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Capítulo 1
Prólogo - 2039


Notas iniciais do capítulo

Talvez eu não tenha aceitado muito bem o fim que a Marvel deu pra eles. Talvez eu não tenha aceitado nem um pouco e meu plano de ação para extravasar a revolta é escrevendo fanfic.

Eu tinha começado essa ideia a anos atrás, antes de Civil War, mas Ultimato me fez mudar tudo e querer postá-la.

A ideia é bem viajada, mas se não for assim não sou eu. Vamos mexer com o tempo mais um pouquinho pra ver se conseguimos arrumar a bagunça que eles fizeram de um modo que fique do meu agrado (e, se eu tiver sorte, do de vocês, também).

Boa leitura.



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Prólogo

Interis – 2039

 

Darien não sabia o que pensar.

Era a quinta vez que limpava as mãos na barra da sua blusa de algodão, tamanha a quantidade de suor que brotava delas. Elas suavam assim sempre que se sentia nervoso. Mas como evitar o sentimento quando estavam bem à sua frente discutindo a possibilidade de concretizar o único sonho de queimava em seu coração desde seus seis anos de idade?

— Stephen? — a voz de Maria Hill foi ouvida acima da enorme discussão que se formava. — Quão perigoso acha que isso pode ser?

Darien olhou para o pai, temendo por sua resposta. No fundo sabia que o mais sábio era rejeitar aquela ideia, com infinitas possibilidades de algo dar errado. Mas seu coração queimava pela expectativa de reencontrá-la, de sentir seu abraço novamente, sua voz... Tantos anos perdidos.

E, pelo olhar que recebeu do pai, Stephen pensava a mesma coisa.

— Mexer com as leis do tempo nunca é boa ideia. Os riscos sempre ultrapassam as chances de sucesso, um descuido e podemos destruir toda a linha temporal, que já está instável... — ele suspirou. Deixar aquela decisão nas mãos dele era uma péssima ideia. Stephen não tinha como ser imparcial. Não quando se tratava dela. E não quando se tratava do seu filho, e do que aquilo poderia significar para ele. — Mas suponho que não tenha como ficar pior.

Maria Hill, no centro da mesa, fechou os olhos e apertou a ponta do nariz. Porque Natasha tinha que tê-la deixado bem agora? A situação estava critica demais e as crianças ainda não se encontravam nem perto de estarem prontas, algo tinha que ser feito.

— Eles deviam ter voltado em uma semana, e agora já vai completar um mês que se foram — ela declarou, tomando cuidado para não olhar diretamente para James. — Thanos está nos caçando e, com seus poderes aumentando na velocidade em que estão, ele não demorará muito a nos encontrar.

Darien não queria pensar naquilo. Não queria imaginar a mãe de James morrendo nas mãos de Thanos, como todos os outros, como sua própria mãe. Não queria cogitar a possibilidade daquele monstro perto dos seus amigos, da sua família...

— Precisamos dos últimos fragmentos da joia da mente! — Darien declarou, com uma pontada de desespero se revelando em sua voz. — E minha mãe os escondeu com uma barreira mental. Ninguém além dela vai conseguir achá-los, nunca. Quantas pessoas mais vamos ter que perder?

Darien sentiu a mão de seu pai lhe afagando as costas, e só então percebeu que uma lágrima furtiva escapava do seu olho esquerdo. Ótimo, agora todos o encaravam com pena.

— Darien está certo! — disse James, de repente. — E, mesmo que isso alterasse algo, não tem como ficar pior do que já está, tem?

— Estamos basicamente no fim do mundo — Francis concordou.

Darien podia sentir a energia dividida na sala de reuniões. Esperança e medo. Dúvida e contradição. Saudades e tristeza. Ele ainda tinha pouca idade, mas já compreendia a maioria dos sentimentos de quem vivenciou os maiores horrores que se pode contar. Ainda assim, por alguns momentos, só queria poder ser um adolescente normal.

— Voto para pararmos de frescura e fazermos logo — Torrun bufou. — Somos covardes ou o quê?

— Não é questão de covardia, Torrun. É questão de responsabilidade — Maria respondeu. — Podemos causar vários estragos mexendo com a linha do tempo.

— Podemos deixar toda a população de sobreviventes e o resto do mundo morrer também. São essas as duas opções, não são? — a menina perguntou, já sentindo sua paciência se esvair.

— Não é como se fossemos trazer a turma inteira, certo? — perguntou Caty, timidamente, e trocou um olhar com seu irmão. — Só a mãe do Darien. E ela não precisa vir de tão longe, basta pegá-la de um tempo próximo antes de sua morte, que não altere muita coisa. Ela vem, nos traz os fragmentos e mandamos ela de volta.

Darien estremeceu, imaginando a parte final do plano. Ele não sabia se teria forças para concluí-lo. Como sempre, seu pai sabia interpretá-lo.

— Percebe o que estão pedindo que meu filho faça? — ele questionou, em alta voz. — Estão lhe pedindo para não só arrancar a mãe dele de seu tempo para vê-la mais uma vez, mas que ele a mande de volta depois, sabendo que nunca mais a verá. Ele é só uma criança!

— Ou é isso ou morremos todos! — Francis gritou.

Uma discussão se iniciou e a cabeça de Darien começou a doer. As paredes de metal frio pareciam estar se fechando e comprimindo o ar. O que estavam pensando? Ele não era criança. Podia ter pouca idade, mas já fizera e vivera mais do que a maioria dos homens de Interis. ‘Darien, ajude na manutenção da barreira’. ‘Darien, abra os portais’. ‘Darien, una as joias’. Podiam lhe pedir para fazer tudo aquilo, mas não confiavam que ele pudesse controlar seus sentimentos?

— Eu posso fazer isso! — ele gritou, mais alto do que as outras vozes. — Não são os meus sentimentos em jogo aqui, é a nossa sobrevivência! Não temos escolha, é o nosso ultimo recurso.

— Filho...

— Pai, eu posso! — ele encarou-o. — Confie em mim.

Stephen olhou profundamente para ele, pelo que pareceu se rum longo momento, e assentiu.

— Ele pode fazer.

Maria suspirou, claramente contrariada.

— Se vamos fazer isso, tudo tem que ser extremamente preciso — ela declarou. — Calcule o dia certo, no tempo certo. E apenas ela pode vir. Não traga você, não traga seu pai e nem ninguém que possa estar perto. Alguém do passado encontrando seu próprio eu futuro pode desestruturar toda a linha do tempo. Já mexemos demais com o tempo tentando derrotar esse facínora pela primeira vez, mais alterações podem colapsar a linha temporal e suas realidades.

Darien assentiu.

— Posso programar a energia da joia para chegar a poucos dias antes da noite em que... Bem, da noite em que ela morreu.

— Ela gostava de passar algumas horas lendo no silêncio nos fundos da nossa casa — Stephen sorriu. — Ela ficava completamente sozinha nesses momentos. Podemos buscá-la lá.

Darien olhou para o pai com um sorriso triste. Ele se lembrava. E se lembrava de sempre interrompê-la, correndo pela casa e gritando o nome dela quando não a encontrava. E ela sempre vinha.

— Você sempre fica exausto quando abre um portal, Darien — Starr se manifestou pela primeira vez. — Não acha que seria exigir demais do seu corpo?

— Não farei sozinho. Vou usar o poder da joia do tempo. Só preciso treinar um pouco.

Maria assentiu.

— Treine, então. Seu pai vai ajudá-lo. Reunião encerrada.

Todos foram se levantando da grande mesa cumprida que ocupava quase toda a sala de reuniões do centro de operações e saindo devagar. Darien seguiu atrás do seu pai pelos corredores, pensativo. Eram tantas coisas a serem consideradas que ele mal conseguia organizar o pensamento.

James passou por ele com o semblante fechado e sério, quase esbarrando no menino. Darien correu até o amigo e o chamou.

— O que foi, Darien? — James perguntou. Não queria descontar os seus ressentimentos nele.

— Você tá legal? Mal falou nada na reunião. Sua opinião é importante para mim.

Para os treinandos, James era o líder e o porta voz do grupo. Mesmo que ainda não fossem um grupo, mesmo que ainda não tivessem nem mesmo um nome.

— Só fico me perguntando porque não fizemos isso antes — James confessou. — Antes da minha mãe sair lá pra fora e arriscar a vida dela, e antes de ela deixar eu e a Sara aqui sozinhos. Se tinha outra opção, por que não fizemos antes?

— Porque não podíamos arriscar isso a menos que não sobrasse opção, você sabe disso, James — Stephen foi quem respondeu. — Mas sua mãe é a Viúva Negra, ela é dura na queda. Aposto que houve apenas um imprevisto e ela logo estará de volta.

James bufou. Se Natasha tinha lhe ensinado algo, foi a não se ingênuo.

— Se alguém acreditasse nisso de verdade, Darien não estaria se preparando para abrir um portal no tempo — James respondeu, seu lábio inferior tremendo um pouco. — Ela está morta, provavelmente. E agora eu tenho que dizer isso para Sara.

— James...

Mas ele já tinha ido, correndo pelos corredores do complexo sem se preocupar em quem esbarrava. Darien o observou desaparecer entre as pessoas, sabia o que ele estava sentindo, entendi muito bem como era a dor de perder sua mãe. Era insuportável.

— E se acontecer de novo? — Darien perguntou, subitamente assustado.

— Se acontecer o que de novo, filho? — Stephen perguntou.

— Se a trouxermos para cá e ela morrer nos ajudando? E nós a perdermos de novo, pai?

Stephen leu o medo paralisante nos olhos do filho. Seu pequeno cúmplice, como ela costumava chamá-lo.  Ele tinha crescido tanto desde a morte dela, evoluído não só com seus poderes, mas nas atitudes também. Tinha apenas treze anos, mas ele já podia enxergar a sombra do grande homem que ele se tornaria no futuro. Se eles tivessem um futuro...

— Temos que ser fortes, meu filho. Mas não importa o que aconteça, eu estarei sempre aqui para você.


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Notas finais do capítulo

A ideia toda pode ser um pouco confusa, mas qualquer duvida podem me perguntar nos comentários.

Não tenho medo de críticas, e nem de elogios também. Fiquem a vontade para expressar tudo através dessa caixinha linda de comentários logo abaixo.

Partiu.