Última Linhagem dos Morgenstern escrita por Kerolin329


Capítulo 15
14- O Preço das Minhas Escolhas




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{Capítulo Revisado e Editado Dia 22/12/2019}

Point of View Clarissa Morgenstern

1 Mês Depois

            Já deve ter se passado 1 Mês desde que eu estou nessa cela. Todos os dias são iguais. Primeiro eles me torturam, depois me alimenta, se é que eu posso chamar pão e água de comida, e depois fico sem fazer nada até dormir e tudo começar de novo.

            Eu sinto tanta saudade do meu Jon, ele me fazia feliz. Todos os dias que eu passei presa aqui nessa cela eu só lembro dele, as lembranças dele não me faz desistir de tudo, ele me dá forças, mesmo tão longe de mim, eu só queria ter ele aqui, mas eu sei que ele acha que eu estou morta. Todos os dias ouço os guardas dizerem que ele invadiu mais um instituto e matou mais pessoas. Será que ele está assim por minha causa? Eu queria abraçar ele, beijar ele e dizer o quanto eu o amo, queria ouvir ele falar que vai ficar tudo bem. Todas as noites eu choro de saudades e culpa, choro pela tortura que sofro. Eu sinto culpa, porque tudo isso está acontecendo por minha causa, eu falei para nós virmos para Nova York, eu disse que ninguém ia nos achar, porém, nos acharam. Ele falou para irmos para Praga, eu devia ter falado “sim, vamos pra Praga”, mas ao invés disso eu disse: “Não! Vamos pra Nova York, ninguém vai nos achar lá”, e eu estava errada. Eu destruí as nossas vidas. Agora eu estou presa e ele está por aí matando pessoas e invadindo institutos, o que só faz pior a situação dele com a Clave. É tudo culpa minha.

               Minha culpa...

               Tudo minha culpa...

              Tudo é minha culpa.

            Eu me lembro de quando cheguei aqui.

1Mês atrás

A escuridão me engoliu por completo e tudo que eu sentia era dor, muita dor. Eu senti que era o fim, a minha vida chegou ao fim, mas não foi isso que aconteceu. Me senti sendo carregada e vozes ao meu redor, eu não conseguia me mexer, falar ou abrir os olhos.

— A flecha atingiu perto do coração dela. — A pessoa que me carregava falou desesperado.

E depois não ouvi mais nada.

Escuridão, era onde eu estava, tudo tão frio e silencioso. Medo, era isso que eu estava sentindo. Eu não queria morrer, não desde jeito.

               Jon... Como será que ele iria ficar se eu morresse? Eu não quero isso, não quero, não quero. De repente uma luz apareceu me engolindo. Senti meu corpo voltando, meus sentidos voltando, a minha consciência. Acho que eu não morri.

Senti meu corpo em cima de algo gelado, era desconfortável, acho que estou deitada em cima de pedras, não, estou deitada em um chão de pedra. Minha cabeça dói, todo meu corpo dói. Não consigo me mexer, estou tentando... consigo mexer a mão, eu quero levantar, porém tudo que consigo mexer é a minha mão. Tento, tento e tento, sinto um fio de eletricidade passar pelas minhas veias, agora sinto que posso me mexer de verdade. E estou certa! Dessa vez consigo me mexer.

Abro os olhos e tudo que vejo é um teto de pedra. Pisco várias vezes pra me acostumar com o pouco de luz que há, mexo os braços e pernas. Me sento no chão, é tudo de pedra, olho ao redor e vejo que estou em uma cela. Eu estou em uma cela!? Por que eu estou em uma cela? É claro! Estou presa. Acho que morrer é melhor do que ser presa.

Respiro fundo e sinto uma dor no meu peito, levanto a blusa e vejo um machucado, ele está com curativos. Coloco a mão nele, parece ser profundo, ele dói um pouco. Apoio uma mão no chão enquanto a outra está em cima do ferimento, e me levanto, por um segundo perco o equilíbrio, mas me apoio na parede para não cair.

A cela tem um colchão em cima de um bloco de cimento, uma pia e um pequeno banheiro, não tem janelas, tem uma grade de ferro que é a entrada da cela. Vou até lá e puxo, tento abrir, está trancada! Que saco! Eu sou uma prisioneira. Eu não quero ser uma prisioneira. Eu só quero ir pra casa ficar com meu irmão, ficar com ele e ser feliz. Como será que ele está? Será que ele conseguiu fugir como eu pedi? Será que ele acha que eu estou morta? Eu só quero ele... ele... ele, ser feliz ao lado dele, o meu amor, meu Jonathan, meu anjo negro.

Me sento no chão e fico pensando em tudo que aconteceu, que eu estava feliz e tudo acabou, fui pega e quase morri, estou sozinha aqui, não tenho ninguém e para piorar sou uma prisioneira da Clave. Bufo com esses pensamentos. Vou até a "cama" e durmo um pouco, ou pelo menos tento.

 

 

Acordo com o barulho da cela sendo aberta e depois ser fechada. Alguém entrou. Abro os olhos e vejo quem é.

É ele! É o Jon!

Eu não acredito que é ele. Será que ele veio me salvar ou também está preso? Eu estou surpresa. Ele está diferente, sua cara está seria, ele está carregando uma lâmina com ele. Ele vem andando em minha direção devagar, o que ele está fazendo?

— Jon? — o chamo.

Ele não responde, apenas caminha em minha direção.

— Jon? O que está fazendo? Por que está aqui? — pergunto meio assustada.

— Eu vim te livrar disso, Clary — ele responde com uma voz assustadora.

Rio nervosa.

— Me livrar? Como assim? — pergunto recuando.

— Vou te livrar disso meu amor, eu vou te matar.

Pelo anjo! Ele disse que vai me matar? Eu não sei o que eu faço, estou paralisada de medo e ele está se aproximando de mim.

Eu me levanto e saio correndo até o outro lado da cela. Eu estou assustada com ele, por que ele estava fazendo isso? Eu achei que ele me amasse.

— Não fuja, eu vou te livrar de ser uma prisioneira. — Ele falou com um sorriso maligno.

— Jon... Por favor pare — pedi quase em um sussurro.

Ele não parou, apenas veio na minha direção me atacando. Eu não quero lutar com ele, eu o amo e ele está tentando me matar. Ele tenta me atingir com a lâmina, mas eu desvio, eu não sei o que fazer, ele parece muito determinada em me matar. Ele tenta mais uma vez me atingir, eu dou um soco na cara dele fazendo ele dar passos para trás, eu dou um chute na sua perna e um soco na sua barriga fazendo ele cair no chão, eu não sei o que está acontecendo comigo, eu dou socos na cara dele, um atrás do outro, uma raiva me domina até que eu pego a lamina da mão dele e enfio na sua barriga, não foi apenas uma vez, acho que fiz isso várias e várias vezes até ver que ele estava morta.

Eu paro e olho o que acabei de fazer. Eu o matei? Meu Deus! Eu o matei! Como eu pude fazer isso? Ele ia me matar, é claro que apenas um iria sair vivo dessa, mas eu o matei.

 

 

 

Acordo suando frio, minha respiração está acelerada. Eu estou assim por causa do meu sonho, sonho não, pesadelo.

— É assim que você vai ser punida, essa vai ser a sua tortura: Todos os dias você vai matar ele, pode ser em sonhos ou alucinações reais, vai ser sempre assim. — Alguém disse do lado de fora da cela.

Olho atordoada para a pessoas que acabou de dizer, a Consul Penhallow que disse. Então é isso, todos os dias eu vou matar ele, essa vai ser a minha tortura por trair a Clave.

Atualmente

            E desde então todos os dias eu tenho matado ele, ele as vezes aparece querendo me matar, às vezes aparece tentando me tirar daqui ou apenas vem me ver, mas o final é sempre igual: eu sempre mato ele, não importa o quanto eu tente não fazer isso, eu sempre acabo matando ele. Isso é a pior tortura, eu tento dizer para mim mesma que não é real, mas parece, quando eu o mato eu vejo em seus olhos cheios de lágrimas e dor, a surpresa por eu o matar, e isso dói muito em mim.

            Ouvi passos vindo e logo vejo a Consul Penhallow chegar e parar em frente da cela.

            — Clarissa! Como está? — perguntou debochando.

            — Consul Penhallow! Ah, você sabe, eu estou bem, hoje matei meu irmão mais uma vez! — fingi alegria ao dizer.

            — Veja, logo você não vai precisar fazer mais isso. — disse com um sorriso.

            — Como assim? — perguntei confusa.

            — A sua pena foi definida hoje. Daqui a dois dias você será condenada à morte por sua traição, se prepare, daqui dois dias você morre. — Ela disse e depois foi embora me deixando totalmente chocada.

            Pena de morte! Eles me fizeram passar por tudo isso e vão me matar, me salvaram a 1 Mês atrás só para me torturar e me matar daqui a dois dias? Inacreditável!

            Estou em total choque com isso. Se eu soubesse que esse era o meu destino eu teria me matado de alguma forma. Sem perceber lágrimas rolaram, eu estava chorando em silêncio, sem soluços ou coisas do tipo, apenas lágrima. Queria pelo menos ver ele uma última vez antes de morrer. Nesse tempo que estive aqui recebi três visitas: Jace, ele veio dizendo que eu fiz uma péssima escolha ao ficar do lado do Jonathan, disse que eu fui burra e mais insultos, mas no fim disse que sentia muito por mim. A Izzy, ela falou que estava brava comigo por ficar ao lado do meu irmão e quebrar a perna dela, reclamou que não conseguia usar botas, fala sério! Ela reclamou, mas no fim falou que me amava e sentia muito por tudo isso. E a minha mãe, bom, ela falou que eu fui irresponsável e que eu a deixei muito preocupada quando eu sumi, disse que o meu irmão fez a minha cabeça e tudo isso era culpa dele, eu disse que eu amava ele é ela apenas falou que entendia e não podia me culpa, ela também disse que sempre estaria do meu lado, não importa o que acontecesse.

            Eu não quero morrer, mas eu não posso fazer nada, ninguém pode. A escolha foi minha de trair a Clave, de ficar ao lado do Jonathan, de matar vários nephilins, e agora chegou a hora de pagar pelas minhas atitudes.

            Soltei o ar passado que carregava. Eu parei de chorar, tinha que parecer forte nos meus últimos dias de vida, mas eu só queria ver o meu irmão, o meu amor. Eu sei que ele não sabe que estou viva, mas seria bom se ele soubesse, ele acha que estou morta, e é isso que vai acontecer em dois dias.

            Eu fiquei horas pensando em tudo, que eu ia morrer em dois dias, que nunca mais iria ver meus amigos, minha mãe e Luke, e principalmente o meu irmão.

            Eu ouvi vozes passando pelo corredor da cela e vi dois guardas conversando distraidamente enquanto passavam, sem perceber, a Estela de um deles caiu.

            Que descuidado!

            Mas isso vai ser muito bom para mim. Quando eles passaram e não voltaram para buscar a Estela, eu corrida até a grade e estendi o braço para pegar a Estela, foi um esforço, meu braço não era muito longo, então foi difícil pegar, mas eu consegui. Peguei rapidamente e fiquei pensando no que fazer, eu poderia desenhar um portal e fugir, mas não dá porque aqui tem um tipo de feitiço que não dá pra criar nenhum portal, então, opção descartada. Pensei em uma runa para abrir as grades, mas daí eu ia fugir e ser pega, e não é isso que eu quero.

            De repente, uma runa veio em minha mente. Ótimo! Uma runa nova. Desenhei rapidamente na pele e logo ouvi passos, joguei a Estela para fora da cela e voltei para "cama" e fingi estar dormindo. Era o guarda que havia perdido a Estela, se eu contasse para alguém, ele ia se ferrar, ele olhou para os lados, pegou a Estela e saiu sem fazer ou dizer nada.

            Eu não sei para que serve essa runa, não sei os seus poderes, não sei no que vai me ajudar, eu apenas senti um cansaço imenso e cai no sono.

 

Estou em um jardim lindo, tem várias flores aqui, estou com um vestido branco e meus cabelo soltos. Ando pelo jardim até que acho uma estufa de vidro, passo as mãos entre as flores, começo a cantar baixinho. Senti alguém tocar o meu ombro, me virei e vi o meu irmão.

— Jon! Você demorou — digo animado por ver ele.

— Clary? Como isso é possível? — perguntou me olhando incrédulo.

— Isso é um sonho. Aqui tudo é possível, meu amor — digo com um sorriso no rosto.

— É claro! É tudo um sonho — diz decepcionado.

— Eu não tenho muito tempo, eu preciso falar um a coisa pra você e você precisa ouvir atentamente. — Eu fiquei séria, segurei as mãos dele e olhei em seus olhos.

Ele apenas assentiu.

— Eu não estou morta, Jonathan, pelo contrário, eu estou viva.

Ele pareceu chocado ao ouvir o que eu disse. Tudo confirmado: ele não sabia que eu estava viva.

— Eu sei, é muita coisa para assimilar. Mas o que eu tenho pra falar é que eu estou sendo mantida presa no Instinto de Nova York, eu vou ser condenada à morte, eu preciso ser salva. Eu preciso que você me salve, Jonathan.

— Eu vou te salvar meu amor. — Ele me deu um beijo. Senti sendo puxada por alguma coisa. Eu já estava me separando dele.

A estufa começou a se distorcer, é como pegar uma imagem e a esticar, a estufa começou a corroer, abrindo buracos em volta e, o que antes era lindo e belo, começou a ficar sombrio. As flores começaram a ficar mortas e os insetos começaram a ficar bizarros.

— Eu te amo! — gritei sendo puxada pela escuridão.

— CLARY!! — gritou tentado me puxar para perto dele, mas eu só me afastava mais e mais.

 

            Acordei assustada pelo que havia sonhado. Então é isso que a runa que eu criei faz? Te faz ter sonho com quem você quer? Ou será que é um sonho eu posso falar realmente com a pessoa? Espero que seja a segunda opção, senão ele não vem me salvar e tudo passou de um sonho.

            Ele tem dois dias pra me salvar, apenas dois dias.


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