Resgate escrita por Tulipa


Capítulo 7
Sete


Notas iniciais do capítulo

Oi, voltei ❤



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⎊ Pepper Potts ⎊

 

Acordo e os raios de sol invadem o quarto pelas frestas das cortinas, deve ser tarde, mas eu não dormia bem há dias. Me sento, e a sensação de bem estar da boa noite de sono simplesmente se esvai quando me dou conta de que estou só.  Uma cama enorme e eu sozinha nela, essa cena me faz lembrar do pesadelo que tive algumas noites seguidas. Começo a respirar com dificuldade, a ansiedade toma conta. Não sinto cheirinho da minha filha ou o cheio do meu marido, só sinto pânico, e medo de ficar sem os dois, que me assombro por dias, retorna.  Meu coração acelera. Começo a suar frio. Pânico. Não consigo me mover. Minha respiração descompassa e eu mal enxergo. De repente sinto um toque, mãos nas minhas, a voz familiar.

 

—Amor,  tá tudo bem?— a minha resposta foi abraçá-lo e chorar —Pep...?  

 

—Me ver sozinha me tirou o ar...— respondi —Meu coração parecia que ia sair pela boca, eu...

 

—Olha pra mim.— Tony pediu e eu olhei pra ele —Você teve uma crise de ansiedade.— ele diz enxugando as minhas lágrimas.

 

—Não sei mais ser sozinha.

 

—Sei que foi difícil, mas tá tudo bem agora, a gente tá aqui.— ele garante.  

 

—Porque a mamãe tá chorando?

 

—Ela só tá precisando de um abraço seu.— Tony responde —Sobe aqui, vem abraçar a mamãe, Maguna.

 

Quando a Morgan me abraçou eu senti que tinha tudo o que precisava.  E era muito estranho precisar tanto de alguém. Tudo começou a desacelerar,  meu coração voltava ao compasso.

 

—Não precisa ficar triste mais,  mamãe, a gente fez café e trouxe sua florzinha favorita.—  soltei o Tony e a agarrei, bem apertado.

 

—Te amo tanto.  Tanto.— eu digo a ela.

 

—Também te amo um monte,  mamãe. Você sabe que é minha princesa.— ela diz me fazendo rir, amo a inteligência e a ingenuidade dela.

 

—Você é minha filhotinha princesa.— repliquei.

 

—Mamãe, tô com fome, sabia?

 

—Então vamos comer,  porque a realeza não pode sentir fome,  não é mesmo?— Tony comentou colocando a bandeja de café sobre a cama.

 

—Tcharam, é uma surpresa!— Morgan disse apontando pra bandeja.  Não que eu já não tivesse visto, mas provavelmente o Tony deve ter dito a ela "Vamos fazer uma surpresa pra mamãe".

 

—Adorei,  meu amorzinho, obrigada.— eu a beijo.  

 

—E o papai?

 

—Adorei, meu amor, obrigada.— eu o beijo.

 

—Eeeeee, parabéns.— ela comemora batendo palmas. Tudo ficará bem. Estamos completos.  

 

(...)



Estava no escritório respondendo uns e-mails do trabalho quando algo sobre a minha mesa me chamou atenção. Eu não havia pensado nisso. Tony está vivo pra nós há 72h, e foram 72h bem intensas, com todas as emoções possíveis e imagináveis, mas pro resto do mundo ele está morto. Legalmente ele está morto, e meu estado civil é viúva. Imediatamente redijo um e-mail para o melhor advogado da empresa, pois preciso de auxílio jurídico.  Em breve todos saberão que ele está vivo.



—Olha quem votou.— Tony comenta ao me ver surgir na varanda, Morgan estava deitada sobre o banco com a cabeça no colo dele "lendo" um livro. Me sento no banco oposto.

 

—Papai, que letra é  essa?— ela apontou.

 

—P.

 

—Não.— ela protesta —Todas juntas.

 

—Quando estão todas juntas é uma palavra, ou uma frase, não uma letra.— ele explica, e isso me fez pensar em outra coisa que precisamos resolver agora que o mundo está normal —Todas as letras juntas formam o nome do livro que nós  vamos começar, O pequeno Príncipe.

 

—Ele tá perdido no espaço como você ficou,  né?

 

—Quase isso.— Tony responde pra ela, mas  me analisando, eu nunca soube disfarçar a minha cara de preocupação —Maguna,  que tal a gente começar esse amanhã?

 

—Antes de dormir?— ela contrapõe.

 

—Pode ser.— ele pondera —Afinal de contas quem vai voltar pro próprio quarto essa noite mesmo?

 

—Eu.— ela diz ao sentar —Então vou pra minha casa, tá?

 

—Tudo bem.— Tony concorda e ela corre pra cabana no jardim —Agora você.— ele me chama flexionando o indicador. Me levantei de onde estava e me sentei no colo dele —O que foi?

 

—Me dei conta de que sou viúva.

 

—Você não é, estou aqui.— ele me diz.

 

—Legalmente sou, porque você, legalmente, está morto.— observo.

 

—Xiii, então você é.— ele ri contra o meu pescoço —Mas nós vamos dar um jeito nisso. Aliás,  se eu te conheço, e eu te conheço, você já começou a mexer os pauzinhos.

 

—Mandei um e-mail pro Dr. Miller do jurídico.— avisei.  

 

—É um grande avanço,  espero não ser tão complicado ressuscitar um morto-vivo.— ele me beija o pescoço e uma das suas mãos alisa minha coxa.

 

—Amor...— ele me encara —Deixa pra lá.— eu disse e ele me beijou profunda e ardentemente. O beijo dele sempre foi ótimo, mas parece que que depois de tudo está muito melhor. Ou talvez toda a saudade que senti ainda não passou, afinal, a gente ainda não conseguiu ficar juntos de fato, já que dividimos a cama com outra pessoinha por duas noites seguidas  —A ficção engana a gente, né?— eu comento depois do beijo incrível.

 

—Esse comentário é porquê…?— Tony me pergunta confuso.

 

—Porque nos filmes, os zumbis não são assim tão lindos e, com certeza, não beijam tão bem, eles só querem comer os cérebros das pessoas.— eu rio —Aliás, houve momentos em que eu pensei que você pudesse fazer isso.— brinco, agora já começo a achar certa graça na situação.  

 

—Baby...— ele corre os dedos pela parte interna da minha coxa, subindo o vestido que estou usando —Não é o seu cérebro que eu tô querendo comer.— Tony sussurra ao meu ouvido. Seu hálito quente na minha pele.

 

—Tony...— eu hesito, olhando por cima da cerca procurando qualquer sinal da nossa filha.  

 

—Ela não vai sair de lá tão cedo, você sabe disso.— ele diz, ela realmente perde a noção do tempo naquela cabana —E eu só quero brincar um pouco também.— ele comenta, como se já não estivesse tão perto —Você quer?— movi a cabeça em afirmação. Tony afastou a minha calcinha e enfiou um dedo em mim. O jeito que ele está sorrindo pra mim e o sutil movimento de seu dedo me deixa molhada —Tem alguém bem viva aqui.— ele diz contra o meu pescoço e o beija e quanto continua a me provocar, eu o xingaria, se o segundo dedo não me tivesse arrancado um gemido. Dois dedos dentro de mim, estava sendo o suficiente pra me inundar. Mas eu quero mais. Eu quero abrir as minhas pernas, pegar sua cabeça e guiar a sua língua para dentro de mim para que ele possa me beber como se eu fosse uma taça de vinho.

 

—Eu quero mais.— digo pra ele —Quero que sua língua me saboreie.— Tony tirou suas mão do meio das minhas pernas e lambeu seus dedos, enquanto olhava nos meus olhos, e então me beijou.  

 

—Isso não pode ser aqui.— ele me censura, após me provocar ainda mais com seu beijo,  como se eu não tivesse noção de onde estávamos.

 

—Pro meu escritório, agora.— ordenei. Saí do colo dele e ao passar pela porta da frente olhei pra trás e vi que ele me seguia, não sem antes das uma conferida na cabaninha no jardim.

 

Assim que estávamos no escritório, tranquei a porta e me virei para ele, ao mesmo tempo em que ele se virou para mim. Lascivos, nos trombamos como duas nuvens de tempestade, dois seres separados que se tornaram imediatamente uma unidade. Éramos mãos e lábios, estávamos grudados em beijos e gemidos, e eu o guiava para trás para chegarmos o quanto antes em minha mesa. De repente eu estava debruçada sobre o móvel tendo a minha calcinha sendo arrancada por ele. Eu sentia a respiração dele contra a minha nádega, Tony abriu as minhas pernas e lambeu meu sexo úmido, sua língua circundou o meu clitóris e então ele me sugou.  Gemi alto, ainda bem que as janelas que davam para o jardim estavam fechadas, porque ele me fez gemer ainda mais ao me preencher com seus dedos enquanto trabalhava com sua boca. A minha cabeça girava tanto que eu deitei sobre o notebook e os papéis que estavam sobre a mesa, mas nem por um momento pensei em pedir pra ele parar. E ele não parou até eu gozar, Tony me bebeu, como eu queria, sem que eu precisasse ter dito qualquer coisa. Meu marido espalhou beijos sobre o meu traseiro, e foi subindo beijos levantando o meu vestido centímetro por centímetro até que a minha roupa ficou presa entre meu corpo e a mesa. Senti sua ereção me cutucar sob sua calça, seu peso sobre as minhas costas, sua boca em meu ouvido.

 

—Isso é tudo, Sra Stark?— ele mordiscou o lóbulo da minha orelha.

 

—Eu quero mais.— declaro ofegante. Ele ri, porque sabia qual seria a minha resposta.

 

—O que mais você quer?— ele arfa espalhando beijos sobre as minhas costas

 

—Você.— ofego.  

 

—Onde?— ele pergunta, sua voz gutural, sua pélvis se afasta do meu quadril e eu posso imaginar o que ele está fazendo.

 

—Dentro de mim.— eu peço.

 

Tony usa um dos joelhos pra afastar minhas pernas um pouco mais e então me penetra com uma estocada funda, grito. Ele se afasta saindo de mim, então agarra meus quadris e empurra de novo. E de novo. E de novo. Sua pélvis batendo contra o meu traseiro cada vez mais forte faz com que a minha mesa saia do lugar. Seu corpo continua a bater contra o meu e eu posso sentir os músculos do meu corpo apertarem-se ao seu redor. Uma das suas mãos deixa o meu quadril e segue em direção ao meu clitóris, seus dedos me friccionam rápido, e mais rápido até que eu me desfaço. Um grito escapa da minha boca quando um curto circuito me atravessa, aumentando a energia que flui através do meu corpo. Um gemido áspero escapa de sua boca quando Tony  atinge o clímax e eu sinto a quente excitação dentro de mim, seus braços envolvem minha cintura enquanto ele deita sua cabeça em minhas costas, empurrando em mim uma última vez. Tony me ajuda a me manter de pé.

 

—Porra, baby.— sinto beijos em meu pescoço  —Porque mesmo que eu morri, se isso que a gente faz é tão bom?

 

Quero bater nele por fazer uma piada tão estúpida, mas quando viro meu corpo para olhá-lo e protestar, o sorriso sacana em seus lábios me rouba o pensamento lógico, e então eu o beijo. Me sento na mesa e serpenteio minhas pernas ao redor de sua cintura o mantendo novamente muito perto do meu sexo, no entanto, apenas o beijo saboreando cada polegada de sua boca, o provocando pra que ele queira mais. E quando o seu  corpo denuncia que ele quer mais eu o afasto.

 

—Se você ousar morrer de novo, eu vou ser uma viúva muito alegre e vou dar pro primeiro que aparecer.— desço da mesa e pego a minha calcinha —Sem culpa nenhuma.

 

—Amor, eu tava só brincando.— Tony diz levantando a sua calça quando eu estou abrindo a porta do escritório.  

 

—Que bom, porque eu falei bem sério, amor.— garanti e o deixei sozinho.

 

(...)

 

Acordo, levanto da cama e caminho direto pra um banho morno. Estou faminta e deliciosamente dolorida, porque a primeira noite sem criança entre nós foi bastante proveitosa. Lavo os cabelos, e depois de alguns minutos deixo o chuveiro. Visto um short jeans e uma camiseta, troco a roupa de cama e quando saio do quarto ouço barulho de marteladas. Não posso acreditar.

 

—Alguém está muito empenhado em ser um ótimo marido.— observo do alto da escada.

 

—Não sei o que está acontecendo, mas acordei às 6h da manhã com uma lista de materiais de construção pra providenciar.— Happy me diz —Agora estou aqui de ajudante.

 

—Eu sou a ajudante, Dindon.— Morgan protesta. Ela era uma perfeita ajudantezinha de macacão jeans e um boné.  

 

—Ei,  você é a assistente,  está um degrau acima.— Tony diz pra ela.

 

—Eu tô um degrau em cima!— ela comemora.

 

—Por falar em degrau é seguro descer,  ou vou ter que morar no segundo andar?— perguntei.

 

—Ah,  que engraçada.— meu marido me diz —Bom dia pra você também.— ele me beijou quando cheguei ao térreo, após  passar pelos degraus sem ouvir um único rangido.

 

—Bom dia.— respondi —Bom dia, Happy.

 

—Bom dia, Pepper.

 

—Bom dia, bebê da mamãe,  você já tomou café?

 

—Já, mas eu quero de novo.— ela me responde.  

 

—Então vem até a cozinha.— eu a chamei e ela me segue.

 

—Essa criança é um saco sem fundo.— ouço o Hogan comentar.  Péssimo padrinho.

 

—Ela come feito um passarinho,  você que é sem fundo, por isso não está convidado para o almoço.— Tony defende a filha. Ótimo pai.  

 

Mas é claro que Happy ficou pro almoço, e depois passou o resto da tarde na oficina com Tony, com certeza o atualizando sobre os seus amigos e seu pupilo. Depois do jantar, enquanto o pai  da minha filha estava no quarto lendo pra ela, eu estava na sala lendo o e-mail que o advogado respondeu, dizendo que já havia entrado com a ação de anulação da certidão de óbito do Tony, além disso, informou quais seriam os procedimentos para a prova de vida. Olhei pra urna sobre a lareira, aliás, não sei porque ainda não me desfiz dela.

 

—Desde ontem eu quero olhar dentro dessa urna, mas não tenho coragem.— Tony diz ao surgir na sala sem que eu o percebesse se aproximar, afinal a escada não rangia mais, mas ele tocou no assunto por reparar pra onde estou olhando —É um medo estranho, porque, afinal de contas estou bem aqui, certo?

 

—Sim, você está.— confirmo —Mas está ali também.— digo quando ele se senta de frente pra mim.  

 

—Só me dei conta ontem quando a Morgan disse que “A mamãe ficava triste com o vazinho da fogareira porque não tinha uma flor nele”.— ele me revela.

 

—Ela é tão incrível, não é?— ele assentiu —Fiz de tudo pra não sobrecarregá-la, pra que ela sofresse o mínimo possível, mas eu não tinha a nenhuma noção do que estava fazendo. Acho que ela foi mais minha mãe do que eu fui dela.

 

—Às vezes me pergunto se ela tem mesmo 4 anos.— ele comenta.

 

—Nenhum adulto usaria a palavra “fogareira”, eu acho tão fofo que nunca tive coragem de corrigir.

 

—Nem eu.— ele riu, somos dois babões.

 

—Sabe, ontem à tarde cheguei a conclusão de que está na hora de procurarmos uma escola pra ela.— eu digo —Agora que o mundo tá voltando ao normal,  ela precisa interagir com outras crianças.

 

—Certo, mas só no próximo ano.— ele diz, afinal já havíamos passado do meio do ano

—Mas por falar em interagir, você está trabalhando a essa hora é porque?— ele tira o computador das minhas mãos.

 

—Não  é trabalho.— respondi —O advogado deu entrada no processo pra provar que você está vivo.

 

—E eu provo que estou vivo aparecendo vivo,  tipo numa coletiva?— ele me pergunta.

 

—Você ama coletivas, é impressionante.— eu rolei os olhos —Não, nada de repórteres, vão colher as suas digitais e DNA.— esclareci  —Mas se isso não for suficiente e eles quiserem uma prova mais concreta eu posso atestar.— brinquei —Mas teria que arranjar um jeito de explicar que nos transamos em cima da sua certidão de óbito enquanto as suas cinzas estavam na urna sobre a lareira.— ele ri.

 

Tony Stark, como tantas outras milhões de pessoa estava de volta depois de, literalmente, ter virado pó, havia certa ironia na situação.


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Notas finais do capítulo

Até mais ♡



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