Máscara Omega escrita por MrSancini


Capítulo 18
Verdadeira / Forma




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Christie

Finalmente, seis anos depois de eu perder minha família, meu lar, ter meu corpo modificado por esses caras, viver uma vida tranquila e ter essa vida perturbada por eles. Era hora de um pouco de retribuição.

Não penso duas vezes e vou pra cima de Sanguini, que é resguardado por um dos estudantes, que assumira uma forma robótica dele.

—Você acha que é uma heroína só porque salvou umas pessoas? – Sanguini debocha, enquanto o guarda dele entra em minha frente e começamos a trocar golpes. – Você não sabe nada sobre governar e lidar com pessoas.

—Não sei mesmo... – Digo, enquanto defendo os golpes do Sanguini robótico, o real não fazia nada. Não é como se ele quisesse fazer isso. – Eu sou uma garota que mal fez dezoito anos há alguns meses. Eu não tenho tanto traquejo social quanto gostaria porque perdi tudo seis anos atrás. Mas... – Dou uma sequência de socos na barriga do robô, seguidas de um gancho. – Quando recomecei, eu tive um amigo que me ajudou, e por mais que ele seja um pé no saco quando banca o inteligente. – Olho para Julio, com o canto do olho. – Ele é o melhor amigo que alguém poderia pedir... – Corro para cima de Sanguini, que voa para trás, enquanto o robô vem pra cima de mim, me atacando pela lateral, com um chute duplo, fazendo com que eu caia no chão. – Quando estive a beira do desespero, ele manteve a calma e me ajudou... Muitas vezes.

—Eu vou destruir essa linda amizade... – Sanguini dispara brocas na minha direção, eu pulo para desviar de cada uma delas, mas bem... Os resultados disso na escola não foram lá muito bons, uma das brocas atingiu a passagem do prédio principal da escola pro anexo, destruindo-a.

—Não sem antes destruir a escola primeiro, hein. – Digo, tentando não ser irônica demais. – E mais, eu não vendo aqueles que estão ao meu redor em troca de poder...

Giro o dispositivo do meu relógio, para atingir a forma Dash, já que percebi Sanguini partindo pra cima de mim em velocidade. No momento em que ele vai acertar um soco em mim, me abaixo, acertando um direto no queixo. Começo a aplicar uma sequência de socos, no peito e na barriga, pegando-o pelo braço e o jogando na direção do guarda que estava com ele.

Volto a forma normal de Máscara Omega, e é um tanto engraçado ver o Sanguini acertando o próprio aliado em alta velocidade. Tiro uma chave da cintura e a raspo na perna, com ela começando a pulsar de poder.

Dou três passos para trás, corro e salto, tentando acertar uma voadora em Sanguini, que coloca o próprio aliado na frente, para receber meu ataque. O impacto do golpe os arremessa longe, quebrando uma das paredes da escola.

—Oops... – Dou de ombros. Espero que ninguém tenha visto isso.

O que eu também não vejo é uma broca negra cruzando o ar e acertando meu peito, explodindo e fazendo com que eu vá parar longe, batendo na parede do anexo. Eu ficaria um bom tempo no hospital se não fosse o traje de Máscara Omega. Me levantando, vejo Sanguini e o robô guardião dele, que tinha um buraco no peito. Não dava pra ver o outro lado, mas sim os circuitos internos.

Sirenes começam a tocar, a polícia, os bombeiros e a imprensa está aqui em peso do lado de fora da escola. Ótimo, quando tiramos todas as pessoas que poderiam se machucar, aparece mais gente. Só espero que não tenha nenhum JJ pra me chamar de homem-aranha e colocar a culpa em mim.

—O que foi, cobaia? – Sanguini provoca. – Você não ia acabar comigo, por ter feito o que fiz?

—Estou esperando você acabar com a minha linda amizade. – Corro até os dois, e começo a lutar novamente com Sanguini e seu robô, ao mesmo tempo.

Ele sabia que não poderia entrar em alta velocidade sem eu fazer o mesmo, então o que ele pode fazer é disparar brocas, ou levantar a poeira para tapar a minha visão. O que está me impedindo de lutar pra valer com o Sanguini é o companheiro robótico dele, o que posso fazer para destruí-lo?

A escola provavelmente vai fechar por um bom tempo pelos estragos da luta. Pelo menos não fui atingida por alguma broca explosiva.

—Você tem ao menos fibra, isso eu posso dizer... – Sanguini ri. – Vou colocar isso na sua lápide, era uma vadia de fibra... Agora fico imaginando como seria a do Julio, quando eu o matar... Preto insolente. É, vai combinar com ele. Jéssica... Puta ingrata. Agora, aquela cópia sem valor... Enterro como indigente, nem preciso insultar mais ela. Não vai ter quem chore.

—NÃO INSULTE A ALICE! – Grito, perdendo o controle, giro o dispositivo pra usar novamente a forma Dash e parto em velocidade, socando Sanguini consecutivamente, e terminando com um chute duplo, que o faz atravessar a parede.

Vou até o robô guarda, que mal podia reagir pois estava em uma velocidade menor que a minha, pego pelo braço e o jogo no chão com um estrondo. Uso essa velocidade pra subir no alto do prédio principal e retorno a minha forma normal. Tiro novamente uma chave da cintura e a risco no meu braço direito.

Com o braço pulsando de energia, eu dou um salto, com o corpo de lado e o cotovelo apontando para baixo. A gravidade faz o resto do trabalho, com meu cotovelo acertando o robô Sanguini e o fazendo em mil pedaços. Me levanto como se não fosse nada e me posicionando, vendo que um atordoado Sanguini surgia.

—Vamos lutar... – Minha voz é trêmula, de raiva.

 

Julio

Enquanto Christie pegava o chefão e um guarda, eu encarava outras três cópias robóticas do Sanguini. Claro, como eles não tinham a menor personalidade, eu não podia nem conversar com eles, no máximo eu escutava a troca de insultos entre a Christie e o prefeito.

—Sabe, vocês poderiam falar alguma coisa... – Digo, me esquivando dos golpes dele, abaixando e saltando, dependendo do tipo de ataque. – Tipo, "ah, eu gosto de batata frita com linguiça acebolada no jantar..." ou "adoro nadar nos finais de semana, pena que moro numa cidade na região serrana.". E aí eu retrucaria, poxa, batata com linguiça acebolada é legal. Mas sabe o que é mais legal?

No que pergunto, os três robôs param, eu saco uma carta e a passo pelo LED. A Delta M-Gun surge em uma das minhas mãos e dou três rajadas de tiros, uma em cada um deles.

—Isso aqui! – Assopro o cano da arma, mesmo que meu sopro não chegasse ao cano por conta do capacete, e nem havia fumaça. – Só que eu lembro que vocês tinham a personalidade de um cactus.

Corro, disparando uma rajada de tiros em um dos robôs, enquanto abaixo evitando um golpe de outro, o chutando duas vezes seguidamente. O terceiro consegue chegar por trás de mim e me segurar pela cintura, numa versão mais agressiva dos enlaces de Angela quando andamos de moto. Ele me ergue e me atira por cima da cabeça, e tudo o que vejo é o mundo girar, quando acerto o muro do pátio externo.

O filha da mãe tinha me dado um suplex... E se não fosse a armadura, eu certamente estaria no hospital dizendo MELÃO. Eu tenho três adversários, preciso dar um jeito de diminuir isso. E mal me levanto, já começo a ver minha expectativa de vida diminuindo, quando uma das brocas de Sanguini vem em minha direção, vinda da luta da Christie. Mas se eu sair daqui, a broca vai explodir o muro, podendo machucar alguém que está lá fora.

Tiro uma carta do deck e a coloco no LED, fazendo com que a M-Gun que havia caído desapareça, e em minha mão surga a Delta Shotgun. Puxo o gatilho e o disparo acerta a broca, causando uma explosão no ar. Não, não vou desistir... Parto pra cima dos três, disparando sempre que mais de um chegava perto de mim.

—AAAAGH! – Gritei, mais de frustração do que qualquer outra coisa. Era horrível, lutar assim, eu não conseguia fazer um avanço real, eles não me atacavam, mas eu não conseguia causar danos neles.

Quer saber, dane-se a cautela e minha inteligência. Nem tanto, mas... Já me decidi. Corro para cima do robô mais próximo de mim e começo a trocar golpes, ele ataca e eu defendo, e vice-versa. Quando decidi melhorar minha forma física, eu passei a praticar boxe. Era difícil conciliar a vigília da cidade com isso, mas acho que funciona, porque meus reflexos e minha esquiva dão certo, assim como meus ataques.

Claro, eu não lutaria feito Deontay Wilder da noite pro dia com umas aulinhas de boxe. Mas, meus socos estão muito melhores e mais efetivos, do que quando me transformei em Máscara Delta pela primeira vez, onde eu era um moleque desajeitado dando socos.

Quando outro robô se aproxima do meu combate mano a mano, eu esquivo do ataque com uma naturalidade incomum, o pego pelo braço e o arremesso na direção do terceiro robô, que se aproximava. Nisso, o primeiro robô, que é o que eu lutava, acerta um direto no lado esquerdo do meu rosto... Ou o que seria, se eu não tivesse com o traje de Máscara Delta.

—Hoje não, amigo... – Se o robô pudesse ver debaixo do capacete, veria um sorriso meu.

Acerto um primeiro soco com força, na altura das costelas, se o robô fosse um humano. Eu não havia medido a força do golpe, mas havia aberto um buraco ali... E não havia sido um golpe com minha mão dominante. O segundo golpe, com a direita, é no estômago, e acerto um terceiro, quarto, quinto golpes, alternando as mãos. Naquele momento, eu me sentia como os grandes boxeadores da história em lutas decisivas. Não havia nada, nem ninguém (e como eu estava com o capacete, nem mesmo uma mordida na orelha) poderia me deter.

—E agora... – Saco duas cartas ao mesmo tempo e as coloco no LED do cinto, o que fazem com que uma pistola amarela com um aspecto parrudo surja... – Essa eu não sabia. – Eu havia sem querer, fundido a Delta Pistol com a Delta Shotgun... – Bem, aproveite... – Aponto a pistola para a cabeça do robô, que já não estava em um bom estado e disparo, separando-a do corpo.

Os dois outros robôs percebem o que fiz, e começam a fugir. Mas não iriam longe. Aquele era o meu momento, e não seriam oponentes covardes que o estragariam. Coloco uma carta na parte de trás da pistola e atiro em um deles, atravessando-o e o fazendo explodir.

—E isso aqui... – Jogo a arma no chão e seguro o outro robô Sanguini por trás. – É pelo suplex que você me aplicou. – O ergo e dou um salto, descendo de cabeça no chão, afundando o crânio robótico dele no concreto, e admito, aquilo doeu em mim porque eu caí no chão, felizmente não de cabeça. Por fim, pego a pistola que havia largado e dou um último tiro para destruí-lo de vez.

Uau! Nem acredito... Mas, a luta ainda não havia terminado. Eu escutei um grito sem sentido da Christie pouco antes de finalizar a luta. E quando olho para ela, vejo Christie se preparar pro combate, numa posição menos guerreira e mais selvagem. Sem pensar duas vezes, corro até ela, logo após ela dizer algo.

—Ei... – Dou um tapa no ombro esquerdo dela. – Não vou deixar você ficar com toda a diversão de socá-lo.

Respirando fundo, vejo Sanguini saindo de dentro do colégio, ele parecia colérico.

 

Alice

Não consigo sentir nada além de pena desses robôs. Além do azar que tiveram de serem cópias de Sanguini, não passam de cascas sem alma da Cruz Mortífera. E eram um projeto pessoal do próprio Santiago, ao contrário dos monstros que Johann criava, que podiam ter ao menos imitações pálidas do que os humanos sentem.

Será que eu também era como aqueles monstros, e tudo o que estava sentindo não passava de uma imitação? Esses robôs não eram grande desafio, com a minha espada, consigo mantê-los a distância e pensar em como atacar.

—Pobres seres... – Digo, defendendo o ataque dos três com a minha espada, chutando cada um para trás.

Eu não vou ajudar em nada com essa atitude complacente. Salto para evitar uma das brocas, atiradas por Sanguini. Os três clones robóticos voltam a me atacar, dessa vez disparando suas garras e eu não sabia que eles podiam fazer isso. As rajadas dos três me atingem, jogando-me para trás.

—Tudo bem, isso foi erro meu. – Corro novamente pra cima deles, esquivando do soco do primeiro, com um salto por cima dele e dando um chute em suas costas, o segundo atira novamente as garras, eu uso a espada para defletir os disparos. O terceiro salta pra cima de mim, tentando me socar, eu o pego pelo braço em pleno ar e o arremesso na direção do primeiro.

Parto pra cima do segundo com a espada, cortando na horizontal, vertical e diagonal, seguidamente, para logo depois dar uma joelhada na altura do estômago e o acertando com o cabo da espada, derrubando-o no chão. O primeiro vem pra cima de mim, atacando com socos, que defendo, embainhando a espada. Só que ele se apoveita que segurei suas mãos para me acertar uma potente cabeçada, que me arremessa alguns metros longe.

—Isso foi criativo, admito... – Levanto-me mais uma vez, até que tudo o que tenho tempo de fazer é colocar meus braços em forma de X para me defender de uma voadora dada pelo terceiro.

Saco uma moeda e a raspo no braço, sentindo-o pulsar de energia. Enquanto corro para cima do primeiro oponente, paro pra pensar... De onde vem esses objetos que eu e Christie somos capazes de tirar pra realizar certos ataques? Ou mesmo as cartas do Julio, que parecem ser infinitas. Tipo, eu e Christie só imaginamos o objeto e o retiramos do próprio traje. É melhor eu não pensar nisso ou vou me sentir confusa.

Pulo pra cima do primeiro e dou uma voadora com os dois pés, derrubando o mesmo no chão. E enquanto ele está caído, acerto um soco na cabeça, que a destrói, mas abre um buraco considerável no chão, jogando pedaços de concreto para todos os lados. Bem, espero que isso vá parar na conta do prefeito.

Um já foi, faltam dois; que atiram uma rajada de garras nas minhas costas, cada um. Eu... Odeio... Isso... Saco mais uma moeda e coloco na entrada embaixo da minha espada, que havia sacado. Eu faço um circulo no ar com a mesma, e a arremesso, feito um dardo, que atravessa o segundo robô e o paralisa. Corro, dou um salto aplicando uma voadora, que atravessa o robô, destruindo-o de uma vez.

—Ei... – Aponto para o terceiro e o chamo para o combate. No momento em que dou os primeiros passos, indo para cima dele, sou atingida não apenas por uma, mas duas brocas atiradas por Sanguini, que me arremessam longe.

Por uns cinco segundos, talvez mais, eu não sinto nem escuto nada, até que quando minha visão volta, percebo que a poeira está entrando no meu traje e o capacete está com um buraco, na altura do visor, do tamanho de uma tampa de refrigerante.

Sinto também um pouco de sangue escorrendo próximo ao meu olho. Caramba, essa tinha doído pra valer, mas eu estava viva, o que significa que podia continuar lutando. Quando percebo, o último dos meus inimigos estava prestes a aplicar um soco em mim, que seguro.

—Não mesmo. – Após segurar o soco dele, com um movimento rápido, torço o braço. Obviamente ele não sente dor, mas sente a limitação do movimento. – É o seu fim... – O segurando pelo braço, o jogo para frente, e o puxo para mim, cortando-o com minha espada, finalizando o combate.

Caminhando lentamente, vou até Christie, que havia finalizado um dos robôs e se preparava para confrontar Sanguini. Chego no lado direito dela e dou um tapa no ombro.

—Você não está só, Christie... Vamos acabar com ele, todos nós. – Vejo que Julio também chegava para lutar.

Sanguini, que saía de dentro do prédio, parecia especialmente colérico.

 

Jéssica

Nossa, eu sou azarada... Logo na minha segunda luta, tenho que encarar o meu ex-chefe... Que por acaso vem causando caos na cidade e só na última semana matou mais de vinte pessoas. Os três robôs com a aparência do Sanguini, felizmente não eram lá mais fortes que alguns oponentes do Judô na época em que eu lutava a sério.

Os três tentam me atacar ao mesmo tempo, tentando se aproveitar da vantagem numérica, mas não conseguem. Dois que tentam me atacar de uma vez, eu pego pelo pescoço, e os socos deles incomodam tanto quanto mosquitos. O terceiro, eu dou diversos chutes, acertando-o com os espinhos da parte inferior de meu traje, para logo em seguida arremessar os companheiros dele em sua direção.

—Três contra uma? Podiam ser dez contra uma e não faria diferença alguma. – Provoco, correndo até eles e chutando o corpo de um dos robôs que estava caído.

Outros dois robôs me atacam, e me defendo com facilidade dos golpes deles, não havia o menor desafio. Me pergunto se eu conseguiria ter desafio se desfizesse a transformação. A resposta vem logo na minha cabeça: não. Porque toda essa força vem do traje, o que eu faço, é usá-la com minhas habilidades.

Enquanto me defendo dos robôs, o terceiro, que eu havia chutado, se levanta e dispara rajadas de garras, que me atingem diretamente. A distração momentânea acaba me deixando vulnerável aos outros dois, que fazem o mesmo, disparando as garras em mim, me derrubando pela primeira vez.

—Ah, vocês agora querem bancar os durões? – Provoco, me levantando. – Hora de levar isso aqui a sério.

Corro até o primeiro robô, começando a chutá-lo na cabeça, acertando-o com os espinhos da bota diversas vezes. Não quero ficar perdendo tempo com brincadeiras, então aperto um botão no Gamma Belt, fazendo os espinhos da bota girarem e acerto um chute giratório na cabeça do mesmo, arrancando-a com um estrondo. Os outros dois robôs partem pra cima de mim, e agarro um pelo pescoço, enquanto soco o outro na direção de uma broca de Sanguini, que vinha em minha direção.

A broca acerta o robô, abrindo um buraco em seu peito, fazendo-o deixar de ser um problema para mim no momento, tendo apenas o robô que seguro como oponente. Não era hora de brincar, ainda tinhamos um peixe grande pra pegar, então com meu outro braço arranco um dos braços do robô e o uso como uma arma para arrancar a cabeça do mesmo, desfazendo-o em pedaços.

O terceiro robô se levanta, mesmo com um buraco no peito. A visão era patética, eles não tinham nenhum senso de auto preservação. Sem nenhuma cerimônia, caminho até o robô de Sanguini. Eles não foram um desafio real, meio arrogante, sei, mas... Se eu não usasse toda a minha força toda, a população iria sofrer com o prefeito.

O robô me ataca com um soco, eu seguro o pulso dele e com um puxão, arranco o braço dele, que recua um pouco. Agora ele queria se auto preservar... Tarde demais. Pego o outro braço dele e o puxo também, arrancando. O robô tenciona fugir, no primeiro passo, eu passo meu braço pelo buraco que a broca havia feito, e o seguro pela lataria. Com a outra mão aberta, faço um corte nele, como se fosse uma faca, separando a cabeça do corpo. Tudo o que cai no chão, são pedaços de sucata.

As minhas mãos estão tremendo. Haviam sido robôs, mas ainda assim, eles se passaram por estudantes da escola. Imagina se esse tipo de força fosse usada contra pessoas reais... A dor e sofrimento que ela causaria. Mas lembro também do por quê eu lutava. Eu lutava por aqueles que não podiam se defender, e para ser a voz daqules que foram. Precisávamos acabar com Sanguini, que ameaçava essa pacata cidade.

Caminho até Christie, enquanto aparentemente Julio e Alice terminavam seus combates, Christie finalizava um dos robôs, que fazia a guarda de Sanguini. Se ele guardava Sanguini, devia ser o mais forte dos dez. Mas bem, ela parecia pronta pra lutar com ele.

Por fim, Julio, eu e Alice nos aproximamos de Christie, enquanto um colérico Sanguini saía de dentro da escola.

—Vamos lutar... – Christie diz, com a voz trêmula.

—Ei... – Julio dá um tapa no ombro esquerdo dela. – Não vou deixar você ficar com toda a diversão de socá-lo.

—Você não está só, Christie... Vamos acabar com ele, todos nós. – Alice tocava o ombro direito de Christie.

—Eu acabei entrando nessa por acaso, mas... – Dou uma risada. – Temos uma boa razão para não desistirmos agora.

 

Christie

—Obrigado por estarem ao meu lado, pessoal... – Agradeço, me acalmando um pouco.

Ali, com aquelas pessoas, eu consegui controlar a raiva que tinha. Mas ainda estava disposta a destruir Sanguini, de maneira dolorosa. Só que aparentemente Sanguini tinha outros planos, ele parece lívido quando sai do prédio da escola. Uma fumaça roxa sai do corpo dele.

—Eu definitivamente não queria ter de apelar pra isso... – Ele começa, com um tom de voz calmo. Mas vocês me obrigaram a isso. – O corpo dele começa a brilhar. – TESTEMUNHEM, A EVOLUÇÃO DA RAÇA HUMANA!

Uma explosão ocorre onde o corpo dele está e o impacto joga nós quatro para trás. Quando nos levantamos, vemos que o prédio principal da escola estava completamente destruído, e os anexos do primário e ginásio estávam severamente danificados. Espero que a prefeitura pague por isso. E o corpo de Sanguini havia mudado, antes ele lembrava um pouco o Conde Drácula, alto, pele branca como a neve, capa negra, aspecto meio clássico de como se retrata ele. Agora, ele era uma criatura de dois metros e meio de altura, pele dourada e sem cabelo, com três pares de asas roxas. Seus olhos eram completamente vermelhos, e ele não usava nada além de uma cueca.

—Eu não queria ser o portador de más notícias... Mas Sanguini está usando só uma cueca agora e tem dois metros de altura. – Julio diz ao meu lado.

—Pôxa, sério, Julio? – O sarcasmo em mim é tão forte quanto o dele. – Nem notaria isso se não fosse a pele dourada.

—Sem brincadeiras, vamos atacar! – Alice diz, se posicionando para correr.

Nós quatro corremos ao mesmo tempo na direção de Sanguini, que nem se mexe. Quando estamos a cerca de dois metros de distância, ele estende o braço e abre a mão direita, fazendo com que uma bola dourada flutuasse a um palmo de altura da mão.

—Inútil... – É tudo o que ele diz, antes da bola estourar e fazer com que nós quatro fôssemos arremessados pra trás com muita força, a ponto de batermos com as costas no muro.

Quando abro os olhos, antes de me levantar, olho para os lados e vejo que Julio, Alice e Jéssica não estão mais transformados, e estão feridos, com hematomas pelo corpo. Pelo visto somente eu estava ainda na forma de Máscara Omega.

—Três foram... – O tom de Sanguini é feliz. – Falta somente uma... Então, cobaia... Venha.


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