Olhos Certos escrita por tainatwd


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente, depois de praticamente dois meses sem postar, reapareci com um capítulo novo.
Espero que gostem, ele me deu um certo trabalho para escrever, tanto que tive q reescreve-lo todo na terceira pessoa pq eu não estava satisfeita com ele na primeira, me sentia limitada por causa da Arie ser apenas uma criança, mas enfim, problemas a parte, o importante é que no final gostei bastante do capítulo concluído, espero que gostem!!!

Boa leitura :)



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A garotinha de cabelos negros e olhos verdes se encontrava sentada no início da escadaria que dava acesso a arena de treinamento que existia ali no palácio, o lugar não estava cheio, havia apenas alguns soldados treinando, porém uma cena em específico tinha atraído a atenção da pequena jovem de semblante abatido.

Um pouco afastado dos outros havia um homem com seu filho treinando luta de espada, o garoto de cabelos loiros parecia ser apenas dois anos mais velho do que ela e empunhava uma pequena espada de madeira, o garoto se encontrava bastante concentrado enquanto obedecia todos os comando recebido pelo homem mais velho, conseguindo assim parar todas as investidas que era submetido e ao ver o olhar de satisfação do pai para com o filho, Arie sentiu inveja.

Inveja pelo orgulho que estava estampado na cara do soldado, ainda não havia ganhado tal olhar de seu pai, na verdade orgulho passava longe do que ela imaginava que Loki sentia e tudo isso doía mais do que qualquer outra forma de maus tratos.

E ela sentia medo, medo dele perder novamente a cabeça e querer culpa-la por qualquer outra coisa.

Suspirando em meio a um soluço, Arie abraça suas próprias pernas e encosta a cabeça sobre seus joelhos, desviando assim sua visão daqueles dois treinando.

Naquele momento sentiu a saudades de sua mãe apertar ainda mais no coração, se ela estivesse ali tinha certeza que a mesma resolveria tudo, talvez até fizesse com que Loki gostasse dela.

Lembrava que Carmélia uma vez falou que os adultos as vezes falavam e faziam coisas que não queriam, que no final acabavam por se arrependendo, mas a garotinha abatida acreditava que aquele não era o caso de seu pai, ele continuava bravo mesmo depois do dia ter amanhecido e quando voltaram para o palácio, Arie resolveu evita-lo pelo resto do dia e sabia que o príncipe não era muito de ir a arena.

Seus olhos se encheram de lágrimas mais uma vez naquele dia e ela os fecha fortemente, não queria voltar a chorar, pois tinha medo de não conseguir parar do mesmo jeito que aconteceu na noite passada o qual ela chorou até dormir, as pessoas que ali treinavam poderiam perceber e ela não queria ter que falar o porquê de estar daquele forma, não queria correr o risco de chegar até o conhecimento de Frigga e ela acabar por brigar com seu pai, se isso acontecesse ele poderia ficar ainda mais bravo.

Queria encontrar um jeito de fazer Loki gostar dela, não o contrário, se ao menos ela conseguisse aprender magia direito...

 

Enxugando as poucas lágrimas que havia conseguido escorrer pelo seu delicado rosto, Arie volta a se sentar direito e olha para as próprias mãos, tentando se concentrar da melhor forma que conseguia e assim uma pequena energia em forma de chama surgiu no meio da palma, pior do que ela havia conseguido antes e com raiva fechou suas mãos fortemente, tanto que sentiu suas unhas machucar sua pele.

— ... Olha só, vejo que realmente tem o mesmo dom que seu pai.

Assustada, Arie olha rapidamente na direção em que veio a voz para descobrir assim que era seu tio e com medo dele perceber seu estado ela limpa o rosto apressadamente, só esperava que não notasse seus olhos vermelhos.

Thor coloca o martelo no chão e se senta ao lado da sobrinha, cruzando as pernas e apoiando os braços sobre elas, mesmo estando assim era gritante a diferença de estatura entre os dois e a menina tinha que olhar para cima caso quisesse olhar em seus olhos e se Arie não estivesse tão triste teria achado engraçado o jeito que o tio havia se sentado ao seu lado.

— Por um bom tempo quando era criança eu fiquei bravo por não ter puxado o mesmo dom que sua avó e seu pai adorava se gabar por isso e agora tendo você, o Loki vai ficar insuportável.

Arie não acreditava muito naquela hipótese, mas não iria contradizer o tio.

— Mas o senhor tem o martelo que o vovô deu e ele é muito legal... Sem contar que também pode conjurar raios sem feitiço algum. — Arie fala com admiração, ela sentia orgulho em tê-lo como tio, as outras criança do palácio achava aquilo um máximo, o Deus do Trovão era a pessoa mais forte que ela conhecia, tirando o próprio avô, e ele sempre fora gentil com ela.

Thor sorri de canto, no final Loki não tinha toda a admiração de Arie.

— Tem razão. — concorda com um balançar de cabeça. — Isso com certeza é muito legal... E ser o Deus do Trovão soa mais legal do que ser o Deus da Trapaça, não acha? — perguntou brincando e foi a vez de Arie balançar a cabeça positivamente.

Nisso o soldado mais o filho pararam de treinar e guardaram os equipamentos para poder irem embora, porém a conversa animada entre eles sobre o próximo treinamento parecia que iria render bastante.

— ... Então, minha pequena sobrinha. — volta a falar depois que os dois passaram por eles e os cumprimentaram, Thor havia percebido o olhar estranho que ela havia lançado para aqueles dois, não havia conseguido o decifrar, mas parecia que existia um pouco de tristeza. — Está ficando tarde, é melhor entrarmos, tem que se arrumar para o jantar e você já deve saber que sua avó não gosta de atrasos.

— Ah, eu sei sim, tio. — fala se lembrando de uma das incontáveis regras de etiqueta que sua avó se empenhava em ensina-la desde que chegou-se no palácio. —... Mas será que ela ficaria brava caso eu não fosse?... Não estou com fome.

— Não está?! — repete achando estranho, no tempo que ela estava na vida deles Thor notou muito cedo que Arie sempre teve um bom apetite, dizia até que havia puxado isso dele. — Isso é novidade... Andou assaltando a cozinha durante a tarde?

Balançando a cabeça negativamente, Arie volta a encolher as pernas e a abraça-las, a falta de fome não era bem o motivo, ela só não queria ver o pai.

Com isso o loiro começa a se incomodar verdadeiramente com o semblante triste no rosto da sobrinha, o mesmo semblante que havia notado quando a encontrou, Thor antes pensava que era saudades da mãe, pois volta e meia ela ficava daquele jeito, porém agora tinha começado a desconfiar de que era por outro motivo.

— Não, tio. — responde por fim, não queria ir, mas não sabia se iria conseguir arrumar um motivo para não ter que contar a verdade ao Thor. — ... Eu... Só não quero ir jantar.

— Mas tem que ter algum motivo. — ele continua a olhar para ela, fazendo-a encolher o corpo ainda mais e ficar ainda mais pequena, o olhar julgador que lhe lançava fazia com que ela quisesse voltar a chorar.

No fundo sabia que o tio não iria desistir tão facilmente de ter uma resposta e também sabia que sair correndo não era a melhor das opções.

— ... Está bem, eu vou jantar tio, prometo. — se rende para não ter que se explicar mais.

— Ótimo, nos encontramos lá.

Arie se despede dele e sai em direção do palácio a passos bem mais lentos do que o normal, sua intenção era apenas dar tempo de Thor se afastar a ponto de não vê-la para assim poder voltar rapidamente para a arena, realmente ninguém iria fazer com que ela fosse naquele jantar, mesmo que tivesse que ficar fugindo de seu tio.

O pouco das pessoas que restavam ali tinham finalmente ido embora e não tendo o que fazer até que o sono vinhesee, Arie resolveu aproveitar a oportunidade para tentar treinar um pouco, havia prestado um pouco de atenção e ela queria ver se era capaz de imitar alguns dos movimentos, seria muito legal se um dia conseguisse lutar como a Lady Sif, ou até mesmo como o tio, mesmo sabendo que era algo meio que impossível, mas não custava nada sonhar, naquele momento sonhar era a única coisa boa que conseguiria fazer.

A menina passa direto pelas espadas de madeira e pega uma de aço, eram só de treinamento portanto não eram afiadas então ela não via problema em ficar com uma.

A espada era quase do seu tamanho e bem mais pesada do que parecia, tanto que mesmo segurando com as duas mãos ela não conseguia manipulá-la com firmeza. Arie olha para frente e vê um boneco de madeira todo surrado o qual era usado para treinar, ela se aproxima e começa a golpeá-lo, mas seus movimentos eram tão lentos por causa do peso que chegava a ser engraçado de ver.

— ... Não é assim que se segura uma espada. — pela segunda vez naquela noite seu tio a assustou e dessa vez ela deixou a espada cair no chão.

Olhando espantada para ele, começou a se explicar rapidamente:

— T.tio, eu juro que estava indo me arrumar para o jantar... — nisso Thor se aproxima dela e pega a espada do chão.

— É assim que se faz. — sem dar importância ao fato dela ter o desobedecido, Thor demonstra como seria o jeito certo de segurar a espada. — E é apenas com uma mão, nos primeiros dias é ruim, mas o peso dela vai fortalecer seus músculos e lhe dar mais força. — por causa da altura da garota, o loiro tinha que ficar com o corpo abaixado para que ela pudesse ver melhor e ele tinha toda a atenção da menor. — Veja só.

Pedindo para que ela se afastasse um pouco, tomou o boneco surrado por seu oponente e começou a demonstrar vários golpes, tentando executá-los o mais lento possível para que Arie pudesse ver certinho como se fazia.

Era nítido o interesse que a menina tinha pela luta de espada e Thor viu ali uma oportunidade de se aproximar ainda mais da sobrinha e quem sabe até conseguir arrancar dela o porquê de não querer ir jantar e o por que dela ter desaparecido durante o dia inteiro, algo lhe dizia que tinha haver com o Loki, mas no momento não queria acreditar naquilo, queria acreditar que eles estavam realmente se dando bem, sua sobrinha merecia ter o melhor pai possível, mesmo que para Loki fosse uma tarefa difícil.

— Posso tentar agora? — perguntou ansiosa para tentar imitar os golpes.

— ... Pode. — concorda e com a cabeça aponta para as espadas de madeira que se encontrava do outro lado da arena, arrancando assim uma careta dela. — Nem vem, mocinha, nem eu sou tão doido assim... Se você se machucar, sua avó me mataria.

— Tudo bem. — mesmo não gostando, ela obedece o tio e vai pegar a espada de madeira, ela tinha o mesmo peso da de metal, só era um pouco menor.

...

Thor também pegou uma das espadas de madeira e chamou a sobrinha para que o acompanhasse, parando no centro da arena onde existia bastante espaço.

— Me mostra como você se posicionaria. — fala ficando de frente para ela e estando a dois passos de distância um do outro.

Tentando se lembrar do treinamento que havia assistido, Arie mais ou menos se posiciona do jeito que os soldados tinham feito e agora tentava segurar a espada com apenas uma das mãos, não sabia se iria conseguir ficar por muito tempo, já que a arma era realmente pesada.

— Nada mal. — Thor se aproxima dela e apenas ajeita de leve sua postura. — Lembra de se manter desse jeito, ou vai abrir brecha para receber um golpe fatal. — fazendo o papel da espada, sua mão encosta bem no pescoço da sobrinha, simulando assim um golpe.

Ao voltar para seu lugar, Thor pede para que ela o atacasse usando um dos golpes que havia ensinado, o loiro obviamente não precisava sequer utilizar a espada para se defender, apenas ia desviando o corpo e ele notou que isso fazia com que cada vez mais sua sobrinha se empenhasse na tarefa de tentar acertá-lo, vendo nela o próprio Loki que odiava perder ou ficar por baixo.

Thor via que ela tinha a determinação de uma guerreira, via potencial e isso o orgulhava, treiná-la e vê-la evoluir com o tempo é o que ele queria fazer.

Seguiram treinando por um bom tempo, não sabia direito, mas Thor acreditava que faltava apenas algumas horas para amanhecer e sua futura guerreira se encontrava deitada no chão, com os braços esticados e a espada sobre a barriga, ela estava bem cansada, mas o semblante triste já não estava mais lá e Thor havia ficado feliz com aquilo.

Como estava tarde, Thor acompanhou a menina até seu quarto, ela estava com tanto sono que andava quase que escorando nele, coçando os olhos o bocejando a cada dez passos, tanto que na metade do caminho ele teve que pegá-la no colo.

Ao se arrumar e coloca-la na cama, Thor fecha as cortinas e segue até a porta, mas para na metade do caminho quando ouviu Arie lhe chamar.

— Tio? — chamou se sentando na cama e encostando as costas na cabeceira, estava cansada, mas precisava perguntar algo ao seu tio ou não iria conseguir dormir direito.

Thor se aproxima e senta num espaço ao seu lado.

— Pode falar, pequena. — diz sorrindo gentilmente.

Ela o olha nos olhos parecendo procurar a melhor forma de começar a falar e para incentivá-la, Thor segura suas mãos de forma carinhosa.

— E.eu... Só queria saber se o Senhor poderia continuar a me treinar... Acha que eu posso me tornar uma guerreira assim como você ou a Lady Sif?

— Mas é claro que sim! — afirma sem precisar de muito tempo para responder e isso faz com que ela sorri. — ... Queria ter começado o treinamento desde ontem, mas Loki disse que vocês já tinham um plano, e como sabia que não iria querer trocar ele por mim...

Nisso Arie abaixa a cabeça, se ela soubesse o fim que aquele passeio iria ter, com certeza não teria pensado duas vezes em ficar com seu tio e Thor tinha de vez se incomodado com o jeito dela, algo de muito errado tinha acontecido e ele iria dae um jeito de descobrir naquele momento.

— Arie, me diz o que foi que o Loki fez.

— ... Meu pai não fez nada, tio. — nega veemente, fingindo surpresa na tentativa de engana-lo, mas saber mentir não foi algo que havia herdado de seu pai.

— ... Arie, sou seu tio, e eu sei que aconteceu alguma coisa e que seu pai está envolvido nisso.

— ... Mas não aconteceu nada... Eu juro. — a tonalidade de sua voz naquele momento servia apenas para entregar a garota.

— Olhe para mim. — com gentiliza o loiro segura o rosto da menor e faz com que olhasse para ele. — Pode contar, minha pequena... Sabe que pode confiar em mim. — e bastou apenas isso para que ela começasse a chorar...

 

 

Ao bater a porta violentamente contra a parede se houve um estrondo tão alto que poderia muito bem ter acordado qualquer pessoa daquela ala do palácio, assustando Loki que deixou cair no chão o livro o qual segurava nas mãos, ao se virar para ver o que foi que havia acontecido, revirou os olhos quando viu que era o irmão.

Não estando disposto a presenciar qualquer cena do irmão, Loki se abaixa para poder pegar o livro.

— ... Meu irmão, seus modos se refinam cada vez mais com o passar do tempo. — ironiza pegando o livro e voltando a arrumar suas coisas, estava com pressa e muito preocupado com seus problemas para ficar perdendo tempo com qualquer explosão dele.

Thor não respondeu sua implicância e Loki sabia que isso poderia dizer duas coisas, ou ele estava de muito bom humor ou estava muito irado, e pelo modo triunfal o qual entrou em seu quarto, não precisava ser um gênio para apostar na segunda hipótese.

Tentou ignora-lo, mas começou a se incomodar ao sentir os olhares raivosos que Thor lançava para ele e então se virou novamente.

— O que foi? — perguntou arqueando uma sobrancelha, esperando por uma resposta.

— ... Como pode fazer aquilo? — exigiu por fim saber enquanto se aproximava a passos largos dele, naquele momento sentia muita raiva do irmão mais novo, tanto que mantinha seus punhos cerrados e seus músculos tencionados, sua sobrinha já tinha passado por muita coisa, ser mal tratada gratuitamente pelo pai era a última coisa que precisava.

— Para conseguir ler suas lembranças tenho que primeiramente encostar em você, e como não sou nenhum advinha, receio que deverá ser mais específico.

— Não comece com suas gracinhas, Loki, você sabe muito bem que estou falando da Arie, mais especificamente do que você fez com ela no passeio que tiveram.

— Ah. — Loki se afasta do irmão e se senta na cama, sua voz tinha saído um pouco mais alta do que um sussurro. — ... Nem comece, Thor, você não tem o direito de se meter entre eu e ela. — diferente do que o outro poderia estar pensando ele se sentia um pouco arrependimento com o jeito que havia tratado sua filha, mas ouvir sermão era a ultima coisa que queria, ainda mais vindo de Thor.

— Não tenho o direito? .... Eu sou o tio dela e seu irmão, seu idiota. — ao ver que existia em seu irmão certo arrependimento, mesmo que ele tentasse esconder, Thor tentou controlar um pouco a raiva para talvez tentar colocar um pouco de juízo em sua cabeça — ... A menina te venera, não saia do seu pé e agora ela passou o dia inteiro feito fantasma, correndo de você... É esse tipo de relacionamento que quer ter com sua filha?

— ... Você tem que ir falar com ela, pedir desculpa. — continou a falar já que o outro havia ficado em silêncio, muita das vezes o jeito reservado dele o irritava profundamente.

— Eu não irei pedir desculpas a ninguém! — exclama com o tom de superioridade voltando em sua voz assim como a vontade de Thor em bater no irmão. Loki se levanta e volta a arrumar suas coisas, pretendia sair o quanto antes e não dava mais para perder tempo.

Estressado com a infantilidade do outro, Thor arranca a bolsa dele e olha para o que tinha dentro.

— Ei, isso é meu. — Loki tenta pegar de volta, mas o mais velho não deixa.

— O que é que você vai fazer? — perguntou ao ver que tinha alguns artefatos mágicos que sabia que ele utilizava para realizar seus feitiços.

— Não é da sua conta. — Loki finalmente consegue sua bolsa de volta e sai pelo quarto, procurando por mais algumas coisas, ganhando assim o seu irmão em seu encalce.

— Por que está desse jeito?... Tem haver com o que aconteceu ontem? .... O que você viu na mente da Arie? ... Por que acusou a mãe dela de trabalhar para outra pessoa? — começou a enche-lo de perguntas, queria tentar entender pelo menos até não perder a paciência de vez, mas ao ver que ele pretendia responder coisa nenhuma, Thor pega o irmão pelo braço, fazendo-o parar de andar e assim olhar para ele. — Loki, o que foi que você fez? — exige uma resposta, sabia que o irmão gostava de pregar peças e tinha uma queda por fazer coisas que não deveria, então não sabia o que esperar.

— Eu não fiz nada. — puxando o braço bruscamente, Loki mais uma vez se afasta e vai até a sacada, encostando na porta e ficando olhando para a cidade lá embaixo, nunca que ele iria contar ao irmão que havia sido enganado e usado de tal forma por uma mulher, que o interesse que Thor insistia que a mãe de sua filha tinha por ele não passava de uma farsa, não iria se prestar a um papel ridículo como aquele.

Tendo agora a certeza de que algo havia acontecido, Thor se aproxima do irmão, colocando a mão sobre seu ombro, Loki olha rapidamente para ele e então suspira, existia momentos que era difícil se manter distante, seu irmão não sabia quando desistir.

— ... Loki. — sua voz saiu bem mais suave. — O que foi que você viu na mente dela? — perguntou mais uma vez.

Cansado de tudo aquilo, Loki revira os olhos e decide ceder por fim, talvez daquele jeito conseguiria se livrar dele.

— ... Eu vi um dos meus livros de magia na casa em que estava a Arie e a mãe dela. — respondeu de uma vez, explicando de uma vez só toda a história da morte dela.

— ... Mas como um dos seus livros foi parar nas mãos dela? — perguntou sem entender, também tinha aquelas vezes que ele conseguia ser muito lerdo e Loki agradecia por isso, realmente não iria querer contar aquele fato humilhante ao irmão.

— Não importa! — mesmo não querendo ele se altera um pouco, só de pensar naquela história ele sentia uma raiva crescer dentro de si. — ... Irei atrás do livro, antes que os assassinos o encontre.

— Isso já se faz mais de dois meses, e se os assassinos já terem o encontrado?

— Então eu vou atrás deles. — rebate simplesmente. — De um jeito ou de outro eu irei pegar de volta... Nas mãos erradas, pode não ter boas consequências. — se virando para o irmão, ele o olha nos olhos. — ... Agora que conseguiu o que queria, poderia me deixar em paz?... Preciso ir o quanto antes.

— É claro que não vou te deixar em paz, eu irei com você.

— O que?.... De jeito nenhum, não quero a sua ajuda.

— Não me importo se acha que quer ou não a minha ajuda, eu vou. — afirma sem dar brecha para ele protestar. — Pelo que você falou, isso pode trazer problemas que vai muito além de você... E sabe se lá que tipo de pessoas são essas o qual vai se meter.

— Não preciso de sua proteção, Thor — contesta com raiva por Thor não achar que ele saiba resolver seus próprios problemas.

— Eu sei que não precisa, mas sou seu irmão e não vou te deixar sozinho nessa. — fala sincero e com o olhar que Loki lhe lançou, poderia até dizer que ele chegou o mais perto de ficar tocado. — ... Me espere, vou pegar minhas coisas e já volto aqui... E se ao menos pensar em ir sem mim, conto para nossos pais o que você fez.

Revirando mais uma vez os olhos, Loki cruza os braços, pelo jeito o irmão havia se esquecido de que eles não eram mais crianças.

— ... Quantos anos você pensa que tem para fazer esse tipo de ameaça? — perguntou um pouco alto já que Thor se encaminhava em direção da porta.

— ... Algo em torno da mesma idade de um certo idiota que não consegue ter maturidade o bastante para perceber que agora tem mais uma pessoa que o ama e que depende dele... Que vai fazer parte de sua vida para sempre... Só espero que esse mesmo idiota se dê conta disso antes que faça com que ela o odeie. — e então saiu do quarto...

 


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?!... Iria amar saber a opinião de vcs.
Bjs e até o próximo!



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