Olhos Certos escrita por tainatwd


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente, espero que não tenham se esquecido de mim, mas sabe como é, semana de prova na faculdade e eu acabei que ficando sem tempo para escrever, mas cá estou com a continuação, espero que gostem :)
Boa leitura!



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LOKI — ASGARD — 5 ANOS ATRÁS

 

Tendo um copo na mão contendo ainda um pouco de vinho me levanto e vou para um lugar mais afastado daquele barulho irritante, tinha muita gente perto de Thor e eu não estava no mesmo pique que ele para ficar bêbado, mesmo que ele tivesse se esforçado bastante para que isso acontecesse.

Saio indo até a sacada e me sento em um dos sofás que tinha ali, encostando a cabeça no estofado e fechando os olhos para poder descansar um pouco, era bom poder ficar sozinho e em paz de vez em quando.

Termino de beber o vinho, colocando o copo vazio sobre meu colo e penso em dormir um pouco, sentia que minha mente estava um pouco aérea, mas acabo por abrir os olhos ao sentir que alguém tinha se sentado ao meu lado.

— Thor, me deixa quieto aqui, não quero mais beber. — me adianto já supondo que era ele quem tivesse vindo até mim, ele sempre queria me arrastar para os lugares, dizendo que eu deveria me divertir mais, mas ele nunca reparou que aquelas festas passavam longe do meu conceito de diversão. —... Carmélia?! — exclamei um pouco surpreso ao ver que era uma das criadas ao invés de meu irmão. — O que faz aqui?

— Perdão, meu príncipe, não foi minha intenção te assustar. — pede sem jeito, me perguntava o que fazia pensar que ela poderia se sentar ao meu lado desse jeito sendo que nunca tinha dado tal liberdade.

— Você não me assustou, só quero saber o que veio fazer aqui. — respondo a olhando nos olhos, notando que aquilo a tinha deixado desconcertada e nisso minha indignação tinha sido trocada por diversão ao ver o jeito que ela ficava perto de mim, não me lembro certo da época em que tinha começado, mas era nítido o interesse da mesma por mim, eu só não entendia o porquê, afinal, nunca fui muito gentil com ela, muito menos dei esperança aos seus sentimentos, na verdade a tratava como qualquer outra criada, indiferentemente e só fui reparar nela e descobrir seu nome quando Thor me mostrou.

Carmélia é uma jovem asgardiana linda, isso eu não tinha como negar e é dia de festa, poderia muito bem me divertir com ela, mas não sei se seria o certo a se fazer, não estaríamos no mesmo nível de envolvimento e não quero correr o risco de ter alguém atrás de mim depois disso.

—... É que eu reparei que o Senhor tinha vindo para cá sozinho... Então pensei que...

— ... Que eu poderia querer de fato ficar sozinho? — sugiro a interrompendo, sendo bem obvio e direto e isso a deixou ainda mais sem jeito. — Ou não posso escolher ficar sozinho? ... Thor te mandou aqui para me importunar?

— N.não, eu não queria te importunar, meu príncipe, e não vim a mandado de Thor. — ela se apressa em se esclarecer, mas não seria difícil de acreditar que meu irmão realmente a mandou até mim. —... Eu só pensei que...

— Que poderia tomar tal ousadia em vir me incomodar? — a interrompo novamente e isso foi o suficiente para que ela se levantasse totalmente sem jeito e com as bochechas rosadas pela vergonha.

— Minhas desculpas, meu príncipe, não foi minha intenção ser inconveniente. — ela segura a barra do vestido, fazendo uma reverencia desajeitada e sai em direção da porta dupla que dá acesso ao salão.

Olho para além dela onde meu irmão ainda bebia e conversava animado com nossos amigos, com certeza ele estava se divertindo mais do que eu estando aqui sozinho, realmente não tinha mais pique para ficar no meio de tanta gente com aquela música alta, mas talvez ter uma companhia para conversar não seria de todo ruim.

Suspiro e então me levanto, indo até ela e a pegando pelo braço, impedindo que desse mais um passo.

— Calma... — peço e ela se volta para mim tendo um sorriso satisfeito nos lábios, pelo que parece estava torcendo para que eu fizesse algo do tipo. — Perdoe-me pelo mal jeito, só não estou no meu melhor dia. — ela balança a cabeça positivamente e então solto seu braço, me afastando e indo até o final da sacada esperando que a mesma me acompanhasse.

Apoio o corpo em um dos pilar da cobertura e olho toda a grandeza da cidade que ficava ainda mais bela à noite, toda iluminada e com o céu ainda mais estrelado.

—... Já viu uma visão mais bonita do que essa, Senhor? — perguntou parando ao meu lado.

— Já estive em vários lugares desse universo, então é difícil afirmar algo do tipo... Mas pode ter certeza que essa é sim uma das melhores.

— O senhor já esteve em todos os nove reinos? — perguntou com curiosidade. — Quando era criança, sonhava em um dia conhecer todos eles... Dever ser muito interessante... Teria tantos lugares para conhecer e culturas para aprender.

Sorrio concordando com um manear de cabeça, me lembrando que antigamente essa era uma das minhas vontades também e nada foi mais gratificante quando sai sozinho em minha primeira jornada, foi uma das melhores coisas, tinha aprendido tanto, naquela época ampliei bastante os meus conhecimentos sobre magia.

— Pode ter certeza disso... E sim, conheci sim todos os nove reinos, alguns até mais de uma vez.

— Queria ter tido essa oportunidade... Mas me fala sobre eles, senhor. — pede voltando o olhar para mim. — Me fale sobre Midgard, é sério que eles acreditam que os outros 8 reinos não passam de lendas?

— É verdade sim... Eles de fato tem a mente bem limitada. — sorrio e então começo a contar um pouco de como os nove reinos era.

 

Confesso que tinha gostado de conversar com a moça, ela realmente parecia estar curiosa em saber mais sobre os nove reinos e eu fiquei feliz em poder contar, não sabia se o efeito do álcool potencializava isso, mas sempre gostei desse assunto, outros reinos, outros mundos, outros costumes.

Não sei quanto tempo depois, nossa conversa tinha até mudado de rumo, mas somos interrompidos pelo barulho alto de risadas que veio do salão, os músicos tocavam mais alto agora e vejo Sif arrastando Thor para ir dançar.

— ... Tem certeza que não quer voltar para a festa? ... Eles parecem estar se divertindo muito.

— Tenho certeza sim. — respondeu sem pensar duas vezes e com isso ela dá um passo para mais perto de mim. — Eu prefiro ficar com o Senhor... Meu príncipe. — dessa vez ela hesitou um pouco, mas não voltou atrás e colocou sua mão sobre a minha.

Desvio o olhar para nossas mãos, era boa a sensação do toque de sua mão macia sobre a minha, mas não faço nada e ela acaba por tirando a dela, queria até ter impedido, mas não iria fazer tal coisa.

— Me chame de Loki... Se aprecia lugares bonitos, tenho um perfeito para lhe mostrar, me acompanha? — perguntei oferecendo meu braço a ela, que sorrio animada aceitando o meu convite e assim a tiro daquela festa...

 

A observo dar risada de mais uma das minhas histórias que havia acabado de contar, para minha surpresa a companhia dela estava se saindo a mais agradável que tive a muito tempo, ela não era fingida como as pessoas que me cercam costumam ser, bajulando por ser quem eu sou, tanto para conseguir algo ou por simplesmente ter medo de mim.

Talvez não fosse algo ruim em abrir uma exceção e esquecer um pouco das minhas regras de conduta, e ela ficava ainda mais linda sentada no início da escadaria de pedra, com o corpo um pouco inclinado ao estar apoiada em apenas um dos braços, seus cabelos loiros encaracolados estavam soltos e jogados para trás dos ombros e da distância em que estávamos, me proporcionava uma boa visão de seu decote, era um belo convite para se deixar levar pela luxuria.

— Então, nunca tinha vindo aqui. — chama minha atenção ao voltar a falar, ela olhava admirada para o jardim que tinha a nossa frente, no centro dele se encontrava uma fonte de pedra, cercada por várias lamparinas, a luz refletia na água que dava um efeito muito bonito. — É bonito... — ela fecha os olhos e respira profundamente. — ... E pacifico.

— É sim... E é um lugar particular meu, gosto de vir para cá para praticar magia, ler ou até mesmo para fugir das pessoas... Onde geralmente essas pessoas se resumem ao meu irmão.

Ela sorri e então se senta direito, voltando o corpo ainda mais para mim.

— Aonde morava eu também tinha um lugar assim... Não para praticar magia como o Senhor, mas para esvair a mente dos problemas.

— Que tipo de problemas?

— Ah, muitos, principalmente por causa da minha irmã... Ela já me deu muita dor de cabeça.

— Problemas com irmãos?!... Conheço de perto essa história.

—... Acredito que sim... Isso nos dá algo em comum... Se bem que não seria algo para se comemorar...— fala pensativa. — Mas Loki, pode acreditar que ao conhecer a minha irmã iria agradecer aos Deuses por ter Thor como o seu... Ele me parece ser uma boa pessoa e se importa com você.

— Eu não posso negar isso... Ele só é as vezes inconveniente. — e tinha outras coisas que me incomodava, coisas com um peso maior, mas ela não precisava saber daquilo. — ... Não entende que as vezes prefiro ficar sozinho com minhas coisas e ao invés disso fica me arrastando para suas festas intermináveis.

—... Han, e hoje é uma das noites em que preferia ficar sozinho, não é? — perguntou, de certo se sentia que ainda estava me incomodando.

— Era sim. — concordo e vejo que seu semblante se abateu. — Mas não mais, encontrei uma companhia que não me é desagradável. — então ela volta a sorrir.

Carmélia morde o lábio inferior, parecendo relutante em fazer algo, mas seja lá qual for a questão que estava em debate logo ela se resolveu ao se aproximar de mim e selar nossos lábios demoradamente, o que me surpreendeu, ela não parecia ser do tipo que tomava tal iniciativa.

— Será que poderíamos então tornar a companhia um do outro ainda mais agradável? — perguntou em um sussurro, sem se afastar de mim e mantendo seus olhos vibrados nos meus, naquele momento esqueci de qualquer motivo que antes não tinha permitido sua aproximação e envolvo o braço em torno de sua cintura, mantendo seu corpo junto ao meu e assim a beijando de verdade.


LOKI — ASGARD — ATUALMENTE

 

Depois de ter me dito aquilo, Arie simplesmente se recusou a contar o porquê da morte de sua mãe ser sua culpa, no começo pensei que estivesse mentindo, mas sua tristeza era tão fidedigna que não dava para ser fingida.

Não que eu realmente acreditasse que ela fosse culpada, mas que acreditava que ela verdadeiramente pensava daquela forma.

Suspiro frustrado, precisava passar aquela história a limpo o quanto antes, talvez eu fosse onde ela morava para ver se conseguia alguma informação, sua antiga protetora poderia me dar algumas respostas.

Pego mais alguns gravetos e alimento a fogueira que já estava ameaçando a apagar e enquanto fazia isso, olhava para ela que dormia a poucos passos do fogo, sobre a toalha, seu semblante não era calmo e durante o sono se mexia algumas vezes, parecia ter pesadelos, foi ai que lembrei de um truque que tinha aprendido a alguns anos ao ler um dos meus livros de magia.

Me levanto indo até ela, tomando cuidado para não fazer muito barulho, me abaixo ao seu lado e coloco minha mão sobre sua testa, ela remexe um pouco mais, mas não iria acordar agora e eu conseguiria ver suas lembranças...

 

O livro era feito de um couro tingido de vermelho com cinco símbolos gravados nele e escrito em letras douradas a palavra “Sinais”, Carmélia mantinha um olho nas páginas amareladas e o outro na garotinha de cabelos negros que se encontrava sentada sobre o tapete no centro da pequena sala, a mesma brincava distraidamente com sua boneca de pano preferida.

Era um dia de calor e como nunca recebiam visitas — a não ser de um jovem camponês o qual ganhou sua confiança ao passar do tempo — a mulher deixou sua filha usar um vestido de alcinha o qual deixava visível o sinal na forma de triangulo invertido que possuía em seu ombro, aquela marca não estava ali a muito tempo, fazia apenas três dias desde que conseguiu finalmente realizar o feitiço.

Acreditava que agora estavam seguras, não tinha como ser rastreadas novamente, mas mesmo depois disso o seu coração não se aquietava, sentia que algo não estava certo, por isso pensava em se mudar novamente, só para poder garantir que não tinham sido encontradas antes que conseguisse ter realizado o feitiço.

Ela vira mais uma página, porém desiste de continuar a ler e olha para o seu próprio braço, nele possuía marcado todos os cinco sinais onde escondia debaixo da manga de seu vestido, foi bem mais fácil fazer todos eles nela do que apenas um em sua filha, acreditava que o motivo certo tinha haver com as habilidades magicas que ela herdou dela e de Loki.

Carmélia sorri ao pensar nisso, sabia que a filha possuía capacidade de se tornar uma grande feiticeira, mas lamentava ter que por enquanto tirar isso dela, afinal, elas tinham que fazer de tudo para ser o quanto mais discretas possível.

— Mamãe. — a garota chamou sua atenção. Carmélia fechou o livro, o guardando de volta no esconderijo e foi em sua direção.

— Oi minha princesa. — respondeu com um sorriso carinhoso nos lábios, ela se sentou ao lado da filha e fez cafuné em seus cabelos. — O que foi? — perguntou ao notar um semblante curioso no rosto delicado da criança.

— Uller será meu pai? — ela perguntou de uma forma tão inocente que a surpreendeu, já fazia tempo que Uller não fazia esforços para tentar ao mínimo esconder o interesse que tinha por ela, ele a ajudava muito, mas Carmélia não conseguia dar reciprocidade aos sentimentos do rapaz, na verdade ela ainda pensava muito em Loki, mesmo depois de todos esses anos se lembrava com paixão da única noite em que passaram juntos, ainda mais por naquela noite ter lhe dado o que mais tinha de precioso, sua filha. —... Eu não quero, mamãe, quero o meu verdadeiro pai.

— Seu verdadeiro pai? — ela repetiu, as vezes a mesma se arrependia por ter falado tantas coisas de Loki, não era a intensão implantar falsas esperanças no coração da filha, mas era isso que ela tinha acabado por fazer. —... Arie, querida, você tem que entender uma coisa...

Começa a falar, mas um barulho vindo do lado de fora chamou sua atenção, ela se levanta rapidamente e vai até a porta, olhando através do olho magico e naquele instante sentiu o sangue gelar ao ver que um capanga de Yngvi se aproximava.

Como ainda tinha alguns segundos antes dele chegar, Carmélia se volta rapidamente para Arie.

— Filha, corre para o quarto e pega sua mochila. — ao notar o tom de urgência na voz da mãe, a garota levantou, deixando sua boneca e foi correndo para o quarto, já imaginando do que se tratava, pois não era nem a primeira, segunda ou terceira vez que aquilo ocorria.

Ao agarrar a bolsa Arie se assusta com um estrando repentino, mas não vinha da porta da frente em que sua mãe havia olhado antes, mas sim da porta da cozinha.

Depois do estrondo, não ouviu voz alguma, apenas o barulho do início de uma luta, ao se lembrar do que sua mãe disso que deveria fazer naquele tipo de situação, se virou e correu em direção do esconderijo, sabia que tinha que ficar ali, mas ao ouvir um grito agonizante da mãe, não pensou direito, apenas correu ao seu encontro.

Aquela pequena sala estava toda bagunçado, junto a mesinha de canto quebrada tinha um homem moreno caído no chão, Arie não saberia dizer se estava morto ou apenas inconsciente, porém do outro lado, quase que na cozinha, encontrava sua mãe com uma lança encravada na barriga e um homem muito alto na sua frente, segurando a arma, ela não pensou, era apenas uma criança, mas isso não a impediu de correr gritando na direção do homem... Não tendo chance alguma, o homem alto se virou e a pegando antes que pudesse acertá-lo, jogando-a contra a parede.

Gritando de desespero, Carmélia tenta se levantar para poder socorrer a filha que resmungava por causa do dor causada pelo impacto, no entanto havia perdido toda força que tinha em suas pernas.

— Então é verdade, você engravidou do príncipe renegado. — ele sorri a pegando pelos braços e levantando até a altura de seu rosto. — Mas espera ai. — ele estreita os olhos e naquele momento Carmélia se arrepende amargamente por ter deixado que Arie usa-se aquele vestido. — ... O sinal! — exclama olhando para a marca em seu ombro, com raiva, o homem se volta para a mulher. — Vai me jurar agora que não encontrou?!... Me dê o livro, ou eu mato a bastarda agora mesmo!

Mais uma vez ela tenta se levantar, mas só por ameaçar fazer tal coisa sua mente é tomado por uma tontura e o ferimento em seu abdômen latejou ainda mais, porém ela tinha que pensar rápido, não poderia entregar o livro só que também não iria deixar que nenhum mal acontecesse com Arie, mesmo que isto lhe custasse a vida.

— Vá para o inferno! — murmurou e com o que restou de sua força, Carmélia executou uma série de movimentos rápidos com a mão e um dos sinais em seu corpo brilhou, este mesmo brilho tomou conta do corpo de sua filha que aos poucos foi ficando intangível, o que deixou seu captor irado, porém nada mais daquilo lhe causava medo e Carmélia pode olhar nos olhos de sua filha por uma última vez antes que enfim sua visão escurecesse e seu corpo terminasse de desabar no chão num instante antes de Arie desaparecer, agora ela estava segura longe daquele homem.

 

Tiro a mão dela e me afasto rapidamente, ainda não havia entendido exatamente o que foi aquilo que tinha acabado de ver... Me lembrava daquele livro, havia conseguido a muito tempo, em uma das minhas viagens para Álfheim onde roubei de uma elfa, só tinha um exemplar dele e era este o qual me pertencia, só não sabia como poderia ter parado nas mãos de Carmélia.

Foi ai que dei por conta o que realmente tinha acontecido e me senti o mais completo dos tolos... Ela havia o roubado de mim, mas por que?... Todas aquelas coisas que me falou, dos gestos, dos olhares intensos, era tudo mentira, tudo fingimento para poder me enganar.

Fecho o punho com tanta força que sinto as juntas dos dedos estralarem, precisava descontar minha raiva e a primeira coisa que encontrei pela frente foi o tronco o qual estava sentado a pouco tempo, o chuto e o mesmo se despedaça ao bater contra uma árvore a poucos metros.

Naquele momento seria capaz de matar Carmélia, se a algo que eu odiava nesse mundo esse coisa era ser passado para trás, ainda mais daquela forma, por uma mulher que me seduziu, isso era coisa de se acontecer com Thor, não comigo, não era um bobo ingênuo.

Andava de um lado para o outro, com os punhos ainda cerrado, me perguntava o porquê disso tudo, pra que roubou o meu livro? Não poderia afirmar com certeza, mas não me pareceu que tinha lhe trazido algum beneficio... Fez tudo aquilo só para conseguir alguns feitiços simples?!... Não, ai tinha coisa, ela não roubou pra ela, meu instinto dizia que Carmélia era uma infiltrada.

Então paro de andar, os feitiços eram sim algo simples, mas lembro que tinha um que era de grande utilidade, um que eu usava até hoje... O Sinal de ocultação, até mesmo conseguia passar despercebido por Heimdall, e em conjunto de outros sinais, como o de teletransporte, qualquer um poderia invadir Asgard.

Droga, Carmélia estava supostamente morta a mais de dois meses e se alguém encontrou o livro, poderia estar agora mesmo em Asgard com sabe lá quais intensões, eu tinha que ir atrás do livro.

— ARIE?! — esbravejo sem controlar o tom da voz, não iria conseguir esconder a raiva que estava sentindo naquele momento.

A mesma se levantou assustada.

— O que houve, pai? — perguntou apressada, ainda grogue pelo sono, mas ainda olhando para os lados como se procurasse por algum perigo que poderia estar nos rondando.

Em poucos passos já estava frente a frente dela, a pegando pelos braços e a erguendo até minha altura, sabia que ela não tinha culpa de nada, mas naquele momento estava cego de ódio.

— Sua mãe, quem era ela? — exijo saber, pra conseguir realizar os sinais ela tinha que no mínimo ser uma feiticeira e isso reforçou ainda mais o fato de que apenas me usou, por que a que troco uma feiticeira iria se submeter a ser criada em um palácio? — Pra quem ela trabalhava?

—... C.como a.assim?... Minha mãe não trabalhava para ninguém. — respondeu gaguejando.

— Então quem era aqueles homens atrás dela no dia de sua morte?... Ninguém tenta te matar por não ter feito nada! — exclamo apertando seus braços mais forte, arrancando uma careta de dor dela, seus olhos se encheram de lágrimas e encolheu seu corpo, ela estava com medo, medo do que eu poderia fazer. — ... ME RESPONDE... PRA QUEM ELA TRABALHAVA?! — grito exigindo por uma resposta.

Ela nada responde, apenas começa a chorar murmurando que eu estava machucando-a, suspiro a soltando no chão e então me afasto antes que eu perdesse de vez o controle, ainda com medo, Arie se encolhe no chão e agarra o colar que estava em seu bolso sem parar de chorar.

Soco a árvore que tinha mais perto, minha mente no momento era um embaralhado de perguntas e eu não iria descansar até que obtivesse respostas de cada uma delas.

Não queria acreditar que tinha sido tão fácil me passar parar trás, pensava que era mais esperto do que aquilo... Apenas foi necessário um rosto bonito, meu ego estava ferido e raiva era tudo que sentia naquele momento...


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Notas finais do capítulo

Então, o que estão achando?... Iria gostar de saber a opinião de vocês.



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