Corações e almas escrita por Barb B


Capítulo 3
Meu coração vai seguir




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/778023/chapter/3

Eram quase seis da tarde, o sol começava a se esconder atrás das montanhas que cercavam Havre. Jenny estava sentada em uma das mesas do restaurante em meio a papeis, notas e calculadoras. Neste horário, o movimento grande do dia, devido ao café e almoço, já diminuíra e, era hora de cuidar das contas e preparar o Cassidy´s para os fregueses que já começavam a chegar para jantar, tomar uma cerveja ou apenas comer um pedaço da deliciosa torta. “A melhor torta do país” dizia a Sra. Wolf, “a receita está na minha família há anos! ”. Elizabeth tinha muito orgulho disto. Preparava a receita ela mesma e como não tinha filhos, nem mesmo parentes vivos, provavelmente levaria com ela este segredo para o tumulo!

— Jenny – a Sra. Wolf falou se aproximando da mesa – Acho que por hoje já deu querida! Porque não guarda essas coisas e vai para casa?!

Jenny a olhou surpresa.

— Ir para casa? - Disse arqueando a sobrancelha. – E porque eu iria para casa a essa hora? Ainda tenho que terminar a lista de compras, fechar o caixa do almoço, os clientes já começaram a chegar e além do mais quem vai fechar o Cassidy´s?!

A Sra. Wolf sorriu e se sentou no outro banco

— Querida, este lugar já está aberto há mais de 30 anos e, tenho certeza que mesmo estando com a idade um pouco avançada eu ainda dou conta de cuidar das coisas por algumas horas, e o Bill pode muito bem me ajudar a fechar. Não é mesmo Bill? – Ela gritou se dirigindo ao garoto de cabelos escuros e óculos, do outro lado do salão.

— Claro, Sra. Wolf – Ele respondeu mesmo não sabendo qual era a pergunta.

— Está vendo! – Ela voltou a olhar para Jenny, ainda sorrindo. – Além do mais, você precisa de uma noite de folga!

— Folga! - Jenny riu balançando a cabeça. – Você tem ideia de como essa conversa é estranha, não é?!

A Sra. Wolf deu de ombros.

— O que importa? Não é um pedido!

— Está bem! Não vou discutir nem tentar entender, é melhor eu ir, estou mesmo precisando de um bom banho! – Jenny foi recolhendo os papeis e levou tudo para os fundos do restaurante. Dez minutos depois voltou carregando sua bolsa e o casaco.

— Bom pessoal, já estou indo embora, se precisarem de algo me liguem!

— Já vai?! – Mary perguntou surpresa.

— Sim! Afinal ordens são ordens. – Jenny olhou para a Sra. Wolf e piscou.

— Bill, fique de olho em tudo, ok?!  – Disse, antes da porta se fechar atrás dela.

A noite já era quase completa, quando Jenny passava pela estreita estrada que separava o centro da cidade de seu pequeno refúgio. Restava apenas o tom alaranjado no horizonte e já era possível ver a lua quase que completamente no céu. Com uma mão controlando o volante e a outra recostada na janela aberta, ela saboreava o vento que batia e, o cheiro dos pastos que margeavam a estrada era fresco e agradável. Ela lembrou da conversa com a Sra. Wolf e riu. – Foi estranho! – Pensou. – Aquela danada está aprontando alguma coisa.

Ela fez a curva e logo avistou a casa, mas havia algo estranho! Jenny foi mais devagar até parar completamente na frente da casa. As luzes estavam acesas, fumaça começava a sair da chaminé! Ela sentiu um arrepio percorrer o corpo, seu coração batia tão descompassado que ela podia ouvi-lo. Mesmo que tentasse falar não conseguiria, um terror tomou conta dela. Apertou suas mãos com força contra o volante. – Se controla! – Falou para si mesma. – Respira, devagar! – Em instantes ela começou a se acalmar, podia sentir o coração batendo mais devagar. Levou uma das mãos embaixo do banco e retirou uma pistola. Sem tirar os olhos da casa, abriu o porta luvas e pegou uma caixa, abriu e sob um fundo falso ela apanhou algumas balas e carregou a arma. Olhou novamente para caixa e meio contrariada pegou mais algumas balas, estas últimas eram de sal

— Nunca se sabe! – Ela resmungou.

Deixar o passado para trás não significa esquecer as lições que ele nos ensinou! Desceu vagarosamente da caminhonete e foi silenciosamente até a escada da varanda, de repente um vulto passou pela janela. Susto! Ela se abaixou e respirou mais uma vez! – Vamos lá!

Subiu as escadas, abriu a porta com todo cuidado para não fazer barulho e foi se esgueirando pelo corredor em direção a cozinha. A arma nas costas, pronta para......de repente, Scott surgiu na porta da cozinha segurando um pano de prato e uma garrafa de vinho.

— Ahh... você chegou!

— Meu Deus! – Jenny gritou. – Scott, é você!

— Claro, e quem mais poderia ser?! – Ele riu e foi em sua direção.

— Um ladrão, por exemplo! – Rapidamente, Jenny cobriu a arma com a camisa e tentou se recompor.

Ele deu um leve “selinho” em seus lábios e a olhou nos olhos. Ele sempre fazia isso, olhava tão diretamente nos seus olhos que parecia poder ver sua alma, era um olhar acolhedor e reconfortante que sempre a deixava paralisada.

— Ladrão? Em Havre? – Ele sorriu achando muito engraçado.

— E ladrões agora acendem lareiras?! Você está bem? – Scott perguntou dando um passo para trás notando que ela estava assustada.

— Estou, claro! – Jenny respondeu saindo do transe. – É que... bom, você me deu um enorme susto! Pensei que tinha alguém na casa.

— E tem! - Disse gargalhando e caminhando para a sala.

Foi só quando ela se virou para acompanha-lo, que notou a mesa posta para um jantar a dois. Uma toalha branca cobria a velha mesa onde repousavam, cuidadosamente arrumados, um candelabro de prata, pratos copos, talheres e um arranjo de flores do campo.

Scott acendeu as duas velas encaixadas no candelabro e, ainda de costas perguntou:

— Então, a Elizabeth conseguiu mesmo fazê-la vir embora mais cedo?! Tenho que confessar que achei impossível, já estava preparado para espera-la lá pelas onze da noite.

— Pois é, agora entendi as intenções dela. – Jenny sorriu, mas ainda estava tensa. Não tinha conseguido se acalmar completamente, e tentava assimilar o que estava acontecendo, afinal estava preparada para lutar e isso, era... um jantar romântico. A situação lhe pareceu tão inusitada e cômica que ela começou a rir de si mesma!

Scott caminhou até a porta onde Jenny ainda continuava parava.

— Tem certeza que você está bem?

Ela assentiu com a cabeça.

— Desculpe tê-la assustado, não era a minha intenção! – Scott a segurou pela cintura.

— E quais são as suas intenções, então?

— As melhores possíveis! – Ele se aproximou e beijou de leve seus lábios, novamente.

— Hum... certo! Então, eu vou subir, tomar um banho e volto para analisarmos seus dotes culinários.

— Ah, você vai se surpreender!

— Não tenho dúvidas. – Jenny se dirigiu para a pequena escada que levava aos fundos da casa e Scott voltou para a cozinha.

Jenny tirou a roupa e entrou no chuveiro. Enquanto se ensaboava, já completamente refeita do susto, riu da situação. Como era possível não saber realmente, nada das coisas simples da vida? Seria por que essas coisas nunca fizeram parte da sua vida antes? Nunca tivera uma vida simples e havia decidido a muito tempo que queria isso, queria muito! Depois de um banho demorado, sentia-se uma menina!

Vinte minutos depois, Jenny estava na cozinha. Usava um vestido curto, azul estampado, tipo camisão com um cinto largo e sandálias pretas!

— E então, como estou? – Perguntou enquanto dava um giro.

Scott se virou e a olhou.

— Linda! – Ele se aproximou e a abraçou pela cintura. – Perfeita!

Eles se beijaram, não um selinho como das outras duas vezes, mas um beijo quente e completo! Até que Scott interrompeu o beijo e se afastou.

— Bom, senhorita, nada de distrair o cozinheiro.

— Tudo bem, senhor cozinheiro, e o que devo fazer então?

— A única coisa que eu quero agora é que você se sente aqui. – Ele a conduziu pela mão até a bancada da cozinha e ela sentou num dos bancos – Enquanto eu lhe sirvo uma bebida e termino o jantar! – Ele encheu uma taça de vinho e entregou para ela.

Jenny bebeu um gole e olhou atenciosamente para a taça.

— De onde vieram todas essas coisas, taças, pratos, candelabros, vinho?

— Eu comprei! Comigo é serviço completo! – Ele riu.

— Estou vendo!

— Como eu disse, esperava que você demorasse para chegar, e por isso o jantar ainda não está pronto, mas me dê mais alguns minutos – E se virou para as panelas.

— Mas é claro! Dizem que vale a pena esperar pelas coisas boas!

Enquanto ele finalizava sua obra prima culinária ela se divertia observando. Scott era um homem e tanto para se observar, 1,85m, cabelos escuros bem curtos, olhos pretos. Ele vestia uma camisa branca que valorizava seus ombros largos, o porte atlético, a calça jeans justa deixava suas pernas fortes e torneadas bem evidentes, sem falar naquela bunda. Ela riu se lembrando que foi isso a primeira coisa que ela notou quando o conheceu, apesar das circunstâncias não pôde deixar de notar que ele tinha uma bunda linda! Riu sozinha dos seus pensamentos maliciosos!

Pensou um instante sobre o que estava acontecendo ali. Tinha vivido desde sempre, acostumada, melhor dizendo treinada, para pensar de forma analítica e estratégica, e além do mais, não era nenhuma menina inocente. Todo esse cenário, todo cuidado que Scott teve em criar o ambiente ideal. O esforço para que tudo fosse perfeito e ao mesmo tempo descontraído. Afinal, já estavam juntos, oficialmente, há três meses e, não tinham passado dos beijos entre um passeio e outro. Ele um homem, ela uma mulher. Inevitável que esse momento chegasse e toda a dedicação dele em preparar tudo aquilo a deixou muito confortável e feliz!

— Era hora de ir além! – Ela pensou.

Decidiu que aquele era o momento certo, o clima perfeito! Na verdade, ela queria isso também, ainda mais com alguém de quem gostava e que retribuía esse carinho. Seu coração estava pronto afinal!

— Está pronto! - Ele estava com ar de quem tinha vencido uma guerra.

— Que ótimo, estou faminta!

Ela foi para a sala levando as taças de vinho e ele, logo atrás carregando os pratos.

Já sentados, Scott levantou a sua taça.

— Nós vamos brindar a que? – Jenny ergueu sua taça também.

— Ao fato de você estar aqui…comigo! – Ele disse de forma doce, olhando bem em seus olhos.

Um calor tomou conta do seu rosto e ela corou!

— Um brinde, então!

Jenny nunca tinha sido cortejada assim, na verdade nunca tinha sido cortejada. Em toda sua vida, amou apenas um único homem. Houveram outros, claro, mas amor fora apenas um. Um amor intenso. Uma paixão avassaladora e não correspondida.

Agora era diferente. Ali estava um homem apaixonado, se desdobrando em cuidados e carinho, que podia amá-la, protege-la e lhe dar todo amor que ela merecia e ela estava disposta a corresponder. Era tão bom construir uma relação, uma história com alguém.

Mas será que aquele amor do passado estava verdadeiramente enterrado, ou só adormecido? Essa era uma pergunta que ela nunca se atreveu a fazer, muito menos agora.

— Está bom mesmo, ou você só está tentando me agradar? – Scott perguntou

— Está maravilhoso! Onde aprendeu a cozinhar assim?

— Bom... – respondeu, levantando as mãos em sinal de descaso – é um dom! Nasci com essa extraordinária capacidade!

Os dois riram.

— Não, sério... – ele continuou. – Sou um dos poucos homens numa família grande, repleta de mulheres. Eu gostava de ficar atrás da minha mãe na cozinha e, ela por sua vez se divertia me ensinado a arte da culinária. Essa receita está na minha família há décadas.

— Sua mãe é realmente uma excelente professora.

— E eu, um excelente aluno!

— Quando você vai parar de me surpreender? – Jenny estava verdadeiramente admirada. – A cada dia descubro algo novo sobre você!

— Você ao contrário nunca me contou nada sobre a sua vida. – Disse quase sem pensar. Sabia que algo de muito ruim havia acontecido com Jenny, mas ela sempre se fechava em relação a isso, de uma maneira inexplicável. Após tanto tempo não saberia nem ao menos dizer qual era sua cor, comida ou musica favorita. Mas assim que falou imediatamente se arrependeu.

Ela sentiu o peso das palavras, desfez instantaneamente o sorriso que estampara seu rosto durante toda a noite e voltou os olhos para o prato.

— Jenny.... Me desculpe. – Scott esticou a mão sobre a mesa até toca-la. – Eu não... eu não quis dizer isso... quer dizer, pelo menos não assim.

Jenny nunca quis falar sobre o passado, na verdade nos últimos anos tinha aprendido a nem pensar nele. Eles não podiam começar dali? Do exato momento em que se conheceram? Ela percebia que talvez não! Em outras oportunidades ele já tentara puxar assuntos relacionados a sua vida, de forma sutil, e ela delicadamente fugia do assunto, mas dessa vez ele fora bem direto, era nítido que isso o incomodava, era importante para ele!

Foi ela quem quebrou o silêncio constrangedor.

— Tudo bem!  Você tem razão, eu nunca falo nada sobre mim, enquanto você é um livro aberto.

Scott se sentiu mal por tê-la colocado naquela situação de vulnerabilidade, era nítido que aquela condição a deixava muito mal.

— Jenny me desculpe! Esqueça o que eu disse. Eu fui grosseiro demais, não tinha o direito de ser tão invasivo.

— Realmente eu não gosto de falar sobre mim e nem da minha vida antes de chegar em Havre, mas acredite não há nada interessante para saber. – Ela continuava remexendo a comida no prato, com os olhos baixos.

Scott percebeu que tinha sido um completo idiota. Estava tudo indo tão bem. Preparou uma noite especial e estragado tudo com um comentário desnecessário naquele momento.  

De repente ela largou o talher e olhou diretamente para ele, cruzando as mãos sobre a mesa.

— Vamos fazer o seguinte... como pagamento pelo jantar maravilhoso, eu responderei uma pergunta. Era arriscado, mas ela decidiu tentar, se era tão importante para ele, então falaria sobre o passado, pelo menos uma parte dele, afinal haviam coisas que ele não entenderia, algumas provavelmente ele nem acreditaria.

Scott foi pego de surpresa. Num instante ela estava ali encurralada, com medo, e no outro tomava as rédeas da situação com uma segurança e força impressionantes. Essa capacidade que Jenny tinha de reagir em certas situações sempre o deixavam confuso.

— Jenny não precisa disto. Realmente me desculpe, eu não tive intenção...

— Tudo bem! É justo...uma pergunta por um jantar. Assim você precisará de muitos jantares para me conhecer melhor! – Eela mantinha um sorriso maroto no rosto. – Vamos lá, pergunte! Qualquer coisa!

— Está certo! Mas tem certeza que isso não vai me custar uma expulsão da sua casa?

— Eu prometo! – Jenny levantou a mão em sinal de juramento.

— Hum... assim de repente.... Família! – Foi a primeira coisa que lhe veio à mente. Se havia uma chance de corrigir aquela situação era indo em frente.

— Eu sou órfã! – Jenny respondeu imediatamente, dando um gole no vinho.

— Orfã?! – Scott estava constrangido.

— Isso! Eu sou órfã, fui criada num orfanato, desde o nascimento até os 13 anos. Nunca conheci meus pais e nenhuma família ligada a eles. – Ela continuava com o semblante calmo, não aparentava sofrimento, nem tristeza e nem mágoa, apenas normalidade. Falava e mexia as mãos como se aquilo não a afetasse, e na verdade não afetava, tinha superado essa fase da vida há muito tempo.

Ao contrário de Scott que ficou chocado com a resposta, não pelo fato dela ser órfã, mas por ter abordado esse assunto e agora não saber o que dizer.

— Hã... desculpe, nem sei o que dizer.

— Não precisa dizer nada, está tudo bem.

— Eu sinto muito.

— Não precisa eu já superei isso há muito tempo.

Ele ainda estava extremamente constrangido mas prosseguiu. Jenny abrira uma oportunidade, sobre qualquer coisa e, por pior que fosse o tema escolhido Scott iria em frente, não queria magoá-la mas queria saber mais sobre a garota que para ele era um enigma, diferente de tudo que conhecera até então. Mesmo desconfortável arriscou ir mais um pouco.

— E depois? Você disse que viveu lá até os 13 anos, você foi adotada?

— Podemos dizer que fui adotada. – Ela deu outro gole no vinho. – Mas, eles se foram também.

— Morreram?! – De constrangido, Scott passou a incrédulo. Começou a achar que ela estava brincando, se vingando por ele ter sido um intrometido. Não imaginava que alguém pudesse ter uma vida tão cheia de má sorte! Mas num relance, se lembrou das condições em que ela chegou em Havre e achou, que talvez, podia ser verdade!

— Não. – Ela deu uma leve risada. – Na verdade eu que parti! Quando fiquei mais velha decidi ir embora, conhecer o mundo, sei lá!

— E eles?

— Não sei ao certo, perdi contato há uns quatro anos. Eles se mudavam muito. – Ela queria desesperadamente terminar o assunto, mas não deixava transparecer. – De qualquer modo foi bom enquanto durou. Eles cuidaram bem de mim, me ensinaram tudo que eu sei e sou grata a eles.

Ele entendeu que, apesar de Jenny se abrir, já tinha sido o suficiente. Mesmo tentando disfarçar ele pode sentir uma ponta de dor na última frase dela que parecia ser.... sei lá...saudade!

— Bom ...acho que já fui suficientemente idiota por uma noite! O que acha de mudarmos de assunto?!

— Ótima ideia!

— Perfeito! Então, o que você acha de, ao invés de falarmos, dançarmos?! – Ele se levantou, foi até a sala e começou a remexer no aparelho de som.

— Eu trouxe um cd que gosto muito!

Jenny não se virou, continuou bebendo o vinho que ainda estava na taça. Havia se saído muito bem na conversa, se sentia aliviada por não ter mais uma vez fugido, claro que não tinha contado nada esclarecedor, mas estava bom. Não queria realmente ficar remexendo no passado. Um leve som de jazz encheu o ambiente.

— E então?! – Scott estava em pé ao seu lado, a mão estendida e um largo sorriso!

— Dançar?! É sério mesmo?

— Mas é claro!

Jenny não protestou. Estendeu a mão e se deixou conduzir. Apenas as chamas da lareira acesa iluminavam a sala, o calor morno, confortável e acolhedor. Ele passou uma das mãos pela sua cintura e, com cuidado, a segurou delicadamente contra o seu corpo.

Jenny fechou os olhos e encostou a cabeça em seu peito. Talvez fosse o vinho, o som do saxofone, ou o calor da lareira, mas o fato é que ela se sentia leve. Assim, em silencio, movendo-se com passos calmos ela podia sentir as batidas do coração dele, seu perfume, seu corpo acolhedor, seus braços fortes.

Ela desencostou um pouco a cabeça, olhou nos olhos dele, e buscou seus lábios úmidos e quentes. Primeiro um beijo leve. Em seguida um beijo maior e então, ele buscou os lábios dela com ardor e desejo e ela se entregou, correspondendo com a mesma urgência!

Ele deslizava suas mãos por aqueles cabelos macios e cheirosos, enquanto ela se apertava contra seus braços. Jenny tirou a camisa dele e pode sentir seu corpo febril e suado, foi passeando com as mãos e beijando-o suavemente. Ele a encarava louco de desejo, passou a mão por baixo dos seus cabelos e segurou firme mordendo os lábios.

Ela o fez sentar no sofá, ajoelhou-se e abriu lentamente o cinto, botão, zíper e tirou sua calça. Em seguida, levantou-se e sentou-se em seu colo. Scott abriu o cinto que prendia o vestido e o jogou longe, depois foi a vez do vestido, tirado vagorosamente. Ele a olhava, admirava, desejava. Ela era ainda mais linda do que ele imaginava e, sim, ele imaginou!

Scott escorregou suas mãos pelo pescoço dela, seios, barriga, e apertou suas coxas. Enquanto se beijavam, ele a segurou no colo e se inclinou, colocou-a sobre o tapete.

Os dois tinham esperado por aquele momento, desejado. E agora estavam ali, respiração ofegante, desejo e paixão sendo finalmente libertados.

Fizeram amor!

Foi forte, intenso e inteiro. No fim, exaustos, não disseram uma palavra, não era preciso. Apenas continuaram abraçados no chão, ela repousava a cabeça sobre o peito dele, que acariciava seus cabelos, até que por fim adormeceram!

Mas lá fora... na varanda, algo ou alguém espreitava!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Corações e almas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.