The adoption escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 6
Capítulo 5: Revelação parte 1




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Esme e Carlisle deixam a filha ter mais alguns minutos para se arrumar antes de ir falar com ela. Sobem as escadas para o segundo andar silenciosamente, mas param diante da porta do quarto de Corine e batem:

‘Toc toc toc’

— Filha, podemos conversar? – Carlisle pede em frente a entrada e Esme atrás dele ao lado.

— Pode entrar pai, mãe.

— Querida queremos lhe contar algo que você merece saber – esclarece Esme.

— O que foi mãe? Vou ter um irmão?

— Não é isso filha – Esme senta na cama.

— Você sabe que nem eu nem sua mãe podemos ter filhos.

— Poderiam adotar como fizeram comigo.

— Você aceitaria sweetie?

— Claro que sim.

— Você é mesmo maravilhosa mon ange.

— Obrigada mamãe. Então se não é isso o que vocês querem me dizer.

— Lembra do que você me pediu há algum tempo?

— Não exatamente, mas acho que sei o que é.

— Você me perguntou por que eu e seu pai somos mais jovens do que os pais de seus colegas.

— Ah, agora eu me lembro. Você me explicou que era porque vocês me adotaram. Não é esse o motivo mãe?

— Não Corine, minha filha – diz Carlisle.

— Você é tão maravilhosa, filha. Você realmente acreditou nisso? Não, não é apenas esse o motivo. Sente aqui querida – Esme indica a cama.

— Eu prefiro ficar em pé um pouco mãe. Já fiquei a tarde inteira sentada. Não quero desobedecer, se realmente preciso eu sento.

— Tudo bem ma cheriée. Fique como quiser e for mais confortável para você.

A menina percebe que realmente a situação é grave e senta na poltrona perto da escrivaninha.

— O precisam que eu saiba? – Corine diz começando a ficar curiosa e alarmada.

— Querida... você tem outros irmãos que não moram aqui conosco.

— Onde eles estão? São quantos?

— Eles moram nos Estados Unidos e são cinco, três rapazes e duas moças.

— Como?!

— Nós dois os adotei como fizemos com você, podemos dizer – intervém Carlisle.

— Que idade eles têm? Podem morar sozinhos?

Ela sempre soube que tinha algo muito esquisito com seus pais, mas não era nada que atrapalhasse ou fosse ruim. Por isso ela nunca quis saber, nunca foi uma menina muito curiosa. Não desse tipo, só quando é algo relacionado com conhecimento.

— Sim, eles estavam morando com nossos primos no Alaska, mas agora estão em Forks.

— Onde fica isso?

— Perto do oceano Pacífico próximo da fronteira com o Canadá  - explica Carlisle.

Corine pega seu atlas e procura o mapa dos EUA.

— É para lá que nós vamos no final do ano?

— Sim criança, vamos nos mudar para lá.

— É muito frio – observa a proximidade do círculo polar ártico.

— Na verdade lá chove muito, mas não é muito diferente daqui na temperatura – aclara Esme.

— Como eles chamam?

— Edward tem 17 anos e é o mais novo além de você. Depois temos Alice com 18 anos; Emmett com 19 e Rosalie e Jasper com 20, agora.

— Eles são gêmeos?

— Podemos dizer que sim – Esme e Carlisle ficam surpresos como Corine entende rápido as coisas, foi por isso que ela avançou de série na escola, isso que ela nem viu os irmãos, imagine se os tivesse visto!

— O que você quer dizer com isso mãe?

— Eles são parecidos mas não são irmãos biológicos, só de criação. Alice e Jasper e Emmett e Rosalie, bem, podemos dizer que são namorados.

— Oh! – Corine fica boquiaberta, mas eles nem são irmãos isso não é errado.

— Esme vamos direto ao ponto querida – orienta Carlisle. – Não podemos adiar mais.

— Me diga você papai – a menina fica tensa. – O que é tão necessário que eu saiba?

— Criança, nós somos vampiros – rápido como tirar um curativo para não doer tanto.

— O quê? Você não está falando sério, está pai?

Ela sabe que tinha alguma coisa estranha e observa a expressão no rosto de Carlisle.

— Estou falando sério, eu jamais brincaria com isso. Nem muito menos mentiria para você, filha.

— Eu sabia que tinha algo diferente com vocês, mas não sabia o quê. Na verdade eu nem me incomodava em saber por que nunca foi algo ruim. Vocês nunca fizeram nada contra mim.

A garota olha para Esme, como se de alguma forma não seria verdade:

— Mamãe?!

— Sim sweetie, eu seu pai e seus irmãos nós somos vampiros.

— Mas como? Isso é impossível! Não é verdade. Não pode ser!

— Seu pai foi transformado e me transformou.

— Vocês são bonitos como anjos, nas lendas os vampiros são horríveis.

— Nem sempre. O diabo era um anjo também antes de cair, por isso nós somos bonitos – explica Carlisle.

— Mas vocês não são maus.

— Sim sweetie, escolhemos ser bons não importa o esforço que seja necessário.

— Por que vocês têm que lutar?

— Pois a nossa natureza é atacar seres humanos e não queremos machucar ninguém – explica Carlisle.

— Então vocês se alimentam como?

— Com sangue animal, querida. Por isso nossos olhos mudam de cor do preto, quando temos sede, ao dourado.

— Então é difícil para vocês quando estão com os olhos mais escuros? Eu não sabia, me desculpem.

— Tudo bem querida, já praticamos há muito tempo, não se preocupe. Os vampiros que caçam pessoas têm os olhos vermelhos.

— Deve ser apavorante!

— Quando somos recém-criados, quer dizer jovens nessa nova vida, com menos de um ano, ainda temos nosso próprio sangue infiltrado nos músculos então somos mais fortes e temos os olhos vermelhos. Mas a cor muda conforme a dieta de sangue animal. Como será com você quando a transformarmos – aos poucos Esme vai perdendo o receio e fala abertamente com a filha.

— Quando vocês saiam que eu nunca vi?

— Nós somos muito velozes filha, você não veria se não quiséssemos, mas só saíamos para caçar quando você estava dormindo ou na escola – diz Carlisle.

— Agora entendo porque vocês pareciam frios para mim, mas eu nunca e importei.

— Nossa temperatura é menor que a dos humanos que é 37 graus Celsius em média. Temos aproximadamente dez, mas qualquer temperatura menor do que a do corpo de vocês já é percebida como frio – explica Carlisle. – Nossa pele também é dura e não se rompe facilmente como para vocês.

— Então estaca não adianta?

— Não, nem nenhum humano conseguiria chegar tão perto de nós. E mesmo se conseguisse somos fortes e podemos nos defender.

— E alho faz alguma coisa em vocês?

— Não absolutamente. Não comemos, só o cheiro do alho sentimos e é forte, mas isso até vocês humanos percebem. Talvez pensavam que o cheiro iria nos afastar, mas podemos ficar sem respirar o tempo que for necessário.

— Vocês não precisam respirar?

— Não com vocês humanos para viver, nós gostamos disso para sentir os aromas. Nosso olfato é muito aguçado.

— E água benta? E crucifixo? – a curiosidade de Corine desperta.

— Eu sou filho de um pastor anglicano – Carlisle comenta e mostra seu colar de prata em forma de uma cruz. – Eu mesmo era para ter me tornado um, pois fui criado dentro da igreja. E de fato quase me tornei pastor. Também é por ter esses valores religiosos que me recusei a me tornar um monstro, mesmo tendo sido transformado em um vampiro.

— Você é admirável papai! – diz entusiasmada. Mas e a luz do sol? Sabe, nas lendas os vampiros se tornam cinzas com a luz do amanhecer.

— Isso não é verdade, não nos queima, querida – elucida Esme. - Nós apenas brilhamos, porque a nossa pele é congelada. Um dia eu te mostro.

— Eu também brilho um pouco. Mas a luz do sol às vezes arde em minha pele clara.

— Você é humana criança, isso se deve ao suor na superfície dos poros – aponta Carlisle.

— Mas então se eu sou humana e vocês vampiros isso não é perigoso para mim? Eu poderia ter sido atacada por outro vampiro.

— Sim, mas sempre nos precavemos para mantê-la segura.

— Quantos de vocês existem? – ela sente um arrepio ao imaginar a quantidade.

— Nossa espécie não é tão numerosa quanto a sua, podemos viver em vários lugares como vocês, mas em alguns não é viável, pois não há alimentos. Somos apenas 500.

— Quinhentos!?

— Não tema, jamais permitiríamos que algum lhe fizesse mal, querida – Esme tenta acalmar a menina.

— A maior parte vive no hemisfério norte – diz Carlisle.

— Ah claro, a lenda veio da Europa. Mas ainda há alguns nessa parte do planeta, não?

— Cerca de meia dúzia.

— Eles poderiam nos atacar, vocês são apenas dois.

— Tenho certeza de que nossa família viria nos ajudar, além do mais Alice veria se corrêssemos perigo e nos avisaria antes.

— Não pense nisso querida, eles moram perto de Ushuaia. Na terra do fogo – Carlisle e Esme se entreolham e sorriem levemente com a ironia, pois o fogo é a única coisa que os destrói. Enquanto isso Corine procura no seu atlas onde está a cidade e não demora para localizá-la no extremo sul da América do Sul, próximo ao continente Antártico. – Preferimos viver em locais mais nublados e com o clima mais propício ao menos para nós.

— Vocês saem quando eu estou dormindo... E vocês não dormem?

— Não querida, não precisamos descansar como vocês humanos.

— Vocês querem me transformar e por isso me adotaram? Estão me pedindo autorização?

Esme e Carlisle ficam surpresos que ela tenha chegado a essa conclusão.

— Não Corine, nós amamos você. Só faremos isso se você quiser. Por isso contamos a verdade antes, poderíamos ter deixado para depois. Mas queremos que você saiba exatamente o que somos e possa escolher.

— Que dúvida! É claro que eu escolho ficar com vocês para sempre.

— Querida você precisa saber que é muito doloroso.

...XcontinuaX...


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