Juntos por uma Eternidade escrita por CamilaHalfBlood


Capítulo 9
Capitulo 9 – Bella, a Humana


Notas iniciais do capítulo

desculpa a demora ♥, mas tá aki, espero que gostem



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Capitulo 9 – Bella, a Humana

Pov. Bella

Acordei bem-disposta na manhã seguinte, mesmo tendo dormindo muito mal na noite passada, toda vez que conseguia fechar os olhos uma onda de mal-estar passava por mim e eu acordava assustada, tremendo e arfando, e isso perdurou a noite toda, apenas quando começou a amanhecer eu pude dormir um pouco.

Mas no fim era melhor ter permanecido acordada, sonhei com Bree, ela ria e corria de mim, mas não estávamos brincando, eu corria atrás dela, gritando com lagrimas nós olhos, tentando avisa-la, eu via as sombras em volta dela, quase a alcançando, mas ela não via, e continuava indo em sua direção.

Acordei com um grito em minha garganta.

Tive que esperar alguns minutos respirando para me acalmar.

Automaticamente procurei Edward com meus poderes para me confortar, senti-lo era um ato tão comum que quase não se percebia quando o fazia, mas agora eu sentia como se houvesse um buraco em mim onde uma vez nós ligava.

Aquela sensação ruim passou por mim, fazendo recuar, nossa ligação tinha sido cortada, não tinha como mais alcança-lo, e eu sabia que precisava parar de procura-lo.

Pensei por um minuto, se eu ainda o procurava, será que ele também não fazia o mesmo? Normalmente, isso viria apenas como pesadelos ou algo do tipo, mas como ele não dormia mais, não tinha a menor ideia de como iria se manifestar nele.

Mesmo que eles não nos sentissem, eles ainda precisavam de nós, por isso apenas separavam anjos e protegidos quando a morte chegava em uma das partes.

Levantei-me da cama tentando deixar tudo aquilo para outra hora precisava me concentrar no teria que fazer agora.

Tinha que me acostumar que logo eu seria uma humana comum, como muitas outras no mundo.

Peguei a nécessaire e me dirigi para o banheiro, tomei um banho, penteei o cabelo e o prendi em um coque alto, coloquei uma calça alfaiataria bege e uma blusa azul marinho rendada, decidi não passar muita maquiagem, então preferi passar apenas um gloss e desci para tomar o café da manha.

Charlie estava tomando uma xícara de café enquanto lia o jornal, mas assim que entrei na cozinha seu olhar recaiu em mim, ele sorriu e eu retribui, fui em sua direção e dei um beijo em sua bochecha , fazendo com que ele se engasgasse.

— Bom dia, Charlie – disse rindo de sua reação.

— Bom dia, Isabella, dormiu bem?

— Maravilhosamente – menti não querendo que ele se preocupasse a toa - E me chame de Bella, por favor. - pedi, mas o mesmo não respondeu deixando claro que ele ainda iria me chamar de Isabella.

Ri com isso, de uma forma estranha, não ficava irritada com ele por me chamar pelo meu nome inteiro.

Fui até a fruteira e peguei uma maçã, mordendo-a e indo a direção à porta da cozinha.

— Para onde está indo? – Charlie perguntou.

— Para a escola – respondi simplesmente

Antes que saísse de casa, escutei um “Boa sorte” vindo da cozinha e eu respondi gritando um “Obrigada” em resposta, me dirigi a picape de Charlie, explodindo de ansiedade por fazer algo tão simples para os humanos, mas para mim àquilo era algo que eu nunca faria na vida, assim que rodei a chave de ignição o motor rugiu e eu ri divertida com o barulho incrivelmente alto que ele transmitia.

Certo e agora?

Eu nunca tinha dirigido na minha vida e nem ensinavam isso no treinamento de anjo já que nós voamos, isso claro tirando o fato que se um humano visse um carro se dirigindo sem motorista provavelmente não acharia nada normal.

Mas era boa em aprender apenas olhando, Edward era uma pessoa que adorava dirigir, mas sabia que ele não era um tão bom para comparação, já que mesmo que apreciasse a velocidade conseguia ver que ele era um pouco exagerado nesse quesito.

Não que isso fosse um problema, ele não se machucaria, mas eu... Agora não tinha essa mesma sorte.

Mas pelo menos sabia o básico e isso seria suficiente.

Comecei a imitar o que faziam, na minha primeira tentativa o carro simplesmente avançou um pouco e depois morreu, tornei a ligá-lo e tentei de novo, nada dessa vem, nem se moveu, apenas desligou.

Respirei fundo, me mantendo calma e tentei pela terceira vez, sorri quando consegui finalmente ir em direção a escola.

Achar o Colégio Forks High foi fácil, além de eu ter feito esse caminho um milhão de vezes, a escola ficava, como todas as outras coisas daquela cidade, perto da rodovia, ela era basicamente um conjunto de casas iguais, construída por tijolos marrons com muitas arvores e arbustos, mais parecia um parque do que qualquer outra coisa.

Estacionei com dificuldade na frente do primeiro prédio, que tinha uma plaquinha em cima da porta dizendo “SECRETARIA”, sai animada da picape, incrivelmente estava achando aquela experiência mais legal do que achava que séria e fui em direção a porta, lá dentro era bem iluminado e mais quente do que imaginava, o escritório era pequeno; uma salinha de espera com cadeiras dobráveis, carpete laranja, avisos e prêmios abarrotados pelas paredes e um grande e ruidoso relógio. A sala era partida ao meio por um grande balcão, cheia de cestas de arame repletas de papéis e anúncios coloridos colados na parte da frente. Havia três mesas atrás do balcão, uma delas ocupada por uma mulher ruiva, usando óculos. Ela vestia uma camiseta roxa, fui a sua direção sorrindo, ela olhou para mim interrogativa.

— Posso ajudá-la?

— Bom dia! – falei – Sou a aluna nova, Isabella Swan.

— É claro – disse ela – seu tio não nós disse quando ia começar, então não temos muitas coisas prontas – ela começou a percorrer uma pilha precária de documentos em sua mesa até achar os que procurava. - Seu horário está aqui, e um mapa da escola. - Ela trouxe várias folhas até o balcão para me mostrar. Ela me ditou todas as minhas aulas, mostrando-me no mapa a melhor maneira de chegar até elas, e me deu um papel para que todos os professores assinassem, que deveria trazer de volta no fim do dia. Ela sorriu para mim e foi nesse momento que nossos olhares se encontraram.

Vi que ela tinha um queda pelo diretor, e como se sentia inferior comparado a sua irmã mais velha rica e como tinha raiva daquela cidade e também como ficava feliz com seu gato de estimação, Spky.

Senti o papel escorregar da minha mão, me fazendo desviar o olhar de seus olhos para o chão, me agachei peguei o papel, ela sorriu para mim e eu tentei sorrir de volta da forma mais convincente possível, me despedi e sai de lá o mais rápido possível.

Eu odiava isso, todas vez que eu olhava no olho de alguém eu podia ver, se quisesse, se ela era uma pessoa boa ou má baseando em seu passado, mas se a pessoa estive olhando em meus olhos e eu olhasse em seus olhos, eu não tinha opção eu era obrigada a ver tudo sobre ela, mesmo não querendo, mas isso nunca foi um problema, já  que eles não me viam, eles não olhavam para mim, simples assim

Quando cheguei de volta na caminhonete, outros alunos começavam a chegar. Fui atrás do tráfego, contornando a escola, tomando o máximo de cuidado para não bater em nenhum carro no caminho, o que era muito mais difícil do que todo o caminho até a escola. Quando estacionei, a primeira coisa que percebi era que o brilhante Volvo de Edward já estava ali, mas não tinha nenhum sinal deles em nenhum lugar do estacionamento, e a segunda era que havia muitas pessoas ali, meu estomago se revirou e minhas mãos começaram a tremer e levou junto toda a minha felicidade de ir para a escola.

Onde estava com a cabeça de achar que o ensino médio seria legal? Por que aceitei isso mesmo?

Olhei para o mapa na caminhonete depois o enfiei dentro da mochila, coloquei a alça sobre o ombro e respirei bem fundo. "Posso fazer isso", eu finalmente exalei e sai do carro.

Mesmo que tivesse vindo ali antes, nunca de fato havia entrado na escola de Forks, até mesmo na primeira vez em que os Cullens vieram para essa cidade, a muito já não os acompanhava mais durante as aulas, meu conhecimento sobre os alunos e sobre o lugar se limitava ao refeitório, quadra e o telhado onde costumava ficar, e sobre os alunos sabia muito menos, se limitando apenas alguns que eram suficientes irritantes a ponto de serem mencionados pelos Cullens.

Assim que cheguei ao refeitório era fácil de ver o prédio três. Um grande "3" estava pintado num quadrado branco no casto leste do prédio. Senti minha respiração acelerar cada vez mais enquanto me aproximava da porta. Tentei me acalmar, sem sucesso nenhum.

Entrei na sala de aula, entreguei o papel ao professor, um homem alto e calvo. Sua mesa tinha uma placa que o identificava como Sr. Mason. Ele ficou me olhando assim que leu meu nome - o que não era encorajador - e lógico que fiquei vermelha igual a um tomate, nem um pouco acostumada a ser o centro das atenções.

Ele me mandou que me sentasse, felizmente o único lugar vazio era no fundo ao lado de uma garota de tranças que parecia muito concentrada em seu dever, pelo menos assim não poderiam ficar me olhando.

Fixei meu olhar na lista de leitura que o professor tinha me dado. Era bem básica: Brontë, Shakespeare, Chaucer, Faulkner. Já tinha lido todos quando tinha um tempo livre de cuidar de Edward. Isso era reconfortante... Pelo menos não teria que ficar me preocupando com mais alguma coisa na minha mente, fiquei olhando pela a janela e vendo os pássaros ao longe voando, ou simplesmente olhando o Céu enquanto o professor dissertava sobre poesias.

Quando bateu o sinal, um garoto meio desajeitado, alto, cabelo preto como carvão se encostou ao batente da porta para falar comigo, engoli em seco sem saber para onde ir, ele era Eric Yorkie, um garoto do clube de xadrez e parte do jornal da escola, ele tinha um anjo chamado Kevin, Eric era um cara normal, um humano totalmente normal.

Apenas o conhecia, por seu anjo uma vez ter tentado, sem sucesso, ganhar de mim em um desafio aberto.

— Você é aluna nova, não é? - ele parecia do tipo muito prestativo.

— Sim...? - respondi me xinguei mentalmente quando percebi que pareceu mais uma pergunta do uma resposta.

Corei quando as pessoas se viraram na minha direção curiosas.

— Qual é a sua próxima aula? - perguntou Eric.

— Hmmm, educação cívica, com Jefferson, no prédio seis.

— Vou para o prédio quatro, posso mostrar o caminho... se quiser, meu nome é Eric.

Por pouco não digo "Eu sei", mas quando me dei conta do que iria me entregar apenas disse um "Obrigada" sorrindo um tanto insegura.

Voltamos pelo refeitório até os prédios do sul, perto do ginásio. Eric me levou à porta, embora tivesse uma placa bem evidente.

— Então, boa sorte - disse ele enquanto eu pegava a maçaneta -Talvez a gente tenha mais aulas juntos - ele parecia esperançoso.

Sorri agradecida e entrei na sala.

O resto da manhã se passou do mesmo jeito. Meu professor de trigonometria, Sr. Varner, foi o único que me fez parar para me apresentar para sala. Eu gaguejei, corei ao seguir para minha carteira.

Na aula de trigonometria e espanhol Jessica se sentou ao meu lado e me acompanhou até ao refeitório na hora do almoço, tentei não fazer desfeita, mas eu já sabia que ela não era uma pessoa lá muito agradável para ter uma amizade.

Sabia do ódio que Rosalie possuía por essa humana em específico.

Jessica era bem baixinha, com vários centímetros a menos do que os meus, mas o cabelo escuro e encaracolado ajudava a balancear nossa diferença de alturas, parecia uma pessoa legal, mas ela na verdade era fofoqueira e intrometida, enquanto ela discorria sobre os professores e sobre as aulas, eu sorria e balançava a cabeça.

O que para mim era reconfortante, não ter o que pensar em assuntos era algo que eu agradecia ternamente, e mesmo já não gostando muito de Jéssica pelo menos sua companhia era fácil.

Sentamos no final de uma mesa cheia dos amigos dela, os quais ela me apresentou, eram dois meninos e duas meninas, apenas falei meu nome e fui educada.

Era um grupo interesse até, percebi que havia sentado com uma das meninas no começo do dia, Ângela era o seu nome, sentei ao seu lado com Jéssica no outro, franzi a testa um pouco com a forma que as duas se tratavam, não se parecia como Bree e eu nós tratavamos.

Parecia mais travado talvez.

Os outros dois meninos eram, como me foi apresentado, Mike e Eric, enquanto o último era bem legal o eu já não conseguia gostar do último, a forma como ele me apelidara “gata” fazia um arrepio passar por toda vez que ele falava, mas com toda certeza não de uma forma boa.

 Assim que olhei em volta do refeitório, vi os Cullens sentados em sua mesa habitual, todos estavam inexpressivos, mas sabia que isso não contava em muita coisa, eles sabiam atuar muito bem, enquanto olhava, Alice se levantou levando sua bandeja intocada de comida, largou-a e saiu porta a fora, meus olhos voltaram logo para os outros, que estavam lá e percebi que Jasper estava mal, provavelmente pela fome já que seus olhos estavam escuros, me amaldiçoei internamente por não poder ajudar naquele momento.

Se eu ainda fosse um anjo, tudo seria mais simples – pensei.

Observei Edward por um momento, querendo poder sentir o que ele precisava e ajudá-lo, mas a conexão já tinha sido desfeita e não havia nada que podia fazer.

Me levantei irritada comigo mesma, disse a Jessica que iria dar uma volta e sai do refeitório, enquanto andava pelos corredores acabei por esbarrar em alguém, assim que olhei para frente me deparei com Alice, engoli em seco enquanto meu estomago se revirava.

— Desculpa – finalmente consegui dizer, ela saltou um leve sorriso, inclinando a cabeça levemente.

— Tudo bem, foi culpa minha – Alice disse bondosamente – Meu nome é Alice.

— Isabella, mas pode me chamar de Bella – apresentei-me.

— Você é nova por aqui? – perguntou franzindo as sobrancelhas.

— Primeiro dia – falei fazendo uma careta que fez Alice rir.

— Que colar lindo o seu! – exclamou de repente extremamente animada

Segui o seu olhar, eu nunca o tirava e seu constante em meu pescoço era tão comum que até mesmo havia esquecido da sua existência.

A única coisa que veio comigo da minha antiga vida, era um cordão de couro e em sua ponta uma pedra, ela era toda negra com pequenas oscilações em toda a sua volta, mas ao coloca-la na luz ela cintilava como uma noite estrelada.

Elas não eram especiais no meu antigo mundo, por muitas vezes o rio jogava essas pedras em seu leito, era apenas jogar de volta no rio que ela simplesmente sumiria, não continha magica nem era valiosa.

Mas foi Bernard que havia me dado, como uma forma de promessa.

“Você sente a pedra?” — disse-me ele – “Sente como ela é firme? Mesmo que desgastada nunca muda” — ele suspirou sonhador – “Ela vai te manter você enquanto estiver com ele, mas quando estiver comigo eu prometo que eu mesmo irei o fazê-lo”.

Dei um leve sorriso, a pedra em si não podia fazer isso, mas naquele momento, que eu apenas queria desistir de tudo, era exatamente o que eu precisava.

— Obrigada – falei

— Que pedra é essa? – ela se inclinou para frente para ver melhor – nunca a vi antes

— Eu... – comecei tentando pensar em algo, mas parei assim que  olhei para Alice, olhos enegreceram por um momento e tão rápido quanto veio seus olhos clarearam e seu sorriso se tornou nervoso.

— Bem, nós vemos por ai! Tchau Bella! – Falou apressadamente, se afastou rapidamente sumindo na curva

— Tchau... – falei para o nada já sozinha no corredor.

Suspirei colocando o cordão dentro da minha blusa, me certificando que dessa vez ninguém mais o veria.

A curiosidade me correu por dentro, queria saber o que ela tinha visto para deixá-la dessa maneira, mas claro que não havia solução para isso.

Me sentindo totalmente inútil fiquei tentada a ir para o terraço e me acalmar enquanto sentia a brisa, como fazia quando inda era um anjo, mas nesse momento o sinal bateu, indicando o final do intervalo e tive que ir para a minha próxima aula que era Biologia.

Só que dessa vez não havia ninguém para me levar até a aula, o que me fez perambular pela escola por alguns minutos até decidir me guiar pelo mapa.

Quando entrei na sala de aula percebi que já estava atrasada, todos já estavam sentados e o único lugar vago era ao lado de Edward, quase tropecei em meus próprios pés quando percebi esse fato, fui até o professor para me apresentar e pedir para que ele assinasse meu papel.

Edward não fez reação nenhuma, nem olhou para mim quando sentei ao seu lado, apenas continuou olhando para frente como se não tivesse percebido que tinha uma nova parceira, já esperava isso, mas não pude evitar ficar um tanto chateada com seu comportamento.

O professor chamou a atenção da sala e continuou sua aula que Infelizmente era sobre anatomia celular, algo que eu já tinha visto muitas vezes na época em que entrava na sala com Edward. O que não me ajudava em nada, se ao menos fosse algo interessante eu podia me ajudar em ignora-lo.

Mas para mim era quase impossível com ele tão perto, eu sentia sua presença ao meu lado constante e firme, queria tocar-lhe a mão, sentir que ele ainda estava ali, preencher aquele vazio, mas invés disso ocupei-me escrevendo a matéria dita pelo professor.

Mesmo que não percebendo o que estava escrevendo de fato, os minutos pareceram passar torturantes.

Me assustei quando o alarme bateu o que fez o lápis em minha mão cair no chão, me abaixei para pega-lo, entretanto vi uma mão foi mais rápida o pega-lo antes que eu conseguisse.

— Olá - disse uma voz calma, musical. Eu olhei pra cima, abismada porque ele estava falando comigo. Ele estendia o lápis em minha direção, e o peguei agradecida.

— Meu nome é Edward Cullen - ele continuou. - Eu não tive a oportunidade de me apresentar. Você deve ser Bella Swan.

Minha mente se nublou, eu não estava preparada para isso, estava tão certa que Edward manteria distancia, que não tinha pensado em nada caso acontecesse, não era de feitio deles agir dessa forma e eu não conseguia nem ao menos pensar em algum motivo para isso, mas ali estava ele se apresentando para mim.

Os segundos se passaram entre o fim de sua frase a espera da minha resposta, até eu perceber que precisava o responder.

— Olá – gaguejei engolindo em seco, colocando minhas mãos em meus bolsos para que ele não percebesse o quanto estavam tremendo – Meu nome é Bella

Um segundo depois eu percebi o que havia falado, senti meu rosto esquentar, envergonhada deu um passo para trás, tentando achar uma ordem em meus pensamentos.

“É apenas Edward” — disse a mim mesma

— Desculpe – falei fechando os olhos por alguns segundos me libertando do seu olhar o que fez um pensamento coerente voltasse a mim - estou um pouco nervosa

— Tudo bem – ele riu – Sei como é ser aluno novo

— Não é fácil – confirmei recebendo um sorriso compreensivo em troca - Então... – continuei olhando em volta, vendo as pessoas saírem da sala – Acho que...

— Posso te levar para a sua próxima aula? – ele me interrompeu

Novamente fui pega de surpresa pelo seu comportamento, um sorriso preencheu meu rosto, o sim já se formava em minha boca quando a realidade voltou a mim, e toda a alegria foi diminuindo até se tornar amargura.

— Eu... desculpe... mas eu...não posso – Falei com a voz contida – Tchau Edward

Passei por ele rapidamente com a cabeça baixa, não tendo coragem para olha-lo em seus olhos, pois sabia que se o fizesse talvez mudasse de ideia.

Eu queria aceitar e o sentimento de arrependimento me corroendo só confirmava isso.

“Seria tão ruim me aproximar?”— uma parte de mim protestou.

A próxima aula era Educação Física, decidi não ir, ponderei ir para casa de uma vez, mas lembrei de que teria que deixar o papel na secretaria e desisti, fui atrás do prédio da escola e bem escondido na hera encontrei uma escada para o telhado, com um pouco de dificuldade consegui subir até o terraço e me sentei na borda do prédio, por um momento enquanto eu apenas respirava de olhos chegados sentindo a brisa pareceu que nada tinha mudado.

Que na verdade eu estava esperando Edward sair da aula para depois ir para sua casa como normalmente fazia, que eu ainda era um anjo, mas logo a triste verdade me abateu e eu sabia que continuar nesse rumo de pensamento, era doloroso de mais.

Então a minha conversa com Alice e Edward veio a minha cabeça e um sorriso cresceu em meu rosto sem que eu desse permissão, podia não estar acontecendo da forma que eu queria, mas... Eu realmente havia falado com eles e mesmo que não tivesse me saído tão bem, não mudava esse fato.

Vi Jessica e Mike saindo juntos, Edward apareceu um pouco depois, segui-o com os olhos, ele parou na frente do seu volvo, estranhei sua atitude, ele normalmente esperava seus irmãos dentro do carro, percebi o quando ele parecia inquieto, como seus braços mesmo que cruzados pareciam rígidos demais ou como seus olhos percorriam o estacionamento ocasionalmente com nervosismo.

O que está acontecendo?

Pensei em sair dali e ir para a secretaria, quando os irmãos Edward aparecessem então permaneci o mais quieta possível, já que qualquer som chamaria sua atenção.

Alice, Jasper, Rosalie e Emmet saíram do colégio juntos e se juntaram com Edward na frente do volvo, foi nessa hora que percebi que meu plano era falho, Alice poderia me ver aqui no futuro, já que agora não era mais invisível, e como instantaneamente Edward olhou em minha direção notando onde eu sempre estive.

Desviei o olhar para o céu, me levantei e sai do terraço, descendo pela escada.

“Ótimo”— pensei comigo mesma – “Agora eles acham que eu sou doida”

Fui lentamente até a secretaria para entregar minha papelada, quando entrei na quente secretaria a recepcionista que sorriu meigamente para mim.

— Como foi seu primeiro dia, querida? - a recepcionista perguntou, maternalmente.

— Bem – menti, mas ela não pareceu convencida.

Fui para o estacionamento diretamente para a picape sem olhar em volta, quando fui sair com o carro percebi que Edward não estava mais ali.

Franzi o cenho, confusa, estava com uma vontade de jogar tudo pro ar, a única coisa que o dia foi produtiva foi que eu descobri que se passar por uma humana normal era muito difícil do que eu achava que seria, como eu iria me fazer de humana pelo resto da minha vida? Como os Cullens aguentavam isso por tanto tempo?

Naquela tarde Charlie ligou dizendo que iria ter ficar no trabalho até tarde da noite, então como não tinha nada para mim fazer arrumei a casa toda, e fiz algo para comer, como não sabia muita coisa fiz uma macarronada, deixando um pouco dela na geladeira para Charlie, preocupantemente estava com muito sono.

Tanto que pela primeira vez sentia minhas pálpebras pesarem.

Não sabia se era o cansaço de ter ido para a escola, mas quando me deitei na cama o sono me levou quase como instantaneamente.

O sonho começou confuso, eu estava em uma clareira, exatamente aquela em que havia caído, mas havia algo diferente, conseguia conseguir ver, em sua escuridão, entre as arvores.

Tinha alguma coisa lá.

Recuei, mas não havia para onde ir, me virei para o outro lado, mas sentia a coisa me olhando por todos os lados, eu estava presa ali.

“Você é nossa”— uma voz veio até mim, me virei para o som, vi uma figura mais a frente, apenas o reconheci um segundo depois, seus olhos negros me encaravam com tristeza, queria ir até ele, mas algo em sua expressão me manteve ali.

— Edward – falei aliviada – O que...

Minha voz morreu quando Edward se adiantou, pegando em meu braço com tanta força que a dor disparou por mim, ele abriu a boca para dizer algo, mas quando sua voz saiu, não era a voz de Edward e sim de outra coisa "Vamos te encontrar Isabella"

Tentei me soltar de seu aperto, mas ele era forte demais, tentei empurrá-lo para longe, mas então havia uma faca estava fincada onde o havia empurrado, ele se soltou cambaleando para trás, via o ferimento o consumindo, seus olhos me encaravam com medo e traição.

— Não – falei me adiantando tentando alcança-lo – Edward... Não... Me desculpe

E então Edward não estava mais ali, havia sangue em todo lugar em que eu olhasse, vi o corpo de Angela, Mike, Charlie caídos em volta, flácidos e sem vidas, me ajoelhei ao lado de Charlie chamando seu nome, com minhas lagrimas caindo em seu corpo.

Foi então meus olhos se fixaram a minha frente, sete lápides, cada uma com um nome.

Carlisle, Esme, Jasper, Alice, Rosalie, Emmet e por fim Edward, todos mortos.

Queria fechar os olhos, mas os mesmos não me obedeciam.

"Nada a salvará, você é nossa, acha mesmo que pode se esconder de nos por muito tempo?"

Acordei assustada, senti mãos em meus ombros me balançando, quando abri os olhos me deparei com Charlie, sua expressão era de preocupação, comecei as soluçar, escondendo meu rosto entre as mãos.

— O que aconteceu, Bella? – ele perguntou preocupado – Você estava gritando

— Eles sabem, Charlie - falei entre soluços - Sabem que eu estou na terra, eles mandaram o aviso!

—Eles? O veneno? - perguntou assustado, mas eu não respondi minha cabeça estava no sonho, os corpos, as lapides, eu sou muito perigosa, não posso colocar ninguém nessa roda de morte em minha volta, nem os Cullens nem os humanos.

Fim do capitulo 9.


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Notas finais do capítulo

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