Amor Perfeito XIII escrita por Lola


Capítulo 14
Motivo Suficiente


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/777828/chapter/14

— Aí! – falei depois de ser atingida pelo boné do meu irmão.

— Nem tanto. Ela não desviou do boné. A médica sempre pede para jogar algo em sua direção de tempo em tempo para ver a reação.

— Mas ela sentiu dor.

— Ela sente dor Sofia. – Arthur falou se levantando. – Fala alguma coisa engraçada Yuri. – ele pediu ao irmão sem tirar os olhos de mim.

— A Sofia parece um babuíno.

— Ah tá, você é igual uma girafa dentuça. – ela respondeu e Arthur me abraçou ao ver que eu estava rindo. De novo aquela sensação. Só que agora alguma coisa se mexia em meu estômago.

— Vem, os seus pais vão gostar de saber disso. – ele me conduziu novamente até o salão de festas e mostrou a eles que agora eu achava as coisas engraçadas e tracejava reação. Eu me escondi atrás dele ao ver que Murilo jogaria um doce em mim.

— Tem hora que ela se defende e tem hora que não. – meu irmão contou olhando para os meus pais.

— É normal, foi assim quando ela ficou alegre pela primeira vez.

— Já temos dor, calma, alegria, satisfação, tristeza, diversão, confusão, um pouco do medo... Esqueci algum? – meu pai contou e olhou minha mãe.

— Não. A médica achou que a próxima emoção que ela demonstraria seria admiração e depois adoração, ela errou. Estranho porque ela nunca erra.

— Falta ainda ansiedade, nojo, estranheza, e por fim, desejo, apreciação estética, interesse e romance. – meu pai continuou contando as palavras.

— E os quatro últimos ela diz ser impossível.

— Tadinha. – minha tia Luna disse com uma expressão nada legal.

— Mas temos que comemorar! Minha filhinha agora ri. – ela disse como se eu tivesse acabado de completar um ano.

— Tia Raíssa... Alice não gosta dessa exposição... – Arthur a lembrou.

— Vamos ver se o humor da Alice é bom. – Alê sugeriu. – Qual é a fórmula da água benta? H Deus o.

— Não tenta ser engraçado, você não consegue. – Kevin disse ao chegar.

— Ah, você consegue né, engraçadão.

— Acho melhor a gente ir embora, Alice precisa descansar. – minha mãe falou se levantando.

— Ah tia Ray, a gente ia juntar nossa turma agora! – Otávia fez uma expressão de cachorro abandonado para a minha mãe que olhou para o meu pai.

— É um pedido da aniversariante. E nossa filha tem que se divertir Raíssa, não dá para guarda-la em um potinho.

— Tá bom. Arthur, você vai estar com eles né?

— Claro, estarei. – olhei meu primo e vi que ele parecia insatisfeito.

— OBA! – Otávia saiu nos puxando, voltando com a gente para onde estávamos antes, na parte do jardim. Não haviam muitas pessoas por ali e pela festa já estar quase no fim, o movimento era mínimo. Nos sentamos no chão fazendo uma roda e Sofia apareceu com uma garrafa. – Todos já sabem das regras né?

— Não custa lembrar. Verdade ou Desafio, cada um tem apenas três verdades. Se não cumprir o desafio vai ter suas redes socais na mão do desafiador por dez minutos, para ele fazer o que quiser.

— E se você pensa que essa punição é pouca, pensa de novo porque pode vim segredos à tona, amizades desfeitas, tem gente que perde até o bom convívio com a família... – todos olhavam Ryan falar.

— Começa logo esse inferno. – meu irmão mandou quase gritando.

— Alice não vai beijar nem fazer nada com ninguém. – Arthur tinha um tom de voz diferente. Olhei para ele tentando entender.

— Por que você não quer? Ah tá. – Sofia parecia discordar dele.

— Ela não vai sentir nada, não faz sentido ela beijar por beijar. – Lari opinou.

— Quem tem que decidir se quer ou não é ela. – Murilo me olhou.

— Vocês falam de mim como se eu fosse uma bebezinha, uma criança! Gente, eu penso, eu posso fazer escolhas. O meu irmão está certo, quem tem que decidir isso é eu e se vou participar de algo com vocês não me tratem de forma diferente, as mesmas regras que valem para vocês também valem para mim.

— AEEEEE! – Alexandre gritou batendo no chão.

— Ela é a mais nova, mas daqui uns meses fará quinze anos, então maneira na proteção irmãozinho. – Yuri disse e deu dois tapinhas nas costas de Arthur.

— Vou rodar. – Otávia anunciou e posicionou a garrafa ao centro. – Ryan e Giovanna.

— Verdade. – ela falou olhando para ele.

— Você é lesada assim mesmo ou faz de propósito? É um personagem? Por que às vezes eu penso que não tem lógica nas mancadas que você dá Giovanna.

— A minha mãe é toda pra frente e o meu pai é mais quieto na dele, acho que eles são muito diferentes, então deu nisso aqui. Não faço por querer, sou lerda mesmo. Mas eu sei que vocês me amam do jeito que eu sou.

— Ah pronto. – Otávia revirou os olhos e rodou a garrafa novamente. – Eu e Arthur. Hum... – ela deu um sorriso grande.

— Desafio. – todos deram um grito.

— Ele é muito sério, tem infinitas coisas que eu posso manda-lo fazer. – ela disse e ficou pensativa. – Vai lá dentro, toma o lugar do dj e começa a dançar e animar a festa.

— Fico me perguntou por que me misturo com crianças como vocês. – ele comentou se levantando.

— Você é só dois ou três anos mais velho que a maioria aqui, baixa a bola parceiro. – meu irmão disse e Arthur ignorou.

— VAI LÁ DJ. – Otávia gritou e enquanto ele ia para dentro, fomos para perto da porta vê-lo cumprir o desafio. – Não estou acreditando... – ela colocou a mão na boca demonstrando surpresa. – Até que ele dança bem. – em pouco tempo ele voltou.

— Se saiu muito bem irmãozinho. – Yuri o elogiou enquanto nos sentávamos novamente.

— Ryan pergunta para Alexandre. – dessa vez Sofia tomou o lugar de Otávia e rodou a garrafa.

— Desafio. – o ânimo do moreno ao ouvir isso era visível.

— Vamos começar a apimentar as coisas! – Ryan quase gritou enquanto passava uma mão na outra com um sorriso enorme no rosto. – Beije a garota que você acha mais bonita da roda.

— Caralho Ryan! – o loiro reclamou. Ele e Murilo se olharam.

— Tranquilo. – meu irmão falou olhando para ele.

— Beijo de língua. – Ryan completou fazendo Alê o encarar.

— Você disse apenas BEIJO, não mete essa agora. – Ryan pareceu se conformar. Alexandre se levantou e chegou perto de mim. - Ela é inocente mano, não dá.

— Então beije a segunda mais bonita. – ele não ouviu o que sugeriram e se abaixou, selando nossos lábios.

— Obrigada. – falei quando ele se afastou. – Por me achar a mais bonita.

— Só não acha quem é cego. – Kevin observou e revirou os olhos.

— Beleza é superficial, relativa e secundária.  – Arthur falou com seriedade. – Pode dar continuidade a brincadeira? Ficaremos aqui a noite toda.

— Arthur pergunta para Otávia. – Sofia disse assim que a garrafa parou.

— Tenho três verdades ainda, gastarei a primeira.

— É verdade que você já ficou com alguém dessa roda?

— Alguém ou vários? – Kevin perguntou levando um soco dela.

— É verdade.

— Murilo e quem mais? – Kevin voltou a falar.

— Por que eu? – meu irmão perguntou olhando para ele.

— Você só não pega sua mãe e sua irmã.

— E a sua mãe também, apesar de que ela é uma coroa gostosa. – ele foi para cima de Murilo e Arthur o segurou.

— Sem selvageria. Continuando... – Otávia voltou a comandar.  – Sofia para Murilo.

— Pergunta. Não quero levantar daqui agora.

— Ah tá, covardia agora virou preguiça. – ela disse e riu. – Você namoraria alguma pessoa daqui?

— Não. Talvez a minha irmã se ela não fosse a minha irmã e se ela não tivesse a condição que ela tem, mas só porque ela não iria poder me amar.

— Isso seria motivo suficiente para você desistir dela? – Arthur perguntou o olhando.

— Para qualquer um. Não existe a possibilidade de a Alice namorar um dia. É difícil entender, mas ela não vai ter sentimento por ninguém.

— Murilo pergunta para Larissa. – Otávia interrompeu a conversa deles.

— Desafio. – meu irmão deu um grito com a fala dela.

— Não vou te mandar beijar ninguém, porque é o que você quer e eu sou malvado. Tire uma peça de roupa.

— MURILO EU ESTOU DE VESTIDO!

— Foda-se.

— Ela é a minha irmã seu tarado. – Sofia, que até então sabíamos que às vezes ficava com o meu irmão, disse bastante indignada.

— Já te falei que a meta é pegar as duas.

— Ao mesmo tempo? – Giovanna perguntou arregalando os olhos.

— Tirei. – Lari mostrou a calcinha, seu rosto estava vermelho.

— Murilo pega pesado. – Otávia comentou enquanto rodava novamente a garrafa. – Arthur pergunta para Kevin.

— Verdade. – eles se olharam. – Não vale perguntar por que sou detestável.

— O que você sente por Alice? – eles continuaram se olhando. Kevin deu uma risada.

— O mesmo que você. – todos pareceram levar um susto. Ninguém dizia nada e os dois ficavam se encarando silenciosamente.

— Você não pode dizer o que eu sinto, não está dentro de mim.

— Espera... Já está se sentindo culpado? Como assim? Você pode sentir por ela carinho de amizade, eu não disse nada.

— A gente sabe o que você quis dizer.

— Estão falando do que sentem por mim e eu queria finalizar isso. – falei e olhei para os dois.

— Eu pergunto para o Arthur. – Otávia disse e olhou para o loiro.

— Verdade.

— Por que você não namora a Aline? – era a garota que Arthur ficava. Só sabia pelo nome, mas nunca havia visto os dois juntos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor Perfeito XIII" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.