posteriormente aprimorar o conteúdo, apreciarei deveras mente a sugestão!
Atenciosamente,
CamilaHalfBlood



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/778205/chapter/10

Capítulo 10 - Afastamento

Pov. Bella

No dia seguinte não fui à escola, e nem no outro, e nem o resto da semana, felizmente Charlie não fez objeção, ele sabia como aquele sonho havia mexido comigo, por muitas noites não conseguia mais dormir.

O medo dos meus pesadelos era o suficiente para me manter acordada.

Antes eu tentava, sabia que meu corpo humano precisava descansar, mas agora eu fazia o máximo para não faze-lo, não queria ver a morte, e não queria ter q matar Edward todas as vezes.

Mas o que me preocupava era que permanecer acordada em todos esses dias fora extremamente fácil, havia precisado dormir em apenas um, mais por insistência de Charlie do que por cansaço, e mesmo assim foi apenas por algumas horas.

Acabei por ter muito tempo livre, já que passava o dia todo trancada em casa, havia me ocupado em ler ou apenas fiquei no telhado da casa, a noite era pior que os dias, ficar trancada em quarto escuro e abafado é com toda a certeza a coisa mais torturante do meu dia.

Passei as noites pensando seriamente em mudar meu quarto de lugar e ir dormir no jardim.

Agora entendia o porquê dos Cullens irem para a escola, mesmo sendo entediante, era algo para se fazer, e também percebi o quanto ficar sozinha por horas podia ser uma armadilha para os seus próprios pensamentos.

Não conseguia parar de pensar em como eles haviam me sentido tão rápido, esperava me sentir com medo ou pelo menos preocupada com tudo isso, mas só conseguia me sentir triste, eu realmente queria uma vida ali, e estava disposta a aceitar a minha situação.

Mas se aquele destino era inevitável, o que mais eu podia fazer?

Se claro, eu pudesse chamar essa monotonia de vida.

Quando finalmente amanheceu percebi que estava começando a nevar, o que melhorou meu humor. Coloquei uma blusa de frio grossa para não chamar a atenção dos humanos, deixei meus cabelos soltos e sai de casa antes mesmo de Charlie acordar, mas deixei um bilhete na porta da geladeira para que ele não se preocupasse com meu desaparecimento já que não tinha avisado para ele que iria para a escola no dia anterior.

Eu precisava sair de casa.

Cheguei excepcionalmente cedo na escola, tanto que quando cheguei ela estava fechada, fui para o terraço para aproveitar enquanto podia, tirei a neve do local que iria sentar, tirei a blusa de frio, enquanto observava minha respiração condensava e a nevoa me envolvia.

Era ótima a sensação do frio, quase como se tivesse envolvida em um cobertor muito grosso fazendo minha pele pinicar.

Me perguntei por quanto tempo isso duraria, quanto de água-light ainda havia no meu organismo para então eu virar totalmente humana.

Olhei para o céu e me perguntei onde Bernard estaria agora, até mesmo Bree, estaria agora cuidando de Fred? Todos seguindo suas “vidas” e fazendo algo para a humanidade enquanto eu não podia fazer nada.

Meu coração se apertou quando me lembrei do rosto de Bree quando a vi pela ultima vez, ela estava tão feliz, tão otimista.

Despertei dos meus pensamentos quando o sinal para a entrada tocou, nem tinha percebido que já se tinha passado bastante tempo que estava ali e o estacionamento estava bastante cheio, vi o Volvo de Edward estacionado, mas não vi nenhum dos Cullens à vista, provavelmente já estava dentro da escola, sai do terraço colocando a blusa de frio, esperando que ninguém houvesse visto que eu havia ficado sem ela tanto tempo do lado de fora.

E então adentrei na escola.

Fui para a minha primeira aula que felizmente era com Ângela, ela realmente era uma garota legal, parecia muito surpresa com meu ato de sentar ao seu lado, comentamos algumas coisas sobre as aulas, e rimos juntas quando o professor se atrapalhou com seu material.

Olhei em volta e por um segundo, meu olhar cruzou com Jasper, o vi desviar rapidamente, com as sobrancelhas frangidas em confusão.

Estava fazendo um ótimo trabalho em fazê-los ficar longe de mim, e isso era em parte bom.

Havia muitas possibilidades, muitos “e se”. Doía-me estarem tão perto e ao mesmo tempo tão longe, eles eram minha segunda família, perdi tudo por eles, e agora nem podia os cumprimentar que eles já corriam perigo.

Suspirei e tentei voltar a prestar atenção na aula, total fracasso, a aula estava muito entediante, Ângela pareceu perceber que havia me fechado novamente, já que a mesma não voltou a tentar puxar assunto comigo.

Quando a aula finalmente acabou, fiquei um pouco mais aliviada só para ir para outra aula tão entediante quanto, então me pus a observar os humanos.

Jessica veio até mim na hora do almoço, esperando que eu fosse me sentar com seus amigos, mas eu recusei educadamente, alegando que estava com muita dor de cabeça e por isso preferiria ficar sozinha hoje, não podia ter amigos, mesmo eu fingindo ser uma humana, não podia negar que eu não era isso, então me sentei em uma mesa afastada de todos.

Me permiti olhar em direção dos Culens e vi que Edward me olhava, pensei que iria desviar seu olhar, mas ele não o fez, continuou olhando para mim, seus olhos agora dourados me prendiam, como se quisesse olhar para a minha alma.

Engoli em seco, sentindo meu coração disparar.

Logo depois senti uma pequena dor na cabeça, ela começou a crescer mais até ser insuportável, mordi meu lábio para que não gritasse, mas não pude deixar de transparecer uma careta de dor, desviei o olhar dele, mas a dor perdurou.

“Pare, por favor” — pensei, sabendo que se eu externasse esse pedido, estaria então me expondo.

Edward estava se concentrando muito em ler minha mente, estava mantendo uma pequena resistência ao poder dele enquanto permanecia na escola, mas não frígio o suficiente para ele conseguir ouvir meus pensamentos, mas agora, ele parecia que estava tentando entrar em minha cabeça com todas as suas forças.

Isso não seria um problema antes, mas agora estava muito fraca para conseguir suportar aquilo por muito tempo.

Precisava sair dali, mas a dor era tamanha que eu achava que se eu me mexesse a minha consciência podia se perder e isso não era uma possibilidade, precisava me manter acordada para proteger minha mente de Edward.

Não sabia o quanto ele conseguiria ver enquanto estivesse desmaiada.

De longe ouvi que o sinal para a próxima aula tocou, mas mesmo que eu quisesse muito, era impossível me mexer, até que senti uma mão no eu ombro me balançando.

— Bella? Você está bem? – disse Mike.

O ar preencheu meus pulmões quando Edward parava de usar seu poder em mim, talvez a chegada de Mike o tivesse o distraído, mas já não sentia o mesmo forçando sua entrada pelos meus pensamentos.

Levantei-me em um pulo, assustando Mike no processo, peguei seu braço enquanto o arrastava para fora do refeitório.

— O que aconteceu? – ele perguntou confuso tentando me acompanhar

— Não quero me atrasar para a aula – falei dando de ombros soltando seu braço, agora que já não estava no sem a influência do poder de Edward a dor foi diminuindo.

Seguimos até a sala de aula a passos normais, enquanto o mesmo tagalerava sobre a guerra de bolas de neve que teria no final das aulas, eu nunca tinha jogado esse jogo na minha vida, por isso achei muito interessante em participar, mesmo vindo de Mike.

Entramos na sala, sendo surpreendida quando Mike me deu um beijo rápido na bochecha dei um passo para trás, querendo repreende-lo por seu ato, mas antes que eu pudesse falar algo, o mesmo se despediu indo em direção a sua mesa.

Tentei evitar uma careta e segui em direção a minha mesa.

Edward ainda não estava ali, então abri meu caderno e começei a desenhar, primeiro era apenas um rabisco, mas depois de alguns traços, o desenho começou a tomar forma.

Quando percebi o que estava desenhando, suspirei fechando o caderno com força.

Era o Paraíso.

Ou pelo menos um rascunho dele.

— Tudo bem? - uma voz angélical disse ao meu lado, que logo reconheci, Edward me olhava os seus olhos dourados curiosos, estava sentado ao meu lado, um pouco inclinado para mim - Digo, você parece abalada com algo. - seus olhos foram para o meu caderno depois voltaram para os meus.

— Estou bem, e só que... - minha voz morreu, torturada pelas lembranças.

— Que...? – instigou ele

— Sinto saudades de onde eu morava – falei virando o rosto

— Como era?

— Era... Fácil – falei vagamente medindo cada palavra – Aqui parece que sou um a aberração no meio de todos, pelo menos lá eu sabia o meu lugar...

— Você não é uma aberração – ele disse serio – Cidades pequenas são sempre difíceis de lidar, mas eu tenho um segredo...

— O que?

— A questão não é você se encaixar – ele disse vagamente – mas sim todo o resto se encaixar em você

Eu não sabia se aquilo podia realmente me ajudar, eu nem ao menos sabia o que eu era de verdade nesse momento.

Não totalmente Humana, nem totalmente Anjo.

Como pedir que as outras pessoas me aceitassem, se nem ao menos eu sabia o que eu era?

Mas mesmo assim, me senti incrivelmente bem por ser ele que estava ali, a forma como ele realmente preocupado comigo fez algo dentro de mim se aquecer.

Um sorriso cresceu em meu rosto.

— Obrigada – sussurrei, o vi corresponder ao meu sorriso.

Por um estante estava tudo bem, tudo no seu lugar, diferente da forma que vinha me sentindo desde que havia caído, como se aquele fosse realmente o lugar em que eu devia estar.

Mas então eu pisquei e um fleche do meu sonho me atingiu.

Voltei a olhar para frente, eu não devia estar falando com ele, tinha me decidido me afastar, mas agora na primeira oportunidade, aqui estava eu, passando por cima das minhas regras.

— De onde você era? – ele perguntou tentando voltar nossa conversa

— Inglaterra. – menti, era essa a historia que Charlie havia falado para mim, já que sua irmã realmente estava morando lá atualmente, ele achava melhor deixar as coisas o mais convincente o possível.

— você não tem sotaque. - contatou.

— Faz um bom tempo que o perdi – Falei dando de ombros

Dessa vez realmente não era uma mentira, já tinha vivido na Inglaterra, na época até mesmo havia começado a falar como os próprios nativos, mas os Cullens não pareciam gostar tanto assim do lugar, já que havia muitos anos que não voltavam para a cidade de Londres.

Eu por outro lado amei todo o tempo que passei lá.

O Professor entrou na sala, encerrando a conversa, passou brevemente a prática de laboratório que teriamos que fazer, identificando as fazes de mitose das celulas da raiz de cebola, coisa que eu nunca tinha feito, mesmo que Edward já tivesse feito varias vezes a  não tinha como eu olhar no microscópio, sendo invisível.

— Podem começar! - ordenou o Sr. Banner.

— Primeiro as damas, Parceira? - perguntou Edward, concordei com a cabeça sem olhar para ele, trazendo o microscópio para mais perto de mim.

Fiz o procedimento que o professor instruiu, colocando a primeira lâmina no lugar, ajustando para 40x, depois a estudei por alguns instantes, felizmente como anjos também são eternos também tem ótima memoria.

Quando acabamos, fiquei brincando com o lápis enquanto esperava ele acabar de escrever.

— Então... por que veio para Forks? - me perguntou.

— Problemas familiares - respondi sem olha-lo.

— Por que você faz isso? - perguntou - por que de uma hora para outra você passa para indiferente?

Abri minha boca para logo depois fecha-la, envergonhada, eu sabia que ele devia estar notando a forma como estava o tratando, mas não esperava que o mesmo fosse falar dessa forma.

— não sei do que está falando - Menti

— Sabe sim - Respondeu - eu sei que sabe.

Minhas mãos travaram e eu petrefiquei.

Ele não podia saber da verdade, podia? Quer dizer isso seria a explicação perfeita para a importância que eu estava recebendo dos Cullens, eu estava muito perto de me expor pouco antes de cair, mas ele não podia ter descoberto tudo podia?

Olhei para ele um pouco assustada.

— Você... – parei assim que percebi que se perguntasse isso estaria me entregando – Você não sabe do que está falando.

— Não sei? Como também sei que você não nasceu na Inglaterra.

— Como pode saber? – falei sem olhá-lo, rodando o lápis em minhas mãos

— Simplesmente sei – disse tentando chamar a minha atenção – eu só quero ser seu amigo sabia.

— Não podemos ser amigos.

— Bella...eu.

— Desculpe Edward – falei o olhando - você não me conhece, não sabe nada sobre mim

— exato, eu não sei quem você é e quero descobrir.

— Edward...

— Sei que parece estranho, nós vimos apenas uma vez Bella, mas eu quero te conhecer.

Senti um aperto em meu peito, sabia que estava fazendo mal a Edward, entretanto se eu ficasse perto dele seria muito pior.

“Eu sei Edward, depois de todos esses anos, o que eu mais queria era poder aceitar”

— Edward, por favor não insista – falei encerrando o assunto.

Vi suas mãos se apertarem na mesa, o mesmo não voltou a falar comigo após isso, antes de eu sair olhei o mais uma vez e vi o quanto aquilo tinha o abalado.

Sentia-me por um fio, como se pudesse chorar ali mesmo, mas mesmo assim dei as costas para ele.

Não queria ter que tratar uma pessoa tão importante para mim como eu estava tratando.

Quando saí da sala Mike estava me esperando, sua cara não estava tão feliz como hoje de manha, me olhava como se me avaliasse, não tentei começar uma conversa com ele, me sentia quase em um torpor, Edward e o sonho ocupavam minha mente.

Pela primeira vez considerei a possibilidade de ir embora, para todos seria a melhor escolha, me esconder em outra cidade grande. Longe de todos em um lugar em que ninguém estranharia uma menina estar sozinha, entretanto eu não queria, era egoísta demais, nesse meio tempo, enquanto o veneno não me encontrasse, me distanciar dos Cullens era doloroso, precisava deles para aguentar a realidade, mesmo que nunca pudesse me aproximar demais enquanto eu pudesse pelo menos vê-los de longe dias após dia, já era mais do que eu podia pedir.

Também não era só eles, sentiria falta de Charlie, ele tinha se tornado um bom amigo e apreciava sua companhia.

Mas agora eu sabia que não podia ficar dessa forma, não podia mais mantê-los longe dessa forma, não enquanto aquela distancia não estava apenas me machucando, mas sim a Edward também, e isso era a ultima coisa que eu queria.

Tinha que escolher, ou iria embora de vez ou então ficava e parava de agir dessa forma.

Estava tão distraída que não consegui me concentrar na aula de Educação física, errava todos os passes e quase fui atingida na face e mesmo com o apoio de Mike não me senti melhor ao término da aula.

Procurei os Cullens com os olhos pelo estacionamento, mas não havia nenhum sinal deles por ali, o volvo prata estava intocado indicando que os mesmos ainda estavam dentro da escola, desviei o olhar para o chão andando o mais rápido possível para dentro do meu carro.

Precisava pensar no que estava fazendo e para isso eu não podia vê-los agora.

Fim do capitulo 10.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem ♥
(Alias foi um amigo meu que fez as notas iniciais kkkkk)

O próximo capitulo pode demorar um pouco, já que vai ser bemm grande, mas vou tentar postar logo.
Até...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Juntos por uma Eternidade" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.