Heroes Never Die escrita por Ciin Smoak


Capítulo 1
Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores, olha quem é? Isso mesmo, a cara de pau que demora pra postar capítulo na fanfics que já tem e está aqui postando outra kkkkkkkkk...
Enfim, quem me segue no twitter sabe que esse fim de arrow está me deixando muito desgostosa, principalmente essa "suposta" morte do Oliver no final da série e eu percebi que muitas pessoas estavam se sentindo dessa maneira também, então eu pensei "por que não?"

Aqui está uma fanfic mostrando o final de Arrow segundo a minha visão, ou seja, vocês vão ver que tem elementos aqui que estão como na série, mas muitas coisas não aconteceram lá, são ideias minhas, esse é o MEU final...
Tentei colocar aqui a maneira como eu queria que a série acabasse dividida em três capítulos e espero muito que você estejam aqui comigo em mais essa jornada....

Eu quero dedicar esse primeiro capítulo pra Gabi Galdino, minha friend lá do tt, foi aniversário dela e esse aqui é o meu presente, espero que você goste xuxu!!!

Enfim, sem mais demoras, vamos ao primeiro capitulo!!!
Ps: Leiam as notas finais, por favor!!!!



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—AI MEU DEUS!

Felicity estava gritando e se retorcendo, seu rosto havia virado uma poça de suor, mas mesmo assim ela não aceitava perder as forças, eu queria poder ajuda-la a trazer o nosso bebê ao mundo, mas infelizmente tudo o que eu podia fazer era ficar ao lado dela e deixa-la apertar a minha mão até quase sentir os meus ossos estalando.

Estávamos em uma casa longe de Starling City, na verdade, ela ficava a quase duas horas de distância de Chicago e era o local perfeito, perto o suficiente pro caso de se precisar ir buscar suprimentos ou algo com urgência na cidade e longe e escondida o suficiente pra não chamar a atenção de ninguém, fora que o sistema anti rastreio que Felicity havia implementado no local deixava tudo ainda mais seguro.

Felicity não queria ir embora, mas eu consegui convence-la, era perigoso demais que ela ficasse por perto, perigoso demais que os nossos inimigos descobrissem sobre a gravidez, eu já me preocupava constantemente com William longe da minha proteção, não podia me arriscar a perder completamente o foco pensando se minha mulher e minha filha estariam seguras sempre que eu saísse de casa.

Eu a havia deixado ficar por perto até os seus quase seis meses de gravidez, conseguimos disfarçar a protuberância na barriga dela com roupas mais largas, mas no momento em que eu percebi que não conseguiria mais esconder isso de todos, eu a fiz ir embora. John me ajudou a conseguir essa cabana no meio do nada e a equipamos com tudo o que ela precisaria para passar pelos últimos meses de gravidez.

Como eu não podia ficar com Felicity, contratei uma enfermeira para ficar com ela durante todo esse tempo, assim ela não estaria sozinha e teria alguém para ajuda-la em qualquer coisa, isso não era o ideal, eu é que deveria estar aqui o tempo todo.

Mas infelizmente eu não podia!

Eu precisava deter o novo círculo, depois de tudo o que eu havia descoberto, percebi que Emiko não era nada mais do que um peixinho pequeno dentro dessa confusão, essa maldita organização era muito maior e mais perigosa do que eu pensava e eu sabia que enquanto não conseguisse detê-los, minha família nunca estaria segura.

Mas será que algum dia eles estariam seguros? Eu sabia que mesmo se derrotasse o nono círculo, ainda apareceriam outras ameaças, no fundo eu sabia que nunca iria conseguir garantir completamente a segurança deles.

Mas isso não me impediria de tentar!

Os números dos avós do William e o dele próprio sempre caiam na caixa postal e depois de um tempo passaram a constar como desligados, eu sabia que talvez essa fosse a tentativa deles de dar uma vida normal pro meu filho e por mais que me doesse extremamente, eu estava tentando não interferir, apesar é claro, de sempre saber como ele estava, sempre zelar pela segurança dele, mesmo que de longe.

Já Felicity, bem, eu sabia que o time não aceitaria muito bem qualquer desculpa que eu desse para o sumiço dela, então havia optado por falar uma meia verdade. Eu aleguei que havia mandado Felicity pra longe, pra um lugar escondido, pois agora que nós sabíamos que a amiga dela, Alena, havia copiado o arquivo raíz do Archers que consequentemente havia sido roubado pelo nono círculo, Felicity seria a única pessoa que poderia voltar a destruí-lo e por isso é óbvio que eles tentariam mata-la.

Todos aceitaram bem a ideia, apenas John sabia da verdade e é claro que Felicity continuava nos ajudando no que era possível, mas não era a mesma coisa sem ela ao meu lado. Da última vez que eu a havia visto ela tinha uma pequena protuberância na barriga, agora, estava prestes a dar a luz a nossa filha.

Mia!

Eu já a amava tanto e ainda nem havia visto o rostinho dela, meu maior sonho era conseguir parar essa guerra com o nono círculo e poder trazer as duas de volta pra casa, buscar o William e então finalmente ser uma família feliz.

Mas eu sabia que isso nunca aconteceria!

Eu havia feito uma promessa ao Monitor e eu sabia que em breve chegaria o momento de pagar o preço prometido ao destino, não me restava mais muito tempo, por isso eu estava tentando deixar tudo encaminhado para que minha família não sofresse tanto quando eu já não estivesse aqui.

Fui tirado dos meus devaneios por um grito alto de Felicity e me foquei em seu rosto rapidamente, ela estava começando a enfraquecer e Marta, a enfermeira, tentava estimula-la dizendo que ela estava indo bem, que ela já conseguia ver a nossa filha e que se Felicity fizesse um pouco mais de força, logo isso tudo acabaria.

Eu me aproximei ainda mais dela tentando lhe passar segurança e torci para que isso acabasse logo, pois estava doendo em mim ver a dor que ela estava sentindo.

—Eu te amo demais!

—Eu também te amo demais, mas vou amar mais ainda quando esse bebê sair de dentro de mim!

Foi impossível não rir baixinho diante da colocação dela, mas eu logo senti o meu coração inchar quando escutei um chorinho fraco preenchendo o quarto, Felicity deitou a cabeça no travesseiro parecendo esgotada e a enfermeira pegou a nossa filha e saiu rapidamente do quarto para limpa-la.

—Ei, está tudo bem agora, você conseguiu! –Ela sorriu, ainda de olhos fechados e senti o aperto em minha mão dolorida afrouxar.

—Não Oliver, nós conseguimos, eu não teria conseguido sem você!

Eu acariciei o seu rosto de leve, mas antes que eu pudesse responde-la, Marta voltou ao quarto com um pacotinho rosa nos braços, Felicity se ergueu pelos braços no mesmo momento e a mulher colocou a nossa filha em seu colo.

Ela era linda e dormia como um anjo, tão pequena e tão perfeita, Felicity chorava emocionada e eu estava tendo que respirar fundo para controlar a emoção. Eu tinha dois filhos agora e daria a minha vida por eles.

Me lembrei da vez em que em meio a uma discussão, minha mãe me disse que existiam poucas coisas que os pais não fariam pelos filhos, apesar de tudo, hoje eu finalmente conseguia entender a colocação dela, eu faria qualquer coisa pelos meus filhos, mesmo que isso me custasse tudo.

—Por que você não me entrega ela agora, Felicity? Logo logo ela vai acordar chorando por estar com fome e você vai ter que amamentar ela, mas agora você precisa descansar, pelo menos um pouco ou vai acabar ficando exausta demais. –Marta tinha um tom maternal ao falar com Felicity e olha que ela nem parecia ser muito mais velha que a minha esposa.

Felicity entregou a nossa bebê e se aconchegou no travesseiro rapidamente.

—Tá bom...Eu só vou dormir...dormir... dez minutos! –Sorri ao perceber que ela nem sequer havia conseguido completar direito uma só frase antes de adormecer, ela estava realmente exausta.

Achei que esse seria o melhor momento para ligar para o Diggle e contar a novidade, mas ao mesmo tempo eu não queria deixa-la. Marta, parecendo perceber o meu dilema, logo se aproximou de mim e cochichou.

—Se você precisar deixa-la um pouco, não se preocupe. Eu cuido da Mia e dela, assim que a bebê acordar, vou ajudar a Felicity a amamentar e quando a pequena adormecer novamente, vou levar a sua esposa até o banheiro e ajudá-la a se limpar, está tudo sob controle, não se preocupe! 

Abri um sorriso de gratidão na direção da mulher a minha frente e depositei um beijo na testa da minha esposa antes de sair do quarto, não sem antes dar uma última olhada na nossa filha, obviamente.

Caminhei para fora da casa rapidamente e retirei o celular do bolso, estava discando o número do Diggle enquanto descia as escadas, mas no momento em que eu estava prestes a apertar a tecla verde percebi uma movimentação perto das árvores e retesei o corpo rapidamente.

Guardei o celular no bolso e comecei a seguir naquela direção com a maior cautela possível, será que haviam descoberto esse lugar? Será que haviam me seguido? Isso não era possível!

Eu não sabia quem era ou o que queria, mas eu podia afirmar que não passaria por mim, eu não permitiria que ninguém fizesse nenhum mal pra minha família. Continuei caminhando o mais silenciosamente possível, mas no momento em que cheguei a um pequeno espaço gramado que ficava atrás das árvores, estaquei imediatamente.

—É uma escolha interessante de lugar, as florestas da Terra são realmente fascinantes! –Ele se virou pra trás e me encarou com os olhos astutos enquanto eu continuava calado. –O que? Você não esperava que eu fosse aparecer por aqui? Você sabia que eu iria voltar, temos um acordo, Arqueiro Verde!

Eu precisei me encostar na árvore atrás de mim e somente depois de alguns segundos respirando é que consegui encontrar minha voz.

—Eu sei bem do nosso acordo e não pretendo descumpri-lo. Você sabe muito bem disso, Monitor! –Ele deu o que parecia ser o fantasma de um sorriso e se aproximou de mim.

—Você esperava que pudesse ter um pouco mais de tempo antes de tudo acontecer, mas infelizmente isso não vai ser possível! Entenda, não faz parte da minha natureza gostar ou não gostar de alguém, isso é muito mundano e não cabe a quem eu sou, mas eu realmente sinto por não poder permitir que você tenha mais tempo com a sua família, tentei atrasar os eventos ao máximo, mas o Anti Monitor está quase aqui, então não temos muito tempo, precisamos nos preparar!

Ele parecia sincero ao dizer isso, mesmo que a arrogância habitual ainda estivesse presente.

—Por que quer que eu o ajude? Quer dizer, eu sei da minha promessa, mas você poderia ter me negado ou simplesmente ter me jogado pra fora daquele lugar, então, por que me aceitou?

Ele me lançou um longo olhar e em seguida se voltou para o pôr do sol a nossa frente.

—Por que você estava certo quando foi petulante o suficiente pra me desafiar, você não mentiu e enxergou a realidade. Em todos esses anos eu passei por diversas Terras e testei mais heróis do que você pode imaginar, mas nenhum deles tinha a sua coragem e o seu senso de sacrifício. Todos os heróis estavam dispostos a morrer caso fosse extremamente necessário, mas eles rezaram até o último momento pra que isso não precisasse acontecer, porque isso é da natureza humana, temer a morte, o que é uma tremenda idiotice na minha opinião! –O Monitor voltou a olhar pra mim e percebi um brilho diferente passando pelo olhar dele. –Mas não você, em nenhum momento você pensou em você mesmo ou teve medo da morte, tudo o que eu vi em sua mente foi uma tremenda vontade de que sua família ficasse bem e alegria por saber que o seu sacrifício poderia salvar todas as pessoas.

Todas aquelas palavras pesaram em mim de uma maneira única, ele estava querendo dizer...

—Que você é o mais estranho dos humanos, Oliver Queen e tome isso como um elogio! –Me limitei a revirar os olhos e me aproximar dele.

—Vamos combinar uma coisa, sem ler a minha mente, pode ser? Isso é realmente muito irritante! –Ele gargalhou alto e eu me espantei ao ver a cena diante de mim.

—Você deve ir ficar com a sua família, acho que você possui pontas soltas a serem arramadas. Amanhã antes do sol nascer eu estarei aqui pra te buscar, então faça um bom uso do seu tempo.

Senti a minha garganta se trancando e tudo o que vinha à minha mente era “eu só tenho mais um dia?”

—Eu sei e sinto muito, mas é mais do que muita gente teve! –Levantei a cabeça e o encarei por alguns segundos, ele me lançou um último olhar e se virou de costas. –Ah, a propósito, essa foi a última vez! –Ele deu um toque na própria cabeça para mostrar que era a última vez que estava lendo a minha mente e em seguida ele não estava mais lá.

Simples assim!

Ele não abriu um portal e nem se tele transportou, ele não fez nada, ele simplesmente sumiu, como se nunca tivesse estado ali.

...

Fiquei ali naquele lugar por alguns minutos, simplesmente admirando o pôr do sol, doía saber que esse seria um dos últimos que eu veria e doía ainda mais saber que eu não tinha mais tempo pra buscar o meu filho e dar um último abraço nele. Felicity e Mia ainda estavam ali, a poucos passos de distância, mas William não, eu não possuía mais tempo pra tentar consertar as coisas ou pra dizer que o amava e eu não podia pedir pra Felicity dizer isso, pois ela desconfiaria imediatamente.

De cabeça baixa, caminhei rapidamente de volta à casa e quando entrei no quarto foi impossível não sorrir com a cena, Felicity estava amamentando a nossa filha pela primeira vez e chorava com tanta emoção que era quase que impossível não começar a chorar também.

—Nós vamos cuidar de você Mia, seu pai e eu, vamos cuidar de tudo e em seguida vamos buscar o William, o seu irmão, nós vamos ser uma família feliz, você vai ver! – Lágrimas grossas escorreram dos meus olhos ao escutar aquelas palavras da boca da minha esposa, pois eu sabia que faria de tudo pra que eles fossem felizes, mas infelizmente eu não faria parte dessa felicidade. –Ei, você está aí a quanto tempo? –Ela me encarava com aquela expressão de curiosidade que fazia ela franzir a testa de um jeito adorável.

—Acabei de chegar, mas e então, como ela está? –Caminhei até elas rapidamente e me sentei na cama, passando o braço ao redor das duas antes de beijar a testa da minha mulher.

—Ela me parece bem, estava com bastante fome, mas agora já está dormindo de novo. –Ela se voltou em minha direção e arrumou a blusa logo depois de tirar a nenê do seu seio. –A Marta está preparando o meu banho, enquanto eu estiver lá dentro, você quer segura-la? Pra você sabe, vocês se conhecerem melhor! –Foi impossível não dar risada do jeito de menina dela que nunca ia embora e com um aceno de cabeça, eu me ajeitei melhor na cama e estendi os braços na direção daquele pacotinho.

Felicity depositou a nossa filha em meus braços com todo o cuidado e por alguns segundos se limitou a nos olhar, eu estava prestes a perguntar o que ela estava pensando quando Marta apareceu com uma toalha nas mãos.

—Vamos? –Ela assentiu e a mulher a ajudou a sair da cama e juntas caminharam até o banheiro, porém, antes de entrar, Felicity se virou em minha direção novamente e percebi que agora ela ostentava um sorriso radiante no rosto.

—Mal posso esperar pra ver você ensinando ela a atirar com o arco e flecha quando ela for mais velha!

Acho que de todos os momentos da minha vida, aquele foi o que eu mais senti vontade de chorar, porque eu sabia que esse dia nunca chegaria, eu não a veria crescer, eu não estaria aqui pra cuidar dos meus filhos.

—Eu mal posso esperar por esse dia também! –Ela parecia tão cansada, que nem sequer notou o tom embargado da minha voz e eu agradeci por isso.

Felicity entrou no banheiro e eu me limitei a admirar o rosto da minha filha por alguns minutos, ela era tão linda, com as mãozinhas gordinhas e as bochechas rosadas, eu sei que todos os pais dizem a mesma coisa, mas a minha filha era a bebê mais linda do mundo.

Me certifiquei de que ela estava bem coberta e então caminhei para fora do quarto, percebi que não estava ventando do lado de fora, então fui com ela até a varanda e comecei a dividir o meu tempo entre admirar as estrelas e admira-las.

—Você sabe que eu sinto muito, não sabe? Eu queria poder estar aqui pra te ver crescer, pra poder te ensinar a atirar com arco e flecha e pra ameaçar o seu primeiro namorado porque é óbvio que você vai ser boa demais pra qualquer garoto. Eu queria estar aqui pra te confortar quando você sentir medo do escuro e pra te abraçar caso você tivesse medo de tempestades, eu queria estar aqui pra brigar com a sua mãe por te dar doces demais e queria estar aqui pra poder chegar em casa e observar o William ninando você, mas eu não posso. –Acariciei o seu rostinho e a apertei um pouco mais junto a mim. –Você sabe que ficaria aqui se eu pudesse, não sabe? Se eu tivesse qualquer outra escolha, eu não iria, mas eu não posso simplesmente não ir, preciso fazer isso por vocês. Eu não posso escolher ficar ao lado da minha família e deixar o mundo inteiro sofrer por isso justamente porque eu quero que você e seu irmão cresçam em um mundo melhor, um mundo de esperança e não um mundo onde tudo o que existe de bom se foi.

A essa altura eu já chorava copiosamente e tinha que tomar cuidado para que as lágrimas não caíssem no rostinho dela.

—Eu te amo, por favor, nunca se esqueça disso, ok? Eu sei que você não vai ter nenhuma lembrança de mim, mas eu espero que te contem o quanto eu te amei. A verdade é que você, sua mãe e seu irmão são tudo pra mim e eu amo vocês de maneira extrema e incansável, vou amar vocês até o momento da minha morte e se houver vida depois disso, vou amar vocês lá também!

Ela agarrou o meu dedo com a sua mãozinha gordinha e mesmo que ainda estivesse dormindo, ela sorriu. Talvez aquele fosse o modo que o destino havia encontrado pra me falar que ela já me amava também.

Fiquei ali por mais alguns minutos e assim que consegui me controlar, voltei pra dentro da casa. Felicity já estava ali sentada na cama e eu caminhei até ela e entreguei a nossa filha, Marta já havia ido dormir, portanto eu deixei as duas sozinhas e segui na direção do banheiro.

Durante o meu banho tentei não pensar em nada, tentei não pensar que essa noite seria a última, eu simplesmente tentei imaginar que eu só iria viajar e que quando tudo isso acabasse eu iria buscar a minha família.

Assim que saí do banheiro percebi que Felicity estava cansada de segura-la, pois apesar dela ser extremamente pequena, ela ainda estava exausta devido a todo o esforço que fez durante o parto.

—Acho melhor deixa-la dormir no berço, o que acha? –Felicity acenou com a cabeça parecendo agradecida e eu me limitei a pegar a nossa filha e coloca-la deitada no berço.

Me certifiquei mais uma vez de que ela estava bem coberta e assim que fechei o mosqueteiro, caminhei na direção da minha esposa, Felicity sorriu e assim que eu me sentei ao seu lado, ela se aninhou em meus braços.

—Esse definitivamente é o segundo melhor dia da minha vida! –Eu sorri e acariciei os seus cabelos antes de aconchega-la melhor contra mim.

—E qual é o primeiro?

—O dia em que eu e você estivermos ao lado da Mia e do William, na nossa casa, descansando depois de mais um dia trabalhando contra o crime, esse vai ser o meu dia favorito, quando toda a nossa família estiver junta! –Eu beijei os seus cabelos e em seguida depositei um leve beijo em seus lábios, ela correspondeu no mesmo momento, mas logo em seguida se afastou de mim com o cenho franzido. –Oliver, tem alguma coisa que você quer me contar?

Eu neguei com a cabeça rapidamente enquanto tentava passar uma expressão serena pelo rosto.

—Não, por que? Se você está perguntando algo sobre o nono círculo, você sabe que eu não sei, eles estão a quase dois meses sem fazer nada, então é provável que estejam se preparando pra fazer algo grande, mas enquanto não descobrimos o que é, tudo o que podemos fazer é nos preparar da melhor forma possível e torcer pra estarmos prontos.

Ela revirou os olhos e me cutucou várias vezes antes de voltar o olhar inquisidor pra mim novamente.

—Você sabe que não é disso que eu estou falando! –Foi a minha vez de revirar os olhos e sorrir, eu sabia que não conseguiria mentir pra ela, então optei por uma meia verdade, algo que a acalmaria o suficiente pra não sair por aí me procurando quando eu sumisse com o Monitor, mas longe da verdade que a deixaria desesperada e tentada a me impedir a qualquer custo.

—O Monitor me procurou hoje! –Ela arregalou os olhos e se sentou ereta rapidamente, o que não pareceu ser uma boa ideia, porque ela fez uma expressão de desconforto.

—O Monitor? Tipo o Monitor, Monitor? Aquele cara que matou um monte de heróis e que no fim de tudo você conseguiu convence-lo a nos ajudar? –Eu me limitei a assentir e isso pareceu deixa-la ainda mais preocupada. –Oliver, o que ele queria com você?

Dei de ombros e tentei fazer a expressão mais relaxada o possível.

—Ele disse que a cada dia que passa o Anti Monitor se aproxima mais, então ele precisa que eu vá com ele em outras Terras procurar ajuda de outros heróis. –Ela concordou parecendo entender a minha tarefa, mas mesmo assim a preocupação não deixava os seus olhos. –Sendo assim, eu vou sumir por um tempo, então preciso que você não surte de preocupação achando que eu fui sequestrado e ligue amanhã pro Diggle explicando tudo porque é provável que eu não tenha tempo de fazer isso!

—Como assim não vai ter tempo? –Eu acariciei a sua testa, até que aquela ruga de preocupação sumisse dali e em seguida segurei a sua mão em um aperto firme.

—O Monitor disse que vai estar aqui pra me buscar amanhã bem cedo, então...

Ela me abraçou com força e eu percebi que algumas lágrimas escorreram dos seus olhos. –Você só vai buscar ajuda, não é? Nada perigoso!

Eu odiava mentir pra ela e sabia que ela provavelmente ficaria decepcionada ao saber que eu estava mentindo de novo, mas eu não tinha escolha, se eu contasse a verdade, ela tentaria me impedir e poderia se machucar no processo, nossa família poderia se machucar, Barry e Kara poderiam se machucar.

—É claro, só vou buscar ajuda, vai ser tranquilo, eu acho! Eu só não posso dizer o mesmo da batalha contra o Anti Monitor, mas você sabe, é uma guerra e as vezes as pessoas morrem lá.

—Você não vai morrer, vamos estar juntos o tempo todo, como sempre foi! –Eu a olhei profundamente e como se ela pudesse ler a minha alma, começou a negar com a cabeça rapidamente.

—Você sabe que não pode estar comigo dessa vez, preciso que você fique aqui em segurança com a Mia.

—É claro que não, você precisa de mim lá, eu...

—Eu preciso que você fique segura, Felicity! –Uma lágrima escorreu pelos olhos dela e seu lábio inferior tremeu, eu senti o meu coração se apertando ao ver aquela cena, mas eu sabia que era necessário. –O que eu vou fazer se algo te acontecer? Se algo acontecer a nós dois? Quem vai cuidar da Mia? Quem vai trazer o William de volta pra casa e cuidar dele? Além do mais, você não precisa se preocupar, é uma guerra sim, mas em quantas guerras eu já estive? Muitos já tentaram me matar e nenhum conseguiu, agora não vai ser diferente, eu vou voltar pra casa, mas quero que você fique aqui por segurança, assim eu vou me sentir mais tranquilo quando for entrar em ação.

Apesar de contrariada, ela pareceu entender o peso das minhas palavras e mesmo com o lábio inferior ainda tremendo, ela fez uma força tremenda para conter qualquer lágrima e assentiu rapidamente.

—Você está certo, você não vai morrer, você já enfrentou coisas piores, já enfrentou a própria morte e voltou, você vai voltar agora e nós vamos ficar bem!

Eu me limitei a assentir e sorrir e ela me abraçou com força, eu apertei o seu corpo contra o meu na mesma intensidade e me permiti sentir aquele encaixe perfeito dos nossos corpos por uma última vez.

—De 0 a 10, o quanto você me ama, Oliver? –Eu ri baixinho e sorri, somente ela conseguia me fazer sorrir com tanta facilidade.

—Isso aí ainda são os seus hormônios da gravidez te deixando carente? –Ela assentiu contra o meu peito enquanto ria baixinho e eu levei uma mão até o seu queixo e o ergui até que o seu olhar se encontrasse com o meu. –Eu amo você Felicity Smoak Queen, 220 de 10.

—Uau, isso é muita coisa, eu também te amo muito e vai ser assim pelo resto da minha vida!

Eu beijei os seus lábios com força uma última vez e a aconcheguei contra o meu peito, eu pensaria nela quando estivesse morrendo, assim como foi com Ra's al ghul, eu pensaria nela quando estivesse prestes a fechar os olhos pra sempre.

—Durma agora, você precisa descansar!

Ela nem sequer me escutou, já estava ressonando baixinho e eu sorri enquanto me permitia fechar os olhos e aproveitar o nosso contato.

Dizer que eu dormi seria uma grande mentira, passei a maior parte da noite acariciando os cabelos da Felicity e zelando pelo seu sono, me levantei quando eram quase quatro horas da manhã e Mia começou a chorar. Com calma, a tirei do berço e a levei pra fora do quarto, ela pareceu se acalmar um pouco perto de mim, mas logo voltou a espernear e eu percebi o que era aquilo, fome.

Marta abriu a porta do seu quarto quase que imediatamente assim que eu passei por ele e pegou a bebê dos meus braços, ela havia tirado leite da Felicity pra não precisar acorda-la essa noite pra amamentar, afinal ela estava exausta demais, mal conseguia andar.

—Não se preocupe senhor Queen, eu vou amamentar ela e já já coloco ela de volta no berço! –Eu assenti rapidamente e a observei entrar no quarto com a minha filha.

Caminhei até a sala e me sentei no chão em frente a mesa de centro, peguei uma folha de papel e uma caneta e comecei a escrever. Eu não podia contar pra Felicity o que eu estava prestes a fazer, mas eu queria que ela tivesse uma explicação quando eu não estivesse mais aqui, porque eu não poderia simplesmente deixa-la pensar que eu morri em ação, eu sei que assim talvez fosse mais fácil do que aceitar que eu havia dado a minha vida voluntariamente, mas eu simplesmente não podia mentir.

Fiquei ali naquela mesma posição por mais de uma hora escrevendo e quando finalmente consegui achar todas as palavras pra colocar o que eu estava sentindo nos papéis e terminei a carta, percebi que faltava pouco para o sol nascer.

Me levantei rapidamente e coloquei as quatro folhas dentro de um envelope que encontrei, em seguida fui até o quarto da Marta e bati levemente na porta. Ela saiu de lá alguns minutos depois com o rosto inchado de sono e eu sorri em sinal de desculpas.

—Sinto muito por te acordar Marta, sei que você também está cansada, mas eu preciso de um favor! –Ela assentiu levemente e fez uma expressão curiosa.

—Aconteceu alguma coisa com a Felicity ou com a nenê? –Neguei rapidamente e entreguei o envelope pra ela.

—Elas estão bem, é que eu estou de saída e preciso que você entregue essa carta pra Felicity! –Uma expressão estranha cobriu o rosto dela e ela pegou o envelope das minhas mãos.

—Você quer que eu entregue pra ela quando ela acordar? –Eu percebi que ela já sabia a minha resposta.

—Não, eu preciso que você entregue essa carta caso uma notícia ruim chegue aqui, acho que você sabe que tipo de notícia! –Ela pareceu preocupada por um momento, mas logo uma expressão de compreensão tomou o seu rosto e ela assentiu rapidamente.

—É claro senhor Queen, farei o que me pediu!

—Obrigada, Marta!

Ela sorriu e em seguida fechou a porta do quarto, eu respirei fundo e depois disso caminhei rapidamente para o lugar onde as duas mulheres da minha vida estavam e fiquei ali parado na porta do quarto por alguns minutos, apenas admirando as duas.

Troquei de roupa rapidamente e coloquei o meu uniforme, o meu arco e as minhas flechas em uma enorme bolsa preta. Quando terminei tudo ergui a cabeça e percebi que o Sol estava nascendo.

Meu tempo aqui havia acabado!

Me aproximei de uma Felicity adormecida e beijei os seus lábios, tentando colocar todo o meu amor naquela simples contato.

—Espero que você possa me perdoar um dia e cuide do William, por favor! –Sussurrei em seu ouvido com a voz embargada e me levantei rapidamente para ir até o berço da minha filha.

Acariciei o seu rostinho e ela pareceu satisfeita com o contato, pois a sua boquinha fez um biquinho adorável.

—Você vai ser feliz, eu prometo. Vai ficar tudo bem, meu amor!

Eu sabia que não poderia olhar pra trás, então saí do quarto rapidamente e caminhei até a pequena clareira, quando cheguei lá, o Monitor já estava me esperando.

—Bem na hora, precisamos ir atrás de Clark Kent! –Franzi o cenho em confusão e me aproximei dele.

—Por que precisamos ter esse trabalho pra busca-lo? Ele já está do nosso lado! –Ele me lançou um olhar de “você ainda não entende, não é?” e esticou uma foto em minha direção.

—Nós não vamos atrás do Clark Kent que você conhece, vamos atrás do Clark Kent da Terra 2. Ele está mais velho agora, mas ainda é o herói mais poderoso da Terra dele e vai ser de muita ajuda! 

Eu assenti rapidamente e ele pareceu satisfeito, em seguido segurou o meu braço com força e eu me senti sem peso por alguns segundos, como se toda a massa do meu corpo tivesse sido dissolvida a nada.

Quando voltei a me sentir normal, percebi que estávamos em uma fazendo quase que idêntica à fazenda do Clark que eu já conhecia.

Me lembrei da carta que havia escrito para Felicity, eu havia tentado passar tudo o que estava sentindo naquelas quatro folhas de papel amareladas, cheias de rasuras e marcas de lágrimas dos momentos em que eu não consegui me segurar, com uma caligrafia grotesca e com todo o meu coração. 

Olhei na direção do Monitor e percebi que ele me aguardava, então me empertiguei rapidamente e assumi o comando daquela operação. 

—Bom, vamos lá!

 

 

 

 

 

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Link da carta que o Oliver deixou pra Felicity: https://twitter.com/Cinthya_Queen/status/1124807938592391173


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Notas finais do capítulo

E então meus amores, o que acharam? Eu sei que eu chorei escrevendo esse capítulo e eu espero que vocês também chorem né? Porque isso significa que eu consegui atingir o coração de vocês kkkkkkkkkkkk...
Eu deixei o link da carta que o Oliver escreveu pra Felicity e espero que vocês sintam tudo o que ele sentiu ao escrever a carta ao perceberam as pequenas tremulações na caligrafia, as rasuras e as palavras manchadas com as lágrimas dele no momento em que ele não conseguiu se segurar, espero que vocês se emocionem tanto quanto eu me emocionei!!!

Mas eu preciso dizer pra não se preocuparem, tudo bem? Esse aqui é o meu final e eu não aceito nada menos do que um final feliz pro nosso casal!!!!

Enfim, comentem (pelo amor de Deus), me digam o que vocês acharam, não me deixem aqui abandonada e jogada as traças, pode ser? kkkkkkkk
Ps: Notaram que o Clark de Smallville vai aparecer na Fanfic??

Até o próximo cap, beijoos!!!!