Resgate escrita por Tulipa


Capítulo 6
Seis


Notas iniciais do capítulo

Hello, babies

Se ao final desse capítulo vocês não sentirem vontade de pôr a Morgan H. Stark num potinho, vocês estão lendo a história de um jeito errado.

Aliás, eu improvisei um nome do meio pra Morgan porque não sei de onde Tony e Pepper tiraram esse H, quando vi no filme fiquei, UÉ.

Esse capítulo é narrado pelo Tony e de agora até o fim da história eu vou intercalar entre ele e a Pepper, ok?



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⎊ Tony Stark ⎊

 

Talvez o medo que eu esteja vendo nos olhos dela agora seja o mesmo que senti quando Steve, Natasha e Scott estiveram aqui com a ideia do "assalto no tempo". Eu tinha medo de perder o que havia conquistado e ao mesmo tempo me sentia culpado por ter tanto, e por ter perdido o Peter, por isso criei a máquina.

 

Na verdade eu vivi como na mensagem que gravei no espaço,  saber que tantas pessoas partiram me fez chorar por algum tempo, e depois segui culpado. Mas, mesmo que hesitante, agarrei a primeira oportunidade que tive de reverter o que achava ser irreversível. Ela fez o mesmo. A mulher que amo me trouxe de volta, me resgatou com a minha própria criação.  

 

Direta ou indiretamente, ela sempre me salvou.  Quando um estranho, que eu conheci numa caverna, me perguntou se eu tinha alguém a primeira pessoa que me veio à mente foi Pepper, e ainda que eu tenha respondido ao Yiensen que não tinha ninguém, depois da pergunta dele eu pensava nela todos os dias. Vê-la esperando por mim, depois de três meses, me fez acreditar que eu era mais importante pra ela do que um nome em seu currículo, ainda que ela tenha tentado dizer que não.

 

Pepper era a mulher mais próxima à mim, e a mais impossível também, eu não podia simplesmente descartá-la como fazia com as outras, me lembro exatamente o momento em que me dei conta de que estava apaixonado. Eu nem gostava de azul, até aquele momento, por isso queria tirar aquele vestido dela, tenho certeza que ela queria que eu tirasse, ou não teria hesitado, passei a odiar vodca martini naquela noite.  

 

Obadiah. Vanko. Killian. Ela sempre teve medo que eu morresse, eu sempre tive medo que a matassem, foi assim que nos demos conta de que não podíamos viver um sem o outro.   Loki. Ultron. Thanos. Quando fui resgatado do espaço, o meu maior receio era que Pepper tivesse desaparecido como o que eu vi acontecer com as outras pessoas. Pensar nela, desejar que ela estivesse viva, foi o que me manteve vivo, dessa vez, por 22 dias,  e quando saí de outra nave, lá estava ela. Hoje, olhando pra ela, pra elas, percebo o tamanho da sorte em tê-la.



—Dormiu.— Pepper sussurrou avisando.

 

—Vou colocá-la na cama e volto pra terminarmos a nossa conversa.— eu digo.  

 

—Então ela vai acordar e descer de novo.— Pepper me alerta —Tony, a saudade que ela diz sentir é só medo de acordar e não te encontrar.  

 

—Eu não vou a lugar algum, baby.— garanti.

 

—Então a gente vai ter muito tempo pra conversar,  durma com ela essa noite.

 

—E você?

 

—Vou tomar banho e deitar.— ela me disse —Sabendo que a Morgan está, finalmente, dormindo bem.  

 

—Bem,  estão seremos três na nossa cama.— eu defini.  

 

—Quem sou eu pra discordar?— ela encolhe os ombros.  Nós subimos, Pepper foi direto para o banheiro.

 

—Eu posso…?— perguntei ao vê-la sair do vestido preto.

 

—Não com ela dormindo no nosso quarto.— ela fecha a porta na minha cara. Depois de alguns minutos Pepper saiu do chuveiro, colocou uma das minhas camisetas e se deitou ao lado da nossa pequena.

 

Ao voltar ao quarto depois do meu banho, as duas dormiam. Com certeza Pepper está exausta,  física e emocionalmente. Me deitei e me dei conta que a nossa filha sempre se encaixou perfeitamente entre nós dois.  É tão estranho não me imaginar nesse cenário, elas estavam incompletas, e sabendo disso entendo porque ela fez o que fez, se qualquer uma delas tivesse morrido eu faria a mesma coisa. A minha esposa achava que a frase que deu sentido a minha vida foi "Eu sou o Homem de Ferro", mas a frase que me colocou no eixo foi dita por ela.



(...)



Depois de surtar com Steve na frente da garota nova eu apaguei,  e quando acordei eles me disseram que haviam encontrado Thanos, e ele estava morto.  Mas matá-lo não foi a solução, não trouxe todos os que perdemos de volta. Não trouxe o garoto de volta. Eu me sentia inútil.

 

—Perdi o garoto.— disse mais uma vez.

 

—Não foi culpa sua.— ela me disse pela, talvez, centésima vez.

 

—Mas não perdi você, tive tanto medo de te perder também.— eu disse —Ele eliminou metade das criaturas vivas do nosso planeta, e nós perdemos, porque falhei na minha missão.— Pepper estava sentada na beira da minha cama.

 

—Tony...— ela me deu as mãos —...Você não perdeu. Não me perdeu. E se esse tal de Thanos  tinha a intenção de eliminar metade das criaturas vivas do planeta, foi ele quem falhou.— ela me disse, sua voz vacilante devido as lágrimas que surgiam  —Nós, vivos, somos metade mais um. Nós ganhamos. E a missão mais importante das nossas vidas está só começando.— Pepper colocou as mãos na barriga.

 

—Isso quer dizer que o meu sonho…?

 

—Sim, estou esperando.— ela sorriu, mesmo entre lágrimas.

 

—Um filho?— eu ainda não podia acreditar.

 

—Seu.— Pepper me disse —Estou esperando um filho seu.— ela confirmou —Você vai ser pai.— e naquele momento a minha vida mudou pra sempre.

 

Quando me recuperei deixamos o complexo.  A cidade estava um caos. As pessoas tinham várias teorias para o que havia acontecido.  Et's. Arrebatamento. Juízo final. Volta de Jesus. Mas nós sabíamos quem tinha causado tudo aquilo. Foi então que eu me lembrei que, certa vez, influenciado pela visita à casa dos Barton,  havia cogitado termos um refúgio. Agora, mais do que nunca precisava mantê-la segura. A casa do lago era ao mesmo tempo perto e longe de tudo. Era perfeita pra nós.

 

Nos tornamos marido e mulher numa cerimônia simples,  no nosso jardim, numa manhã de primavera e o mundo parecia colorido e bom. Ver a barriga da Pepper crescer nos enchia de esperança, porque estranhamente não havia muitas grávidas,  parecia não ter sobrado famílias completas, mas pra nós nem tudo estava perdido. Ela estava gerando um serzinho que chegaria ao mundo já desafiando um tirano.

 

—Ei, Morgan.— disse acariciando a barriga dela —Que tal dar aquele chutão pro papai?

 

—Não é porque você sonhou que tudo tem que ser do jeito que você quer.— Pepper me repreendeu —Além disso, não é um menino.  

 

—A gente ainda não sabe.— observei.

 

—Tenho certeza.— ela disse —Foi ela quem te trouxe de volta pra mim, a minha Esperança.  

 

—Então vai ser mesmo Hope pra menina?— ela aquiesceu —Sinto te desapontar, mas é o nosso pequeno Morgan.— eu concluí,  afinal aquele era o nome como qual eu havia sonhado. E se o meu sonho estava mesmo se concretizando, seria um menino.

 

—Bem, tenho certeza de que é uma menina, eu vou adorar ver a sua cara de decepção.— ela me desafiou.

 

Menino ou menina nenhum de nós dois seríamos decepcionados,  não fazia diferença, e Pepper estava tão cheia de certeza e eu tão crente no meu sonho que decidimos apenas acompanhar a evolução da gravidez sem saber o sexo. Teríamos um bebê saudável, num mundo onde quase não se tinha qualquer notícia de nascimentos de bebês, e era isso que importava. Com 41 semanas completas a bolsa estourou, e depois de algumas horas de trabalho de parto, nos tornamos três. Três Stark chorões,  só que o nosso pacotinho chorava muito mais alto.

 

—É menina.— a Dra anunciou, e embora cansada do esforço, Pepper me lançou um olhar como quem dizia "Eu estava certa" —É uma linda menina,  como vai se chamar?— a médica dela sabia que tínhamos um disputa.

 

—Ho…

 

—Morgan.— Pepper declarou em cima da minha fala —O nome dela é Morgan Hope Potts Stark.— ela disse ao segurar a bebê em seus braços.  

 

—Ela é tão perfeita,  foi a gente mesmo quem fez?— perguntei,  ela apenas moveu a cabeça em afirmação, claro que nós continuávamos chorando e sorrindo ao mesmo tempo.

 

—Eu não teria feito com qualquer outra pessoa.— o amor da minha vida me respondeu,  eu a beijei —Pai da minha filha.— ela disse contra os meus lábios. Morgan estava entre nós. A realidade era muito melhor do que o meu sonho.  

 

(...)

 

—Papai...— acordo com um serzinho me chacoalhando —Papaiê.— abri os olhos ao sentir um tapa no meu peito. Doeu. É, estou mesmo vivo.

 

—Oi, Maguna,  bom dia.— eu digo

 

—Quero fazer xixi.— Morgan avisa ao chegar seu rosto bem próximo ao meu. Não sei se ela sussurrava conscientemente,  mas parecia que sim, pois a Pepper ainda dormia.

 

Me levantei e a peguei no colo, corri para o banheiro e ao colocá-la no chão a pressa em baixar a calça do pijama e a calcinha parecia uma dança engraçada, a ajudei na briga com as roupas.

 

—Ih,  filha, deu uma molhadinha.— falei quando ela já estava sentada.

 

—E agora?  

 

—Agora, você tira esse pijama, toma banho e veste outra roupa.

 

Abri o chuveiro, e a deixei sozinha por alguns minutos enquanto escovei os dentes e lavei o rosto, depois da ducha rápida fomos até o quarto da Morgan para escolher uma roupa.

 

—Não,  quero vestido.— ela disse imperativa quando eu entreguei um short e uma camiseta —Esse!— era um vermelho com florzinhas brancas —Tô com fome, a mamãe já acordou?— ela pergunta ao terminar de se vestir.

 

—Não sei, mas o papai teve uma ideia.— ela me olha curiosa —Que tal a gente descer, fazer um café bem gostoso e subir pra fazer uma surpresa pra mamãe?

 

—Eba.— ela bateu palmas.

 

Passamos pelo quarto apenas pra nos certificar que Pepper ainda dormia e fomos pra cozinha, a escada rangeu quando pisamos nos degraus com as madeiras soltas, precisava dar um jeito nisso, mas não agora.

 

—O que você acha que a mamãe vai gostar de comer no café da manhã?  

 

—Bolo.— ela responde eufórica.  

 

—Papai não sabe fazer bolo, princesa.

 

—Poxa.— ela fez bico, decepcionada.  

 

—Na verdade eu nunca tentei, né?

 

—Então tenta,  você consegue.— diz a minha maior incentivadora.  

 

—Outro dia o papai tenta, agora nós vamos ter que fazer algo mais fácil e rápido, antes que ela acorde.— eu digo.

 

—Então pipoca!

 

—Pipoca é rápido, e fácil, mas não é café da manhã, Maguna.— eu toquei a ponta do nariz dela —Vamos fazer ovos mexidos e torradas…

 

—E suco!

 

—Isso!— concordei —Queijo, frutas e café, mas o papai pode arriscar o waffle, que eu sei que você adora.

 

—O da mamãe é gostoso.— ela me disse.

 

—Só não sei se vai ficar igual ao dela,  mas você pode fingir que sim.

 

Peguei as coisas dentro da geladeira e coloquei sobre a pia, peguei alguns utensílios nos armários,  coloquei uma cadeira próxima à pia pra minha ajudante subir e então começamos.

 

—Papai, tô com fome.— Morgan resmunga. Enrolei fatias de presunto e queijo e dei pra ela.  

Enquanto eu cozinhava conversava com a minha pequena tentando saber como foram os últimos dias, ela apenas disse "A gente ficou triste" e aquilo me deixou mal. —Mas você não vai mais viajar, né?  

 

—Não.— eu disse —Quer dizer, não pra tão longe. Você sabe que às vezes o trabalho do papai e da mamãe faz a gente ter que viajar, né?  

 

—Sei.— ela respondeu —Mas a mamãe não demora um monte que nem você.

 

—O papai não vai demorar da próxima vez, eu prometo.— beijei a cabeça  dela.

 

—Tá bom.— ela disse —Ainda tô com fome.— lhe entreguei meia maçã.



Cerca de meia hora depois, nós terminamos de arrumar a bandeja do café, mas parecia que faltava algo.

 

—Acha que a mamãe vai gostar?— pergunto.

 

—Acho!— ela diz —Posso colocar uma florzinha?— uma flor, era isso o que faltava.

 

Quando eu disse sim ela correu pro quintal e eu fui atrás pra garantir que Morgan não se machucasse numa flor com espinhos.  Há uma parte do nosso quintal que possui variados tipos de plantas, um jardim com solo fértil graças às técnicas de compostagem da Pepper.  

 

—Você sabe o nome dessa flor?— perguntei.  

 

—Flor da mamãe linda e princesa.— ela responde me fazendo rir.

 

—Essa é uma tulipa,  é a favorita da mamãe.— informo, é quase outono e o canteiro está cheio delas.

 

—É linda.— ela comenta, colhemos uma —A gente pode colocar uma flor no vasinho da fogareira pra mamãe não ficar mais triste?

 

—Que vasinho?— pergunto,  eu não havia reparado em nada diferente sobre a lareira.

 

—Mamãe colocou em cima da fogareira,  mas ela olha e fica triste porque não tem florzinha.

 

De repente, assimilei que o vasinho só podia ser uma coisa e que eu, ou pior, as minhas cinzas podem estar lá. Quando voltávamos pra dentro de casa quis ter certeza da minha suspeita, mas a minha esfomeadinha me fez deixar pra depois.

 

Pegamos a bandeja na cozinha, Morgan  colocou a flor dentro de um copo. Quando chegamos ao quarto encontrei uma Pepper imóvel, e respirando com dificuldade. Corri, coloquei o café sobre a mesinha e me sentei diante dela, ela está suando frio. Tive que ser cauteloso, me apavorar também deixaria a Maguna apavorada.

 

—Amor, tá tudo bem?— eu perguntei lhe dando as mãos, ela não disse nada, apenas me abraçou e começou a chorar.



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Notas finais do capítulo

Amo Morgan Hope (talvez eu nunca saiba de onde veio o H.) Stark e vou defendê-la sempre.

Volto logo, me digam o que estão achando.

Starkisses,
Tulipa ♥



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