V E N U S - Origin escrita por badgalkel


Capítulo 3
1.2 Projeto Renascimento




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Base militar, Campo Lehigh; Wheaton, Nova Jersey - EUA.

Em uma sala localizada no subsolo da base militar, especificamente na grande sala de reuniões, estavam respeitáveis nomes de diferentes patentes debatendo confidencialmente sobre sua maior estratégia daquela guerra.

— Esta base militar é usada pela Reserva Científica Estratégica, uma agência de guerra aliada formada em 1940 sob as ordens do nosso presidente para combater a divisão de armas especiais nazistas, a HIDRA. - explicou o Coronel Philips - Ele sabia que a situação da nossa nação fora da guerra era apenas temporária.

— Adolf Hitler é a maior ameaça ao mundo livre, ele quer estar um passo à frente de todos. Procura ser o primeiro na corrida armamentista e para isso recruta os engenheiros que estão ao seu alcance para testar as suas teorias ousadas, quais ele pensa serem revolucionárias. - Howard acrescentou. - Porém, de fato, a concorrência é forte, e isto o causa revolta.

— Os engenheiros americanos são de longe os mais avançados no tempo e tecnologia. - Harriet observou.

— Ele tem ciência disso, por isso enviou um grupo de assassinos profissionais da HIDRA para matá-los. - o Coronel revelou.

— Você não... - a jovem mirou seu irmão, preocupada.

— Eles me protegeram. Não se preocupe. - o rapaz pousou a mão sob a da irmã na mesa da sala de reuniões, confortando-a.

— Chegaram até você? - perguntou perplexa. - Como não soube de nada?

— Jamais a teria posto em uma posição que a deixasse em perigo também. - Harriet mirou os olhos do irmão, este a passava tranquilidade.

— O que foi feito a respeito disso? - a jovem se direcionou com voz dura ao Coronel. - Howard ainda corre riscos?

— Não, senhorita. - prontamente respondeu. - Ele tem soldados altamente treinados e agentes disfarçados o acompanhando todos os dias. Além disso, persuadi-lo a se juntar a Reserva e assim desenvolver estratégias que não só protejam à sua vida, mas a vida de todos os americanos.

— E o projeto Renascimento é uma destas estratégias? - indagou a jovem, adquirindo uma postura mais séria.

— Sim. Pouco tempo depois da tentativa, organizamos um resgate à Abraham Erskine, o cientista qual consta no arquivo. - Harriet assentiu. - Ele era mantido por Johann Schmidt, comandante da HIDRA. Presumo que tenha lido a ficha dele.

— Sim, li.

— O objetivo da Reserva é criar um exército de super soldados que possam derrotar qualquer coisa que as potências do Eixo encontrarem no campo de batalha. - explicou Howard.

— Quanto ao Erskine. Ele é confiável? - soltou Harriet sem perceber que ao fundo da sala, uma figura grisalha, com óculos tortos e jaleco branco, acompanhava a conversa desde que se iniciara.

— Suponho que seja difícil acreditar em um alemão que acabara de ser retirado de uma base de projeção de armas nazistas. - disse o senhor em um inglês arrastado ao sotaque alemão, calando a todos na sala. - Mas acredito que todos devem saber sobre os dois lados da história antes de se posicionar.

— Se me permite, doutor. Tenho apenas um lado a defender. - os demais componentes da conversa se calaram, sentindo a tensão no ar, enquanto a jovem se pronunciava. - Portanto se o senhor for metade de tudo o que li nos relatórios, é o suficiente para que eu possa acreditar que quer deter aqueles nazistas tanto quanto eu. Presenciei o pior lado desta guerra, e farei o meu melhor para acabar com ela. - Harriet se levantou e caminhou na direção do senhor, estendendo-lhe a mão. - Será um prazer trabalhar com uma mente tão deslumbrante e brava quanto a do senhor.

— Digo o mesmo, Srta. Stark - respondeu, apertando a mão da mulher.

—x-

Na manhã seguinte, acompanhado de Howard Stark, o Doutor Erskine apresentou à Harriet o maquinário que será utilizado para o projeto, as desenvolturas destas máquinas, a matéria que fora utilizada e como estes transformarão os simples soldados em algo muito maior.

— E assim, o soro mudará toda a estrutura molecular e psicológica dos soldados. - finalizou mostrando-a suas anotações.

— Tudo é completamente impressionante, Doutor. - admirou-se a jovem.

— Nem tudo, minha querida. - ressaltou o senhor - Tive o conhecimento que a senhorita trabalhou com primeiros socorros no Sul da África. Como voluntária, certo?

— Sim, senhor. Socorro às comunidades carentes prejudicadas pela guerra. - explicou Harriet.

— Soube também que o sistema de transmissão sanguínea e divisão molecular criado pela senhorita tem demonstrado muita funcionalidade em muitas outras regiões. - ele a encarou com um sorriso prazeroso sob a face.

A jovem encarou o irmão, que deu de ombros como se não tivesse relação alguma com o fato.

— Tem um grande admirador, Srta. Stark. - revelou Erskine. - e de tanto ouvir sobre seus feitios, acabei me tornando um também.

Harriet sorriu. Sua pele sob o rosto se avermelhou.

— Como posso ajudá-lo? - indagou - Imagino que tenha me convocado por um motivo específico.

— E eu imagino que a senhorita já tenha o desvendado antes mesmo de termos terminado o pequeno tour. - disse ele, arrancando uma risada contida de Harriet.

— Seu transfusor é engenhoso, Doutor - disse se aproximando da máquina em questão - É completamente meticuloso e funcional, porém não para uma transfusão de tal magnitude como o senhor deseja.

— Continue, por favor. - pediu educadamente, enquanto o jovem Howard só observava a arte que era sua irmã mais nova trabalhando.

— O soro irá alterar as células moleculares dos soldados, não só as sanguíneas, portanto temos de desenvolver um transfusor que afete as demais moléculas de forma acoplada.

— A senhorita...

— Por favor, me chame de Harriet.

— Harriet, - prontamente se corrigiu - você já tem em mente como irá desenvolver tal transfusor?

— Acredito que preciso desenvolver uma pesquisa antes. Aprimorar a ideia. – refletiu com a mão sob o queixo – Acredito que serão necessárias cobaias para testes. Mas não podem ser os soldados daqui. Eles já têm ciência de que estão treinando para algo maior, para serem escolhidos, portanto as moléculas de toda a sua região cerebral está tensionada e de difícil acesso. - o Doutor assentiu - Preciso de soldados de batalha, que estando preparados para o pior, não se preocuparam com nada mais que suas batalhas. Desta forma o cérebro se move conforme os músculos e instintos, é uma região tensa, mas não a ponto de ter um acesso improvável.

— Sua solicitação é uma ordem, estarei requerendo que enfermeiras recolham os suprimentos de acordo com suas coordenadas...

— Não, - interrompeu-o delicadamente - se o senhor me permite, gostaria de eu mesma retirar as amostras. A área cerebral é extremamente delicada e eu não me sentiria bem em saber que alguns de nossos homens foram prejudicados por falta de habilidades. Sem querer ofender.

— É completamente compreensível, Harriet.

— Não, não é. - intrometeu-se Howard, exasperado. - É isso mesmo que eu entendi. Você quer ir para o campo de batalha?

— Tomarei cuidado. - assegurou Harriet.

— Uma ova, eu te conheço. - discordou o irmão. - Não vai se arriscar de tal forma só para recolher algumas amostras!

— Todos estão se arriscando nesta guerra, não aceito fazer menos que isto. - disse a jovem convicta. - Você mesmo é um.

— Não, completamente inadmissível. - Howard balançava a cabeça em negação.

— Não foi você quem disse que eu tenho que investir meu talento em algo que irá revolucionar o mundo? - acusou-o - Eu me dedico ao meu máximo em qualquer coisa que faço, já devia saber disto.

Howard tentou encontrar argumentos para desarmá-la, mas Harriet era impenetrável e isso a tornava irredutível em diversas situações.

— Vai mesmo jogar o veneno contra mim?

— É isso que fazemos de melhor. - brincou. - Não se preocupe, eu vou me cuidar.

— Vou com você! - sugeriu.

Antes que a jovem pudesse negar, o Doutor, que apenas assistia a batalha entre irmãos, decidiu intervir:

— Isto é improvável, Sr. Stark. Uma vez que preciso de suas habilidades aqui. Agora que sabemos que precisamos de um transfusor novo, preciso do mais habilidoso engenheiro para desenvolvê-lo fisicamente de forma que se encaixe com os demais adereços.

Harriet sorriu para o senhor.

— Isso é um tipo de complô contra mim? - Howard caçoou, ainda tenso, mirando de um ao outro.

— Ela estará protegida, cuidarei pessoalmente para que o melhor pessoal a acompanhe. - garantiu Erskine.

— Não sei... - Howard coçou o maxilar, ainda hesitante.

— Não é como se eu fosse menor e precisasse de sua autorização. – soprou cuidadosamente.

Howard respirou fundo e agarrou-a pelos braços.

— Tenho condições. - Harriet franziu o cenho e então o rapaz prosseguiu - Viajará apenas para países ao máximo de 9 horas daqui, para que consiga retornar a cada semana e eu ver que está bem.

— Tudo bem, eu...

— Não é só, - adiantou-se, interrompendo-a. - Vai aceitar de bom grado a companhia de homens treinados para te proteger de qualquer eventualidade que vier a acontecer. Te escoltando.

— Howard! - exasperou incrédula.

— Temos um acordo? - arqueou a sobrancelha, em tom de desafio.

Um momento de silêncio tomou o laboratório, pouco antes da voz feminina interrompe-lo.

— Tudo bem. - concordou e abraçou o irmão. - Mas não exagere, não quero uma tropa na minha cola.

— Fechado.

— Muito bem, meus queridos. - disse Erskine. - Não temos tempo a perder.


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Notas finais do capítulo

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