POV EDWARD.

Quando chegámos a casa, estacionei o carro na garagem e sai rapidamente do carro.

Tanya tinha adormecido a caminho de casa, exausta pelas lágrimas que teimavam em cair.

Peguei-a ao colo e rapidamente subi até ao quarto, onde lhe vesti uma roupa mais confortável, deitando-a em seguida.

Depois de a tomar fui tomar um banho quente e senti todos os meus músculos a relaxarem enquanto fechava os olhos.

Por um momento deixei que a água levasse as minhas preocupações. Quando isso deixou de ser eficaz, desliguei a água e sai da casa de banho.

Não podia continuar a enrolar mais as coisas.

Vesti apenas uma camisola de manga curta e umas calças de fato de treino.

Tirei o numero que a Dra. Jane me tinha dado e marquei-o.

- Consultório do DR. Alec Volturi. Em que posso ajudar?

- Boa tarde. Eu quero marcar uma consulta com o Dr. Alec.

- Certo tenho uma vaga para quinta feira às 15:30h. Está bom para si, senhor…?

- Cullen. E sim está óptimo.

- Venha meia hora mais cedo Sr. Cullen.

- Está bem, obrigada.

Desliguei o telemóvel e voltei para o quarto, onde Tanya dormia profundamente.

A minha vontade era ir até casa de Bella. Vê-la neste momento era o que eu precisava.

Mas isto não era sobre mim.

Tanya precisava de mim.

…

Tanya só acordou na manhã seguinte penso que tenha sido um mecanismo que usou para se proteger.

Contudo, quando abriu os olhos parecia ainda mais cansada do que no momento em que tinha adormecido.

Eu estava sentado na cama, com as costas apoiadas na cabeceira e quando acordou, Tanya suspirou e pousou a cabeça no meu peito.

Sem dizer nada comecei a acariciar os seus cabelos.

Depois de um longo momento resolvi quebrar o silêncio.

- Como estás querida?

Senti a minha camisola ficar molhada com as suas lágrimas.

- Eu estive a pensar e… Quero ir a outro médico. Ela pode estar errada Edward. Eu sinto que tenho aqui dentro um bebe. Um bebezinho.

- Balancei a cabeça ao lembrar das palavras da Dra. Jane.

- Marquei-te uma consulta para quinta feira.

- Outro médico?

- Sim outro médico. Não te preocupes, eu trato de tudo.

Tanya aconchegou-se melhor no meu corpo e voltou  adormecer.

…

Acordei algum tempo depois e resolvi levantar-me.

Sai da cama com cuidado e desci, pegando no telemóvel.

Esperei alguns segundos…

- Edward?

- Pai, preciso de falar contigo.

- O que se passa?

- Podes vir a minha casa? Não posso sair.

- Claro, vou já para aí.

- Obrigada.

Deixei o meu corpo cair para trás, e sentei-me na poltrona.

O meu pai seria a melhor pessoa para eu falar.

Meia hora depois ouvi o seu carro a parar e precipitei-me para a porta, não querendo que ele acordasse Tanya ao tocar à campainha.

Assim que abri a porta o meu pai apressou-se a chegar até mim, com o seu olhar a demonstrar preocupação.

- Edward? O que se passa, filho?

Não respondi e abracei-o com força.

- Obrigada por vires tão depressa pai.

O meu pai apertou-me no abraço e depois soltou-me olhando-me preocupado.

- Edward o que se passa?

- Entra pai. Mais vale conversarmos enquanto estamos sentados.

Dei-lhe passagem e fomos até à sala.

- Aconteceram tantas coisas pai. Estou perdido.

- Começa a contar desde o principio Edward para que eu possa perceber tudo.

- Sabes aquela amiga da Alice? A Isabella?

- Sim sei. A tua irmã já nos apresentou. O que é que ela tem haver contigo?

- Ela vai ser a minha nova secretária. Quando a Alice sobe que a minha se tinha despedido levou-a lá a amiga para que eu a pudesse conhecer. Claro que a Alice já me tinha feito a descrição completa da amiga, mas quando ela chegou eu… eu fiquei encantado pai. Tu sabes que mesmo tendo casado sem amor eu nunca trai a Tanya. Eu nem sequer olhei para outra mulher, mas a Bella… ela apanhou-me desprevenido e eu já não consegui mantê-la afastada. Num arranjei tudo para que ela se mudasse para o prédio aqui da rua, praticamente comprei o seu apartamento.

- E a Tanya? No meio dessa história contaste-lhe?
Abanei a cabeça desolado.

- Eu ia contar. No fim de semana passado fomos sair. Tanya ficou em casa e aproximei-me mais da Bella e… Não me olhes assim, não aconteceu nada entre nós – ele acenou com a cabeça para que eu continuasse – Quando voltei para casa estava decidido a falar com a Tanya. Afinal eu poderia continuar a ajudá-la sem estar casado com ela. Mas então…

Por um momento não consegui continuar a falar.

O meu pai continuou em silêncio, à espera que eu recuperasse a voz.

- Quando cheguei a casa Tanya tinha uma novidade para mim: disse-me que estava grávida.

- Eu vou ser avô?

- Não.

- Ela inventou?

- Não

- Edward fala.

- A Tanya está com uma gravidez psicológica pai. Tu sabes as características. Ela tem todos os sintomas de uma gravidez mas…

- Não há feto – ele completou.

- Exacto. Tal como a médica me tinha avisado, Tanya não acreditou que não está grávida. Não para de chorar. Num momento está numa angustia profunda e parece saber a verdade e no outro chora e diz que quer ir a outro médico.

- E o que vais fazer?

- Marquei consulta num psicólogo. Alec Volturi, conheces?

- Perfeitamente. Estás em boas mãos.

- O que é que eu faço pai?

- não vejo muito que possas fazer em relação à Tanya filho, apenas continuar ao lado dela como tens feito até agora e levá-la ao Alec. Quanto à Bella, acho que devias ir falar com ela. Tenho a certeza que ainda não lhe contaste nada.

- Não lhe disse absolutamente nada. Deixei de lhe falar de repente.

- Ela vai compreender. Conta-lhe a verdade filho. Se ela se sentir da mesma forma que tu, então não vai colocar entraves quanto à natureza da tua relação com Tanya. Ela vai perceber que precisas de estar ao lado da Tanya neste momento.

- Achas pai?
- Claro que sim. Ela pareceu-me ser razoável e inteligente. Vai perceber.

- O problema é que eu não posso sair daqui. Tanya não pode ficar sozinha. Não está em condições para isso.

- Ora filho. Para que é que servem os pais? – olhei-o sem entender. – A casa da Bella é naquele prédio certo? – assenti – então eu fico aqui com a Tanya e tu vais lá a casa explicar-lhe o que se passa.

Por uns momentos fiquei com cara de tacho a olhar para o meu pai.

Ora bem. Porque é que eu não me tinha lembrado disso mesmo?

- Hey Edward? – o meu pai estalou os dedos à minha frente fazendo com que eu o olhasse – vai

- Certo. – levantei-me com intenções de me precipitar porta fora quando me lembrei de outra coisa – vou tomar um banho.

Carlisle começou a rir.

- Vai lá meu filho.

Trotei as escadas e entre no quarto sem fazer barulho.

Nunca tomei um banho tão depressa como agora.

Vesti umas calças de ganga e uma camisola de manga curta e voltei a descer.

- Pai se for preciso alguma coisa liga-me.

- Se acontecesse alguma coisa, Edward, provavelmente eu saberia melhor como cuidar disso como tu – apontou para o próprio peito – sou médico lembras-te?

- Certo – balancei a cabeça lentamente, sentindo-me um completo atrasado. – Vou indo.

Carlisle tentava prender o riso e bem, quem o poderia culpar, dado o meu comportamento?

Virei-me para a porta e fui o mais rápido possível até à casa de Bella. Eu realmente precisava de vê-la.

Quando foi que me tornei tão dependente de alguém?