Heroes Never Die escrita por Ciin Smoak


Capítulo 3
Parte 3


Notas iniciais do capítulo

Olha quem voltou depois de mil anos? Eu sei que eu demorei gente, mas vocês precisam entender que a Crise nas Infinitas Terras é dividida pelo DC em doze quadrinhos e eu tive que ler e reler várias vezes pra poder encaixar a história, tirar coisas dela, acrescentar coisas minhas, adaptar pro Arrowverse e isso levou muito tempo, fora que eu fiquei doente e isso me atrasou ainda mais!!!

No começo eu disse que essa ficaria seria dividida em 3 partes, mas eu decidi dividir em 4, porque esse cap já está gigante e não teria possibilidade de fazer tudo em um só!!!!

Eu gostaria de agradecer a cada uma de vocês que comentou no cap passado, acabei de responder a todos os reviews e nem posso descrever a gratidão por todo o carinho que recebo de vocês, isso é muito incrível e é isso que me motiva a escrever!!!!

Enfim, sem mais delongas, vamos ao capítulo e só um aviso...Preparem os lencinhos, vocês vão precisar!!!!

PS: Leiam as notas finais, por favor!!!!!



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—Eu li a sua carta!
...

Uma única frase foi o suficiente para retirar o oxigênio do meu corpo, como aquilo havia acontecido? Eu havia entregado a carta pra Marta e tinha certeza absoluta de que ela só entregaria no momento certo conforme eu havia pedido.

—Como assim? A Marta...?

—Não, a Marta não me entregou nada, ele foi fiel ao seu pedido, eu é que entrei no quarto dela pra buscar a fralda da Mia e vi um envelope com o meu nome em cima da mesinha de cabeceira dela, no mesmo momento eu reconheci a sua letra e sabia que tinha que ler. –A voz dela estava tão arrastada, como se ela estivesse precisando usar tudo de si para não chorar.

—Eu não sei o que te dizer! –Escutei um pequeno soluço vindo do telefone e soube que as forças dela estavam acabando, eu queria tanto estar lá para reconforta-la, mas eu sabia que isso só pioraria as coisas.

—Diga que mudou de ideia, diga que encontrou outro jeito, me diga que vai voltar pra casa, que não vai mo...morrer! –A última palavra saiu com extrema dificuldade da boca dela, como se doesse fisicamente em Felicity dizer a palavra morte.
Eu sabia que estava doendo mesmo.

—Se você leu a carta, sabe que eu não posso! –Escutei o choro dela vindo do outro lado da linha e nesse momento eu soube que ela não conseguia mais, lidar com tudo era demais pra ela, Felicity não conseguia mais ser forte e como eu poderia pedir que ela fosse? Eu sabia que as minhas ações estavam custando tudo a ela. –Eu sinto muito, eu queria poder fazer as coisas de outro jeito, eu queria poder achar uma outra solução, mas eu não consegui, esse é o único jeito. Eu sinto muito por não ter te contado, mas eu tive medo de que você tentasse me impedir e se machucasse no processo porque a única coisa que está me mantendo em pé é saber que você e as crianças estão em segurança.

Nesse momento lágrimas já tomavam os meus olhos também e tudo o que eu desejava era acabar com isso o mais rápido possível, afinal, de quantas maneiras o coração de uma pessoa podia ser quebrado e continuar batendo?

—Por que sempre tem que ser você? –Ela estava me fazendo a mesma pergunta do John e eu simplesmente não tinha resposta, eu não sabia o porquê de a minha vida sempre ter sido cheia de sacrifícios e perdas, mas apesar disso, eu não me imaginava vivendo uma vida diferente.

—Eu não sei, de verdade, eu não sei! Tudo o que eu sei é que eu te amo, que eu amo os nossos filhos, antes da ilha, eu tinha a Thea, o Tommy e os meus pais, mas fora essas pessoas eu não tinha nada, eu me sentia um nada por dentro, mas por fora eu era aquele cara que podia tudo, mas depois da ilha, eu conheci o John, eu conheci você e eu fui formando uma família e foi essa família que meu deu tudo, eu não poderia estar mais agradecido por isso!

—Talvez eu possa ajudar, talvez se eu for aí possa falar com o Monitor, talvez a gente possa dar um jeito nisso! –Ela chorava alto e eu sabia que nem ela mesma acreditava naquilo, tudo o que ela estava tentando fazer era protelar o momento em que precisaria admitir que não havia jeito.

—Eu te amo, tudo bem? Lembre-se disso pra sempre, quando as coisas ficarem difíceis ou quando você sentir a minha falta, lembre dessas palavras, lembre-se que você foi a primeira e única mulher que eu amei de verdade, lembre-se que você já salvou a minha vida várias vezes, lembre-se que você foi a pessoa que afastou a escuridão de mim e tenha certeza de que um amor assim não pode acabar, eu vou te amar aonde eu estiver, porque o meu amor por você já é parte de mim! –Nós dois sabíamos o que as minhas palavras significavam, aquilo era a despedida real, algo dentro de mim me dizia que não nos falaríamos de novo.

Felicity ficou em silêncio por vários minutos e eu até cheguei a pensar que ela havia desligado o telefone, mas no momento em que afastei o celular do rosto para poder verificar, escutei a sua voz embargada.

—Eu já te disse uma vez que conhecer você mudou a minha vida, me abriu pro amor de uma forma que eu achei que nunca aconteceria, você é o amor da minha vida e eu quero que você saiba que eu vou achar você, tá me entendendo? Não importa quanto tempo leve, não importa aonde você esteja, eu vou te encontrar! –Chorei baixinho depois de ouvir aquelas palavras e senti o meu coração sendo quebrado.

Eu nunca mais veria a minha mulher, os meus filhos, a minha irmã, o meu melhor amigo. Isso era mais doloroso do que eu imaginei que seria!

—Vá atrás do William, tudo bem? Diga a ele que eu o amo e que eu sinto muito por tudo, cuide dele, Felicity, sejam uma família, por favor, sejam fortes e me perdoa por estar indo embora! –Pude perceber que mesmo em meio as lágrimas ela riu baixinho.

—Eu não tenho o que perdoar, porque por mais que me doa, eu não posso te pedir pra não ser quem você é, porque você é um herói, Oliver, o maior de todos e eu sempre vi isso!

Enxuguei o rosto e respirei fundo, meu Deus, como eu faria isso funcionar? Pensei em mil formas diferentes de responder aquilo, porque eu não me sentia um herói, mas antes mesmo que eu pudesse falar algo, Diggle apareceu no meu quarto.

—Precisamos ir pro laboratório agora, estão todos reunidos lá! –Eu assenti rapidamente e respirei fundo antes de voltar a falar com a minha mulher.

—Eu te amo, lembre-se disso, tudo bem? –Tudo o que pude ouvir foi o choro dela se intensificando e duas palavras sussurradas...

“Pra sempre!”

Depois disso, com o coração em pedaços, desliguei o telefone e fechei os olhos por alguns minutos, eu não podia me dar ao luxo de sofrer agora, minha mente precisava estar focada aqui ou eu não conseguiria ajudar.

—Toma, você vai precisar! –Ergui os olhos e peguei o sanduiche das mãos do meu amigo, assenti em agradecimento e comecei a comer enquanto me levantava e me alongava.

—Obrigada, quanto tempo eu dormi? –John sabia que eu estava falando com a Felicity, mas também sabia que eu não tinha condições de falar sobre isso no momento, então estava preferindo agir como se nada tivesse acontecido.

—Você dormiu por aproximadamente quinze horas, mas foi um bom descanso, agora come rápido e toma um banho, precisamos de você!

Balancei a cabeça em sinal de concordância e ele saiu do quarto logo em seguida, comi o mais rápido possível e bebi toda a água que estava em uma garrafinha ao lado da minha cama, depois disso corri para o banheiro.

Deixei que a água levasse as minhas lágrimas, o meu coração partido e a minha alma quebrada.

Quando saí do banheiro eu tinha certeza de uma coisa!

Eu não era mais o homem que estava sofrendo porque iria perder toda a família.

Agora eu era o homem que estava disposto a fazer de tudo para ganhar essa luta.

Oliver Queen havia ido embora...

Quem estava aqui era o Arqueiro Verde!
...
—O que vocês têm pra mim? –Assim que entrei na sala as conversas pararam e todos dirigiram os seus olhares pra mim.

Quer dizer, quase todos!

Eu já estava acostumado a ter a atenção voltada pra mim quando se tratava de estratégias de batalha, eu era o melhor, mesmo que não quisesse ser e todos sabiam disso, ainda me espantava ver super seres como a Kara e o primo parando pra me ouvir. Mas era óbvio que os nossos novos visitantes não sabiam disso, pelo menos, os três mais poderosos não sabiam.

Diana, Arthur e o Clark da terra 2 olhavam em volta de forma interrogativa, como se estivessem se perguntando o porquê de todos estarem olhando pra mim, acho que eles estavam acostumados a comandar as operações, então eu esperava que isso não fosse gerar uma briga aqui.

Eu não era nenhum tipo de ditador, se alguém tivesse uma ideia melhor que a minha, algo que garantisse a sobrevivência de todos, é óbvio que eu estaria mais do que disposto a seguir esse plano.

—Não temos muita coisa, o céu começou a ficar vermelho e tempestades foram registradas em todos os continentes, o que é um sinal claro que o Anti Monitor está próximo, o problema é que o Monitor ainda não deu as caras, então estamos meio que de mãos atadas aqui! –Chloe parecia preocupada, como se fosse a mãe do grupo e mais uma vez eu vi uma semelhança incrível entre ela e a Felicity.

—Nós nunca estamos de mãos atadas, gente! –Todos nos viramos em direção da voz e vimos Sara chegando. Confesso que fiquei mais aliviado ao ver esse reforço, o Monitor realmente estava buscando os outros heróis como disse que faria. –Oi Ollie!

Sara sorriu pra mim e veio em minha direção me abraçar, retribui o cumprimento e em seguida me afastei para que as apresentações pudessem ser feitas e nesse momento senti um incomodo na mente, como se a minha cabeça estivesse coçando por dentro, era algo que eu nunca havia sentido na vida.

De alguma maneira eu sabia que precisava ir a algum lugar, então saí de forma discreta e caminhei sem rumo, até que virando um corredor dei de cara com aquele que estávamos todos buscando.

—Olá, Oliver! –Revirei os olhos e me encostei na parede, esse não era o momento pra que o Monitor decidisse ser cordial. Me preparei pra falar isso, mas antes mesmo que eu pudesse abrir a boca, percebi Kara atrás de mim.

—Então aí está você! –Ela parecia ainda não ter visto o homem a minha frente, mas parou de andar no momento em que percebeu que eu não estava sozinho. –Ah, e você também!

—Já estão sentindo a minha falta? Achei que eu havia saído despercebido! –Ela deu de ombros e se aproximou de mim, embora ainda estivesse mantendo os olhos no Monitor.

—E saiu, mas eu estava observando você! É estranho como alguns dos novos não entendem que você é o cara das ideias, quer dizer, você é só humano, não tem nada de especial. –Ela se calou no mesmo momento e me olhou assustada. –Ai meu Deus, não me entenda mal, quando eu disse especial, eu quis dizer poderes.

Dei de ombros e ri baixinho, ela estava realmente constrangida.

—Não tem problema, eu entendi o que você quis dizer e eu estava pensando a mesma coisa, sabe? Eu sou só um humano no meio de uma briga de quase deuses lutando ao lado de seres super poderosos, o normal seria que fossem eles a ditar as regras e não eu. –Kara sorriu em minha direção e apertou o meu ombro.

—Não me importa se você é um humano, um alienígena ou qualquer outra coisa, não importa se nós não tivemos um dos melhores começos. Você salvou as nossas vidas mais de uma vez, os seus planos ajudaram a salvar o mundo e eu te considero meu amigo, vamos seguir você aonde quer que você vá!

Senti um nó se formando em minha garganta ao ver a confiança que ela depositava em mim, eu estava todo esse tempo com medo de não ser o suficiente, com medo de não ser capaz de salvar a todos e talvez eu não fosse mesmo, mas eu daria o meu melhor, eu daria a minha vida pela causa porque eu gostaria muito que o mundo voltasse a sorrir de novo.

Eu sabia que a humanidade estava apodrecida em muitos aspectos, sabia que muitas coisas não mudariam e que o mundo continuaria praticamente as atrocidades de sempre, mas eu eu tinha certeza de que não cabia a nós decidir que por isso as coisas não valiam mais a pena.

—Bom, isso foi comovente! –Voltei a olhar pro Monitor e ele parecia sério, apesar do tom debochado.

—O que nós vamos fazer? Podemos pular pra essa parte? O céu já está ficando vermelho, as tempestades estão aumentando, o seu irmão está próximo e nós ainda não temos uma linha de ataque. –Kara se colocou ao meu lado, mostrando que concordava comigo e ambos olhamos na direção do Monitor, esperando que ele finalmente decidisse se pronunciar sobre o assunto.

—Prestem bastante atenção porque eu simplesmente não tenho muito tempo aqui! Eu coloquei cinco dispositivos em cinco épocas e mundos diferentes, esses dispositivos são capazes de deter a Anti Matéria antes que ela consoma todo o universo, os heróis que foram deixados em suas terras já sabem o que precisam fazer e vão protege-los. O dispositivo da terra 1 está no século XX e por isso somente a sua amiga Sara está aqui, as outras Lendas estão encarregadas de viajar até o século XX e defender o dispositivo. Se eles conseguirem proteger os dispositivos, teremos um problema a menos, pelo menos temporariamente, agora os outros heróis que não estiverem protegendo os dispositivos e não estiverem aqui no laboratório com vocês estarão encarregados de conter as pessoas e ajudar na luta contra as forças do meu irmão, preciso que o Barry corra entre as linhas temporais avisando da crise, isso é urgente. –Kara e eu assentimos rapidamente e no mesmo momento ela se retirou correndo em direção a sede, era necessário que essas ordens iniciais já fossem dadas e que o Barry partisse rapidamente pra sua missão, nós não tínhamos mais muito tempo.

—Por que será que eu tenho a sensação de que essa é a parte fácil? –O Monitor deu de ombros e se encostou na parede de uma forma tremendamente humana.

—É porque é a parte fácil, as coisas começam a se complicar a partir de agora! Eu não vou estar aqui pra ajudar vocês, sinto muito! –Senti o meu queixo caindo no mesmo momento, como diabos ele espera que enfrentássemos o irmão dele sozinho sendo que nem fazíamos ideia de como fazer isso?

—Você vai nos abandonar?

—Não, eu vou morrer! –Senti o ar fugindo do meu corpo quando percebi a calma com que ele falava isso. O que estava acontecendo? –É preciso Oliver, eu vi. Existe uma heroína que vocês não conhecem, o nome dela é Precursora, ela vai ser dominada pelo meu irmão e vai me matar, mas isso é necessário porque a minha morte vai liberar a energia suficiente pra ligar os dispositivos e deter a Anti Matéria, se isso não acontecer os dispositivos não serão ligados e vocês nem sequer vão conseguir lutar, a Anti Matéria vai dominar e destruir tudo e não teremos chance.

Eu estava estático, quer dizer, eu entendia o sacrifício dele, eu também faria um, mas como ele podia falar da própria morte com tanta facilidade?

—Eu não sou humano, Oliver, eu não sinto como vocês, a morte não é algo assustador pra mim, é apenas um caminho diferente! –Ainda surpreso, assenti lentamente e me encostei na parede da mesma maneira que ele.

—Achei que você tivesse dito que não iria mais ler a minha mente! –Ele riu baixinho e negou com a cabeça.

—Eu não precisei ler pra saber em que rumo estavam os seus pensamentos. Mas agora que essa parte já está esclarecida, preciso te explicar o resto das coisas, porque essa provavelmente será a última vez que vamos nos ver.

—Como assim? Impedir a Anti Matéria de destruir o universo já não é tudo o que precisamos pra ganhar?

—Não, Oliver! O meu irmão tem outros planos, outras cartas na manga e por isso eu estou tentando instrui-lo para algumas delas, pra que vocês não sejam pegos de surpresa.

Assenti rapidamente e guardei dentro de mim quaisquer sentimentos que estivessem tentando vir à tona, era estranho, o Monitor era um ser cósmico que havia tentado destruir a mim e aos meus amigos, havia feito um acordo comigo que me levava a dar a minha vida pelos outros e mesmo assim, eu sentia profundamente a morte dele, como se ele fosse um amigo querido.

—Quando o Anti Monitor chegar, vocês precisam ir até a fortaleza dele pra enfrenta-lo, precisam pará-lo e destruir a máquina dele. É essa a máquina responsável por diminuir as vibrações entre as terras, são essas vibrações que mantem as terras separadas, mas se ele conseguir fazer a máquina atingir a potência o suficiente pra destruir todas as vibrações, as terras vão se colapsar umas contra as outras e não vai restar nada.

—Então, se nós fizermos isso, venceremos? –Ele me olhou por longos segundos, como se estivesse ponderando se deveria me contar algo ou não.

—Provavelmente! –Aquilo me pegou totalmente desprevenido e tudo o que eu consegui fazer foi olha-lo. O Monitor conseguia ver tudo, então como ele não sabia? –O futuro só é certo até aqui Oliver, tudo o que eu consigo ver agora são possibilidades, todas apontam sim pra vitória dos heróis, mas apesar dessa vitória, em cada uma das minhas visões as consequências dessa batalha são diferentes. –Fechei os olhos por alguns minutos tentando entender o que ele estava falando, ele havia dito que o meu sacrifício salvaria muitas vidas, mas como ele poderia dizer isso e dizer agora que não conseguia ver o futuro com exatidão?

Abri os olhos na intenção de confronta-lo, mas ele não estava mais lá! Me deixei cair na parede, sentindo o peso de toda aquela situação sobre mim, essa era a batalha da minha vida, a maior de todas, como eu conseguiria ser útil no meio de gigantes? Eu não tinha poderes, tudo o que eu tinha era um arco e flechas.

Tudo bem, talvez eu conseguisse elaborar um plano e tudo bem talvez ele fosse bom, mas na hora da batalha eu realmente conseguiria ser útil?

—Oliver, precisamos de você! –Olhei pra cima e vi Caitlin e Chloe me olhando de forma ansiosa.

Respirei fundo antes de me levantar e me recompor novamente, mas assim que me senti pronto voltei a levantar o olhar em direção as duas.

—As coisas estão piorando, Cisco já ligou pra Starling City e mandou alguns dos nossos amigos pra outros lugares do planeta, fora que contatou alguns heróis e vigilantes que conhecemos recentemente pra tentar ajudar as pessoas e lutar contra os capangas do Anti Monitor. Barry já começou a viajar entre as linhas temporais tentando avisar a todos da crise, mas isso é tudo o que temos, precisamos fazer alguma coisa agora!

Caitlin parecia desesperada enquanto Chloe me olhava atentamente, eu acho que ela havia percebido que algo não estava certo, ela era tão perspicaz quanto a Felicity.
—Vamos pra sala de reuniões, o Monitor me deu algumas orientações e eu tenho um plano ou pelo menos o começo de um, mas já é alguma coisa.

As duas assentiram rapidamente e Caitlin praticamente voltou correndo pra sala correndo, enquanto Chloe se limitou a me acompanhar.

—Você estava com o Monitor? –Eu assenti levemente e continuei olhando pra frente. –Ele não vai voltar, não é? –Nesse momento eu finalmente olhei pro lado e pude ver nela mais da Felicity do que eu jamais tinha visto.

—Não, ele não vai voltar!

Ela assentiu rapidamente e fechou os olhos por alguns segundos.

—Eu só gostaria de ter tido mais tempo pra me despedir do Oliver, você sabe, pra no caso da gente morrer! –Percebi que ela tentava fazer humor e apertei o ombro dela.
—Eu também gostaria de ter tido mais tempo com a Felicity, mas não se preocupe, tudo bem? Eu prometi ao seu marido que faria tudo o que fosse possível pra que você voltasse pra ele em segurança e eu gosto de pensar que costumo cumprir as minhas promessas. –Ela sorriu levemente e assentiu, mas não teve tempo de falar mais nada, pois entramos na sede do laboratório e todos olharam em nossa direção.

Todos mesmo dessa vez!

Será que Kara havia falado algo para os outros?

—E então Arqueiro Verde, qual é o plano? –A pergunta veio da pessoa que eu menos esperava.

Arthur Cury, o tal Aquaman!

—Bom, nós vamos fazer o seguinte!
...
Algumas horas haviam se passado desde que eu havia explicado o plano, todos haviam concordado e dado ideias aqui e ali, agora tínhamos alguma ideia do que fazer e não era tão fácil assim, mas também não era impossível.

Barry já havia retornado, ele estava exausto, quase havia sido consumido enquanto viajava desesperadamente pelas linhas tentando avisar da desgraça iminente, agora ele mal conseguia ficar em pé, então como diabos iria conseguir lutar?

Estávamos todos reunidos no laboratório em silêncio, contemplando os monitores e esperando pelo mínimo sinal de que o Anti Monitor havia chegado, todos nós já havíamos colocado os nossos uniformes e agora uma tensão pairava no ar.

Eu estava durante todo esse tempo pensando no quanto eu me sentia de certa forma inútil, quer dizer, eu havia guiado a todos em um plano que poderia ou não dar certo, mas o que eu poderia fazer além disso? Que chances eu teria de ajudar a destruir o Anti Monitor ou a maldita máquina dele? Eu não tinha super força, não sabia voar, não atirava laser pelos olhos, não tinha nada. Se todos esses heróis estavam amedrontados com a possibilidade de não conseguirem lidar com esse ser, como eu podia achar que conseguiria fazer algo?

—Terminei!

Todos olhamos na direção da Chloe enquanto ela sorria de maneira vitoriosa. Depois de ter explicado o plano, todos nós havíamos entrado em discussão sobre o modo pelo qual conseguiríamos chegar a fortaleza do Anti Monitor e havia sido a loira a ter uma ideia.

Bom, pelo menos era o que ela tinha dito?

—Você conseguiu encontrar uma forma de nos colocar dentro da fortaleza do Anti Monitor? –Diana parecia impressionada e eu não estava me sentindo diferente.

—Sim! O Monitor deixou bem claro que alguns heróis vão precisar lidar com as forças do Anti Monitor e o que quer que elas sejam, precisam vir de algum lugar, então eu consegui converter o dispositivo de ondas sônicas do Cisco fazendo com que ele reverta a essência do exército do Anti Monitor para um portal!

Todos nos encaramos em silêncio e Caitlin revirou os olhos.

—É sério que vocês não entenderam? –O silêncio reinou por mais um tempo até que o tal Shazam decidiu se pronunciar.

—Eu entendi, mas seria bom vocês explicarem melhor pra você sabe, os outros poderem entender também!

Chloe riu baixinho e se sentou depois, parecendo realmente exausta.

—Com as modificações que eu fiz no dispositivo, ele vai servir como um coletor, como eu disse pra vocês, esse exército do Anti Monitor tem que vir de algum lugar e provavelmente vai ser do universo da Anti Matéria, então o dispositivo vai coletar os fragmentos celulares e então redireciona-los de forma que vai abrir um portal pro local de origem do exército, ou seja, pro Universo da Anti Matéria que é onde fica a fortaleza do Anti Monitor.

Eu ainda não entendia muito bem o como, mas se ela estava falando que daria certo, então eu acreditava que daria.

—Cara, é como ter a Felicity aqui de novo! –Até Barry parecia espantado e eu percebi Chloe corando com o elogio.

—Se nós sobrevivermos, eu gostaria muito de conhecer essa Felicity! Mas enfim, eu não tenho força pra ligar a máquina sozinha, então vou precisar dos poderes do John, acho que se ele redirecionar o poder do anel pra máquina, a força vai ser suficiente pra liga-la.

O Lanterna Verde assentiu rapidamente e eu logo comecei a fazer os cálculos, isso mudaria a nossa estratégia, mas daria pra fazer.

—Tudo bem então, Cisco vai ficar ajudando a Chloe e Caitlin, Diggle e eu vamos ficar protegendo o John, afinal, se é o poder do anel dele que vai fazer a máquina ligar é óbvio que vão tentar pega-lo, acho que vai ser bom o Billy ficar com a gente, afinal poderes sempre são bem vindos. –Todos assentiam, parecendo entender aonde eu queria chegar. –Enquanto isso, Diana, Arthur, Kara, Clark, o outro Clark e a Sara vão entrar no portal e destruir a tal máquina.

—Espera, mas e quanto a mim? –Barry parecia confuso e eu sabia que ele iria protestar, mas me abaixei ao lado dele mesmo assim e apertei o seu ombro.

—Você está exausto, não vai conseguir lutar, eu preciso que você fique aqui descansando. –Ele se levantou rapidamente e cambaleou um pouco, mas conseguiu se manter em pé.

—Eu não vou ficar aqui parado enquanto o mundo pode ser destruído, Oliver! –Respirei fundo para tentar encontrar as palavras certas, eu não podia deixa-lo se arriscar, mas também não podia pedir pra que ele ficasse de fora.

—Olha, eu não tô te pedindo pra não lutar, eu tô te pedindo pra ficar descansando, pra entrar na briga só quando for realmente necessário e você estiver se sentindo melhor. O plano já está todo formado, enquanto os outros vão entrar no reino do Anti Monitor, nós vamos ficar aqui e vamos proteger a Chloe, o John e as pessoas que já estão começando a ficar muito assustadas pelas ruas. Isso não é ficar fora da briga, isso é apenas ser remanejado!

Ele me olhou por longos segundos, mas finalmente pareceu concordar com um aceno de cabeça. Percebi pelo canto do olho que Iris não parecia muito feliz e por alguns momentos fiquei me perguntando: O que diabos ela está fazendo aqui?

—Eu posso ajudar! –Nesse momento me virei em direção a porta e vi uma garota com um uniforme branco e roxo, percebi que Barry e Iris olhavam pra ela de maneira chocada e logo me perguntei o que diabos estava acontecendo!

—Nem pensar, você vai embora agora Nora, não vai ser colocado em risco! –Barry parecia extremamente nervoso, mas eu via que isso era só uma máscara para disfarçar a preocupação e o medo.

—Mas pai...

Pai?

—Gente, sem querer interromper o momento, mas o que quer que seja essas forças do Anti Monitor, acabaram de chegar, precisamos ir pro terraço agora pra poder abrir o portal ou não vamos conseguir.

Todos assentiram e começaram a andar pra fora da sala, eu me perguntei se deveria ir também ou deveria tentar ficar e apartar a situação.

—Nora, eu quero que você vá embora agora! –Iris parecia irritada e eu percebi que ela havia cometido um erro ao tentar confrontar a filha (?) dessa forma.

—Ou o que? Você vai dar um jeito de inibir os meus poderes e esconder durante toda a minha vida que o meu pai era o Flash? –Aquela frase pareceu ter o poder de desconcertar a esposa do meu amigo totalmente e antes que ela pudesse dizer uma única frase, Barry se pronunciou e acabou com a discussão.

—Eu sei o que você está tentando fazer, mas eu não posso deixar que nada te aconteça, entende? Você é minha filha e eu preciso te proteger, então eu não vou pedir de novo! Vá embora, Nora, agora!

Ela olhou pro pai uma última vez e saiu da sala, em seguida Barry suspirou baixinho e saiu sendo carregado pela Iris.

Esperei alguns minutos e então me encostei na parede.

—Tudo bem, você pode aparecer agora! Eu estou ouvindo.

Segundos depois a garota estava na minha frente e parecia ansiosa.

—Você precisa me deixar ajudar, se eu não tentar fazer nada ele vai morrer! –Ela parecia a beira das lágrimas e eu consegui entender a dor e o desespero dela.

—Eu entendo, mas você deve saber que tentar mudar os acontecimentos sempre termina mal!

—Mas eu já mudei, a minha vinda até aqui adiantou a Crise e eu sinto muito por isso, mas talvez essa mudança tenha sido o suficiente pra fazer as coisas correrem de maneira diferente. Eu posso tentar salvar o meu pai, se eu conseguir não vou precisar crescer no escuro, sem saber quem ele era, sem saber o que eu sou capaz de fazer!

Fechei os olhos por alguns minutos, mas antes que eu pudesse falar alguma coisa, senti o chão tremer e me preparei pra sair do sala, o tempo havia acabado.

Nora segurou o meu braço com força e me forçou a olhar pra ela.

—Eu sei o que você vai fazer, então você mais do que ninguém deveria entender que as vezes precisamos tomar escolhas que parecem erradas pra todo mundo, mas sentimos no nosso íntimo que elas são necessárias. Eu não sou mais uma criança e essa é uma escolha minha, não podem me tirar isso!

Torcendo pra não estar cometendo o pior erro da terra, tirei um fone do bolso e entreguei pra ela.

—Coloque esse comunicador e espere o meu sinal, não importa o que aconteça, não apareça até eu te chamar, estamos entendidos?

Ela assentiu rapidamente, de maneira séria e tudo o que eu pude fazer foi confiar que ela faria a coisa certa.

Deixei a garota ali e saí correndo em direção ao terraço, o tempo havia acabado.

A Crise havia começado.
...
—Mas que porra é essa?

Ao longe, um exército de bestas se aproximava e tudo o que podíamos fazer era torcer pra que fôssemos o suficiente.

—São os Trovejantes, eu já ouvi falar deles há muito tempo atrás, embora agora eles parecem estar aprimorados, são o exército do Anti Monitor, extremamente fieis a ele!
—John parecia nervoso e se um Lanterna Verde estava preocupado, bem, talvez devêssemos nos preocupar também.

—São muitos, vamos ter que mudar os planos! –Billy parecia estar assustado e antes mesmo que alguém pudesse dizer alguma coisa, ele já estava fora de alcance. –Shazam!

Assim que ele se transformou naquele herói de capa, saiu voando em direção ao exército em uma tentativa de tentar detê-los. Eram muitos e ao mesmo tempo em que precisávamos impedi-los de machucar as pessoa que estavam lá embaixo, precisávamos impedi-los de chegar até a máquina que Chloe estava ligando nesse momento.

—É, mudança de planos! Vamos ter que distribuir alguns socos! –O Aquaman parecia realmente empolgado e logo saiu em direção ao exército, foi seguido pela Mulher Maravilha, pelo Superman da Terra 2 e pela Supergirl.

O primo de Kara ficou ao nosso lado destruindo aqueles debandados que conseguiam chegar perto demais e em poucos minutos tudo havia virado uma luta sangrenta.
Sara, Diggle, Caitlin e eu lutávamos contra todos os que chegavam perto demais da máquina, Iris e Cisco ajudavam a Chloe enquanto o John enviava todo o poder do seu anel para o dispositivo, Barry ajudava como podia, mas não estava conseguindo fazer muita coisa, o Superman da terra 38 voava a nossa volta e lutava no ar, enquanto os outros heróis lutavam para tirar as pessoas das ruas e impedir maiores avanços daqueles monstros

—Chloe, precisamos desse portal agora! –Eu gritava como um louco em meio a batalha, o barulho e o caos eram tamanhos que eu mal conseguia ouvir a minha própria voz!

Todos estávamos lutando firmemente, mas se não conseguíssemos entrar na maldita fortaleza e enfraquecer o Anti Monitor naquele momento, perderíamos.

—Consegui! –Nesse momento um portal arroxeado se abriu à minha frente e o exército do Anti Monitor ficou completamente ensandecido, eles começaram a tentar de todas as formas chegar ao portal e os heróis foram se agrupando de forma a tentar impedi-los.

Clark era o mais próximo e com somente um olhar ele entendeu o recado e entrou voando no portal, o outro Clark foi pra perto da amiga Chloe e começou a destruir os monstros que tentavam chegar até ela agora que haviam percebido que era de lá que vinha o poder que mantinha o portal aberto.

Todos estávamos com as mãos bem ocupadas e eu sabia que mais alguém precisava entrar lá pra ajudar o Super, porque apesar de ser muito poderoso, ele não conseguiria sozinho.

—Oliver, você precisa entrar lá! –Sara fazia de tudo para se fazer ouvir em meio a gritaria.

—E como eu vou poder ajuda-lo? O que eu vou fazer lá dentro? –Antes que ela pudesse me responder, alguns Trovejantes se aproximaram e ela ficou ocupada, eu tentei ir até ela pra ajudar, mas fui puxado por um Diggle parecendo muito determinado.

—Você quer saber o que você vai fazer lá? Você vai ser o heróis que nasceu pra ser!
Assim que terminou de falar, ele me empurrou em direção ao portal e tudo o que consegui fazer antes de ser sugado foi ver a chegada de dois morcegos no meio da briga.

Uma eu sabia que se tratava da Batgirl, mas aquele outro... Espera, era o Batman?
Ele era real mesmo?

Não tive tempo pra refletir sobre isso, pois assim que fui jogado do outro lado, me levantei no mesmo instante e me coloquei em guarda! Chloe havia conseguido, estávamos mesmo no reino do Anti Monitor e agora todo o cuidado era pouco, obviamente ele estaria por aqui e com certeza já deveria saber da nossa presença.

Olhei em volta à procura do Clark e tudo o que eu vi foi...nada!

Era como se todo o lugar fosse um grande e imenso vazio, nada existia, nada brilhava. Acho que se todas as pessoas tivessem a chance de ver esse lugar, levariam a palavra “nada” a outro patamar.

Então era nisso que ele queria transformar o nosso universo?

—Oliver?

Me virei imediatamente com uma flecha já apontada, mas abaixei o arco assim que vi que se tratava do Superman.

—Precisamos ir agora, não temos muito tempo! Não acho que o John vai conseguir manter o portal aberto durante muito tempo, a energia do anel vai acabar!

Clark assentiu no mesmo momento e antes que eu pudesse dizer uma única palavra, ele já havia me erguido pelos braços e saído voando.

—Olha, eu acho que a abordagem deveria ser um pouco mais discreta!

—Não temos tempo pra isso, Oliver! A essa altura ele já sabe que estamos aqui e...
Ele não conseguiu terminar a frase, fomos jogados contra o solo em questão de segundos e logo estávamos com vários Trovejantes sobre nós.

—É, ninguém disse que seria fácil!

Começamos a lutar contra eles e tudo o que eu pensava era que eles não estavam atacando com tudo o que tinham, a intenção deles não era nos matar, aquelas coisas queriam apenas nos atrasar.

—Eu assumo daqui! –Ergui os olhos e vi Billy sobrevoando a luta, ele logo desceu sobre os inimigos e começou a distribuir descargas elétricas pra todos os lados.

—Clark, vai! Nós seguramos as pontas aqui!

Ele assentiu e rapidamente alçou voo em direção à Fortaleza do Anti Monitor, enquanto isso Billy e eu tratamos de lutar contra aquelas coisas miseráveis.

Meu corpo estava cansado, fatigado, mas eu me recusava a desistir, sabia que precisava continuar lutando. Eu havia aceitado a morte, havia aceitado me entregar, mas eu me recusava a morrer aqui nesse lugar deprimente.

A cada golpe sofrido meu corpo vacilava um pouco mais, mas eu sabia que precisava me concentrar, então me lembrava da Felicity e no quanto eu queria que dissessem pra ela que eu não desisti de lutar.

Poderiam ter se passado poucos minutos ou várias horas, eu não saberia dizer. Estava tão concentrado na luta que não vi o tempo passar, só percebi que algo estava acontecendo quando vi a Kara cruzando o céu na direção em que o primo dela havia ido.

—Vai! –Olhei pro lado e vi o Billy lidando com vários Trovejantes ao mesmo tempo. –Talvez eles precisem de ajuda, você precisa ir! Eu seguro as pontas aqui, agora vai!
Assenti rapidamente e comecei a abrir caminho em meio aos inimigos, eu não podia voar, então tive que correr por todo o caminho, o que me custou bastante por eu já estar tão cansado.

Eu já estava perto do local e graças a Deus não precisa lutar com mais ninguém porque Clark já havia destruído tudo quando havia chegado aqui, as coisas pareciam silenciosas demais, mas tudo mudou quando ouvi um grito desesperado da Kara.

Tirando forças de onde eu não sabia que tinha, corri ainda mais rápido e assim que cheguei ao local me deparei com a cena. Supergirl lutava furiosamente com o Anti Monitor enquanto o Superman estava caído no chão, praticamente desmaiado.

Eu mal sabia pra que ponto olhar primeiro, tantas coisas estavam acontecendo ao mesmo tempo!

O Anti Monitor era extremamente parecido com o irmão, na verdade, eles eram praticamente idênticos, se ele não estivesse tentando matar a Kara, eu poderia dizer facilmente que quem estava na minha frente era o ser que havia me orientado durante todo esse tempo.

Kara estava fora de si, batia nele com tanta força que estava conseguindo destruir a armadura dele, o Anti Monitor gritava enraivecido e tudo o que eu conseguia imaginar era que aquela armadura deveria ser muito importante.

A tal máquina estava muito danificada, mas ainda estava ativa, como Clark estava caído perto dela eu só conseguia imaginar que ele havia tentado destruí-la, mas havia sido impedido pelo monstro à minha frente.

Eu sabia que precisava agir enquanto ele estivesse distraído com a Supergirl, então caminhei lentamente por entre as colunas e quando atingi um ponto estratégico, mirei a flecha no centro da rachadura que o Superman havia causado na máquina. Torci para dar certo e então atirei!

Nesse momento aquela coisa começou a tremer e soltar faíscas, o chão inteiro começou a tremer, pedras e mais pedras começaram a cair do teto e tudo o que eu pude fazer foi desviar antes de tudo explodir.

—Nãããããããããão! –O Anti Monitor parecia estar possuído pela força do ódio e infelizmente tudo aquilo estava direcionado a mim no momento. –Você acha que é importante? Acha que é algum tipo de salvador? Meu irmão pode ter visto algo diferente em você, mas eu digo o que vai acontecer, você vai ter um fim triste e doloroso e não existe nada que possa fazer quanto a isso seu verme insignificante!

Nesse momento ele praticamente voou pra cima de mim, mas foi impedido no meio do caminho pela Kara, eles voltaram a lutar enquanto ele grunhia palavras em outra língua.

—Você vai morrer! –A loira parecia irada, na verdade eu percebia que tudo o que ela tentava fazer era chamar a atenção pra si para que o Anti Monitor não se voltasse para o primo dela caído no chão.

Superman tentava se erguer inutilmente e eu estava entre tentar ajuda-lo e tentar ajuda-la, Kara era muito forte, mas o Anti Monitor era mais e ela logo não conseguiria mais conte-lo. Antes que eu pudesse me decidir, Billy apareceu ao meu lado e parecia pronto para entrar na briga, mas eu logo o segurei pelo braço e apontei na direção do Clark.

—Tira ele daqui, agora! –Ele fez o que eu pedi rapidamente e em poucos segundos já estava voando pra longe dali com o Superman nos braços.
Esse foi o erro!

Kara se distraiu ao olhar pro primo sendo levado e eu percebi isso, o problema foi que o Anti Monitor também percebeu. Eu vi diante dos meus olhos ele criando uma rajada de energia com as mãos, pronto para jogar todo aquele poder em cima da Supergirl.
Aquilo iria mata-la!

Eu não pensei, apenas agi por instinto. Mirei uma flecha de Kriptonita na perna da Kara e atirei (ela provavelmente tentaria me matar assim que descobrisse que eu ainda tinha uma dessas). Ela gritou de dor, mas no exato momento em que o Anti Monitor jogou a rajada sobre ela, Kara se abaixou para tentar arrancar a flecha da perna, desviando assim do ataque sem perceber.

A coisa toda parecia bem complexa, mas tudo havia acontecido em uma fração de segundos.

Assim que Kara percebeu o que havia acabado de acontecer, lançou uma rajada de calor com os olhos na direção do Anti Monitor e como ele estava enfraquecido, acabou sendo forçado a recuar. Percebi que ele iria contra atacar mesmo estando debilitado, mas nesse exato momento Diana apareceu e vendo que não poderia enfrentar as duas, ele simplesmente sumiu.

Desapareceu no ar...Assim como o irmão costumava fazer!

—Kara? –Diana correu até a loira e a ajudou a retirar a flecha da perna, Kara não conseguia se manter em pé devido a kriptonita correndo em suas veias e eu me senti culpado por isso, mesmo sabendo que havia feito aquilo pra salvar a vida dela.

—Eu sinto muito! –Ela levantou a cabeça e olhou em minha direção, logo em seguida sorriu.

—Você salvou a minha vida, não tem pelo que se desculpar!

Diana a ajudou a chegar até mim e juntos começamos a caminhar pra fora da fortaleza, em direção ao portal.

—Acho que conseguimos algum tempo, com sorte ele vai demorar pra se recuperar! –Supergirl parecia esperançosa, mas Diana me olhou e eu soube que ela estava pensando o mesmo que eu.

—Não Kara, se tivermos muita sorte tudo o que conseguimos foi algumas horas! O Anti Monitor passou milênios planejando isso, eu duvido muito que os planos dele se resumissem a trazer a Anti Matéria e a essa máquina, com certeza ele têm mais cartas na manga!

A Mulher Maravilha se posicionou entre mim e Kara e nos abraçou pela cintura, logo em seguida alçou voo em direção ao portal.

—Oliver está certo e é por isso que não podemos perder tempo, agora o Anti Monitor está com ódio por termos vencido essa primeira batalha, ele vai atacar com ainda mais afinco!

Depois disso ficamos em silêncio e assim que atravessamos o portal percebemos que os poucos Trovejantes restantes estavam se afastando, correndo em direção a um portal maior.

Junto deles estava um homem diferente, ele possuía uma máscara dourada no rosto e parecia extremamente calmo, ele não fazia parte do bando dos Trovejantes.

—Quem é aquele? –Esperei que alguém pudesse me responder, mas todos estavam esgotados, quase prostrados.

—É o Pirata Psíquico, ele está com o Monitor! –Me virei e dei de cara com a Batgirl.

—Como você o conhece? –Ela deu de ombros e em seguida voltou a se afastar.

—Longa história! –Nós não tínhamos tempo pra aquilo, então logo me voltei pros outros.

—A máquina foi destruída! Todos estão bem? Cadê o Clark?

Barry veio até mim ainda mancando um pouco e nos afastou rapidamente dos outros.

—Clark tá bem, só está bastante machucado! Você percebeu aquele cara? Ele não é como os outros! –Percebi que ele estava se referindo ao tal Pirata Psíquico e concordei com a cabeça.

—Ele sabe de alguma coisa, precisamos ir atrás dele!

Eu só não sabia como fazer isso, porque ele estava entrando em uma nave e nós não tínhamos uma a disposição.

—Oliver?

Me virei na direção do Barry no momento em que senti algo diferente no tom de voz dele.

—Eu sinto muito, diga a elas que eu sinto muito. Nora me pediu pra não ser o Flash porque isso me mataria, mas eu não posso deixar de ser, você entende, não entende?
—Eu sabia que a pergunta do meu amigo ia muito além de um questionamento sobre ele continuar sendo um herói, ele estava me perguntando se eu entendia o porquê de ele fazer o que estava prestes a fazer.

—Entendo!

Ele assentiu e me abraçou rapidamente, em seguida sumiu no ar e eu tive a certeza de que ele já estava dentro da nave do tal Pirata. Eu não queria deixa-lo ir, mas o Monitor disse que a minha morte salvaria a vida deles, então eu só podia confiar e torcer pra que isso fosse verdade, pra que o meu sacrifício o poupasse.

Eu não sabia se estava tomando a decisão certa, mas sentia que precisava toma-la mesmo assim. Tirei o fone de ouvido do meu bolso e o levei até a orelha.

—Agora!

Guardei o aparelho e tudo o que consegui ver foi um borrão roxo ido em direção a nave antes dela decolar.

Tudo o que eu esperava era que a Nora conseguisse ajudar o pai!

—Cadê o Barry? Onde ele foi? –Iris parecia desesperada e olhava pra todos os lados, mas de repente seus olhos se fixaram em mim. –Onde ele tá, Oliver?

—Fazendo o que é necessário! –Aquilo foi o suficiente pra todos entenderem o que havia acontecido, inclusive íris.

—O que você fez? Não é o suficiente que todos que estejam a sua volta morram, agora você mandou meu marido pra morte também?

Eu não sabia o que dizer, ela não estava mentindo!

—Se eu fosse você, ficaria calada! –Todos os olhares se voltaram pro John (O Lanterna Verde, não o meu amigo), ele estava fraco, cansado, machucado. Mas estava se levantando com dificuldade para se fazer ouvir. –Você não tem ideia de tudo o que o Oliver está sacrificando pra tentar salvar todo mundo, isso é uma guerra e me deixe te contar um segredo, as pessoas morrem em guerras e todos aqui entraram nessa batalha sabendo que podiam não voltar. O seu marido entendia isso, entendia que as vezes é necessário fazer um sacrifício pelo bem maior, tudo o que podemos fazer agora é honrar esse sacrifício e destruir aquele desgraçado, mas agora se você não consegue entender e lidar com isso, se você é egoísta pra pensar que todo mundo aqui deveria morrer com exceção do seu marido, então você deveria ir embora, porque aqui não é o seu lugar!

O silêncio se instaurou no local e o desconforto pairava acima de nós como uma nuvem pesada, Iris olhou na direção de Cisco e Caitlin buscando apoio, mas tudo o que eles fizeram foi abaixar a cabeça, depois disso ela saiu rapidamente do terraço e sumiu das nossas vistas.

Eu queria dizer que existiam grandes chances de o Barry não morrer, mas pra isso eu teria que contar que havia mandado a Nora atrás dele e sobre o meu acordo com o Monitor e isso era algo que eu não podia fazer.

—Bom, no momento nós não temos tempo pra isso! Precisamos cuidar dos feridos, juntas os pedaços e ir atrás daquele maldito antes que ele volte mais forte e mate todos nós! –Batman havia tomado a frente da situação e eu confesso que ainda estava chocado por ele estar ali.

Mais nada poderia me preparar pro choque do que viria a seguir!

Ele retirou a máscara e eu segurei a respiração por alguns segundos, eu conhecia aquele homem, ele era...

—Prazer, eu sou Bruce Wayne e agora vamos logo com isso!

Eu me senti chocado por alguns segundos, mas logo todos começamos a segui-lo em direção ao interior do laboratório. Kara, Clark e John precisavam de cuidados urgentes e Caitlin também estava fora de combate, havia um talho enorme na perna dela que com certeza a impediria de andar por alguns dias.

Os outros estavam com algumas escoriações aqui e outras ali, inclusive eu, mas nada que não pudesse ser administrado.

Assim que levamos os feridos pra ala médica, retornamos para a base do laboratório, mas antes mesmo que pudéssemos falar algo, percebemos que não estávamos sozinhos.

—Quem diabos é você? –Arthur parecia prestes a bater no estranho, mas Clark e Chloe logo passaram na frente dele e encararam o homem.

—Brainiac? O que está fazendo aqui? –O homem se limitou a dar de ombros e se aproximar dele.

—Eu vim ajudar!

—Peraí, será que alguém poderia explicar o que está acontecendo? –Diggle olhava de um lado pro outro e parecia tão confuso quanto todos nós. Chloe suspirou e se aproximou do tal Brainiac antes de começar a falar.

—É uma longa história, Brainiac é um androide extraterrestre, há muitos anos ele se passou por um humano e foi nosso professor na faculdade, aí ele tentou matar o Clark, várias vezes e meio que sequestrou a Kara, prima do Clark. Deu bastante trabalho pra todo mundo, mas no final conseguimos pega-lo com a ajuda de alguns amigos da Legião, eles vieram do futuro e nos ajudaram a prendê-lo e então o levaram pro século XXX, onde fizeram um upgrade no sistema dele e o fizeram se tornar um cara do bem!

Mas o que?

Percebi que Cisco estava prestes a perguntar algo e praticamente me joguei em cima dele.

—Não, nós não queremos saber de nada! Ele era do mal e agora é do bem e é um androide alienígena, ótimo, é tudo o que precisamos saber!

Eu estava ficando louco? Talvez!

—Tudo bem, vamos pular a parte estranha! O que te traz aqui Brainiac? –Diana parecia estar tentando tomar o controle da situação bizarra que estava ocorrendo.

—É muito simples, eu já disse que vim ajudar! O Anti Monitor está longe de ser destruído, nesse exato momento ele está construindo um canhão de Anti Matéria e antes que alguém me pergunte o que é, é um canhão que vai fazer a terra fazer cabum, espero que assim seja fácil de entender! –Ele parecia extremamente arrogante, mas se o que ele dizia era verdade, estávamos com um puta problema.

—E como você sabe disso tudo? –Batgirl parecia desconfiada e até agora era a única que ainda não havia retirado a máscara.

—Eu sei de várias coisas, sei inclusive que nesse momento o amigo de vocês está na nave do Pirata Psíquico, que é o local aonde o Anti Monitor está construindo o canhão, vocês precisam rezar pra que ele consiga destruir aquela coisa!

Cisco finalmente decidiu se pronunciar e se aproximou um pouco do tal androide.

—Mas nós podemos ir ajuda-lo! Quer dizer, ele não precisa fazer isso sozinho! –Brainiac negou rapidamente e colocou uma mão no ombro do moreno.

—Eu sinto muito, mas no momento vocês não podem fazer nada por ele! A nave está longe demais, até vocês conseguirem alcança-la, o Anti Monitor já vai ter terminado o canhão e explodido esse universo de Matéria, então, tudo o que vocês podem fazer é torcer pro seu amigo conseguir impedi-lo. A missão de vocês é outra, precisam matar o Anti Monitor de uma vez por todas e só existe uma pessoa capaz de fazer isso! –Percebi que ele lançou um longo olhar na direção do Clark antes de voltar a se levantar. –O nome dele é Darkside!

—O que? Darkside? Aquele mesmo Darkside que tentou destruir a terra? Aquele mesmo que vive tentando dominar o universo? –Clark parecia totalmente incrédulo e bom, se ele estava assim eu confiava nele.

—Clark, você precisa entender uma coisa! Darkside é um dominador, ele quer dominar o universo a todo o custo, mas se o Anti Monitor destruir tudo, bem, não vai mais existir nada pra ser dominado. Ele não está ajudando porque é benevolente, está ajudando porque não quer que tirem a glória dele!

Aquilo fazia sentido!

—E como seria essa tal ajuda dele? –Decidi me pronunciar de uma vez e colocar alguma ordem naquele caos, se o Anti Monitor estava mesmo construindo esse tal canhão, não tínhamos tempo pra explicações e conversinhas.

—Ele enviou uma arma de raios ômega, é um poder imenso e se o Anti Monitor for atingido por ela vai ficar extremamente enfraquecido, podendo assim finalmente ser morto. O problema é que vocês só tem um tiro! –Todos olharam na direção dele e foi claro entender o que todos estavam pensando. –Ele é um destruidor de mundos, vocês não podem pensar que ele realmente daria uma arma que alguém pudesse usar contra ele depois.

—Tudo bem, temos um tiro! O que estamos esperando? –Billy estava em sua forma adolescente e era muito estranho ver um garoto de 15 anos participando de estratégias de batalha.

—A nave do Pirata Psíquico está indo em direção a lua de Qward, o lugar onde o Anti Monitor nasceu, eu posso levar vocês na minha nave, mas assim que chegarmos lá, não poderei mais ajudar, sinto muito!

—Tudo bem, o Oliver pode atirar no Anti Monitor, ele te a melhor mira, é o mais confiável pra não errar o tiro! –Sara olhava em minha direção e comecei a assentir no mesmo momento, mas fui logo interrompido por Brainiac.

—Não, ele não pode! A arma é feita a partir da energia de Darkside e ele se alimenta da destruição dos mundos, portanto, a arma precisa de energia destrutiva pra ser ligada, um humano não suportaria. Clark precisa atirar ou algum outro herói quase indestrutível, vocês são mais fortes, então vão ficar extremamente debilitados quando atirarem, mas não vou morrer!

Aquilo me pegou totalmente de surpresa, mas por um momento um pensamento sombrio passou pela minha mente, seria esse o sacrifício de que o Monitor havia me falado?

—Tudo bem, eu faço isso! –Clark parecia determinado, mas Diana logo o segurou pelo braço e assentiu.

—Arthur, Billy e eu também podemos atirar! Vamos fazer isso dar certo, mas precisamos ir logo! –Clark logo assentiu e então Brainiac abriu um portal atrás dele.
—É uma porta pra minha nave, vamos!

Todos começaram a segui-lo, mas eu logo parei Cisco e Chloe.

—Eu preciso que vocês fiquem aqui e ajudem a cuidar dos outros, vocês fizeram tudo o que puderam e foram essenciais, mas agora vamos precisar lutar corpo a corpo e vocês não tem muita experiência nisso!

Chloe me olhou por longos segundos, mas acabou assentindo no final. Percebi que Cisco estava preparado para contra argumentar, mas a loira o segurou no braço e balançou a cabeça lentamente.

—Deixe eles irem, Cisco!

O moreno nos olhou por longos segundos, mas acabou por assentir também, eu abracei os dois rapidamente e em seguida corri em direção ao tal portal.
Quando o atravessei percebi que estávamos mesmo em uma nave enorme e assim que notei que todos já estavam se acomodando em poltronas, fiz o mesmo. Afivelei os cintos e me preparei, eu estava literalmente indo pro espaço, pra uma lua de outro planeta.

Diggle estava ao meu lado e me olhou com um sorriso no rosto.

—Se no dia em que nos conhecemos alguém me dissesse que anos depois estaríamos na nave de um androide alienígena no meio do espaço prestes a lutar com um ser cósmico que mais se parece um deus, eu internaria a pessoa em um hospício de segurança máxima. –Eu ri baixinho e nesse momento um filme se passou pela minha cabeça.

Diggle e eu nos conhecendo, eu levando aquele notebook cheio de balas pra Felicity, Diggle vindo me ajudar a cumprir minha missão, Felicity salvando minha vida e entrando pro time.

Me lembrei da Felicity nos chamando de Time Arrow enquanto brindávamos!

—Eu também não acreditaria, mas não sei, acho que as coisas não poderiam ser de outro jeito! –Diggle revirou os olhos e sorriu, mas em seguida viu algo no meu olhar que o fez adotar uma postura séria no mesmo momento. –Lembre-se do que eu te pedi, tudo bem?

Meu amigo me olhou por vários minutos seguidos, mas no final abaixou o rosto em sinal de derrota e assentiu levemente. Ele sabia do que eu estava falando e eu entendia que ele queria poder mudar aquilo, mas como o próprio Lanterna Verde havia falado mais cedo, alguns sacrifícios eram necessários, não podíamos fugir disso!

Estávamos indo pra outro planeta, lutar contra um ser cósmico e eu só tinha certeza de uma coisa.

Eu não voltaria dessa batalha!
...
Eu não saberia dizer quanto tempo a viagem durou, afinal, no espaço tudo era relativo. Mas enquanto eu olhava pela janela da nave tudo em que eu conseguia pensar era que todos deveriam ter a chance de olhar pra essa imensidão de estrelas pelo menos uma vez na vida.

Fui tirado dos meus pensamentos quando senti um grande baque na nave, se não fosse o cinto de segurança eu já teria voado dentro daquele lugar, nós estávamos chacoalhando sem parar e tudo o que eu conseguia fazer era tentar manter meu corpo no lugar, o que não estava sendo nada fácil.

—Que porra é essa meu Deus? –Sara parecia tão desesperada quanto eu, somente o tal Brainiac estava calmo.

—As forças do Anti Monitor estão atacando a nossa nave. O que vocês acharam? Que seria tão fácil chegar até ele?

—Abra a porta, Brainiac, nós vamos sair e abrir caminho, alguém leve a arma e quando ele estiver distraído, jogue pra um de nós. –Clark parecia determinado e não nos restou outra coisa a não ser concordar com ele.

Brainiac fez o que foi pedido e assim que as portas da nave se abriram, Clark, Diana, Billy e Arthur saíram praticamente voando dela, nós tivemos que esperar até estarmos mais perto da superfície e então pulamos, Sara estava com a arma.

Começamos uma luta ferrenha contra alguns seres que eu não saberia dizer o que eram, eles não eram Trovejantes. Eu mal tive tempo de olhar em volta, mas assim como a fortaleza do Monitor, a sensação que eu sentia aqui era a mesma, a sensação de um nada infinito.

Estávamos no universo da Anti Matéria.

A luta seguia de maneira desigual pro outro lado, estavam quase todos mortos. Eu vi ao longe a nave do tal Pirata Psíquico e estava tentando encontrar um jeito de ir até lá tentar achar Barry e Nora quando ela explodiu.

Um clarão enorme tomou conta de toda aquela escuridão e o calor foi tão imenso que senti os pelos do meu corpo sendo chamuscados, tudo o que eu conseguia ouvir era o sangue correndo pelos meus ouvidos.

A luta parou totalmente quando escutamos um grito ao longe, foi algo tão sombrio e macabro que parecia que eu estava ouvindo todo o ódio do universo em um só som.
O Anti Monitor estava bem irritado!

Ele surgiu diante de nossos olhos num passe de mágica e eu percebi algo diferente nele, os olhos dele estavam vermelhos, não possuíam mais aquela calma e arrogância de antes.

—Vocês são insignificantes e fracos, são insetos que eu vou esmagar. Eu já me cansei de vocês, como ousam me causar tantos problemas? Mas eu serei benevolente quando matar cada um, até porque, vocês deveria se sentir honrados, vão morrer pelas mãos do grande Anti Monitor, é mais do que vocês conseguiriam na vidinha medíocre que levam.

—Eu acho que você fala demais! –Clark avançou na direção do Anti Monitor, mas foi repelido por um raio negro que saiu de suas mãos, em seguida todos os heróis começaram a ataca-lo, enquanto Bruce e sua prima, Diggle e eu matávamos o restante do exército dele e protegíamos Sara que estava com a arma.

Eu conseguia perceber pelo canto do olho que os outros heróis não estavam se saindo tão bem, eles conseguiam desferir alguns socos no Anti Monitor, mas nada que o abalasse realmente.

Lutávamos com tudo o que tínhamos, essa era literalmente a luta das nossas vidas e eu senti que estávamos perto de perde-la assim que eu vi a Mulher Maravilha ser jogado ao longe por uma rajada e cair desmaiada.

—Eles não vão conseguir sozinhos, precisamos tentar ajudar! –Todos concordaram com o meu comando e tudo o que eu consegui ver antes de atacarmos, foi Sara posicionando a arma nas costas dela.

O ataque conjunto conseguiu derrubar o Anti Monitor, mas ele logo se reergueu e lançou raios em nossa direção, caímos como patinhos desengonçados e eu senti cada pedacinho do meu corpo gritando, ele era forte demais e nós não tínhamos poderes, não conseguíamos lidar com os ataques dele como os outros.

Arthur, Billy e Clark também já estavam muito fracos e eu me desesperei quando vi o Anti Monitor agarrar o Superman pelo pescoço, ele começou a sufoca-lo, mas no último momento dois borrões vermelho e roxo apareceram e o jogaram pra longe.

Nora e Barry deveriam ter usado tudo o que restava para fazer aquele passe, pois logo em seguida desabaram atrás de uma pedra e eu vi quando a garota simplesmente desmaiou.

Eles estavam vivos, isso era tudo o que importava!

—Já chega, eu me cansei de vocês!

O Anti Monitor estava se preparando pra algo grande, algo que seria capaz de matar a todos nós, eu sabia disso. Olhei pros lados e vi Diana e Nora desmaiada, Barry tão fraco que nem conseguia levantar a cabeça, Bruce e Batgirl se erguendo com dificuldade e indo em direção ao Anti Monitor assim como Billy, Arthur e Clark, todos estavam muito machucados. Diggle estava longe de mim, totalmente desorientado e Sara estava desmaiada ao meu lado com um talho enorme da cabeça.

Me levantei com dificuldade e retirei a arma das costas dele, o Anti Monitor estava distraído com todos os outros, não estava prestando atenção em mim.
Segurei o aparelho pesado em minhas mãos e respirei fundo, tudo o que vinha a minha mente eram as palavras do Monitor!

“Eu queria poder ter outra resposta, mas eu vi, você morre e isso é inevitável”

Eu sabia que isso iria acontecer e tudo bem, minha família ficaria bem, meus amigos sairiam daqui vivos.

Meus filhos teriam a chance de crescer e Felicity disse que daria um jeito de me encontrar e por Deus, se tinha alguém capaz de fazer isso, essa pessoa era ela.
Nós nos encontraríamos de novo, eu tinha fé nisso!

Com a imagem dela na minha mente, respirei fundo e mirei no Anti Monitor.
—Oliver, não!

Escutei a voz do Diggle ao longe, mas era tarde demais, atirei contra aquele monstro e respirei aliviado quando percebi que ele foi atingido em cheio.

Eu não saberia explicar o que estava acontecendo comigo, senti como se estivessem arrancando a minha alma do corpo e então mirei as estrelas, consegui ver a minha mulher nelas.

Aquela foi a última coisa que eu vi!
...

POV DIGGLE

Estávamos fracos, cansados, machucados, não tínhamos mais tempo e muitos já estavam abatidos, eu estava tentando me levantar, mas havia batido a cabeça e estava muito zonzo.

Eu sabia que estávamos prestes a morrer, nenhum de nós aguentaria a próxima rajada do Anti Monitor, nem os mais poderosos. Busquei Oliver entre os escombros, ele sempre sabia o que fazer, mas me desesperei assim que o vi.

Meu amigo estava de pé, com a arma apontada na direção do Anti Monitor.

—Oliver, não!

Tentei gritar, mas minha voz estava muito fraca e não saiu tão alta, eu me ergui com dificuldade e comecei a me arrastar pra perto dele na esperança de conseguir impedi-lo, mas eu fui lento demais.

Ele atirou e uma enorme bola de energia escura atingiu o peito do Anti Monitor em cheio, isso foi o que bastava para enfraquece-lo. Depois disso todos os heróis atacaram, principalmente o Superman, ele estava tão furioso que seria impossível pará-lo.

Quando o Anti Monitor finalmente caiu, Arthur pulou em cima dele e arrancou seu coração.

Era isso, estava acabado!

Eu não conseguia me sentir feliz, não conseguia me sentir exultante por termos ganhado, o mundo estava salvo, mas a um preço muito caro pra mim. Tive medo de olhar pro lado, eu não queria ver, porque se eu visse, então se tornaria real.

Ainda sem olhar pra cima, me arrastei até onde eu sabia que Oliver estava e conforme eu me mexia pude perceber o silêncio tomando conta do lugar, quando ergui os olhos, percebi que todos olhavam na mesma direção, -principalmente Barry que chorava baixinho- e eu soube que as minhas esperanças estavam acabadas.

Senti as lágrimas chegando aos meus olhos e quando finalmente toquei a mão do meu melhor amigo, do meu irmão, elas estavam geladas. Oliver estava com os olhos abertos, como se estivesse olhando as estrelas, mas eu sabia, eu sabia que ele já não via mais nada.

Realmente estava tudo acabado, meu melhor amigo havia partido...

Oliver Queen estava morto!


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Notas finais do capítulo

Eu só tenho uma coisa a dizer, esse não é final!!!!!
Final esse que inclusive está praticamente pronto, então a postagem dele só depende de vocês!!!

Quanto mais reviews esse cap tiver, mais rápido eu posto o último cap da fanfic, tá na mão de vocês, embora eu saiba que só vou receber ameaças de morte kkkkkkkkk....
Eu sei que muitos tem o costume de ler e sair da história, mas eu peço que não façam isso porque deu muito trabalho pra fazer esse capítulo, como eu disse precisei estudar todos os quadrinhos, montar uma história coerente, então não custa nada dar essa força né? É muito injusto e desanimador se esforçar tanto em um capítulo e ninguém aparecer, então eu peço que tenham essa consideração comigo, por favor!!!

Beijooos!!!!