Heroes Never Die escrita por Ciin Smoak


Capítulo 2
Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores, olha quem voltou? Eu gostaria de agradecer a cada uma de vocês que comentou no primeiro capítulo dessa fic e dizer que estou honrada com a confiança e o carinho de vocês com a minha fanfic, peço que continuem comentando e me falando o que estão achando...

Gostaria de dedicar esse capítulo a maravilhosa da Driyca que deixou uma recomendação maravilhosa aqui e me fez dar pulinhos de alegria, sério meu bem, eu nem sei o que te dizer, receber uma recomendação ainda no primeiro capítulo só aumentou a minha motivação para escrever mais e mais. E a Erani, uma amiga que conheci em um grupo do whats e que está sempre comigo lendo as minhas fics, ela deixou uma recomendação linda em The Time Traveler e como eu não posso agradecer por lá, estou agradecendo por aqui e dedicando esse cap à você meu anjo!

Gostaria de fazer uma menção honrosa e dedicar esse cap também as maravilhosas GabySmoakQueen, Naty Smoak Queen e a EmmyChaseSmoak por terem me mandado fotos com a cara de choro depois de terem lido o primeiro capítulo, sério meninas, aquilo me emocionou muito!



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Lado a lado, o Monitor e eu caminhamos pela fazenda até a porta da frente da casa e antes mesmo de conseguirmos bater, um homem a abriu com um olhar desconfiado e eu o reconheci da foto que o Monitor havia me entregado.

Esse era o Clark Kent da Terra 2!

—Eu posso ajudar em alguma coisa? –Monitor lançou na direção do homem um olhar totalmente diferente de qualquer outra coisa que eu já havia visto e por alguns minutos ele pareceu estático, quando o ser ao meu lado finalmente o libertou do que quer que ele estivesse fazendo, Clark quase caiu no chão e eu precisei segura-lo rapidamente.

—O que diabos você fez com ele? –Eu ainda tentava segura-lo, mas ele parecia desnorteado e balançava a cabeça de um lado para o outro como se estivesse sentindo uma forte dor.

—Eu mostrei a verdade à ele, assim tudo vai ficar mais fácil, não precisaremos perder tempo com longas explicações! –Eu balancei a cabeça em uma negativa no momento em que finalmente consegui passar o braço pelo corpo do Superman e apara-lo.

—Você não facilitou nada, só jogou um monte de informações na cabeça dele, ele está claramente sentindo dor, não sabe o que pensar!

Antes que eu pudesse falar mais alguma outra coisa, a porta se abriu novamente em um rompante e uma mulher saiu de dentro dela com um olhar ferino.

—Smallville? Ai meu Deus, o que vocês fizeram com ele? –Ela parecia prestes a pular no meu pescoço, mas Clark segurou o braço dela com calma e negou com a cabeça.

—Eles não fizeram nada, vamos entrar! Eu preciso me sentar e em seguida todos nós vamos conversar!

Apesar de ainda parecer desconfiada, a mulher que eu supus ser a Lois Lane dessa Terra nos levou pra dentro da casa e lá nos deparamos com um casal e duas crianças correndo pela sala. Os dois nos olharam atentamente e se levantaram no mesmo momento, mas Clark fez um sinal com as mãos para que eles voltassem a se sentar. Seguindo o exemplo deles, todos nos sentamos no sofá oposto, exceto o Monitor, que continuou em pé com toda a sua altivez.

—Jonanthan Lane Kent, eu já te disse pra não mexer nas coisas do seu pai, vá devolver o disco agora! –A mulher ao meu lado não parecia brava, parecia simplesmente querer tirar o filho da sala.

O menino assentiu com a cabeça, mas antes que ele pudesse sair, a mulher loira que estava a minha frente se dirigiu a outra criança.

—Nicholas, por que você não vai com o seu primo? Aproveitem e fiquem brincando por lá um pouco!

Os dois assentiram rapidamente e saíram da sala e antes mesmo que um silêncio constrangedor pudesse se formar, o Monitor já havia se imposto.

—Nós não temos tempo pra isso, Queen! –O homem a minha frente se empertigou rapidamente, mas antes que ele pudesse falar alguma coisa, o Monitor voltou a falar. –Eu estava falando com aquele Queen e não com você.

Assim como o homem à minha frente, eu franzi o cenho no mesmo momento e precisei respirar fundo para ser capaz de assimilar tudo.

Ele estava dizendo que o homem à minha frente era Oliver Queen?

A mulher ao lado dele pareceu confusa por alguns momentos, mas logo se empertigou e tentou colocar ordem a toda aquela situação.

—Tudo bem, vamos lá! Eu sou Chloe Sullivan e esse é meu marido Oliver Queen, o Clark e a Lois vocês já devem conhecer, mas a pergunta que fica é, quem são vocês?

Eu simplesmente fiquei estático diante da confirmação dela de que o homem a minha frente era uma outra versão de mim, o quão estranho esse dia ainda poderia ficar? Percebendo que eu não conseguia responder e que o Monitor parecia pouco interessado na conversa, Clark que já estava parecendo se sentir melhor nesse momento, tomou a frente da situação.

—Esse é o Monitor, eu simplesmente não encontro palavras pra descrever o que ele é, acho que uma força cósmica é o que chega mais perto. E esse aqui é o Oliver Queen da Terra 1.

Todos na sala arregalaram os olhos no mesmo momento e eu percebi que a conversa que teríamos seria longa, muito longa.

...

—E agora eu preciso ir com eles e ajudar a deter a ameaça do Anti Monitor antes que ele destrua todas as Terras e mate todos nós!

Duas horas e muitas explicações depois todos na sala ainda pareciam estáticos, mas estavam começando a compreender melhor a realidade.

—Smallville, então aquela vez que o Clark do mal apareceu e você sumiu, achamos que você tinha ido pra outra dimensão, mas na verdade você foi parar em uma outra Terra? –Eu estava perdido no assunto, mas eles pareciam saber bem do que estavam falando. Lois parecia confusa com a pergunta, mas quem a respondeu foi o Monitor.

—Sim, Clark foi parar na Terra 4, lá todos os heróis têm suas versões vilãs. –Isso pegou a todos de surpresa, mas o Kent foi o primeiro a se pronunciar.

—Mas quando eu fui lá, Oliver era casado com a Lois, ele não era do mal! –O Monitor encerrou tudo com uma pequena frase.

—Ainda não era!

Eu pensei que ele simplesmente fosse pegar os heróis e nos levar daqui, mas ele parecia estar tendo uma paciência incrível, o que com certeza não era do feitio dele.

—Tudo bem, toda essa história é muito louca, mas uma coisa que você ainda não nos explicou foi o motivo da sua existência e da do seu irmão, como vocês passaram a existir e o que diabos é esse universo da Anti matéria? Quer dizer, é isso não é? Existe o nosso universo, com todas essas Terras e existe o universo da Anti matéria que é onde vive o tal Anti Monitor, eu entendi certo?

O Monitor se virou na direção da Chloe e deu uma sombra de sorriso, ela realmente lembrava muito a Felicity.

—Sim, é exatamente isso! Desde os primórdios dos tempos, uma raça vivia calmamente em Maltus. Os Maltusianos eram um povo altamente avançado em tecnologia, medicina, filosofia, e poderes mentais. Entretanto, um desses habitantes, Krona, queria descobrir os segredos da própria criação do Universo. Construindo uma máquina capaz do feito, ele observou a criação. Ele observou por seu portal uma palma gigantesca com um caldo de estrelas na mão, quando a máquina explodiu. Esta tolice custou caro a toda a existência. Devido a esse ato, fora criado o Universo da Anti Matéria, e também o nosso próprio universo fora multiplicado nas Terras Paralelas. A mera existência do Universo de Anti matéria liberou uma onda de mal que corrompeu milhares de mundos. Sentindo-se culpados pela catástrofe, os Maltusianos procuraram meios de acabar com este mal. Uma parte dos Maltusianos afirmava que o mal devia ser destruído, e se retiraram para outra dimensão, e tornaram-se os Controladores. A parte restante dos Maltusianos foram os Guardiões do Universo, que migraram então para o planeta Oa. A princípio, para ajudar a proteger o Universo, eles criaram uma raça chamada Psíons, mas eles se rebelaram. A seguir, os Guardiões criaram os androides Caçadores Cósmicos, que tiveram um destino parecido. Para impedir que a ordem se perdesse e que o universo entrasse em puro caos, os Guardiões do Universo dividiram todo o universo em 3600 setores, e para cada um deles, foi criado um anel que permitia fazer praticamente qualquer coisa que o usuário desejasse. Os seres portadores dos anéis passaram a ser conhecidos como a Tropa dos Lanternas Verdes. 

Eu franzi o cenho no mesmo momento e me lembrei de quando o Flash da Terra 90 apareceu e perguntou pro John o motivo de ele não estar usando o anel.

—Espera, então na Terra 90 o John faz parte da tropa dos Lanternas Verdes? –O Monitor assentiu firmemente, mas pareceu levemente irritado por eu o ter interrompido.

—Sim, na terra 90 o seu amigo John é o Lanterna Verde responsável pelo setor que engloba o seu planeta. Mas agora preciso terminar a história, porque não temos muito tempo. A cada minuto que passamos aqui é um minuto em que o meu irmão está mais próximo! O único motivo de eu estar contando tudo isso é porque tenho coisas a fazer e não vou poder acompanhar você enquanto procura os outros heróis, por isso precisa saber da história completa pra poder repassá-la aos outros campeões que eu escolhi.

Me limitei a assentir, mas antes mesmo que eu pudesse pensar nas dificuldades que a última fala do Monitor implicava, percebi Lois praticamente pulando no lugar, parecendo estar ansiosa.

—Mas e então? O que aconteceu depois que os Lanternas Verdes foram criados? –Ela parecia ser a pessoa mais interessada na história e supus que isso se devia ao fato de ela ser jornalista.

—Bom, nesse intuito de proteger o universo, há milhões de anos, na lua de Oa, eu surgi, não posso usar a palavra nascimento porque eu não nasci, não fui gerado, eu simplesmente não estava lá em um momento, e no segundo seguinte eu estava. Ao mesmo tempo, por um equilíbrio cósmico, na lua do planeta Qward, no Universo de Anti matéria, surgiu o meu irmão, o Anti Monitor. Sentindo a presença um do outro, nós dois empreendemos uma batalha de um milhão de anos até que, após um ataque simultâneo, acabamos ficando imóveis e inconscientes. Muito tempo depois um outro cientista teve a ideia de ver o momento da criação, mas isso acabou nos despertando e desde então eu tento combate-lo e impedi-lo de alcançar o seu objetivo que é destruir o nosso universo, fazendo restar somente a soberania do Universo Anti Matéria.

—Espera, se você é tão forte quanto diz, por que não conseguiu destruir o seu irmão ainda? –Percebi que o Oliver Queen dessa terra não era tão diferente de mim, sempre desconfiado, sempre querendo saber as respostas.

—Porque nós dois somos irmãos, fomos criados com o mesmo intuito de equilibrar o universo. Temos os mesmos poderes, pensamos da mesma forma, conseguimos prever os ataques um do outro, em resumo, nós sempre nos anulamos e por isso essa batalha já perdura por muitas Eras.

Ficamos em silêncio por alguns momentos, somente absorvendo tudo o que tínhamos escutado, era realmente informação demais. Falar de coisas como a criação, universos de matéria e anti matéria, era demais pra qualquer um.

Foi Chloe que decidiu quebrar o silêncio.

—Você disse que vocês pensam da mesma forma, então, do que isso tudo adianta? Quer dizer, ele não sabe que você está recrutando heróis? –O Monitor me lançou um olhar de ironia, embora eu pudesse ver sinceridade no fundo dele, antes de se voltar para a mulher loira a nossa frente.

—Nós passamos eras pensando da mesma forma, mas tudo mudou quando esse homem me procurou, me confrontou e me fez mudar de ideia sobre muitas coisas. Meu irmão não sabe do que eu estou fazendo agora porque eu nunca pensaria em fazer algo do tipo, ele acha que eu estou seguindo o meu plano original, então isso nos dá uma vantagem. Mas não se enganem, se ele está vindo até nós tão determinado, não posso descartar a possibilidade de que ele também tenha conseguido um trunfo.

Pela primeira vez desde que tomei conhecimento dessa história de fim do universo senti medo, e se não conseguíssemos? E se não fossemos capazes de detê-lo?

—Bom, agora que já sabemos de tudo, o que estamos esperando? Precisamos ir logo atrás dos outros heróis! –A frase dita por Clark fez o Monitor se levantar imediatamente e eu segui o seu exemplo.

—Na verdade, eu não preciso de todos vocês. Quando o meu irmão chegar todas as Terras vão sofrer as consequências, não de forma tão pesada quanto a terra 1, mas ainda assim eu não posso deixar as outras terras desprotegidas, não posso levar todos os heróis, alguns precisam ficar e lutar por seus próprios mundos. Devido a tudo isso eu só vim até aqui buscar o homem de aço, mas também precisamos de inteligência e como a inteligência da Terra 1 está nesse momento amamentando uma garotinha recém nascida, receio que a senhorita Sullivan terá que nos acompanhar!

Lois e Oliver pareceram chocados no mesmo segundo em que as palavras saíram da boca do Monitor e eu percebi que iriam explodir, principalmente a repórter. Saí da sala o mais rápido possível, não querendo me intrometer no meio de uma briga de família e me dirigi a varanda.

Fiquei ali por alguns minutos, pensando em Felicity e em como ela estaria nesse momento, se ela ainda estaria dormindo ou se estaria acordada amamentando Mia, pensei se William estaria se levantando pra ir pra escola ou se já estaria com a mochila nas costas, pronto pra ir, ele era muito pontual.

Fui tirado dos meus devaneios por passos se aproximando e me virei a tempo de ver Oliver Queen se aproximando, isso era tão estranho, era como se eu estivesse pensando em mim mesmo na terceira pessoa.

—Então você é Oliver Queen! –Ele tinha um brilho determinado nos olhos, apesar de triste, acho que ele estava se sentindo da mesma forma que eu quando vi Felicity indo resolver as coisas sem mim.

—Parece que nós dois somos! -Ele riu baixinho e se aproximou, nós não éramos exatamente parecidos, mas eu conseguia enxergar semelhanças.

 -Nessa sua terra, você também tem uma Chloe?

—Sim, mas a minha Chloe se chama Felicity Smoak! –Ele sorriu e assentiu levemente antes de me lançar um olhar divertido.

—Ela também é loira e a mulher mais inteligente que você já conheceu? Além de entender tudo sobre computadores, é claro! –Foi a minha vez de rir baixinho e balançar a cabeça.

—Parece que você acabou de descrever a Felicity, acho que é o nosso destino nos apaixonarmos por ela, não importa o nome que ela tenha em cada Terra. –Ele se aproximou da balaustrada da varanda e se pôs a olhar o céu.

—Acho que você está certo e se for assim mesmo tenho certeza de que você ama a sua Felicity tanto quanto eu amo a minha Chloe. Eu não posso ir, não posso cuidar dela, não que ela precise de proteção, é claro, mas eu nunca me sinto bem quando não posso estar por perto, então eu te peço que cuide dela do mesmo jeito que você cuidaria da sua esposa, do mesmo jeito que eu cuidaria da sua esposa caso ela estivesse aqui, porque se somos tão parecidos quanto pensamos, nós dois não podemos viver sem elas.

As palavras dele conseguiram me deixar sem ar por alguns segundos, mas tudo o que eu pude fazer foi assentir, eu entendia o que ele estava falando, eu entendia o que ele estava sentindo.

—Você tem a minha palavra, vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance e até mais do que isso pra que a sua esposa volte pra casa!

Ele me olhou por alguns segundos e pareceu ver algo em meus olhos que o fez assentir com um sorriso no rosto. Logo depois disso, todos saíram porta a fora e vieram nos encontrar, percebi que Lois estava com lágrimas nos olhos.

—Bom, precisamos ir, despedidas são entediantes! –O Monitor disso isso olhando pra Lois, como uma espécie de indireta jogado ao ar, mas antes que ela pudesse responder nós simplesmente não estávamos mais lá, senti o meu corpo perdendo o peso novamente e então, de repente, eu estava em uma cidade junto com o Monitor, Chloe e Clark.

—Quem viemos buscar? –O Monitor olhou rapidamente na direção de uma escola antes de voltar os seus olhos para o Superman.

—Existem três heróis nessa Terra que nos interessam, você irá comigo buscar dois deles e Oliver e Chloe cuidarão de recrutar o outro, ele deve estar saindo da escola em poucos minutos. –Franzi o cenho imediatamente diante da afirmação e a mulher ao meu lado imitou o meu movimento.

—Como assim saindo da escola? Quantos anos esse tal herói tem?

—O nome dele é Billy Batson e na contagem humana ele tem quase quinze anos! –Senti a indignação tomando conta de mim e por um momento achei que aquilo fosse alguma piada.

—Uma criança? Você quer recrutar uma criança? –O Monitor me lançou um sorriso de escárnio e se afastou alguns passos, levando Clark com ele.

—Se permita enxergar mais do que os seus olhos humanos conseguem ver Oliver Queen, o garoto é jovem, mas não é, é uma criança, mas possui a sabedoria de Salomão entre vários outros poderes. Agora eu preciso ir, não tenho tempo pra isso tudo e sinto que vou perder mais tempo do que eu gostaria de gastar com o Homem peixe e a Amazona. –Dizendo isso ele me entregou uma foto e sumiu junto com o Superman.

Chloe ficou estática por alguns instantes, tentando raciocinar sobre o que havia acabado de ver, eu também havia ficado assim na primeira vez que vi o Monitor sumir do nada na minha frente, era realmente algo perturbador.

—Bom, isso foi estranho, mas prefiro não comentar sobre isso! Vamos ver a foto do garoto, as crianças estão começando a sair da escola, Oliver! –Eu assenti rapidamente e abri o pequeno pedaço de papel, observamos bem o rosto do menino e em seguida Chloe caminhou em direção à escola, pois eu estava de uniforme e chamaria muita atenção.

Fiquei esperando por vários minutos, apenas observando em silêncio o movimento, tentando me mantar o mais discreto possível, até que avistei Chloe vindo em minha direção com o garoto e acenei em direção ao beco que estava perto de mim.

Nós seguimos pra lá rapidamente e então Chloe se virou para o menino com um olhar gentil que me lembrou muito o jeito que a Felicity falava com o William.

—Oi Billy, eu sei que você deve estar um pouco confuso, mas eu sou a Chloe e esse é o Oliver. Sabemos que você é um herói e precisamos de ajuda, quer dizer, nos mandaram te buscar.

Ele olhou em nossa direção por longos segundos e de repente seus olhos brilharam.

—Tipo uma missão pra salvar o mundo? Eu entendo um pouco disso, salvei o mundo dos sete pecados capitais! –Mesmo sem entender nada do que ele estava falando, revirei os olhos e lancei um olhar sério em sua direção, o garoto pareceu perceber isso e logo tratou de se corrigir. –Mas isso parece sério, muito sério e eu totalmente não tô levando na brincadeira.

Depois disso eu me forcei a ficar em silêncio como forma de conter a irritação e Chloe se encarregou de explicar tudo pra ele, o garoto ouviu tudo atentamente com uma expressão estranha, era como se ele entendesse a dimensão de tudo o que estava acontecendo, mas ao mesmo tempo estivesse encarando a história como uma fase de videogame que ele precisava passar.

Depois que a loira terminou de explicar tudo, ele ficou quieto por alguns instantes, mas logo voltou a olhar em minha direção.

—Ok, isso me parece bem sério. Mas como eu vou saber que vocês não são super vilões disfarçados tentando me levar pra uma armadilha?

Super vilões?

—Garoto, você tem certeza de que é um herói? Tem certeza de que está preparado pra tudo isso que acabamos de te dizer? –Ele me olhou por alguns segundos e em seguida me lançou um sorriso estranho, como se ele soubesse de alguma piada que eu não sabia.

—SHAZAM!

Um raio literalmente caiu em cima do garoto e logo que a fumaça se dissipou, pude ver que o garoto que se encontrava na minha frente a poucos segundos havia dado lugar a um homem em uma roupa extremamente espalhafatosa.

Fiquei paralisado por vários minutos e percebi que Chloe estava da mesma forma, eu sempre dizia a mim mesmo que depois de tudo o que eu já havia visto na minha vida nada era capaz de me surpreender, mas sempre aconteciam coisas que eu achava impossíveis.

O garoto virava um super herói  dizendo apenas uma palavra?

—Você me perguntou se eu sou um herói de verdade, bem, é só olhar pra mim, eu sou. Mas a minha pergunta sobre vocês serem super vilões continua de pé.

Ah pelo amor de Deus!

—Eles não são super vilões, não se preocupe!

Nos viramos na direção da voz rapidamente e percebi que o Monitor estava ao nosso lado junto de um casal.

—Ai meu Deus, é a Mulher Maravilha e o Aquaman e dois caras que eu não conheço! –Mesmo estando no corpo de um adulto era notável o quanto a personalidade continuava sendo de um garoto. –Eu acabei de comer peixe, espero que isso não seja um insulto!

O homem ao lado do monitor que eu supus ser o tal Aquaman riu baixinho e fez um gesto com a mão, mostrando que estava tudo bem e Billy parecia prestes a pular de alegria.

—Então você é o Billy Batson, Clark me falou que foi lanchar com você e seus amigos na sua escola a uns dias atrás! –A mulher parecia extremamente gentil com ele e acariciou os cabelos do homem como se fosse uma criança, ele pareceu envergonhado por um momento, mas logo assentiu.

—Sim, fizemos isso pelo meu amigo Freddy, foi bem legal da parte do Superman ter aceitado vir!

Eu percebi que assim como eu, Clark e Chloe tinham uma expressão de que estavam perdendo alguma coisa, mas a mulher logo voltou a sua atenção em nosso direção e estendeu a mão.

—Eu sou Diana Prince e esse é Arthur Cury, é um prazer conhecer todos vocês! –Eu retribuí o aperto rapidamente e senti que ela era forte, muito forte, em seguida balancei a cabeça em um cumprimento na direção do tal Arthur, o cara realmente devia ser o Aquaman, pois tinha uma aparência de quem havia acabado de sair de uma piscina e estava simplesmente calado, observando tudo, como se estivesse pronto para responder a qualquer ataque surpresa que recebesse.

—Eu sou Oliver Queen e essa é Chloe Sullivan, aquele ali é o nosso Clark Kent, mas suponho que vocês já saibam disso!

Ela assentiu rapidamente, mas antes que pudesse falar mais alguma coisa, foi interrompida pelo Billy ou Shazam, eu não sabia mais como deveria chama-lo.

—Espera e os meus irmãos? Eles também são super heróis, precisamos deles! –Ele parecia prestes a sair do beco para ir chamar os irmãos, quem quer que eles fossem, mas o tal Arthur o impediu.

—Escuta, esse tal de Anti Monitor é muito poderoso e por mais que ele esteja indo pra essa tal terra 1, todas as outras terras vão ser afetadas, inclusive a nossa, então alguns heróis precisam ficar aqui pra proteger as pessoas, seus irmãos não podem ir com você! –Ele pareceu extremamente triste por um momento e eu o entendi, eu sabia qual era a sensação de perda.

—Mas eu nem consegui me despedir deles!

Antes mesmo que alguém pudesse responde-lo ou dizer alguma palavra de conforto, o Monitor levantou as mãos em um claro sinal de impaciência.

—Eu já me cansei de falar que nós não temos tempo! Agora eu vou voltar pra Terra 1, preciso informar ao seu amigo Barry Allen que ele precisa ir atrás da Supergirl, pra que ela vá atrás do primo enquanto ele vai atrás daqueles que você chama de Lendas! Vou levar os heróis comigo e deixa-los no laboratório dos seus amigos, Chloe precisa estar lá pra monitorar a chegada do meu irmão. –Assim como todos, eu assenti rapidamente, mas logo percebi que ele não havia se referido a mim em nenhum momento.

—Mas e eu? Pra onde eu vou? –O Monitor me lançou um olhar indecifrável e logo se pôs a falar novamente.

—Vou enviar você atrás do Lanterna Verde sobre o qual lhe falei, enquanto isso depois de orientar os seus amigos na sua Terra, preciso ir atrás dos Morcegos.

Antes mesmo que eu pudesse perguntar o que aquilo significava, senti o meu corpo perdendo peso novamente e amaldiçoei baixinho, por que diabos ele não podia avisar antes de fazer isso?

Quando voltei a abrir os olhos percebi que estava em um lugar que parecia muito com a minha terra, mas ao mesmo tempo não parecia, estava devastado, era como se uma guerra tivesse acontecido nessa pequena cidade, mas de certa forma ainda existia uma beleza, como se a terra aqui se recusasse a sucumbir.

Olhei em volta tentando achar o John, mas parecia que diferente das outras vezes, agora eu iria ter que sair a procura dele. Comecei a caminhar pelas casas abandonadas e devastadas, tentando achar alguém, qualquer pessoa, mas eu não conseguia encontrar nada, era como se toda a vida tivesse ido embora desse lugar.

Andei por horas a fio e agradeci aos céus por ter me lembrado de colocar água e um pouco de comida na mochila, caso contrário eu estaria com sérios problemas, fiz uma breve pausa para comer e no momento em que me levantei e me preparei para andar novamente, senti um arrepio na espinha e soube que havia alguém atrás de mim.

—Se vire bem lentamente se não quiser que eu esmague a sua cabeça! –Percebi rapidamente que a voz era do meu amigo –embora aqui ele não fosse o meu amigo– e fiz o que ele me pediu.

—John, graças a Deus eu te encontrei! –Ele franziu o cenho no mesmo momento, mas continuou com a guarda levantada.

—Como sabe o meu nome? –Percebendo que a conversa seria longa e que ele ainda estava completamente desconfiado, decidi voltar a me sentar e soltei um suspiro de alívio quando ele fez o mesmo.

—Eu sou Oliver Queen, sou da Terra 1, não sei se você sabe sobre as outras terras, mas há algum tempo atrás o seu amigo Barry Allen foi até lá pra tentar nos alertar!

—Eu sei sobre as outras terras, quem você acha que ajudou o Barry a viajar até a sua terra? Ele estava machucado, não tinha força o suficiente, por isso eu o ajudei com a energia do anel. Ele não voltou, então suponho que ele esteja morto, certo? –Eu me limitei a assentir e isso foi o suficiente para que ele entendesse, pude ver a tristeza no fundo dos seus olhos, mas também consegui reconhecer algo ali, assim como eu, ele também era um soldado e iria guardar a tristeza dentro de si até que a guerra passasse, não podíamos nos dar ao luxo de nos deixar abater. –Bom, Oliver Queen da terra 1, por que você não me conta a sua história e depois disso eu decido se vou esmagar a sua cabeça ou não?

Eu respirei fundo antes de começar a contar e explicar tudo, eu já estava ficando cansado, já estava quase anoitecendo e eu ainda não sabia se tudo o que estávamos fazendo seria o suficiente. E se nós não conseguíssemos? Todas as terras seriam destruídas, todo o nosso universo seria reduzido a nada a deixaríamos de existir.

Eu não podia deixar isso acontecer, mas não sabia como impedir!

Passei a próxima hora contando toda a história ao John, a história da crise, quero dizer. Ele era um Lanterna Verde, sabia da sua história e da história do seu povo melhor que ninguém.

—Você está querendo que eu trabalhe com o desgraçado que destruiu essa cidade num teste idiota e matou os meus amigos? Sinto muito, mas não posso fazer isso! –A frase dele não me pegou de surpresa, eu sabia que ele tinha todos os motivos pra ter raiva, eu só esperava ser capaz de convence-lo a mudar de ideia.

—Olha, eu te entendo! Quer dizer, se eu estivesse no seu lugar eu provavelmente diria a mesma coisa, ele foi errado, foi muito errado, mas eu consegui convence-lo a parar de destruir os heróis de cada terra em busca de um campeão, consegui convence-lo de que o melhor jeito de destruir o Anti Monitor era unindo os heróis e não o contrário, eu sei que isso não vai trazer os seus amigos de volta e nem as outras pessoas das outras terras que ele destruiu, mas essa é a nossa única chance de deter a ameaça do Anti Monitor, isso é maior que a gente, maior que a nossa raiva ou os nossos medos, estamos falando da destruição do Universo inteiro.

Ele me olhou por longos segundos, mas acabou dando de ombros e abaixando a cabeça em um sinal claro de “desculpe, eu não posso”. Me senti derrotado, pois a minha missão era leva-lo comigo e eu havia falhado, mas mesmo assim me levantei e lentamente comecei a caminhar pra longe dele.

—O que você fez? –Parei no mesmo momento ao ouvir a voz de John e me virei pra ele novamente, eu já estava a alguns passos de distância.

—Como assim? –Ele se levantou rapidamente e caminhou até mim.

—Você me contou toda essa história e no final disse que conseguiu convencer o Monitor a parar de matar os heróis, mas eu não acredito nisso, eu vi essa cara matar os meus amigos sem piedade, então duvido que você apenas tenha falado com ele e o feito enxergar a razão, você fez alguma coisa pra conseguir faze-lo parar e eu quero saber o que foi. –Ele me olhou de forma inquisidora, da mesma forma que John me olhava quando achava que eu tinha feito algo impensado, ele podia ser outra pessoa, mas se parecia tanto com o meu amigo que foi impossível não falar.

—Eu dei a minha vida! –As minhas palavras pareceram pega-lo totalmente de surpresa e por um momento percebi que ele finalmente estava me enxergando.

—Você entregou a sua vida antes mesmo da luta pra que o Monitor virasse nosso aliado?

—Não, eu sacrifiquei a minha vida pra que tivéssemos uma chance de deter o Anti Monitor, pra que os meus filhos possam crescer e se tornarem adultos admiráveis assim como a mãe deles, eu fiz o que fiz porque não podia deixar os meus amigos e tantas outras pessoas morrerem e não estou nem um pouco arrependido da minha decisão.

Depois de falar tudo aquilo, me lembrei da conversa que eu havia tido mais cedo com o Monitor enquanto caminhávamos pela fazenda Kent até chegar à casa do Clark.

—Eu sei que provavelmente é contra as regras, mas você poderia ao menos me falar se a Mia vai crescer bem? Caso a gente consiga, quero dizer! Seria horrível saber que eu morri por nada! –O Monitor me olhou por um longo tempo antes de arrumar os ombros e voltar a olhar pra frente, estávamos quase chegando na casa dos Kent.

—Eu queria poder ter outra resposta, mas eu vi, você morre e isso é inevitável, mas o seu sacrifício não vai ser em vão, ele vai salvar milhares de pessoas, incluindo a sua mulher e os seus filhos. E sobre a criança, bem, ela é importante, eu não notei isso da primeira vez que vi!

—Bom, você venceu! –Fui tirado das minhas memórias rapidamente e voltei ao presente pela voz de John, que agora havia se aproximado muito de mim.

—Como assim?

—Eu vou com você, vou ajudar, embora eu ache que precisava ficar aqui pra ajudar a proteger a minha terra! –Mesmo que eu não entendesse o porquê de ele ter mudado de ideia assim tão repentinamente, me sentia extremamente grato, eu não havia falhado na minha missão, no final da contas. –Bom, mas e agora? Como vamos pra sua terra?

—O Monitor é praticamente um deus, ele pode ver tudo, então suponho que ele vai nos mandar pra lá quando achar conveniente, enquanto isso precisamos esperar! E quanto a você lutar pela sua terra, não se preocupe, tem outros lanternas e alguns heróis que restaram que podem fazer isso, certo? Quer dizer, nós que estamos sendo escolhidos por ele não vamos simplesmente ficar na terra 1 lutando, acho que somos o grupo pesado, somos aqueles que vão enfrentar o Anti Monitor frente a frente. – Ele acabou assentindo e em um acordo mútuo decidimos voltar para onde estávamos sentados a poucos minutos atrás.

Assim que nos sentamos e nos acomodamos direito, ficamos por um bom tempo em silêncio, mas não do tipo constrangedor e sim um silêncio confortável, era como se cada um precisasse de um tempo para assimilar as coisas.

—Me conte sobre a sua família, Oliver! –Levantei a cabeça rapidamente e vi que ele estava genuinamente interessado e mais uma vez, vendo a semelhança dele com o meu melhor amigo, meu confidente, foi impossível não começar a falar.

—Minha esposa se chama Felicity e é a mulher mais inteligente que eu conheço, ela é engraçada, tem uma boca totalmente sem filtro e não tem poder nenhum, não sabe lutar, mas mesmo assim é uma das pessoas mais fortes e corajosas que eu conheço, nós nos conhecemos quando eu levei um computador cheio de buracos de bala pra ela consertar e desde então eu não consegui mais me afastar, sempre voltava com as desculpas mais esfarrapadas do mundo, eu dizia a mim mesmo que só estava fazendo isso porque precisava da ajuda dela, mas a verdade é que ela era luz em meio ao meu mundo cheio de escuridão, eu olhava pra ela quando começava a me sentir afundando, como se ela fosse um farol, ou algo do tipo.

John estava com um sorriso no rosto e eu interpretei isso como um sinal para continuar.

—Nós passamos por muitas coisas e uma das mais difíceis foi quando eu descobri que eu tinha um filho, eu me envolvi com a mãe dele quando ainda era um jovem irresponsável e minha mãe ajudou a garota a sair da cidade e esconder a criança de mim, mas quando eu descobri que era pai, simplesmente não consegui parar de pensar nele. O nome dele é William e ele é esperto como a Felicity, parece que é mais filho dela do que meu, a mãe dele morreu em uma explosão e desde então nós passamos a cuidar dele, mas agora ele foi morar com os avós, acho que eu não consegui ser o pai que ele precisava, sabe? Agora a Felicity acabou de dar a luz a nossa bebê, Mia, eu não consegui ficar nem um dia inteiro do lado dela, eu gostaria de poder voltar e consertar as coisas com o William, ver a Mia crescer e falar mais vezes pra Felicity sobre o quanto eu a amo, mas sei que isso não vai ser possível e apesar de me sentir triste por não poder estar mais com eles, fico feliz em saber que se conseguirmos, o meu sacrifício vai fazer com que a minha filha possa crescer, eu sei que a Felicity vai cuidar do William e eles vão ser uma família, vão se apoiar quando eu não estiver lá e isso é tudo o que importa, saber que a minha família e os meus amigos estão em segurança é tudo o que importa.

—Eu cheguei a me perguntar se faria as coisas de maneira diferente caso eu tivesse a chance, afinal, foram as minhas ações que me trouxeram até aqui, mas eu percebi que se eu mudasse as minhas atitudes, eu não teria aprendido tudo o que aprendi, não teria conhecido a Felicity, nem o meu amigo John, não teria os meus filhos, então eu finalmente entendi que eu não gostaria de mudar nada na minha vida, tudo o que eu passei, todo o sofrimento, foi tudo necessário.

Eu senti algumas lágrimas querendo chegar aos meus olhos quando terminei de falar, mas segurei todas dentro de mim, aquele não era o momento pra chorar. Pensei que o homem a minha frente comentaria algo sobre tudo o que eu havia acabado de dizer, mas mais uma vez ele me pegou de surpresa.

—Oliver, o Monitor contou pra você como os Lanternas Verdes foram criados, mas ele explicou o que é preciso pra poder se tornar um? –Levantei a cabeça e mirei os olhos do John, eu não sabia o porquê de ele estar falando aquilo, na verdade, eu nem o conhecia direito. Ele não era John Diggle, meu melhor amigo, meu irmão, era um John diferente, um John de uma terra desconhecida, um policial intergaláctico, era um membro da tropa dos Lanternas, tudo o que vinha dele era uma imensa surpresa pra mim.

—Não, do que alguém precisa pra se tornar um Lanterna Verde?

—Pra se tornar um membro da tropa dos Lanternas é preciso ser honesto, destemido e ter força de vontade, na verdade, é mais do que isso. Cada anel só pode ser entregue aos seres mais honestos, mais destemidos e de maior força de vontade, é isso que ativa os poderes do anel. –Abaixei a cabeça por um minuto e quando voltei a olha-lo, percebi que ele estava com um sorriso no rosto.

—Por que está me contando tudo isso?

—Porque eu acho que você, Oliver Queen, seria um ótimo Lanterna Verde!

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, senti o meu corpo perdendo o peso novamente e tive vontade de agarrar o pescoço do Monitor até sufoca-lo, por que diabos ele não podia avisar antes de fazer isso? Eu já estava com dor de cabeça e muito, mais muito irritado!

Dessa vez a “viagem” pareceu demorar mais e quando eu finalmente pude sentir os meus pés no chão novamente precisei me apoiar no John para me manter de pé.

—Tudo bem? –Ele parecia realmente preocupado, mas ao mesmo tempo olhava em volta com curiosidade, levantei a cabeça e percebi que estávamos na StarLabs.

—É claro, é só que depois de ficar sendo jogado de lá pra cá várias vezes, o seu estômago começa a reclamar!

Ele riu baixinho, mas logo levantou a cabeça quando ouvimos passos se aproximando, poucos segundos depois Chloe e Cisco apareceram na nossa frente conversando empolgados.

—Ah, vocês finalmente voltaram, todos já estão aqui! –Chloe parecia realmente feliz em nos ver e rapidamente se aproximou do John com um sorriso confuso no rosto. –É tão estranho, eu acabei de falar com o John, o deixei lá na outra sala e de repente aparece um outro aqui! –Aquilo me fez olhar na direção dela rapidamente.

—John já está aqui? –Ela assentiu, mas quem respondeu a pergunta foi o Cisco.

—Sim, como a Chloe disse, todos já estão aqui, quer dizer, quase todos, o Monitor disse pro Barry que disse pra gente que era preciso que alguns ficassem de fora, eu não entendi muito bem o porquê, mas achei melhor não contrariar o cara. –Eu revirei os olhos e ri baixinho, depois disso começamos a caminhar em direção a central do laboratório e Cisco deixou com que Chloe fosse na frente com o John.

—Eu confesso que quando soube que a Felicity não poderia estar aqui, quase entrei em pânico, quer dizer, é a Felicity, ela é um gênio e é obvio que precisamos dela, inclusive eu preciso dizer que eu não comprei a desculpa que o John deu pro sumiço dela, mas quando a Chloe apareceu e começou a falar todo mundo respirou aliviado, ela é tipo a Felicity só que com outro nome e outro rosto. –Franzi o cenho quando me dei conta da intimidade com que Cisco falava da loira a nossa frente.

—Espera, como diabos vocês ficaram tão próximos em poucas horas? –Dessa vez foi o Cisco que fez uma expressão confusa e chamou a mulher a nossa frente rapidamente.

—Chloe, o Oliver acha que vocês só estão aqui há algumas horas! –Ela balançou a cabeça parecendo compreender e se aproximou rapidamente.

—O Monitor avisou que isso seria confuso antes de sumir completamente, ele disse que o tempo se passa de maneira diferente quando se viaja entre as terras, então pra você se passou só um dia, mas na verdade se passou uma semana aqui. Depois que você foi com o Monitor, todos ficaram por três dias sem ter notícias suas, aí nós aparecemos aqui e desde então se passaram mais quatro dia, mas olha, vocês finalmente chegaram!

Por um momento em quis questionar a coerência de tudo aquilo, mas estávamos no meio de uma guerra com um ser cósmico, sendo ajudados por outro ser cósmico e no time tinham um policial intergaláctico, um cara que falava com os peixes e um garoto que gritava uma palavra e virava um super herói em uma roupa ridícula.

É, realmente era melhor não questionar a lógica de nada!

—Oliver, finalmente, eu tava tão preocupado! –Fui tirado dos meus devaneios pelo John, o meu amigo John dessa vez, ele parecia pronto pra me dar um soco ou um abraço, talvez, mas estacou no lugar no momento em que viu o outro John que parecia estar sentindo a mesma coisa que ele.

Os dois se aproximaram um do outro e o John da terra 90 foi o primeiro a tentar contato, ele estendeu a mão e o meu amigo a apertou no mesmo momento.

—John Stewart, membro efetivo da Tropa dos Lanternas Verdes!

—Ahn, tudo bem! John Diggle, membro efetivo do time Arrow! –Percebi Cisco ao meu lado se segurando para não rir e precisei de alguns minutos para assimilar a bizarrice da cena. –É, Oliver, será que a gente pode conversar? –John parecia querer sair correndo, então tudo que fiz foi assentir e começar a andar para longe das outras pessoas, ele me seguiu rapidamente e pude escuta-lo repetir baixinho “você não tá louco, calma”.

Assim que chegamos a uma sala separada eu percebi que ele estava hiperventilando.

—Espera, o que? Aquele cara? O que? Quer saber de uma? Não me fala, esquece, eu não quero saber! –Deixei ele se acalmar por alguns minutos e quando isso finalmente pareceu acontecer, John me surpreendeu com um abraço. –Você tem alguma noção de como eu fiquei preocupado quando a Felicity me ligou chorando contando o que tinha acontecido? Achei que nunca mais te veríamos, quer dizer, eu sabia que você tinha dido que ia voltar, mas só consegui me sentir tranquilo no momento em que eu te vi.

Eu queria saber se Felicity e Mia estavam bem, mas eu conhecia o meu amigo, se ele achasse que havia qualquer coisa minimamente errada com elas, ele já teria me contado a muito tempo. Eu queria ligar pra Felicity, queria escutar a voz dela, mas ao mesmo tempo queria me deitar no chão e dormir ou chorar quieto em um canto.

Eu não sabia o que diabos estava acontecendo comigo, eu só sabia que era um peso muito grande, peso esse que eu tinha medo de não ser capaz de suportar!

—Oliver?

—Não tinha porque se preocupar, eu falei pra Felicity que só ia atrás dos heróis, nada perigoso. O perigo real ainda não chegou, quer dizer, eu acho! –John parecia prestes a me responder, mas algo em minha expressão deve ter me denunciado, porque quase no mesmo momento a postura dele mudou totalmente.

—Oliver, o que você não tá me contando? –Aquilo foi a gota d’agua, eu senti o peso de toda a situação aliado ao cansaço extremo dessa viagem entre as terras me sugando, me puxando pra baixo. Foi quase que impossível não me deixar cair lentamente no chão e percebi pelo canto do olho meu amigo se aproximando de mim rapidamente. –Oliver, o que diabos aconteceu?

Quando dei por mim eu já estava falando, contando tudo o que havia acontecido desde o dia em que eu havia feito o acordo com o Monitor, John parecia tão chocado que em algum momento no meio minha narrativa, ele simplesmente se jogou no chão ao meu lado e ficou me encarando. Quando terminei de falar, ele parecia transtornado.

—Não, eu não aceito isso. Você não vai fazer isso, Oliver! Tá me ouvindo? Você não vai fazer, tem que ter outro jeito! –Percebi que o corpo dele estava tremendo e o meu não estava muito diferente, ele se levantou em um pulo e começou a andar de um lado pro outro e tudo o que eu pude fazer foi me levantar também e segura-lo.

—John, não existe outro jeito! –Acho que as minhas palavras conseguiram faze-lo ver que eu estava falando sério e de repente toda a energia parecia ter sumido do seu corpo.

—Isso não é justo, por que sempre tem que ser você? –Eu não tinha uma resposta pra essa pergunta e me senti desabar um pouco mais no momento em que percebi que o meu amigo estava com lágrimas nos olhos. Abracei-o rapidamente e me permiti chorar também!

Essa era a parte boa de conhecer alguém a tanto tempo, você não tinha vergonha de demonstrar fraqueza.

—John!

—Não, Oliver! Não me peça pra aceitar isso, não me peça pra falar que vai ficar tudo bem porque não vai, você é meu irmão e está me falando que eu nunca mais vou te ver depois dessa maldita guerra.

—Eu sei que é doloroso ouvir isso e acredite eu não queria, eu queria voltar pra minha família, fazer churrasco aos domingos com você e ver os meus filhos crescerem, queria poder abraçar a Felicity todos os dias, mas eu não posso. Tudo o que eu posso fazer é dar o meu melhor aqui e torcer pra isso ser o suficiente, eu sei que não deveria estar te pedindo nada, mas por favor, cuide da minha família, proteja a Felicity e a Mia e fique de olho no William. –Ele me olhou por longos segundos, mas assentiu lentamente.

—Você sabe que não precisa me pedir isso, eu fui falho com você uma vez, quando você estava na prisão, não vou fazer isso de novo. Eu nunca os abandonaria, Felicity e as crianças já são tão parte da minha família quanto a Lyla e o Júnior. –Ouvir aquilo me deixou feliz, eu confiava minha vida ao John e saber que ele estaria por aqui zelando da minha família, bem, tornava as coisas mais aceitáveis.

—Obrigada, você sabe que eu não costumo dizer isso com muita frequência, mas agradeço a quem quer que seja que colocou você no meu caminho, eu já tinha a Thea e o Tommy, mas precisava de um irmão como você! –Ele assentiu mais uma vez e me abraçou rapidamente antes de se afastar de uma vez.

—A Felicity já sabe disso? –Neguei rapidamente e ele assentiu, acho que John já sabia da minha resposta antes mesmo de fazer a pergunta.

—Eu não podia contar, ela poderia querer vir pra cá, se arriscar tentando impedir isso e eu não podia deixar acontecer. Eu deixei uma carta pra ela, explicando tudo! Eu sei que talvez fosse mais fácil deixa-la pensar que eu morri em combate, mas eu não posso fazer isso, ela merece a verdade, por mais dolorosa que seja!

Ele assentiu em concordância rapidamente e em seguida me pegou pelo braço e começou a me levar pelos corredores do StarLabs.

—Pra onde diabos nós estamos indo? –John não me respondeu, ao invés disso, mirou uma pessoa na sua frente, que eu demorei alguns segundos pra conseguir enxergar nitidamente e ver que se tratava do Barry.

—Então aí está o nosso viajante, ele não me parece muito normal agora, John! –O meu amigo revirou os olhos e praticamente me passou pro Barry como se eu fosse um bebê.

—Ele está exausto, leve-o pra algum lugar onde ele possa dormir! –Tentei protestar, mas John sumiu rapidamente e Barry começou a me levar pelos corredores.

—Eu não posso dormir agora, tenho que ligar pra Felicity e planejar as coisas! –Ele negou rapidamente e percebi que logo estávamos dentro de uma espécie de quarto com um sofá cama bem no meio.

—Você pode fazer todas essas coisas quando acordar, amigão. Agora precisa descansar porque você está literalmente a uma semana sem dormir e não vai conseguir ajudar ninguém desse jeito. –Depois de dizer isso, ele retirou a mochila das minhas costas e me fez deitar rapidamente. –Não se preocupe, ok? Precisamos do Monitor aqui pra bolar uma estratégia de qualquer jeito, então assim que ele chegar eu vou vir aqui te acordar, eu prometo!

Eu assenti, ou acho que sim, mas não tive tempo pra pensar sobre isso, pois no segundo seguinte eu já estava com os olhos fechados, deixando com que o limbo do sono me levasse.

Eu não sonhei, acho que sequer me movi durante o sono, meu corpo estava realmente tão exausto que eu me sentia praticamente morto. Somente despertei com o barulho do meu telefone tocando insistentemente.

Me levantei da cama de forma lenta e demorei alguns segundos para conseguir visualizar o celular, depois demorei mais alguns segundos para obrigar meus braços a se esticarem até o chão e pegar o aparelho.

A sonolência se foi totalmente quando eu vi o nome na tela!

Felicity!

—Oi meu amor! –Eu me senti acordado no mesmo momento, estava prestes a ouvir a voz dela e isso era tudo o que importava pra mim.

Oliver!—Meu coração se quebrou no mesmo momento, a voz dela estava estrangulada, como se ela estivesse se esforçando pra falar sem chorar!

—Felicity, o que aconteceu? Você tá bem? É alguma coisa com a Mia? –Eu estava me desesperando. E se o nono círculo havia encontrado a minha familia? E se tinham feito algo com elas? 

Ela tá bem!—Eu mal consegui respirar aliviado, pois Felicity emendou uma outra frase logo em seguida. –Oliver, eu tô com medo!

—Medo de que? Da crise? Não se preocupe, eu nunca deixaria nada chegar até vocês, além do mais, eu duvido muito que a guerra chegue até aí, vocês estão seguras. –Torci pra que as minhas palavras se concretizassem, eu não poderia garantir aquilo com certeza absoluta, mas eu literalmente havia dado a minha vida pra que isso pudesse dar certo.

Eu estava disposto a acalma-la, mas as palavras que vieram a seguir tiveram o poder de fazer o ar sair do meu corpo.

Eu li a sua carta!


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Notas finais do capítulo

Eu não vou nem perguntar se vocês querem me matar depois desse final porque eu sei que a resposta é sim kkkkkkk...
Será que eu consegui arrancar mais algumas lágrimas? Talvez alguns gritos empolgados quando tantos personagens legais apareceram?
Enfim, vou esperar por vocês nos reviews, então comentem por favor, me digam o que estão achando e quem achar que a fic merece, favorite e recomende, façam essa autora feliz!!!!
Beijooos!!!!