Sua Única Opção escrita por NatynhaNachan
Sabia que não conseguiria, mas precisava tentar dormir; por insistência de Syaoran e por seu próprio bem estar; deu um suspiro profundo e tentou adormecer ao chegar em seu quarto.
De manhã bem cedo tomaram um café da manhã de despedida.
Todos se deram seus adeuses.
— Espero que tenha gostado de cada minuto, Sakura-chan – Yelan a abraçou um pouco mais forte do que o costume. – Que minha casa seja sempre sua opção de felicidade. – Nesse momento ela fez questão de segurar o rosto da moça em suas mãos. – E que meu filho te faça tão feliz como você merece. – Essa última parte foi quase um cochicho esclusivo.
Sakura precisou respirar fundo para responder.
Colocou suas mãos por cima das dela, fechou os olhos e prosseguiu.
— Eu agradeço muito a oportunidade, espero que tenha agradado a todos e com certeza seu filho é capaz de me fazer muito feliz. – Ela sorriu e sua face avermellhou. – Espero que eu possa fazer o mesmo.
Chegaram ao aeroporto, passaram pelo saguão, se dirigiram a uma área reservada.
— Vem Tomoyo, vamos acertar os detalhes. – Eriol lançou um olhar significativo à namorada, que assentiu.
Sakura e Syaoran estavam sentados lado a lado ; somente se olhavam com alguma tristeza no olhar.
De repente ele deu um sorriso misterioso exclusivamente para ela e retirou uma caixinha de veludo do bolso de seu paletó bege, que cobria sua camisa azul marinho, abrindo-a e retirando um dos anéis do par de alianças de prata ; o dela com brilhantes em todo seu entorno.
— Dedo anelar, por favor. – Ele sorriu quando concluiu a ação. – Perfeito, sou muito bom em medir só olhando.
Ela olhou a jóia ainda em choque. O encarou, como que buscando explicação.
— Isso quer dizer que estamos namorando. Aceita? – Ele aguardava com surpreendente ansiedade.
Havia feito um movimento arriscado e sabia bem disso.
Ela riu, segurou as lágrimas e foi forte : fez o mesmo com ele, colocando a aliança em seu dedo anelar.Não precisou falar nada.
Ele pegou as mãos da moça, se levantou, e Sakura o acompanhou; começou a se aproximar sem aviso, e a enlaçou em seus braços. A apertou com quase todas as forças, respirou fundo seu aroma.
— Sentirei sua falta, Ying Fa. – Seus olhos estavam cerrados, seu nariz no meio dos cabelos da japonesa.
— Eu também, Xiao Lang. – Sakura o abraçou de volta, com a mesma intensidade, os olhos fechados para aproveitar o momento. – Por favor, vamos dar um jeito nessa distância muito em breve, ok?
Ela pedia com os olhos.
Ele parecia derreter.
— Agora mesmo já estou pensando nisso – Ele afagou a maçã o rosto dela e trocaram mais um beijo.
Chegada a hora do embarque se separaram.
— Até, Syaoran. – Sakura procurou sorrir gentilmente – Mando mensagem.
Ele simplesmente a tomou e beijou longamente.
Se separaram , ainda se olhando.
Tomoeda: O trem sacolejante levava seus pensamentos longe e seu corpo para perto de sua cidade natal
Nakuru havia conseguido tomar conta de tudo por esta semana, e de alguma forma ainda não explícita conseguira acalmar a ira de Toya. Ele teria ido até Hong Kong buscar Sakura, estragar tudo, se não fosse pela pronta ação da secretária competente.
— Sakura, tá tudo bem com a Nakuru, lá na agência? - Tomoyo arregalou os olhos , curiosa.
— Tudo ótimo, não temos preocupação nenhuma . – Sakura guardou o celular pink em sua bolsa, cansada.
— Sakura, o Eriol ficou na China , estamos só nós duas nessa cabine do trem...Você não quer mesmo me dizer porque essa deprê? – A prima olhou seriamente para a moça de olhos verdes.
— Ah, Tomoyo – Sakura se endireitou em seu lugar . - Syaoran foi atrás de mim e...Ele se declarou . – Sakura sorriu quase imperceptivelmente.
—Ahhhhh, que kawaii! – Tomoyo deu um grito sussurrado, os olhos brilhavam. – Me conta direito isso, Sakura!
Sakura contou cada detalhe: a expressão facial, a postura, os olhos amorosos, as palavras.
— Aiii, que lindo! – A prima pegou as mãos da moça. – Eu quase não te vi chorar no aeroporto; você não quis deixa-lo te ver sofrer. – A realização bateu como um raio na mente sagaz de Daidouji.
Tomoyo se sentou ao lado da prima, e secou algumas lágrimas que haviam rolado nesse instante.
—Não se preocupe, ele vai dar um jeito de vocês continuarem juntos, eu tenho certeza disso. – Tomoyo sorriu gentilmente.
Sakura passou as mãos pelo rosto, se recompondo.
— Eu não quero ter que esperar mais tanto tempo, Moyo. – Ela aceitou um lencinho da prima. – Já esperei demais. – As lágrimas passaram a vir em avalanche.
Chegaram a estação no final da tarde, já exaustas da viagem sem escala: aeroporto-avião-aeroporto-estação-trem-estação.
— Aqui, kaijuu..- Toya veio na direção das meninas – Ta cega é? Oi Tomoyo. – Toya olhou brevemente para a prima e se voltou novamente para a irmã. – Mas você tá um bagaço! É isso que a China faz com as pessoas? Eu que nunca quero ir pra lá...- Ele olhou de soslaio para a irmã.
— Haha Toya, fica quieto e me leva pra casa...Preciso dormir o mais rápido possível. – Sakura esfregou os olhos ainda vermelhos – E não esquece de levar as malas. – Sakura se pôs ao lado de Tomoyo e saiu andando atrás do irmão pela estação de trem.
Chegaram ao carro, se sentaram, e Sakura recostou sua cabeça; nem viu a prima se despedir quando passaram em sua casa, já estava dormindo com certa profundidade.
Toya começou a se preocupar: haveria acontecido algo? Ela parecia mais que somente cansada...Parecia deprimida. Seria só resultado de um período agitado no trabalho?
Já em casa, Toya levava Sakura em seus braços, a deixando em seu antigo quarto no sótão; Fujitaka veio logo atrás, com a mala da filha, que desarrumou pacientemente, enquanto seu filho arrumava melhor a irmã na cama.
— Vamos Toya, ela realmente está precisando dormir; se preciso falamos com ela amanhã. – O sr. Kinomoto guiou o filho até a porta, com seu sorriso gentil. – Durma à vontade, minha filha.
Manhã alva e limpa, flores ao sabor do vento nas ruas, árvores frondosas nas alamedas, pássaros alegres piando no clima ameno primaveril.
A noite havia passado profundamente sem interrupções, revigorante como deveria ser qualquer noite de levantou de muito bom humor, e com uma imensa fome, já que havia pulado o jantar do dia anterior.
Foi tomar seu banho, colocou um vestido amarelo, e desceu com vontade as escadas para trombar com gosto em seu pai na cozinha.
— Bom dia, pai!Nem acredito que dormi tanto assim, e nem falei oi pra você ontem... – Sakura o abraçou, beijou, e já se sentou na mesa do café. – Eu estava muito cansada mesmo...
— Sem problemas, minha filha. – Fujitaka sorriu. – Não vai esperar seu irmão?
Sakura já comia camarões e tomava suco de laranja.
— Desculpa pai...É que eu tô morrendo de fome...- Sakura comeu uma pequena lula, sorrindo travessa.
— Tudo bem, meu amor. – Fujitaka beijou a testa da filha. – Só perguntei por perguntar, pode comer à vontade.
— Kaijuu, deixa um pouco pra mim, sua esfomeada! – Toya desceu as escadas de cara fechada, como sempre. – Tá parecendo uma porca no chiqueiro.
— Oi Toya, bom dia pra você também; e sim, eu senti sua falta. – Sakura o beijou quando ele se sentou ao seu lado.
— E como foi tudo na China, Sakura? Porque não nos avisou? – Fujitaka passava manteiga no pão. – Se a Nakuru não nos ligasse, não saberíamos.
— Fui quem pediu pra ela ligar, papai; realmente foi tudo muito rápido, nem tive tempo de falar com vocês sobre todo o plano. Mas quando embarquei, lembrei de avisar a Nakuru, pra avisar vocês.- Sakuru tomou mais um gole de suco e começou a contar sobre sua semana na China.
Já na parte da tarde, havia se juntado à Tomoyo; deram várias voltas para tentar achar um bom presente para o aniversário do avô.
— Bem , eu vou levar esse cachimbo, e você? – Tomoyo olhava contente sua escolha.
— Acho que levo esse livro com fotos de paisagens campestres ao redor do mundo; afinal, o vovô ama esse tipo de lugar... – Sakura sorriu, segurando o artigo em mãos, folheando atenciosamente.
Passaram no caixa e passearam pelas alamedas.
— Descansou afinal, Sakura?Parece bem melhor hoje... - Tomoyo abriu um belo sorriso pra pontuar sua obsevação.
— Ah, sim, depois daquele meu desabafo me aliviei. – Sakura mirou confiante o horizonte.- Nos falamos e estou mais otimista.
O estridente celular de Sakura tocou enquanto passeavam pelo parque de diversões gigantesco que havia sido inaugurado a poucos anos atrás.
— Naku-chan? Tudo bem, e você?Aqui? Onde? – Sakura olhava freneticamente para os lados.
— Ohayo, meninas! – Nakuru saiu detrás de uma cerca viva, com uma saia jeans escura e uma blusinha azul clara. – Sentiram minha falta?
As três colocaram todos os assuntos em dia enquanto passeavam pelo parque.
— E foi isso, Naku-chan; um sucesso total, em todos os sentidos. – Tomoyo sorriu alegre e Sakura desviou seu olhar, já ruborizada.
— Ai, que kawaii!Saku-chan, conquistando corações chineses!- Nakuru sorriu com gosto.- Na verdade, um coração só: o do tal Syaoran.
— E a sua vinda até aqui tem algo a ver com o Toya, não? – Sakura lançou um olhar esperto em sua direção, repetindo o mesmo tom de voz da amiga. – Porque, fora isso...
— Como assim, você sabe? Parece até bruxa, ou algo assim.. – Nakuru sorriu. – Seu irmão me convidou para o aniversário do seu avô ,sim. Algo contra, cunhadinha? - Nakuru disse essa última palavra lentamente, com um sorriso sagaz.
Tomoyo e Sakura engasgaram com seus sucos de uva.
— Cunhada? – Tomoyo se limpava com o guardanapo de papel.
—Como assim? Desde quando? Mas você ficava em Tokyo comigo e nunca me disse nada! – Sakura não conseguia entender.
— Você sabe que eu conhecia seu irmão dos tempos de colegial...E nos encontramos algumas vezes. – Ela pareceu parar para pensar, indicador no queixo. - Na verdade, nunca perdemos o contato e tivemos alguns encontros...Sua viagem de sopetão só nos reaproximou. – Ela se balançava com as mãos atrás do corpo.
— Porque não me contou? – Sakura estava embasbacada com a notícia.
— Não era nada oficial como um namoro fixo, então não compensava alardear;só agora, que nós estamos juntos oficialmente, eu fiz questão de vir pessoalmente dar a notícia a você, porque o seu pai já sabe. – Nakuru sorria abertamente, terminando com calma seu suco de laranja.
— Ah, e eu tinha MESMO que ser a última? – Sakura sorriu enviesado, sua irritação era óbvia.
As três se olharam e riram com gosto.
— Bom, só posso desejar felicidades ao casal. – Ela abraçou Nakuru afavelmente.
Pensava se Toya seria cordial assim quando chegasse sua vez de apresentar Syaoran.
E já sabia a resposta.
Respirou fundo.
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