Resgate escrita por Tulipa


Capítulo 15
Quinze


Notas iniciais do capítulo

Oi ❤



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⎊ Pepper Potts ⎊



Quando descobri que estava grávida da Morgan, pra mim, a confirmação não foi o resultado positivo num teste, num exame de sangue ou em outro teste. Eu tinha tanto receio de que aquela esperança simplesmente se esvaísse que a minha certeza se deu apenas quando ouvi que outro coração batia dentro de mim, naquele momento tudo o que eu havia dito pro Tony logo depois que ele desembarcou daquela nave fez sentido, éramos metade da humanidade mais um. Mais uma. A minha menina iluminou as nossas vidas num mundo onde não havia qualquer luz no fim do túnel. 

 

Agora vencemos a morte. Literalmente. Esse som que preenche a sala é a prova.  São dois corações. Os dois corações acelerados batendo dentro de mim me fazem sentir muito mais poderosa do que poderia estar usando qualquer armadura.  

 

—Obrigado,  obrigado, obrigado.— meu marido me diz a cada beijo depositado em minha têmpora. Assim como eu ele está chorando, embora exibindo um sorriso enorme no rosto.  

 

—Eu te amo, obrigada você.— replico.  

 

—Eu te amo mais.— ele diz, jura que você quer competir,  Sr Stark? 

 

—Eu sou três corações nesse momento, então…

 

—Ok, você ganhou.— ele me beija —Dra Geller eles estão bem, certo? A rapidez desses batimentos sempre me assusta, parece fora de compasso. 

 

—Porque eles são distintos, seu bobo.— eu rio.  

 

—Exatamente.— Paris confirma —Assim como os seus exames, os bebês  estão ótimos.  

 

—Na próxima consulta já dará pra saber o sexo?— Tony pergunta ansioso.

 

—Ah, dessa vez vocês querem saber?— a dra Geller pergunta. 

 

—Eu sou voto vencido.— revelo. 

 

—Temos uma irmã muito ansiosa em casa.— Tony diz —E ela quer estar junto quando der pra saber. 

 

—Então pode dizer pra Morgan que eu a espero daqui 5 semanas.— Paris informou —E você continue sendo essa grávida exemplar.— ela sorriu pra mim.  

 

(...)

 

Ao sairmos do estacionamento fizemos um caminho diferente pelas ruas de Manhattan em direção à rodovia, no momento em que iria perguntar o motivo da mudança de rota percebi que passávamos por locais onde até semanas atrás havia homenagens para o Homem de Ferro, mas a maioria delas levava o rosto dele, afinal, d'Os Vingadores ele foi o primeiro a dar um rosto ao herói, mas agora os muros onde havia homenagens a Tony Stark estavam apagados, todos pintados de cinza. Os agradecimentos ao Homem de Ferro persistiram, afinal ninguém ousava questionar o fato do herói ter morrido pra salvar o planeta, mas nos últimos dias a imprensa fez todos desacreditarem que o homem e o herói eram a mesma pessoa. 



—E Tony Stark voltou a ser apenas Tony Stark.— ele diz, não há rancor ou raiva na sua voz, parece ser apenas uma constatação,  mas eu me sinto mal, tento não chorar, tento controlar a minha respiração, e quando o tour pelo centro termina e entramos na rodovia o embrulho que se formou no meu estômago me faz pedir pra que ele pare. Tony para no acostamento, salto do carro e imediatamente jogo pra fora tudo o que está dentro de mim. Depois de vomitar toda a minha culpa, ele me dá a garrafa de água pra que eu possa limpar a boca.  

 

—Me desculpa?— eu peço chorando, é inevitável.

 

—Desculpa porque? Você nem sujou o carro.— ele me diz. 

 

—Me perdoa por apagar a sua história, eu não queria que fosse assim. Mas fui egoísta, só pensei em mim. Menti pra mim dizendo que fiz o que fiz pela Morgan, mas eu fiz por mim,  porque...— ele me cala pondo dois dedos colados aos meus lábios e então me abraça. 

 

—Porque você jamais conseguiria me apagar como eles fizeram.— ele diz —Eu sei disso. 

 

—Me perdoa, eu te amo tanto.— as minhas lágrimas estão molhando a jaqueta dele. 

 

—Perdoar?— ele me pergunta ao se afastar pra me olhar nos olhos —Pep,  eu agradeço por você me amar a ponto de fazer o que fez, tenha sido por você ou pela Morgan, em alguns anos o mundo todo me esqueceria de qualquer maneira, não há dúvida disso.— ele constata  —Talvez até você me superasse e formasse uma nova família…

 

—Não.— eu digo, porque não consigo me ver com outro homem que não seja ele. 

 

—Sim.— ele afirma —E seria normal. Talvez a Morgan me esquecesse, por que ela é bem pequena agora, e o seu novo marido seria um cara bacana, e isso é o máximo que eu posso aceitar, mas ela iria crescer com referências dele, e outras memórias substituiriam as minhas. No entanto,  tenho certeza que, por você, eu nunca seria esquecido porque eu estou na nossa filha mais do que você gostaria que eu estivesse. 

 

—Eu não te esqueceria porque você está em mim, mais do que eu gostaria que estivesse.— eu admito. 

 

—Hoje eu estou mesmo, duas vezes mais.— ele diz se referindo ao bebês,  eu rio —Ainda bem que estou, então, obrigado por tudo. 

 

—Mas Tony Stark voltou a ser apenas Tony Stark.— eu repito a sua frase e ele percebe o motivo do meu pequeno ataque de ansiedade.  

 

—Fui infeliz na minha observação, evolui bastante, esse Tony Stark é bem melhor do que aquele antes do Homem de Ferro, então não há como voltar a ser aquele Tony.— ele se corrige —Sabe quem me fez evoluir?— eu apenas levanto a sobrancelha porque sei a sua resposta. 

 

—Eu?

 

—Você.— ele confirma —Que sabe a resposta para todas as minhas perguntas.— eu o abraço,  agora sem chorar, e Tony me beija o rosto.  

 

Ele abriu a porta do carro pra mim, então deu a volta pra sentar no lugar do motorista  e seguirmos a viagem de volta pra casa, mas antes que meu marido embarcasse ouvi o sinal de alerta, ao olhar pelo retrovisor vejo uma viatura da polícia rodoviária parar alguns metros atrás do Audi. Tony não embarcou e ficou esperando o policial se aproximar,  ao olhar pro painel do carro percebi que ele parou e não manteve o pisca-alerta e o motor do carro ligados. 

 

—Você não podia ter estacionado.— alerto. 

 

—Mas você me pediu pra parar, eu fiquei…

 

—Boa tarde, Sr. algum problema com o veículo?— o policial questiona ao se aproximar. Ele é um pouco mais alto que o Tony e tem a pele negra.

 

—Não, só um contratempo.— Tony responde. 

 

—Preciso da sua habilitação e documentos do veículo.

 

—Ok.— Tony concorda, pega tudo o que foi solicitado e entrega ao guarda —Está tudo certo.— ele se adianta. 

 

—Está tudo certo mesmo, Sr. Anthony Edward Stark, mas você parou no acostamento sem cumprir as regras de sinalização.— o oficial diz analisando o rosto do meu marido, talvez tenha o reconhecido, mas não comenta nada. 

 

—A minha esposa está grávida, ela estava passando mal, pediu pra parar e eu apenas parei, foi mal.— ele justifica. 

 

—Vou precisar autuar o Sr em cinco pontos.— o policial informa e enquanto emite a infração puxa assunto comigo —Quantas semanas?

 

—Dez.— respondo pondo a mão sobre o minha barriga ainda pequena, sempre me confundo entre a idade gestacional dos bebês. 

 

—Uma gestação pós-blip.— ele observa —A minha esposa está com trinta e seis, e enorme, ela foi blipada grávida, foi horrível pra mim perder ela e meu filho. Mas os dois voltaram bem, graças a Deus.

 

—Que bom.— respondo sorrindo, não que eu seja agnóstica, mas Deus não teve nada a ver com isso. 

 

—Ainda bem que eu fiquei e mantive as coisas dela e do bebê, os meus vizinhos tiveram a família toda blipada e ao voltarem havia outra família morando na casa deles.— o policial comentou —Tem muita gente nessa situação. 

 

—Isso é péssimo.— observei. 

 

—Bem,  aqui estão seus documentos, Sr Stark,  esqueça a multa.— ele entregou as coisas do Tony —Tenha uma boa hora,  Sra Stark.  

 

—Obrigada, pra sua esposa também.— eu sorri,  ele nos deixou e Tony entrou no carro. 

 

—Será  que ele não me reconheceu, ou apenas me ignorou?— Tony perguntou. 

 

—Não sei, mas pelo menos você não foi multado.— respondi. Ele riu e deu partida no carro. 

 

Enquanto eu tentava prestar atenção na estrada me lembrei do relato do policial e comecei a chorar,  pensando na sorte que eu tive nessa história toda de estalar de dedos, ou blip como os leigos chamam, o filho daquele homem teria a idade da nossa filha se tudo tivesse sido diferente. 

 

—Amor, o que foi?— Tony perguntou preocupado e quando percebi que ele estava diminuindo a velocidade disse que não precisava parar —Mas você está chorando. 

 

—São os meus hormônios loucos.— respondo —Eu só estou pensando que a esposa daquele homem desapareceu por cinco anos e ele guardou tudo o que era dela e do bebê que eles esperavam. Ele perdeu tudo e agora tem tudo de volta graças a você.— eu digo ao enxugar meu rosto. 

 

—Na verdade quem fez todos voltarem foi o Banner.— ele me diz. 

 

—Mas não estaríamos todos aqui agora se não fosse você.— eu digo —Fique com um  pouco do crédito, 12%.— nós rimos lembrando da referência. 

 

—Você é muito louca, uma hora está chorando e na outra fazendo piada.— ele comenta —Mas sempre vou preferir te ver sorrindo,  ok?  

 

—Ok, Sr Stark.— eu lhe beijo o rosto.

 

(...)



Quando chegamos em casa estranhei o fato da Morgan não vir correndo perguntar sobre a consulta,  ela nem mesmo apareceu na varanda e até esse momento ter trocado de babá não havia sido uma preocupação, mas agora as minhas mãos estão geladas. Ouço vozes  vindas do segundo andar, subimos, ela não está no seu quarto, mas no quarto de hóspedes que desocupamos pra montar o quarto dos bebês. Quando abro a porta e vejo um tatame montado com cobertores, meu primeiro pensamento é de que Natasha é uma péssima influência. 

 

—Você não pode baixar a guarda, garotinha, ou eu posso te derrubar, e fazer cócegas, assim!

 

—Não, tia Nat! Por favorzinho!— a minha filha pede em meio a uma gargalhada deliciosa de ouvir. Ela está se divertindo tanto que nem me notou. Natasha a deixa se desvencilhar e aplicar um contragolpe, e agora é a ruiva que quase nunca ri quem cai na gargalhada, é inusitado.  

 

—Muito bem,  Maguna do papai.— Tony comemora o golpe interrompendo a brincadeira. 

 

—Mamãe!— ela exclama o finalmente me notar —Porque vocês demoraram muito?— ela envolve os bracinhos na minha  cintura e beija a minha barriga.

 

—Por que a Dra precisou ver todos os exames da mamãe.— respondo afagando seus cabelos.

 

—E está tudo bem?— Natasha pergunta ao se levantar, ela começa a recolher os cobertores do chão. 

 

—Estamos os três muito bem.— respondo.  

 

—Não, tia Nat, não desmancha, ainda quero lutar.

 

—Mas seus pais chegaram…

 

—Por mim está tudo bem.— eu digo —Com tanto que seja só uma brincadeira mesmo.— olho pra Natasha, esperando que ela entenda o meu tom, afinal, não quero transformar a minha filha numa mini Viúva Negra. 

 

—Quem perde recebe muitas cócegas até pedir pra parar, é só isso.— Nat explica.  

 

—Eu quase fiz xixi uma vez, mamãe.— Morgan diz rindo —Mas a tia Nat parou e me deixou ir fazer no banheiro.  

 

—Ah, que boazinha ela.— Tony ironiza.

 

—Oi, papai. 

 

—Oi, filha, você me viu aqui.— ele diz enciumado porque foi ele quem despertou a atenção dela, mas foi pra mim que ela correu, não por minha causa, claro.  

 

—Morgan, depois pede pro seu pai te ensinar uns golpes, ele sabe lutar também, sabia?— Natasha diz. 

 

—Sabe, papai?  

 

—Sei sim, filha. 

 

—Ele só não é melhor que eu, mas pode te mostrar algumas coisas.— Natasha o provoca, Tony retribui com uma careta —Sabe quem eu derrubei uma vez? Seu padrinho.  

 

—E você fez cócegas no Dindon?— Morgan pergunta curiosa. 

 

—O papai riu bastante naquele dia.— Tony responde —Foi vergonhoso. 

 

—Foi mesmo,  mas era o seu pai quem merecia uma surra naquele dia.— fecho a cara me lembrando dos comentários dele em relação a Natasha. 

 

—Vamos mudar de assunto,  acho que é melhor.— Tony desconversa —Daqui a pouco vai anoitecer  e a gente precisa jantar, então vou descer, até mais.— ele foge.  

 

—Obrigada por nos ajudar hoje, Natasha. 

 

—Você sabe que eu adoro ficar com ela, nunca pensei que pudesse gostar tanto de uma criança do Tony.— ele brinca me fazendo rir. 

 

—Mamãe, olha o que a minha tia me ensinou.— Morgan volta ao "tatame" e começa a virar cambalhotas. 

 

—Que máximo, meu amor, você gostou de passar a tarde sozinha com a tia Nat?  

 

—Eu adorei, eu amo a minha tia e você, o papai, o Peter,  o Dindon e os nenéns.

 

—Viu? Ela ama você, e sabe o que é melhor, a vaga de madrinha nunca foi preenchida.

 

—Sério?— Natasha sorri de maneira genuína e poucas vezes vista, aquiesço —Obrigada. 

 

—Não fui eu quem te escolheu, foi ela.— retribuo o sorriso —Só não sei como o Happy irá reagir a novidade.  

 

—Qualquer coisa eu derrubo ele de novo.— ela diz e nós rimos.  



(...)



Como em todas as manhãs acordo imediatamente ao sentir a mão máscula espalmada sobre a minha barriga enquanto seu corpo se encaixa ao meu. Ele ainda não consegue sentir, ou ficaria em êxtase, mas eu já sinto que os bebês também acordam junto com a gente. Da primeira vez que os senti mexer achei que estava maluca, afinal, um deles tem treze semanas enquanto o outro tem quinze, e a Morgan só mexeu prestes a completar vinte semanas, mas a minha médica afirmou que é normal sentir o bebê mexer mais cedo na segunda gestação, ainda mais em se tratando de gêmeos.  Não me novo, porque amo sentir o meu marido fazendo carinho na minha barriga enquanto beija o meu pescoço, é o melhor bom dia, mas alguém dentro de mim não gosta tanto. 

 

—Eita!

 

—O que foi? Não fiz nada.— ele diz. 

 

—Se a sua mão estivesse no lugar certo com certeza teria sentido, seria impossível não sentir.— eu digo. 

 

—Ah, não, mexeu?— ele senta. 

 

—Eles, ou um deles, mexe sempre,  já faz alguns dias que eu sinto.— me deito de barriga pra cima. 

 

—Porque você não me contou? Poxa, baby.— ele faz um bico. 

 

—Por que é mais interno, eu nunca vi nada do lado de fora, mas agora foi um chutão.

 

—Ei,  chuta a mão do papai aqui.— ele diz com a mão sobre o meu umbigo.  

 

—Foi aqui.— eu digo e movo a mão dele pra lateral da minha barriga —Deem bom dia pro seu pai.

 

Esperamos por longos minutos e nada acontece, me levanto, vou ao banheiro e vejo a hora.

 

—Vem, deita de novo.— meu marido me chama de volta pra nossa cama. 

 

—Eles não vão mexer só porque você quer.— digo ao me sentar —Mas vamos tentar um pouco mais antes de acordar a Morgan.— me deito novamente, Tony volta a conversar com a minha barriga e eu estou quase cochilando quando um furacãozinho invade o meu quarto. 

 

—Bom dia, mamãe.— ela pula na nossa cama.

 

—Bom dia, meu amor.— eu respondo —Devagarinho, cuidado.

 

—Tá, bom dia, papai.— ela diz esfregando os olhos, Morgan parece um ursinho nesse pijama. 

 

—Bom dia, Maguna.— ele beija os cabelos dela —Amor, desisto eles não vão mexer pra mim.— Tony diz. 

 

—É hoje que a gente vai ver os bebês,  né? 

 

—É,  daqui a pouquinho.— respondo —Está ansiosa?

 

—Hum-rum.— ela afirma —Será que pode ter uma irmã pra mim aqui dentro da sua barriga?

 

—Eu acho que são dois meninos.— Tony diz —Se fossem meninas elas teriam mexido pra mim.—  acho que rolei meus olhos 360 graus com a observação. 

 

—Olha, meu amor...— eu me sento, ignorando o comentário idiota do meu marido —Eu não sei, diferente de quando eu esperava você não consigo saber, mas eu queria pelo menos um garotinho, no entanto só a médica vai nos dar essa certeza. Mas se não tiver uma irmã promete pra mamãe que não vai ficar triste?  

 

—Prometo.— ela me responde. 

 

—Então dá um beijo de bom dia nos nossos  bebês.— peço, ela beija o meu umbigo e abraça a minha barriga encostando o rostinho bem próximo ao ponto onde alguém me chutou anteriormente. 

 

—Ai!— ela exclama. 

 

—Você sentiu, filha?— eu pergunto porque também senti. 

 

—Ela chutou a minha bochecha.— ela ri.  

 

—Eu não acredito, eles nem nasceram e já me odeiam.

 

—Você é ridículo, como pode dizer isso?

 

—O que meu pai disse?  

 

—Nada, filhota.— ele responde —Eu estou brincando, baby, me desculpa.— não respondo  e me levanto da cama —Amor?— eu simplesmente o ignoro e sigo pro banho. 

 

Na tentativa de me agradar ele deu banho na Morgan, a arrumou e ainda preparou o café,  mas eu não o desculpei. No caminho até Nova Iorque ele colocou todas as músicas que eu gosto, e a minha segunda voz no banco de trás me fez cantarolar algumas, enquanto The Scientist me fez querer chorar,  não ajudou Sr. Stark, consigo disfarçar graças aos óculos escuros que estou usando.  

 

—Meu Deus, Morgan, como você cresceu.— Paris a cumprimenta, logo depois de falar comigo e com o Tony,  assim que chegamos ao consultório.  

 

—Eu tenho quase assim.— ela diz orgulhosa mostrando sua mão direita com cinco dedos abertos.  

 

—Eu sei.— a Dra Geller sorri. 

 

—Foi a Dra Paris quem tirou você da barriga da mamãe sabia, filha?— Tony se manifesta. 

 

—Porque eu era um neném, né,  mamãe?— aquiesço —A gente já pode ver a minha irmã? 

 

—Ah, então alguém quer uma irmã?— Paris se manifesta.  

 

—Quero! Porque eu já tenho um irmão. 

 

—Eu não sabia.

 

—O nome dele é Peter, é meu irmão grande.— ela esclarece — E na barriga da mamãe tem dois bebês e uma irmã.— a observação dela me faz esboçar um sorriso porque nessa lógica seriam três bebês e eu certamente surtaria.  

 

—Mas e se não tiver uma irmã?  

 

—Eu não vou ficar triste.— ela responde. 

 

—Bem, mamãe,  vamos acabar com esse suspense?— a minha médica pergunta pra mim. 

 

Por ser um exame simples não preciso trocar de roupa,  apenas me deito na maca, Paris baixa o cós da minha saia e levanta a minha blusa. 

 

—O que você vai fazer, Dra médica?— Morgan pergunta nos fazendo rir, então Paris, com muita paciência, passa a sanar toda a curiosidade da minha pequena explicando passo a passo. 

 

—Está ouvindo esse som, garotinha?— eu perguntou,  a minha filha aquiesce —É o coração dos bebezinhos.

 

—Que barulho estranho, né?— ela faz franze o nariz. 

 

—Agora eu quero a família toda olhando pra tela,  estão vendo aqui.— Paris faz um círculo no local indicado —E aqui.— outro círculo —Morgan, Virginia, Anthony,  preparem-se, vocês vão ter dois meninos.— ela afirma e eu imediatamente começo a chorar, porque embora seja um pouco mais do que eu queria, não é o que eles queriam.  




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Notas finais do capítulo

Até ♡



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