—Suas suspeitas estão certas, majestade. – Missandei sorriu tocando levemente o ventre de Daenerys.

—Isso é... Impossível. – sussurrou para a amiga. –A feiticeira...

"Mãe de dragões... filha de três...

Três cabeças tem o dragão... Mãe de dragões... filha da tormenta... 

Três fogueiras tem que acender... uma pela vida, uma pela morte e uma pelo amor...

...Três traições conhecerá... uma vez por sangue, uma vez por ouro e uma vez por amor..."

—Khaleesi? - Missandei a chamou preocupada.

—Isto é impossível. - ela informou assustada. -Impossível.

—Sempre existe um talvez, Khaleesi.

Seria possível?

Ela realmente poderia ter esperanças com apenas um talvez.

♒

Tyrion observava com cautela tudo que acontecia ao redor.

A Batalha de Winterfell tinha finalmente terminado, porém as consequências foram quase catastróficas, muitas pessoas perderam a vida, pessoas inocentes que não mereciam ter passado por aquilo.

Tudo tinha acontecido tão rápido, num momento eles estavam protegidos nas Criptas, e no momento seguinte os mortos levantavam de suas tumbas para atacar as pessoas ao seu redor.

Para sua sorte, e talvez de algumas pessoas que também estavam lá, o mesmo e Sansa conseguiram destruir alguns caminhantes e salvar várias pessoas, dentre elas Missandei, a esposa do tal Samwell Tarly e seu filho pequeno.

Naquele momento ele encarava de perto a morte, novamente, porém pelas mãos daquele que um dia foi seu amigo.

—Jardim de Cima. – foi sua cartada final e Jaime que estava ao seu lado acompanhando tudo arregalou os olhos.

—Não pode... – ele tentou interferir, porém Tyrion apenas levantou a mão e continuou.

—Aceita ou não? – questionou Tyrion para Bronn que apenas assentiu e abaixou besta lentamente, porém antes que o anão raciocinasse a flecha passou raspando pelo seu rosto e atingiu a parede atrás de si.

—Isso é caso tente me enganar. – informou o mercenário se afastando.

O silencio logo se fez presente e depois de alguns minutos, Jaime finalmente se pronunciou.

—Daenerys não dará Jardim de Cima para ele. – o Lannister mais velho afirmou.

—Sei disso. – o anão deu um sorriso triste. -Parece que não me conhece irmão.

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—Se case comigo. – ele pediu segurando o rosto dela com delicadeza. -Não peço para que deixe de ser o que é, não peço para se torne uma dama como sempre afirmou não ser, não peço que vire uma égua reprodutora como todos aguardam que seja, apenas peço que fique comigo, ao meu lado, pois lhe amo do jeito que é.

Arya se manteve imóvel por alguns minutos e quando Gendry pensou que ela iria negá-lo, a mesma puxou seu rosto e lhe beijou com delicadeza.

Era bom sentir os lábios dela, o calor do seu corpo perto dele, mas ele temia que esse beijo significasse um não e desejava tanto que aquele momento não acabasse.

E quando ela se afastou, ele se negou a abrir os olhos.

—Eu não posso lhe responder nada agora. – a voz de Arya saiu baixa e log Gendry abriu os olhos. -Peço apenas que me espere, minha vida a muito tempo se tornou apenas minha vingança e preciso concluí-la para poder viver em paz.

Gendry tocou as mãos dela com delicadeza.

Aquilo não era um não, era apenas um talvez.

—Eu vou lhe esperar m’lady.

O sorriso que se fez presente no rosto dela foi o suficiente para saber que Arya voltaria para ele, um dia, mas voltaria.

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Jon encarava o Arvore-Coração em silêncio, ele não orava mais desde a Batalha dos Bastardos, pois se os Deuses antigos fossem realmente bons, não teriam permitido que Rickon fosse morto.

—Achei que não veria você antes de partir.

Um sorriso de alivio cresceu em seu rosto ao escutar aquela voz tão familiar.

Arya parecia bem, melhor do que nos primeiros dias após a Batalha, sua pele não estava mais com o tom azulado e linhas do mesmo tom, porém mais escuras; agora estavam num tom oliva que sempre teve e herdou do pai dela.

—Não iria sem antes me despedir. – ele falou puxando-a para um abraço.

Temia nunca mais ver a prima, sempre temia isso antes de qualquer guerra ou batalha que fosse enfrentar e com razão, muitas pessoas morriam nesses acontecimentos e sabia que poderia ser o próximo.

—Você já sabe. – ele afirmou quando se afastaram e Arya apenas assentiu.

—Não sinto raiva de você, ou deles, apenas foi um choque para mim no começo. – Arya explicou antes que ele falasse algo. -Mesmo você não sendo meu irmão, o que eu sinto por você não mudou e nunca vai mudar.

Jon apenas sorriu a abraçou ela.

—Você sempre vai ser minha irmãzinha, sabe disso.

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Era incrível como a garota Stark e Daenerys logo se deram bem, porém Varys percebeu Sansa ainda tinha um pé atrás sobre a mãe dos dragões.

Mas os Stark eram honrados demais e jamais trairiam as pessoas na qual juraram lealdade.

Tudo estava acontecendo de acordo com o planejado.

Ele conseguiu juntar Daenerys com Jon, agora Stark, e logo ambos reinariam lado a lado, e tudo ficaria em paz.

—Dizem que sempre que um novo Targaryen nasce, os deuses atiram uma moeda ao ar e o mundo segura a respiração para ver de que lado cairá. – Tyrion comentou se aproximando, porém, Varys não o encarou. -Acho que já sabemos de que lado a moeda de Daenerys caiu.

—É aí que você se engana meu caro amigo. – o eunuco comentou olhando nos olhos do anão. -Talvez você não saiba, mas a moeda dela ainda está girando no ar, e na hora certa irá cair.