Retornos & Reencontros escrita por Auto Proclamada Rainha do Sul


Capítulo 15
Capitulo 15


Notas iniciais do capítulo

NÃO ME ODEIEM!!!



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Sansa entrou no quarto alarmada. Como se já não bastasse ter que cuidar de sua irmã, os próprios problemas a perseguiam. As mulheres estavam como urubus sobre Arya, a segurando com força para evitar que ela se debatesse demais.

— Como estão as coisas? — perguntou a ruiva chegando por trás da parteira para dar uma olhada na garota estirada.

Arya estava com o rosto vermelho e pingando de suor com o esforço, os cabelos ensopados pareciam com um ninho de pássaros embolado sobre sua cabeça, os olhos fechados com força enquanto os lábios estavam em um tom de branco pela força com que a garota os apertava.

Sansa não esperou uma resposta e se aproximou da cabeceira onde a irmã se apoiava no travesseiro e então ela tomou a mão fina e começou a acariciar os nós dos dedos esbranquiçados até que Arya os abriu. O rosto retorcido se virou para a ruiva e os olhos se abriram para encarar a irmã, ele possuíam um brilho febril que mostrava o tamanho da dor que sentia, mas agora ela estava quieta.

As mãos da irmã mais velha foram até a testa gosmenta de suor e a encontrou ardendo de febre. Arya não estava só sofrendo pelo parto, mas tendo uma reação extrema a isso.

— Pshiu! — Sansa tentou acalma-la, acariciando a testa com carinho enquanto a irmã voltava a fechar os olhos e então apertou os dedos delicados da irmã mais velha.

A dor em seus dedos foi muito forte, ela sentia os dedos serem esmagados na mão da mais nova. Os ossos estalavam e a princesa tentava mover os dedos apenas para deixa-los mais confortáveis, mas não iria soltar a mão de Arya em momento algum.

— Obrigada — a mais nova sussurrou, usando toda a sua força para levar a mão da mais velha aos seus lábios e então os beijou de leve — Eu achei que fosse morrer sozinha.

— Não seja idiota — respondeu a ruiva, retribuindo o carinho a irmã com um beijo nos dedos trêmulos — Você é a mensageira da morte e viajou até o oeste sozinha, não é um bebê que vai te matar.

A jovem riu baixinho, sentindo o peito doer com as contrações de seu corpo e o movimento de sua risada. Foi quando a mulher entre suas pernas se pronunciou de novo.

— Agora eu vou precisar que faça força — a parteira comentou alto para ser ouvida sobre a confusão.

A resposta de Arya não demorou, mas a criança sim. Fora quase duas horas antes que a cabeça do bebê coroasse entre as pernas da mulher. O corpo de Arya se contraia ao máximo para tentar expulsar o corpinho de dentro do seu, mas havia um problema que ela não poderia prever.

— Para! — foi a resposta da parteira que começara a analisar o topo da cabeça — Me tragam a bacia de água.

As meninas andaram de um lado para o outro, servindo uma cumbuca de água e levando até a mulher. Aquilo perturbou até as duas garotas Starks. Um medo atravessara o rosto torturado de Arya enquanto Sansa tinha de tentar se manter impassível para não alarmar ainda mais a futura mãe.

— O que houve? — perguntou a ruiva, usando as duas mãos para apoiar o punho da irmãzinha que era o mínimo que poderia oferecer naquele momento.

— Um grande problema — disse a mais velha enquanto afundava as mãos na cumbuca e as esfregando com força — Jogue essa água fora e já prepare mais um pouco para depois.

— O que aconteceu? — repetiu Sansa esperando uma resposta que veio em forma de sussurro aos seus ouvidos e a assustara o suficiente para tocar a testa da irmã com a sua própria e lhe beijou as faces, mas não falou nada.

— Isso vai doer, querida — afirmou a mulher.

A mão da senhora tateando o topo da cabeça e o que conseguia tatear do rosto do bebê, usando como uma forma de se guiar por dentro do útero até encontrar o cordão umbilical que se enroscava no pescoço pequenino do bebê.

O grito que saiu da futura foi de congelar mesmo a espinha os Outros, mas ela não esperava nada mais do que isso. Essa era uma experiência extremamente dolorosa e a mulher tinha conhecimento de causa já que passara por isso com dois de seus filhos e não havia sido fácil.

Em algum lugar, alguém havia começado uma prece para a Mãe que se estendera na voz de todas as outras femininas do recinto e a própria parteira começou a rezar enquanto o mindinho se enrolava em torno do cordão.

Ela precisava tomar cuidado, primeiro para não arranhar o bebê e também que o cordão não lhe escapasse, seria mais dificil e dolorido se isso acontecesse.

Naquele momento só havia o silencio de várias vozes em uníssono de um modo que desaparecia, havia também o som da chuva e dos raios na janela, mas havia algo que não se ouvia mais: os gritos de Arya Stark.

A parteira tivera muita sorte dessa vez, o cordão seguiu seus dedos sem prender nem na boquinha e tão pouco no narizinho e logo já estava ao ar livre, libertando o bebê que podia voltar a escorregar para fora.

— Pode voltar a empurrar — ela falou olhando os olhos cinzentos e zonzo da loba a sua frente, era uma mulher que claramente não possuía mais forças e então ela se deu conta de uma coisa que ninguém gostaria de perceber.

Mesmo assim a garota fez como mandaram, tirando forças de algum lugar misterioso para poder voltar a forçar o filho. Independente do que acontecesse naquela noite, não se poderia negar que aquela mulher pequena era a pessoal mais corajosa e guerreira do que ela.

A cabeça finalmente havia saido, alguns tufos de cabelos negros enfeitavam o couro pequeno e então o corpo começou a escorregar para a fora, a parteira apoiou a base das costas e o ergueu.

As mantas de lã já estavam preparadas assim como a água quente em que o corpo da criança foi afundado. Nenhuma das mulheres se preocupou em verificar o sexo do bebê, pois havia um problema maior: O menino não chorara.

Todos os olhos se viraram para a mulher que segurava a criança em seus braços. Ela virou o corpinho e deu um tapa em sua bunda e mais um e então o outro, foi só nesse momento que a criança se colocara a berrar e um suspiro de alivio se estendeu pelo quarto, da mesma forma que a reza tinha feito antes.

— É um menino! — falou a parteira — É um menino!

Arya sorriu, lágrimas cruzando o rosto pálido, finalmente livre da força do parto e então ela fechou os olhos, os dedos soltando os da irmãs até caírem ao lado dela.

Sansa deixou que muitas lágrimas escorressem pelo seu também, mas não eram de alegria, ao menos não todas. É claro que seu coração estava cheio de amor e felicidade quando pegou o sobrinho que começara a se acalmar em seus braços, mas também haviam lágrimas de tristeza e de medo pela irmã.


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Notas finais do capítulo

Me xinguem, mas não larguem a fic por favor!! Nos falamos.
Beijos.



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