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Capítulo 2
1 - Te Vejo em 1 Minuto


Notas iniciais do capítulo

É incrivelmente desanimador postar o próximo capítulo sem nenhum comentário no anterior, mas aqui estou eu... Não aguentei.

Sim, o título é esse porque eu não consigo suportar a dor no meu coração de lembrar que foram as últimas palavras da Nat pro Steve e isso precisava ser dito novamente nesse reencontro.

Até porque, fanfics à parte, na minha mente quando o Steve foi devolver as joias ele conseguiu trazer a Nat de volta SIM, ele cumpriu a promessa da dança com a Peggy, mas a mulher com quem ele ficou no passado, casou e foi feliz foi a Nat SIM! Por isso que quando o Falcão pergunta pra ele "Quer me falar sobre ela?", ele nega. Porque sempre foi a Natasha. Não quero saber se é possível ou não, isso pra mim é canon e nada mais importa além da minha opinião.

Mas, nessa história, eles não decidem ficar no passado. Eles precisam voltar.

Bora ler (se tiver alguém aqui)



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Capítulo 1

Vormir, 2023

Steve Rogers

 

Uma grande quantidade de areia tentou entrar em seus olhos assim que seus pés pousaram no chão movediço. Areia não, ele se lembrou. Não estava mais na Terra. Poeira alienígena talvez fosse um termo mais adequado.

O Capitão América olhou em volta, por quilômetros ao seu redor apenas dunas e ondulações de poeira fina podiam ser vistas, algumas com poças do que parecia ser água entre elas, mas ele não tinha como ter certeza. O aspecto púrpura que o estranho sol dava a todo o ambiente era sufocante e sombrio, e o cheiro era tão desagradável quanto a visão. Ele não precisou de muito para entender que aquele era um planeta onde nada nascia ou vivia, mas apenas morria.

Colocando o braço à frente do rosto para impedir a poeira de cegá-lo, Steve começou a caminhar. Apertando a última pedra laranja em sua mão, seu peito se apertava a cada passo dado. Por mais que Clint tivesse descrito tudo o que aconteceu ali mais de uma vez, ainda era muito pior do que sua imaginação tinha conseguido chegar. Imaginar Natasha morrendo naquele cenário macabro sob o qual ele pisava agora... Angustiante era o mínimo para definir.

Tentando não pensar mais naquilo, ele seguiu em frente caminhando através do vento. Não importava agora, tudo estaria desfeito em breve. Ao longe, uma estrutura se ergueu no horizonte. Uma construção de pedra no topo de uma montanha. Era ali. Ele apressou o passo, preparando para o que sabia que enfrentaria a seguir.

Não demorou muito para a sombra fantasmagórica aparecer à sua frente.

— Steven, filho de Joseph — a voz familiar soou à sua frente. O capuz que cobria seu rosto foi retirado, revelando a face que Steve nunca deixaria de reconhecer. — Ou devo dizer, Capitão América. Há quanto tempo.

Havia algo de diferente no Caveira Vermelha, Steve notou. Seus olhos não pareciam mais carregar o ódio que transparecia há tanto tempo atrás. Tanto tempo que parecia ter existido uma vida inteira entre eles. Há quanto tempo será que ele estava ali, sozinho, vestido em trapos de morte e recepcionando desconhecidos para sacrifícios?

— Eu não vim aqui para brigar — Steve levantou as mãos, em sinal de trégua. Tinha preparado o discurso diplomático que evitaria uma luta agressiva desde que Clint informara quem ele encontraria em Vormir. Ele tinha acabado de fechar a porta do seu passado, não a reabriria novamente com antigos inimigos que não importavam mais.

— E nem eu estou aqui para o fazer, tampouco — ele deu dois passos para frente e seu olhar desceu até a mão que o Capitão mantinha fechada, tão firme que os nós de seus dedos começavam a se esbranquiçar. — Me acompanhe.

Eles seguiram em silêncio pelo caminho de pedras até o topo da montanha. Ele levava ao que parecia ser a ruína de um pátio, terminada na construção de pedra que ele tinha avistado da areia. E além da construção, lá estava. A borda do precipício onde, segundo Clint, Natasha havia se jogado em um ato de estúpido altruísmo severo.

Steve se virou para Schmidt, a mandíbula travada.

— Vim trazer de volta algo que foi levado daqui há poucos segundos.

— Ah, sim — a pele vermelha esticou-se em um sorriso sarcástico. — Imaginei que sim. Seu amigo foi embora instantes antes de você chegar. E a sua amiga...

— Eu a quero de volta.

Schmidt pareceu surpreso com a declaração de seu antigo inimigo. Em todos aqueles anos em que esteve aprisionado naquele planeta inóspito, poucos foram os que pisaram ali atrás da Joia, desejando-a tanto que estavam dispostos a sacrificarem tudo o que mais amavam por ela. Eram tolos e, uma vez que conseguiram, nunca mais retornaram. Agora, ali estava um homem que já possuía a joia da alma, querendo devolvê-la em troca da alma de um sacrifício. Aquilo era inédito.

— Não é assim que funciona, Capitão.

— É assim que vai ter que funcionar — Steve repetiu, dessa vez mais alto. Ele estava evitando olhar para a beira do abismo. Não sabia se o corpo de Natasha ainda estava ali e não queria vê-la daquele jeito. Queria vê-la viva, sorrindo, e fazendo piadas com a cara dele enquanto voltavam para casa.

Era por aquilo que ele tinha deixado a década de 40 para trás e era por isso que tinha deixado a joia da alma por último.

— Eu retorno com ela, ou eu não retorno.

— Então não retornará — foi a resposta de Schmidt. Ele virou as costas, e começou a caminhar. — Aproveite sua estadia em Vormir.

— Espera! — a voz do Capitão o fez parar. Ele se virou novamente. — Esse lugar, esse planeta, não foi criado para a Joia somente, foi?

— Vormir é um planeta do Império Kree, parte do Sistema de Helgentar. Foi habilitado para ser um invólucro para o império, mas se tornou o planeta cofre da joia da alma pelos últimos séculos.

— Isso significa que a alma da Natasha ainda está aqui, em algum lugar. O planeta a está guardando até que a joia da alma retorne ao lugar dela — Steve repetiu o que os Vingadores tinham concluído após semanas de estudo sobre o planeta. Foram aquelas conclusões que o tinham feito viajar até ali. Era necessária uma alma pela joia da alma. Agora, era a joia da alma pela alma que ele reclamava de volta.

— Não — Caveira Vermelha balançou a cabeça. Não parecia feliz por seu antigo inimigo estar errado, mas também não parecia lamentar nem um pouco. — Tudo o que Vormir guarda, só é entregue mediante um sacrifício.

Pela primeira vez desde que chegara ali, Steve olhou para a borda do penhasco. Respirou fundo e abriu a mão, a pedra cintilou em sua palma.

— Então, eu tenho que me jogar para que ela possa voltar?

— Você mesmo é a aquilo que você mais ama?

Não. A palavra atingiu-o no mesmo segundo. Não, ele não amava a si mesmo a ponto de valer-se como sacrifico para o planeta. Faria de bom grado se achasse que daria certo.

Ele ouviu de Nébula o que o sacrifício de Gamora tinha custado a Thanos. E acompanhou a dor de Clint pela perda de sua melhor amiga, que era também parte de sua família. O planeta desejava que quem saísse de lá com a joia saísse também com um imenso pesar e vazio, e terminar com sua existência tão longa e solitária soava mais como um alivio para ele, seguido de uma recompensa se Natasha realmente retornasse.

Mas, sua mente o lembrou, Natasha não era a joia da alma. E o planeta queria a joia. Talvez, não fosse necessário algo tão complexo. Não uma vida, mas o fantasma de uma. Será?

Ele avançou para a borda do penhasco, o coração batendo forte, e ajoelhou-se. Sua respiração pesava. Na mão esquerda, a joia da alma reluzia, como se soubesse que estava em casa. Com a mão direita ele tirou do bolso a bússola que carregava a foto de Peggy Carter e a encarou. Por todos os anos em que viveu após ser despertado naquele novo século, durante cada dia e em cada missão ele olhou para aquela foto, lamentando a perda da pessoa que ele mais amou e da vida que ele teria amado ter.

Ele tinha voltado lá antes de ir a Vormir. Precisava vê-la mais uma vez e precisava pagar a dança que ficou devendo a ela. E, por Deus, quase decidiu ficar lá com ela. Teria sido maravilhoso. Ele ainda estava considerando a possibilidade, na verdade. De retornar para 1940 após resgatar Natasha. Mas, se sacrificasse aquele futuro ali, tudo o que ele desejava e tudo o que nunca pôde ter, não poderia voltar. Seria seu pagamento, seu sacrifício, pela vida de sua amiga.

Steve fechou os olhos e suspirou, pensando. O apego pela esperança de ter Peggy novamente, de ter uma vida e um futuro com ela, lutava contra a decisão que ele sabia que precisava tomar. Era o justo a ser feito. Natasha tinha sacrificado a sua vida para que milhares fossem trazidas de volta, e agora ele poderia trazê-la de volta sacrificando seu passado e seu futuro e a esperança de uni-los a um só lugar.

Quando abriu os olhos novamente, ele já tinha decidido.

Ao mesmo tempo, deixou cair de suas mãos a joia da alma e a bússola. A devolução e o sacrifício. Observou os dois caírem e se tornarem menores até desaparecerem de vista. Não os escutou atingindo o chão. Só fechou os olhos e torceu para que desse certo.

Um minuto. Dois minutos. Nada.

Steve abriu os olhos, esforçando-se para não perder as esperanças. Seu cérebro começou a formular outras saídas, outros meios de obter Natasha de volta. Se conhecesse melhor como a magia funcionava naquele lugar, ou se negociasse com o Kree, talvez, ele podia...

— Hmm.

O som despertou Steve de seus planos alternativos.

Ele levantou de supetão, procurando a origem do gemido. Surpreendentemente e milagrosamente, ela estava ali. Ela estava ali. Caída no chão, enrolada quase que em posição fetal, os olhos fechados e uma expressão de dor. Steve correu até ela, e ajoelhou-se à sua frente, desesperado para checar se ela estava mesmo viva.

— Natasha? — ele tocou o ombro dela com cuidado, sacudindo de leve. Isso causou reação imediata. Ela abriu os olhos e gritou, pulando para longe, caiu sentada.

— Ah!

Os olhos agora estavam arregalados. Ela olhou em volta, completamente perdida e ansiosa, como se não acreditasse no que seus olhos viam. Como se tivesse medo.

Steve se aproximou novamente, as palmas das mãos pra cima.

— Nat, sou eu. Steve. Você se lembra?

— Steve? — ela franziu o cenho, desconfiada. Logo depois, sacudiu a cabeça e cobriu os ouvidos com a mão. — Não é de verdade, Natasha, não é.

— Nat, é de verdade! — ele interveio, e puxou as mãos dela, segurando-as.

Natasha parou ao toque dele, e olhou para as mãos como se não acreditasse. Ela tremia e arfava, e estava toda suja de poeira e o que parecia ser sangue seco.

Ela olhou para ele, e apertou as mãos que a seguravam.

— Steve? Você está aqui mesmo? Você... — ela engoliu seco, e respirou fundo. — Você morreu também?

— Não! — ele foi rápido em corrigir sua percepção errada. — Eu estou vivo, e você também!

Ela o olhou com desconfiança. Não podia mais confiar em sua mente, embora todas as vezes em que o Rogers aparecia nela eram seguido por seus poucos momentos de paz. Mas o medo ainda estava ali, porque os segundos bons eram rapidamente preenchidos pela eternidade de monstruosidades que já havia cometido um dia.

Mas, ele estava dizendo que não era aquilo. Não era mais uma das lembranças distorcidas afogando-a em seus próprios arrependimentos. Era ele ali, e parecia ele. Mais fiel do que em sua memória. Ela conseguiu sentir o cheiro dele, tão familiar. Era possível que fosse verdade? Ela estava livre?

— O quê? — ela olhou em volta novamente, e soltou as mãos dele para bater na terra embaixo de si. Ela pegou um punhado de areia entre os dedos, fina, e deixou-a cair novamente. — Como?

Inesperadamente, ele começou a rir e puxou-a para um abraço. Ele mal podia acreditar que tinha mesmo dado certo, mas ela estava mesmo ali, confusa e assustada, mas viva. A abraçou com força o suficiente para ter certeza de que não era uma miragem causada pelo desespero. Ela retribuiu o aperto de forma uma pouco mais fraca, tentando juntar as peças.

— Mas eu estava... Eu o Clint, e a jóia... O que aconteceu?!

— Você disse que nos veríamos em um minuto, se lembra? Vim cumprir sua promessa.

Subitamente ela o empurrou do abraço, e agarrou os ombros dele com força, aflição em seu olhar.

— Deu certo? — ela questionou. — Deu certo o que fizemos? As pessoas... Elas...?

— Clint está, nesse momento, em casa com a Laura e com as crianças — Steve tentou sorrir novamente, mostrar pra ela que estava tudo bem agora. — Deu certo, Natasha. Você salvou a todos.

— Mas... — ela mal podia acreditar. Ela queria acreditar, mas ainda estava tudo um pouco nublado para ela. — E como você me trouxe de volta?

— Não importa agora. O que importa é que você está aqui, no mundo dos vivos de novo.

Foi a vez dela de abraçá-lo. De uma forma bem desajeitada, ela apenas pousou o queixo no ombro dele, os olhos ainda arregalados, e apertou seus braços em volta dele.

— Meu Deus, Steve — ela suspirou, e piscou tentando impedir a umidade em seus olhos de transbordar. — Obrigada.

— Vamos para casa agora


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Notas finais do capítulo

Eu não sei se ficou claro pela sinopse, mas essa história supostamente se passa em um dos 14 milhões de finais que o Dr. Estranho viu onde eles NÃO vencem, exatamente por conta dos detalhes que ocorrem diferente ao filme. Mas, eles acham que sim, porque o presente momento, eles estão vivendo essa vitória de ter trazido todo mundo de volta e mandado Thanos pro lugar dele.
Agora é esperar pra ver.

Por favoooooor, me digam o que acharam! Eu sei que vocês querem que eu continue, e VOU continuar, mas quero ouvir as opiniões de vocês sobre essa loucura toda que estou expondo. De que adianta viajar na paranoia das fanfic se vocês não viajarem comigo?

Portanto: caixinha de comentários aberta a todos os públicos. Ela não morde. Nem eu.