Amor Perfeito XIII escrita por Lola


Capítulo 21
Sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥



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Eu já estava ficando com dores abdominais de tanto dar risada, até que umas garotas sentaram em um banco razoavelmente perto e os meninos ficaram olhando e comentando sobre os peitos delas. Aquilo me soava ser ridículo, de alguma forma.

— Deve dar igual a uma cavala. – meu irmão disse me fazendo o olhar.

— Ela tá usando um sutiã caríssimo da victoria secrets, que levanta e aumenta os seios. O peito dela não é nada demais. – Otávia avisou olhando para os meninos.

— É verdade. – Ryan concordou nos impressionando. – Ah, qual é?

— O casalzinho analista de sutiãs podia calar a boca. – meu irmão mandou falando mais baixo. Uma das garotas se aproximou e logo estava batendo papo com ele. Murilo chegava a ser escroto.

— To afim de pegar a loirinha, ela tá dando um mole do caralho. – ele disse baixo chegando até a gente. – Mas meu pai tirou tudo de mim. Alguém tem uma ideia?

— Come ela na rua mesmo. Eu já fiz isso. – Alê opinou sem fazer rodeios.

— Dá para ficar com ela como uma pessoa normal? Só beijo. Dai com o tempo vocês evoluem e o seu pai já vai ter liberado tudo. – Ryan disse como se fosse o óbvio a ser feito. E era. Pelo menos para uma pessoa normal. Mas não para Murilo.

— Podemos ir pra minha casa, não tem ninguém lá. – Kevin sugeriu fazendo todos o olharem com espanto.

— Nunca tem ninguém na sua casa. – meu irmão comentou e ele revirou os olhos. – Sua mãe é uma modelo ainda e viaja muito e o seu pai... Vive no trabalho.

— Acho que conversei sobre isso com a minha terapeuta aos dez anos de idade. Não preciso voltar a velhas questões. – olhei para Kevin imaginando que ter pais ausentes foi o que fez com que ele fosse tão diferente da gente.

— Cala a boca e vamos nessa, vai. – meu irmão mandou e todos nos levantamos. Ele e a garota foram na frente e a gente ia atrás. No caminho os meninos passaram em um posto para comprar cervejas. Pronto. O que seria um quarto emprestado para o meu irmão viraria uma mini festa.

A casa do Kevin tinha um projeto esquisito, você saia e dava direto na garagem, que nesse momento não tinha carro nenhum. Ficamos todos bebendo sentados lá, alguns nos degraus do piso, outros em um sofá velho que havia ali. Não bebi, é claro, então ele trouxe um refrigerante para mim. Em poucos minutos meu irmão sumiu com a garota, certamente indo para um dos quartos.

Sofia parecia querer se vingar de Murilo e nesse momento ela beijava Yuri, que ficou irreconhecível após a ida de Arthur. Acompanhei a conversa e notei que o clima rolava entre outros dois ou quatro par. Já eu fiquei por lá mesmo, sozinha intercalando meus goles na latinha de refrigerante com uma cantoria baixa da música que estava vindo da sala.

— Posso ficar aqui ao seu lado? – Kevin perguntou aparecendo do nada. Levei um susto. - Já que você é uma das poucas pessoas que não me odeiam nesse planeta. – ele brincou e riu.

— Claro. A casa é sua. – sorri.

— Você parece ansiosa.

— É que falta um mês para a minha próxima consulta. Queria que ela me dissesse que estou completamente bem... Bom... Pelo menos o máximo que posso ficar.

— Torço para que não chegue a esse máximo.

— Ah é? – o olhei com curiosidade. – Posso saber por que?

— Acho a sua deficiência atraente. – ficamos nos olhando. – É o que te faz ser especial. Pensa o quão foda e durona é uma mina que não pode amar.

— E o quão infeliz. – suspirei.

— E se você se apaixonar por mim? Bom... Você já gosta das pessoas né? Sente apreço. Se melhorar um pouquinho poderá se apaixonar.

— Gostar é quando você se apega a uma pessoa e começa a aprecia-la... – falei vagarosamente olhando para ele. – É o que a médica me disse e explicou que a vontade que tenho de estar sempre com meus amigos é isso.

— Sim, mas você pode gostar de alguém mais do que gosta das outras pessoas.

— Tá bom e como eu sei disso?

— Você pensa mais nela. Quer estar mais com ela que com os outros. Sente saudade. Basicamente ela não sai da sua cabeça. – comecei a analisar. Concentrei meu olhar em algum ponto e revisei todos os meus pensamentos. Sempre pensava em Arthur, já fazia mais de um mês que ele foi estudar fora e nem uma mensagem ou ligação fez para mim. Pensava mais nele. Queria estar mais com ele do que com todas as outras pessoas. E sentia saudade, muita saudade. Gostava de Arthur. E não era pouco. – Pensativa... – Kevin disse e continuou me olhando.

— Como acontece quando nos apaixonamos?

— A gente também pensa na pessoa todo o tempo. Mas é um pouco mais forte. Ficamos cegos. Não conseguimos ver os defeitos que ela tem, achamos que a pessoa é perfeita. Sendo que nem existe perfeição. É algo avassalador. Nos faz cometer as maiores burradas.

— Qual foi a sua maior burrada?

— Ah... Eu sou mais contido. – ele deu uma leve risada. – Quer saber sobre o amor agora? – fiquei pensando por um instante.

— Pode ser. – concordei.

— No amor você sabe que a pessoa é imperfeita, mas aprende a apreciar até os defeitos dela. É como se fosse um encaixe, algo que de qualquer forma tinha que acontecer.

— Você já amou alguém? – ele me olhou de uma forma mais intensa.

— Sou incapaz de amar. – dei uma risada baixa.

— Invejoso. – resmunguei e ele riu.

— É sério. Tenho ódio demais dentro de mim.

— Desabafa Kevin... – cheguei mais perto e peguei em sua mão, fazendo carinho.

— Tem coisa que não é bom sentir, imagina falar. – ele desviou sua atenção. – Yuri e Sofia estão quase se comendo ali no sofá. – olhei na direção dos dois e vi Soph quase sumir na boca e braços de Yu.

— Vamos lá pra fora? – o chamei incomodada com a cena. Fomos andando e passamos por Otávia e Ryan.

— Esse ranzinza está me negando um gole de cerveja, briga com ele Kevin. – Otávia disse com a voz arrastada. Pelo visto havia bebido.

— Sirvo para emprestar quarto e brigar com as pessoas. Palmas para mim. – ele falou e saiu andando.

— Ele quer a todo custo ser como o Arthur é para gente. Isso nunca vai acontecer. – ela comentou e Ryan parecia concordar. Fui atrás dele.

— Por que você quer ser mais que aquele que briga com as pessoas?

— Porque eu não sou só agressivo. Sou inteligente. Sou sarcástico. Sou mais que isso... – ficamos nos olhando.

— Você também é alguém que me beija. – falei e dei um sorriso envergonhado.

— Está sentindo falta? – ele chegou mais perto e segurou minha cintura. – Por mim eu te beijaria todos os dias. – foi o que ouvi antes dele se aproximar totalmente e tomar minha boca.


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