21 Maneiras de dizer que a ama escrita por Amelie Oswald


Capítulo 4
Capítulo 3 - Peça a um amigo para perguntar sobre você


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus amores! Mais um capítulo fresquinho para vocês. Espero que apreciem. Boa leitura a todos ♥



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Os olhos esverdeados do agente Clint Barton estavam fixos sobre a tela plana e brilhante do tablete preto que segurava em mãos. Mais uma vez o artigo da internet estava aberto no navegador para ser utilizado, dessa vez não achava tão idiota quanto antes. Entretanto, o homem precisou ler várias vezes as palavras em negrito da próxima etapa, demorando quando um minuto ali.  

3) Peça a um amigo para perguntar sobre você 

A boca do agente estava semiaberta no mesmo instante que coçava o maxilar com a mão livre, não conseguia pensar como prosseguiria com essa etapa. A última coisa que pretendia era envolver terceiros naquela bagunça. Ele não possuía uma boa abrangência de pessoas que poderiam ser escaladas para ajudá-lo em sua declaração indireta. Caso tentasse conquistar qualquer outra pessoa, ele pediria ajuda para Jude sem hesitar, porém era o coração dela que estava tentando ganhar. 

A pessoa escolhida para ajudá-lo no terceiro passo teria de ser alguém de extrema confiança, alguém discreto e que não espalharia para todos os agentes e funcionários da SHIELD os seus sentimentos pela colega de serviço. 

Como todo o plano no geral, aquela fase possuía seus prós e seus contras. A parte positiva da etapa era que não seria necessário o seu contato direto com Jude, evitando qualquer risco direto que pudesse causar nos planos, deixando a tarefa incumbida para outra pessoa. Infelizmente, dependendo de como as coisas prosseguisse, ele poderia receber uma resposta negativa, falar coisas terríveis que sentia ao seu respeito, acabando com qualquer esperança de um relacionamento, isso na pior das hipóteses. Ao menos ele conseguiria saber se deveria desistir daquela lista estúpida oferecida pelo google ou continuar com ela por sua conta e risco. 

Ele suspirou e desligou o aparelho eletrônico, colocando o tablete na escrivaninha ao lado da cama, onde pertencia. 

― Então... A quem devo atribuir essa tarefa? ― Perguntou para si mesmo aos sussurros enquanto sentava na beirada da cama. 

As primeiras pessoas que vieram em sua cabeça foram os agentes Natasha Romanoff, Maria Hill e Phil Coulson. Todos eles eram amigos em comum entre ele e Jude, possuindo grande afinidade com a espiã para lhe perguntar sobre qualquer assunto. Eles, possivelmente, poderiam ajuda-lo e, quem sabe, fariam propaganda positiva sobre ele, expondo todas as suas qualidades de modo heroico. 

Clint retirou o telefone do bolso da calça jeans, desbloqueando o aparelho e abrindo a agenda de contatos em seguida. Por alguns segundos percorreu todos os poucos nomes que estavam na lista, cogitando em quem chamaria para ajudá-lo nessa missão. Estava hesitante, pois não tinha certeza se queria que algum deles soubesse dos seus sentimentos por Jude, por ele guardaria tudo em segredo até que contasse diretamente para a amiga. E possuía menos certeza se desejava que soubessem que vinha utilizando um artigo da internet para chamar atenção da mesma, talvez pudesse omitir essa parte. 

Primeiro parou sobre o contato do Coulson, já que estava no topo da lista de contatos. Ele e Jude passavam muito tempo juntos conversando sobre futilidades. Ele era um homem inteligente, discreto e que provavelmente poderia trazer à tona o assunto sem levantar suspeitas. Mas o engano não era o seu forte, caso suspeitasse de algo, Jude conseguiria obter qualquer resposta verdadeira do agente, levando todo o plano bem elaborado do Clint para o ralo. 

Em seguida parou sobre o número da Maria Hill. Ele não possuía liberdade o suficiente para pedir tal favor ou revelar qualquer segredo seu para ela, mas a agente era amiga da Jude. Entretanto Hill poderia deixar escapar o plano para os superiores, fazendo com que Fury descobrisse sobre o affair, o que não seria nem um pouco legal de acontecer. O diretor impediria qualquer contato futuro dos agentes, principalmente por temer que ela volte a ser a assassina mais letal do mundo, achando que Clint seria capaz de mexer com seu psicológico de alguma maneira negativa. 

Não havia dúvidas, seria Natasha. A ruiva era perfeita para o trabalho, ele a conhecia a anos, possuía liberdade o suficiente para pedir qualquer tipo de favor. Além do mais, ela e Jude dividiam quarto as vezes, eram melhores amigas e estavam sempre conversando sobre assuntos aleatórios que não envolviam o serviço. Romanoff conhecia tudo sobre Jude, tanto dentro quanto fora da SHIELD. Definitivamente ela iria ajuda-lo. Sentiu-se um tolo por não ter pensado nela como primeira opção. Sorrindo radiante, desceu a lista de contatos até encontrar o nome de “NAT”, sua melhor amiga de longa data e ligou para ela. Não demorou muitos toques para que ela o atendesse do outro lado da linha. 

― Aconteceu alguma coisa? ― Perguntou a mulher preocupada. Afinal o homem não era de ligar para perguntar sobre o dia ― Estou de folga, mas posso muito bem ir para a SHIELD. 

― Oi, Tasha! Não. Na verdade não houve nada ― Clint suspirou. 

― Então porque me ligou, Barton? ― Perguntou Natasha irritadiça do outro lado da linha. 

― Eu preciso pedir um favor. 

― Que tipo de favor? 

― Hum... É que quero perguntar uma coisa ―Clint hesitou, começando a balançar um dos joelhos. 

― Você está me matando, Clint ―Resmungou Natasha ―Somos amigos, não precisa hesitar em me pedir nada. 

― Eu sei... ―Clint coçou a nuca, piscando duro ― Só preciso que me ajude com uma coisa. Você vai ver a Jude hoje? 

― Sim. Estou esperando por ela aqui no restaurante, hoje é dia das mulheres. Por que? 

― Ok... Bom... Então... ― Clint pode ouvir uma risada abafada vindo do outro lado da linha ― Você pode falar sobre mim para ela? 

― Falar de você? Okay. Alguma coisa específica? Algo sobre o trabalho? Está tentando pedir desculpas ou o que? ―  Natasha perguntava segurando o riso. 

― Apenas fale de mim. Ah! Sei lá... ― Ele voltou a coçar a nuca nervoso. 

― Então você quer que eu fale sobre você pelas suas costas. Soa interessante ― Aparentemente Natasha achava graça da situação inusitada. 

― Mais ou menos isso. Mas, de preferência, coisas boas ― Clint passou a mão livre pelos cabelos, bagunçando ainda mais as madeixas por perceber o quanto aquilo soava patético. 

― Agora você pediu uma coisa difícil ― Zombou Natasha gargalhando do outro lado da linha. O agente revirou os olhos e bufou ― Brincadeira, vou fazer esse favor. Mas é algum motivo especial? 

― Hum... Nenhuma razão especial ―Clint lambeu os lábios, sentindo desconforto pela pergunta. 

―  Não sou idiota, Barton ― Possivelmente Natasha estaria arqueando uma das sobrancelhas naquele momento. Clint a conhecia como a palma da sua mão, assim como ela também o conhecia ― Você está caidinho por ela, não está? Tentando impressiona-la. Mandando mensagens de madrugada. E agora pedindo esse favor. Sabia que tinha algo. 

― Bem, sim... ― Ele cedeu o segredo para a amiga e suspirou. Pelo menos elas haviam falado sobre ele, já que Natasha sabia das mensagens. Não adiantaria negar para a ruiva aquilo que já estava evidente, além de que ela não o deixaria em paz ― Mas prometa que isso ficará somente entre nós. Não quero dizer para Jude ainda. Preciso saber minhas chances. 

― Pode confiar em mim, Clint. Não vou contar. Além do mais, quero meus amigos felizes ―A agente sorria do outro lado da linha ― Me chame de cupido. Falarei tão bem de você, Romeu, que ela vai pensar que se transformou em um anjo de uma noite para o dia. 

― Muito obrigado ― Agradeceu Clint sorrindo aliviado. 

― Mas, cá entre nós, acho que suas chances são boas ― Disse Natasha, aumentando as esperanças de Clint em relação um futuro romance ― Mas agora preciso desligar. Jude está atrasada alguns minutos e pode chegar a qualquer momento, não quero que ela saiba que estive falando com você. 

Antes que Clint pudesse responder, Natasha desligou o telefone. O agente suspirou profundo enquanto guardava o aparelho telefone dentro do bolso. Havia conseguido alguém para ajudá–lo com o plano, agora bastava esperar e torcer para que nada estragasse as coisas. No fundo ele desejava estar presente, ver as expressões de Jude quando escutasse seu nome junto com muitas coisas boas no meio da conversa. 

✱ ✱ ✱ 

O agente estava sentado na sua poltrona reclinável favorita da sala de estar do pequeno apartamento que ocupava quando não estava em missões perigosas pelo mundo. Seus dedos ágeis apertavam os botões do controle remoto da televisão enquanto zapeava pelos canais em busca de algo interessante e que prendesse sua atenção. Longas horas haviam passado desde que pediu o pequeno favor para a melhor amiga, Natasha Romanoff. Desde o momento que a ruiva desligou o telefone, muitos pensamentos invadiram sua mente e nada parecia distrai-lo e, assim, mudar o foco dos pensamentos, livrando da preocupação por algum tempo. 

Ele estava começando a ficar entretido com um programa de penhor do History Chanel quando o celular vibrou dentro do bolso. Rapidamente Clint abriu o aparelho, dando de cara com mensagens de textos enviadas por Natasha. Um sorriso brotou em sua face e a esperança voltou a crescer no peito, torcendo para que tudo tivesse dado certo. 

[NATASHA 16:42] Ela sente um grande carinho por você. É um bom sinal. 

[CLINT 16:42] Você falou com ela? 

[NATASHA 16:42] Pode apostar. 

[CLINT 16:43] Muito obrigado, Tasha ♥ 

[NATASHA 16:43] Não tem problemas 

[CLINT 16:43] 8=======D 

[NATASHA 16:43] Por que me enviou isso? 

[CLINT 16:44] É um carinha de óculos e nariz grande sorrindo 

[NATASHA 16:44] NÃO, BARTON. NÃO É! 

[CLINT 16:44] A Jude disse que era 

[NATASHA 16:44] Ela te enganou. 

Clint estava prestes a perguntar para Natasha o real significado daqueles símbolos, quando um outro SMS chegou no celular. Porém, esse não continha uma mensagem muito agradável aos olhos. 

[NATASHA 16:44] Você está com um pequeno problema. 

[CLINT 16:44] Que problema, Nat? 

[CLINT 16:44] O que aconteceu? 

[NATASHA 16:45] Vamos supor que tem uma assassina raivosa prestes a aparecer no seu apartamento 

[NATASHA 16:45] Em qualquer momento 

O agente piscou os olhos rapidamente ao ler o texto e levantou da poltrona com um sobressalto. Não esperava por aquilo que, definitivamente, era um péssimo sinal. Puxando o ar com força pelo nariz, ele olhou para a porta em silêncio. 

[CLINT 16:45] NATASHA, QUE DIABOS ACONTECEU? 

[NATASHA 16:45] Sinto muito, Loverboy. Mas não sabia que ela iria ficar louca por você. 

[CLINT 16:45] Natasha, o que você disse a ela? 

Quando a mensagem foi enviada, Clint escutou o barulho de pneus de carro cantando no asfalto vindos do lado de fora do prédio através da janela aberta, também ouviu buzinas e xingamentos. Ele correu até a janela e debruçou sobre a mesma, conseguindo ver a agente Jude Phoenix pulando para fora do carro mal estacionado na rua e entrando apressada para dentro do prédio. Suas expressões eram de raiva e fúria. 

[CLINT 16:46] NATASHA! NÃO SEI O QUE VOCÊ FALOU PARA ELA. MAS VOU TE MATAR. 

Os passos apressados da agente eram ouvidos cada vez mais próximo, assim como as portas dos vizinhos abrindo para descobrir o que estava acontecendo dentro do prédio, o por que daquela algazarra. Xingando aos sussurros, ele jogou o telefone sobre a poltrona que estava sentado alguns segundos antes e afastou alguns metros da porta da sala. Como imaginou, ela escancarou a porta com o poder da telecinese, arruinando a fechadura. 

― UÓU! JUDE! ― Ele estava com as mãos para cima, mostrando que não oferecia perigo para a amiga de serviço ― O que está acontecendo? 

Por alguns segundos ela ficou petrificada na porta, o observando. Seus cabelos estavam bagunçados devido a correria e um filete vermelho de sangue expeço escorria de um dos buracos do nariz da mulher. Nas mãos ela segurava duas armas pretas, apontando certeiras para sua cabeça. 

― Caramba, você... ― Ela murmurou raivosa e correu na direção do agente. 

― Ei! Ei! Ei! ― Ele começou a fala dando alguns passos para trás, grudando as costas contra a parede ― Seja lá o que estiver acontecendo, foi apenas um mal-entendido. 

Para a surpresa do moreno, ela jogou os braços ao redor do pescoço dele, o envolvendo em um abraço apertado e demorado. Clint congelou com o gesto, o pegando completamente despreparado. Ele não sabia ao certo como agir, se deveria retribuir o abraço ou não. Nem mesmo se importou com o ombro da camisa branca ter ficado sujo com o sangue da agente. 

Os braços dela deslizaram entre as costas e a parede. Ele podia sentir com precisão os dedos dela segurando com força o material da sua camisa, a respiração pesada contra sua pele no momento em que escondeu o rosto no seu peito e o coração batendo tão acelerado quanto o dele com o susto. Ele conseguia sentir o seu calor, a macies dos seus toques e o perfume adocicado que ficaria impregnado nas vestes. Nunca havia ficado tão próximo a ela. Algo em sua mente dizia para que a abraçasse de volta, mas não sabia se deveria seguir aqueles instintos ou não, temendo afasta-la. 

― Que diabos você estava pensando? ― Jude exigiu saber, afastando dele. Seu cenho estava franzido de desgosto. Sem aviso prévio, ela o empurrou com força contra a parede, fazendo com que ele batesse a cabeça e fizesse uma careta de dor. Clint precisou segurar na estante para não cair para trás ― Anda. Me responde. Caralho! 

Ele a olhou confuso, piscando os olhos algumas vezes enquanto tentava entender o que estava acontecendo. Discretamente levou uma das mãos até o local da batida, acariciando o local onde, possivelmente, formaria um belo galo mais tarde. 

― Achou que isso seria engraçado? Que seria legal fazer essa piada? ― Jude rosnou entre os dentes, respirando com dificuldade e retirando os fios de cabelo que escapavam do rabo de cavalo, pendendo sobre a face. 

― Hã? ― Murmurou Clint pensando no que poderia dizer. Ele não fazia a menor ideia do que Natasha poderia ter dito para acarretar aquela confusão. 

― Aposto que você e a Natasha estão juntos nisso ― Ela voltou a afastar os fios de cabelo do rosto, antes de colocar as mãos sobre a cintura ― Acharam que brincar com um assunto sério seria engraçado? MAS, ADVINHE, NÃO É, BARTON! 

― Jude, não sei do que você está falando ― Disse Clint calmamente, olhando dentro dos olhos da mulher. 

― Aham, acredito. ― Ela soou sarcástica e irritada ― Pior que realmente acreditei! Então, vão lá, vão se vangloriar por terem me feito de otária. Jude Phoenix caiu na pegadinha de mal gosto. Você conseguiu. Seu estúpido, imaturo, babaca... 

― Jude! ― Ele a interrompeu no meio dos xingamentos raivosos ― Eu, REALMENTE, não sei o que a Nat disse para você. 

A agente pareceu se acalmar e fitou os olhos do melhor amigo, tentando pega-lo na mentira. Clint sabia que ela estava utilizando dos seus poderes telepáticos para tentar retirar informações que o entregassem. “Juro que não sei do que você está falando.” Pensou o agente suspirando. 

― Você não sabe? Mesmo? ― Ela perguntou começando a ceder. 

― Não, eu não sei. Mesmo ―Ele assentiu ― Por que você não me diz o que está acontecendo? 

― Merda... ― Murmurou Jude levando uma mão até a testa. 

Sem aviso prévio a agente socou a parede branca sobre o ombro do colega, fazendo-o dar um pequeno sobressalto com o susto. Em seguida virou o rosto para o lado, escondendo as expressões de dor enquanto acariciava os nós dos dedos da mão que utilizou para socar a parede. 

Aos resmungos, ela caminhou até o sofá vermelho de três lugares e sentou com a coluna ereta sobre ele, suspirando. Mantendo o silêncio, ela abaixou a cabeça, escondendo o rosto nas mãos. Timidamente e com o coração cheio de culpa, Clint aproximou dela, sentando ao seu lado. Observando mais de perto, ele pode perceber que ela tremia, mas não sabia dizer se era raiva ou outro tipo de sentimento. Começou a esticar o braço para toca-la com ternura nos ombros, mas deteve o gesto. Era óbvio que Jude estava brava com ele e qualquer aproximação pioraria tudo. Não era porque ela o abraçou no calor do momento que ansiava por seu afago outra vez. 

― Você ouviu falar dos ataques da HYDRA? ― Perguntou Jude um pouco mais calma e erguendo a cabeça. 

― Sim. Talvez. Por que? ― Ele perguntou sem compreender o que aquilo tinha a ver com ele ou com a Natasha. Jude suspirou e soltou os cabelos. 

― Estamos recebendo vários relatos sobre os ataques da HYDRA contra os agentes da SHIELD. ―  Ela respondeu brincando com o elástico cor de rosa entre os dois dedos indicadores ― Fury não quer preocupar os outros agentes, ele está dizendo que não passa de boatos. Mas fui escalada para lidar com o problema, devido ao meu passado e tudo mais. O problema é que a porra é séria, Clint. 

Ele abriu a boca para dizer algo a respeito, mas não fez. Nada que viesse a cabeça soava apropriado para dizer. 

― Hoje cheguei atrasada para almoçar com a Natasha, começamos a conversar sobre o trabalho e ela me disse que havia sido atacado ― Jude puxou o ar com força e mordeu o lábio inferior. 

― Oh, céus! ― Clint cobriu o rosto com as mãos, sentindo altamente culpado pela confusão que causou com o simples pedido. 

― Comecei a falar com ela sobre segurança, perguntei como estava e se nada ameaçador havia acontecido nos últimos dias. Sabe, no tempo que ela esteve fora. Foi então que perguntei de você, de como estava. Ela disse que não tinha conseguido falar com você. Peguei o meu telefone e te liguei, várias e várias vezes, mas o celular só dava caixa postal. Foi quando a Nat disse que era um alvo em potencial e que, possivelmente, estava correndo perigo. Não hesitei e vim te procurar ―Ela olhou para o Clint com um misto de preocupação e raiva ― Havia me esquecido que estaria de folga e que o telefone da SHIELD não fica com você nesses dias. Não passou pela minha cabeça ligar no seu número pessoal. 

Clint passou os dedos compridos pelos cabelos, ficando ainda mais nervoso. Natasha havia usado uma técnica muito boa e extremamente idiota para fazer Jude pensar nele. Era óbvio que assustá-la demonstraria o quanto a agente se importava com ele. Mas aquele tipo de atitude não fazia parte dos seus planos para chamar a atenção da melhor amiga. 

― Pensei que estaria morto quando chegasse aqui ― A voz dela estava mais calma e uniforme ― O tempo todo estava pensando: “Droga, porque não pensei nisso antes? É claro que teriam o Clint como alvo. Principalmente se quisessem me atingir”. Você é o meu amigo mais próximo depois da Natasha, jamais me perdoaria se algo ruim acontecesse contigo. 

Clint engoliu a seco novamente. 

― Então, quando cheguei aqui e vi que estava tudo bem. Eu... Droga! Eu só... ― Ela voltou a encarar Clint com preocupação ― Por que diabos a Nat me preocuparia desse jeito? Droga, vou matá-la. 

― Não se eu a matar primeiro ― Retrucou Clint ficando em pé ― Já volto, vou para a cozinha preparar uma xícara de chá. 

― Tudo bem ― Ela assentiu. 

Ao abaixar para pegar o telefone celular nas dobras da poltrona que estava ao lado do sofá, Clint aproveitou o momento para beijar a têmpora da amiga preocupada. Não sabia ao certo o motivo de ter feito aquilo, apenas parecia apropriado para o momento. Jude sorriu sem mostrar os dentes e fechou os olhos, sentindo o toque dos lábios dele em sua face. Em silêncio, ele se afastou e foi para a cozinha. Usando uma das mãos ele começou a separar os ingredientes para preparar uma xícara de chá e camomila para a melhor amiga, enquanto com a outra mão buscava o número da Natasha na agenda do celular. 

― Olá, Clint! Pelo visto a Jude chegou na sua casa, espero que ela não tenha tentado te matar ― Disse Natasha com desdém ao atender o telefone. 

― Você disse para ela que eu havia sido atacado pela HYDRA? ― Ele perguntou irritado e tentando falar em tom baixo, para que Jude não percebesse sobre o que tratava o assunto. 

― Escute, Robin Hood. Posso explicar tudo ― Natasha suspirou ― Quando ela chegou no almoço com o atraso de quase duas horas, começamos a conversar sobre o serviço e aquele maldito brinquedinho dela do braço não parava de apitar. Eram várias informações sobre a missão dos ataques. Ela estava prestes a sair ser ao menos comer o macarrão quando comentei algo sobre você ser um alvo em potencial. 

― Você disse a ela que fui atacado ― Ele retrucou enquanto observava as primeiras borbulhas da água do chá aparecerem. 

― Na verdade eu disse que era um alvo em potencial, não tenho culpa se ela entendeu errado e achou que estava correndo perigo. Tanto que iria começar a elogiar você sobre como consegue se virar sozinho ― Natasha bufou ― Mas com isso podemos perceber que ela se importa para caralho com você, então, ao invés de me ofender, me agradeça. 

―Ela quase atirou em mim e me socou na cara ― Disse Clint colocando a água quente em uma xícara transparente junto com um saquinho de chá. 

―Fazer o que? Essa é a nossa Jude. Toda assustadora, quente e com emoções a flor da pele ― Natasha sorriu do outro lado da linha ―Se te consola, ela gritou comigo por tê-lo deixado sozinho e depois saiu correndo do restaurante sem pagar a conta. Não consegui impedi-la. 

Clint soltou um suspiro profundo e passou as mãos pelos cabelos bagunçados. 

― Tasha, acho melhor evitar a Jude por algum tempo. Sabe, se quiser manter todas as partes do corpo intactas ― Ele colocou algumas colheres de açúcar no chá. 

― É. Eu sei. Mas não vou, minha função agora é ajuda-los a ficarem juntos. Então, não faça merda para foder meu shipp ― A ruiva soltou uma gostosa gargalhada e desligou o telefone sem dar tempo do homem responde-la. 

O agente guardou o telefone outra vez dentro do bolso e pegou a xícara de chá. Ao aproximar da sala, ficou olhando para Jude durante alguns segundos. Ela estava com os cabelos soltos, seus braços estavam cruzados sobre o peito e suas expressões eram de poucos amigos. Ela lançou para Clint um olhar irritadiço assim que o viu encostado no batente da porta. Ele exalou e regressou para o sofá da sala. 

― Você está bem? ― Ele perguntou lhe entregando a xícara de chá que foi preparado como gostava. 

― Estou ― Ela assoprou o conteúdo da xícara e bebericou alguns goles do líquido adocicado ―Estou feliz em saber que está seguro em casa. 

― Que bom. ― Clint a observava com seus movimentos sutis ―Desculpe, por tudo isso. De verdade. 

― Está tudo bem. Natasha é uma idiota ―Jude deu com os ombros e voltou a beber do chá. 

― Sim, ela é ― Concordou Clint. 

Durante longos minutos eles permaneceram em silêncio, apenas aproveitando a companhia um do outro. Assim que Jude terminou de beber o chá, ela entregou a xícara ao amigo e ficou em pé. 

― Bem, eu devo ir agora. Adele deve estar me esperando, preciso me certificar que minha família está bem. ― Ela sorriu sem mostrar os dentes. 

― Tudo bem, te acompanho até a porta. ― Barton ficou em pé e caminhou ao lado dela até a saída do apartamento. ― Realmente, me desculpe por tudo. 

― Está tudo bem, Legolas moderno. ― Antes de passar pela porta, Jude beijou a bochecha dele com carinho. ― Cuidado com o seu rabo, tá legal? 

― Pode deixar. ― Assentiu Clint sorrindo sutilmente. 

Sem dizer mais nada, Jude desceu as escadas do prédio até o térreo. Durant alguns minutos Clint ficou parado apenas a observando até se perder de vista. Enquanto segurava a porta com uma das mãos, com a outra ele acariciava a bochecha, como se ainda sentisse os lábios macios do seu amor platônico sobre a pele. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, em breve posto o próximo capítulo. Mil beijos, com todo o amor do mundo, Amelie Oswald ♥

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