Amor Perfeito XIII escrita por Lola


Capítulo 22
Uma visita


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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Não sei por quanto tempo ficamos nos beijando, mas me assustei ao ver o farol de um carro parando em frente à casa de Kevin.

— Meu pai. – ele falou baixo e me abraçou, apoiando sua cabeça em meu ombro. Eu estava de costas para a rua, mas pude sentir Caleb se aproximando.

— Nossa conversa não resultou em nada né Kevin? – ele perguntou parecendo estar bem bravo.

— Como se você não me conhecesse. – ele respondeu e deu uma risada irônica.

— Seu ódio por Arthur te deixa cego. Ele escolheu estar longe, então não continue...

— Não estou com Alice para provocar Arthur. Para de falar isso. – ele o interrompeu. – Pai, as coisas são difíceis com ela... Não piore. Por favor.

— Não estão parecendo nada difíceis... – sai dos braços de Kevin e olhei para ele. – Seja como for o pai dela não aprova isso. Meu filho se afaste de Alice!

— Você também não aprova eu estar com ela e sabe por quê? Porque você acha que ela ficará melhor com Arthur, que ele cuidará melhor dela, já que ele tem mais qualidades, na real ele é perfeito né pai? Você o prefere. É tão óbvio e simples.

— A questão aqui não é o que eu prefiro. É o que é o certo. A garota tem uma deformidade que não a deixa sentir nada por você. Qual é o seu grau de insanidade para se envolver com ela?

— Caleb, eu te respeito muito e jamais ousaria discordar do senhor, mas está falando sobre mim... E está um pouco desinformado, o meu tratamento evoluiu bastante e não sou incapaz de sentir nada por Kevin, tanto é que eu já sinto. – entrelacei nossas mãos. – Pode deixar que eu irei conversar com o meu pai. – ele não respondeu nada, apenas nos olhou por um tempo e entrou.

— É sério isso que disse a ele? – Kevin me olhou com surpresa nos olhos.

— Não, desculpa. – baixei os olhos. – Mas eu tinha que fazer alguma coisa, vocês estavam brigando.

— Alice! Não faz mais isso comigo. Eu me iludi... Isso é cruel.

— Sinto vontade de estar contigo... Isso não é o bastante?

— Qual é, ouvimos seu pai chegar. – meu irmão chegou com a garota que estava ao lado. Kevin se afastou mais ainda de mim.

— Espero que ele não tenha percebido. – ele respondeu mantendo o olhar distante.

— Não. A gente já estava com o pessoal. Quero saber como tem aquela garagem enorme ali e vocês estão aqui.

— Estávamos conversando. – falei antes que ele dissesse qualquer coisa. – Vamos embora Murilo? – ele concordou e a gente se despediu de todos. Fomos para a casa dos nossos avós, aonde nosso pai iria nos buscar.

A semana ia passando e eu percebi que meu irmão estava estranho. Ele não fazia mais tantas piadas e nem brincava com Alê. Além disso, nossas conversas diminuíram bastante. Um dia voltando da academia eu tentei conversar com ele.

— Muh... O que tá acontecendo? Você está diferente. – o olhei.

— É coisa minha. – ele suspirou.

— Mas sempre fomos tão amigos. Por que você não pode me dizer? Não vem com a história de que se for sentimento eu não vou conseguir entender. Você sabe que estou bem melhor.

— Ah Alice... – estávamos chegando em casa. - Eu sou famoso porque sou filho de Vinicius Montez. Queria ser mais que isso, sabe? As pessoas não veem o Murilo, elas veem o filho do maior ex atleta de luta. Isso é frustrante. Sempre que eu fico com uma garota, por exemplo, ela pergunta como é ser filho dele. Acho que esse é um dos motivos de eu não conseguir me envolver com ninguém.

— Ah Muh... Você tem que entender que o papai tem um legado muito presente. As pessoas sempre vão lembrar e falar dele. Não pega essa pilha toda. Com o tempo você vai conseguir fazer sua personalidade prevalecer acima de qualquer nome ou história.

— Assim espero. – ele estacionou no jardim e descemos.

Sexta a tarde combinamos um passeio de bicicleta, todos nossos amigos. Sofia levou um tombo, fazendo a maioria rir, mas o que foi bem interessante foi a reação de Yuri. Ele ficou muito preocupado com ela.

— Percebi aquilo. – falei baixo enquanto eu me aproximava dele. Subíamos um morro, então a maioria desceu da bike e subia a pé.

— O que? – ele perguntou e me olhou.

— Você está gostando da Soph... – respondi mais baixo.

— Lógico que não! – ele discordou e riu. Resolvi não dizer mais nada. – Logo agora que eu estou sem a preocupação excessiva do meu irmão em cima de mim você acha mesmo que ia deixar de aproveitar e ficar atrás da Sofia? – ele perguntou e revirou os olhos. – Mesmo que ela negue, ela gosta do Murilo, tanto é que ela deu aquele show quando o viu com Larissa.

— EU ODEIO SUA EMPOLGAÇÃO OTÁVIA! – Ryan gritou explodindo. Certamente Otávia estava insistindo para ele fazer algo ou estava exagerando, como sempre, em seu ânimo com tudo e todos.

— Soph não gosta do Murilo. – falei depois que paramos de prestar atenção nos gritos de Ryan. – O que aconteceu foi que ela ficou magoada com a irmã. Qualquer uma ficaria.

— Se Arthur pegasse a garota que estou ficando acho que eu ficaria muito puto. – ele concordou após um tempo e riu. – Mas de qualquer forma eu não gosto dela Alice.

— Você gosta. Você só não sabe. Ainda. – conclui e dei um sorriso.

— Quem é você para medir o sentimento dos outros? – ele perguntou e riu. – Não precisa me explicar que melhorou, estou brincando.

— Além do mais não precisa sentir para perceber certas coisas.

— Espertinha. – ele apertou meu nariz me fazendo dar um tapa nele.

O passeio foi legal. Kevin parecia estar me evitando, então decidi que devia dar um tempo a ele. Como todo sábado, estávamos na casa dos nossos avós para almoçarmos. Após o almoço Yuri perguntou a tia Luna se estava tudo bem. Ela realmente não parecia nada tranquila.

— Seu irmão não atende o celular, o seu pai ainda não voltou de lá e meu instinto de mãe está me dando avisos há alguns dias.

— Meu pai foi para a cidade que Arthur está estudando? – ele perguntou surpreso.

— Foi. Ele queria ver como ele estava. Ele está preocupado e me preocupando.

— Vocês estão exagerando. – meu pai opinou. – Arthur é o garoto mais responsável que já conheci.

— Chegaram várias multas do carro dele. A fatura do cartão dele é basicamente de bar e boate. Ele quase nunca me atende e evita o Yuri e a Otávia a todo custo. Isso não são atitudes do Arthur que a gente conhece.

— Ele fez dezoito anos outro dia, acabou de conquistar a liberdade. São atitudes esperadas. – minha mãe comentou olhando para tia Luna. – O seu irmão com dezoito era bem pior.

— E se a gente fosse lá? – meu irmão perguntou e olhou para nossos pais e nossa tia. – Talvez Arthur se lembre de quem ele realmente é com pessoas queridas por perto.

— Pode ser. – meu pai concordou. – Mas acho melhor vocês irem de ônibus. Se algum de nós levarmos ele pode achar que estamos querendo vigia-lo. - combinamos como seria feito e quem iria e eu automaticamente mudei meu estado de espirito. Eu veria Arthur. Mesmo que ele não quisesse.


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