Jornada para o amor. escrita por ElaineBDQ


Capítulo 22
Virando a página.




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Os dias passaram e Fernanda se reencontrou novamente com Lorenzo. Mas desta vez o encontro foi diferente. Na presença do advogado ela se apresentou para finalizarem as questões do divórcio. Como ela abriu mão das questões de divisões de bens, o trâmite ocorreu mais rápido.

Durante alguns minutos eles foram deixados sozinhos. Lorenzo tinha solicitou por aquilo. Foi difícil para ela conter o nervosismo, pois as memórias da violência sofrida ainda eram fortes. Fernanda manteve-se firme. Duvidava que ele fosse louco o suficiente para manchar sua imagem de homem perfeito.

— Parece que você conseguiu o que queria.— Ele disse olhando-a com rancor.

— Você está bem e feliz. Enquanto que eu...Sim, estava feliz. Pensou Fernanda. Pela primeira vez depois de muito tempo, a vida estava lhe devolvendo tudo o que havia perdido.

— Talvez seja o justo depois de tudo, não é Lorenzo?

— Você acha?

Ela riu. Não tinha porque ter aquela conversa sem sentidos. Eles sabiam que o relacionamento deles tinha acabado há muito tempo.

— Vamos deixar essa conversa boba! — disparou ela.

— Você mudou... — Ele disse olhando-a de cima a baixo.

— Você tem razão. Por isso mesmo não penso em mudar de ideia quanto a nosso divórcio.

Lorenzo levantou da cadeira e se aproximou dela. Fernanda temeu ao recordar de dias atrás, mas ela não iria se entregar sem lutar.

— Não se aproxime de mim! — disse com veemência.

— Não pense que te perdoei pelo que aconteceu Lorenzo. Se você voltar a se aproximar de mim, eu conto tudo para a polícia. Conto para toda a imprensa o homem violento que você é. Imagina a imagem de homem perfeito sendo desfeito.

Ele sentiu o impacto das palavras e recuou.

— Você não tem como provar.

Fernanda riu. Pois tinha muitas provas. Durante muito tempo guardou aquilo para usar no momento certo. Ela sabia que Lorenzo não aceitaria a separação de maneira amistosa. Não, sem algo em troca.

— Não arrisque!

Lorenzo voltou a sentar de frente para ela.

— Eu te subestimei. — Ele constatou.

— Ótimo! — O que você quer?

—Chegamos a um entendimento! — Ela estendeu na direção dele um documento contendo suas exigências. Ele leu durante alguns minutos e em seguida olhou-a com cinismo.

— Ficar longe daquele negro?

— Muito longe! — ela respondeu. — Não apenas dele, mas de minha filha e de mim também.

— Você sabe que não levará nada, não é?

Ela riu cínica. Não fazia questão de absolutamente nada dele. A não ser se livrar daquela prisão.— Pensei que já estivesse claro que eu quero apenas o divórcio, e que você assine esse documento.

Lorenzo pegou a caneta e assinou o documento se comprometendo com Fernanda. Em seguida, ele estendeu para ela e disse:

— Parabéns, você conseguiu... Espero que você não tenha nenhuma surpresinha.

— Contanto que você cumpra o acordo, eu pretendo manter essas fotos e vídeo bem longe da mídia.

Os advogados entraram na sala e Fernanda entregou o documento para seu advogado e disse:

— Chegamos a um acordo. Sigamos com o divórcio!

O processo do divórcio foi concluído. Fernanda sentiu-se leve e feliz. Nunca tinha imaginado que um simples papel pudesse significar tanto em sua vida.

Antes de entrar no veículo ela olhou mais uma vez para Lorenzo e ele a encarava de maneira firme. Ele ficou surpreendido com a mudança de Fernanda. Mas diante de tais ameaças, ele não arriscaria perder sua reputação diante da grande sociedade. Limpar seu nome dos jornais tinha sido muito caro. Não arriscaria mais uma vez!

Quando Fernanda chegou em casa, Antônia estava no jardim e conversava com Emir. Apesar da diferença de idade, eles tinham se tornado bons amigos. Ele foi muito carinhoso com a irmã. Principalmente ensinado-a as brincadeiras infantis.

A cena não poderia ser mais terna. Ele ajudou quando a menina caiu da bicicleta infantil. Limpou a roupa suja de terra e voltou a segurar a bicicleta para que ela não caísse.

— Eles são lindos.

Fernanda assustou-se com a presença de Sandra, pois pensou que estivesse sozinha.

— Assustei você?

— Um pouco. Não sabia que você viria hoje.

— O Samuel pediu que eu viesse. Ele precisou sair às pressas por causa de um paciente. Sabe como é ser médico.

Ela assentiu e entrou em casa. Olhou tudo ao entorno e sentiu-se em paz.

— Você está bem Fernanda?

Ela virou de frente para Sandra e respondeu:

— Perfeitamente bem. Hoje saiu meu divórcio. Eu sou livre! Livre!

Fernanda comemorava tal como uma criança. Ela correu na direção de Sandra e a abraçou saltitando de alegria. E foi assim que Antônia e Emir a viram. A cena pareceu engraçada e infantil para as duas crianças, mas para ela era muito mais que isso.

— Mamãe, você está brincando com a vovó Sandra.

Ela parou e olhou para a filha que a encarava sem entender o que estava acontecendo.

— Mamãe está feliz meu anjo. — ela disse enquanto carregava Antônia e a girava no ar. A menina gritava feliz com risinhos infantis. Depois ela beijou-a e colocou no chão. — Você estava brincando com o Emir, meu amor?

— Sim, o Emir estava me ensinando a andar de bicicleta. Mas eu não sei. — ela fez beicinho de choro.

— Não meu anjo, você estava perfeita! — Ela beijou-a no alto da cabeça. E depois olhou para Emir que os encarava. — Você também meu anjo. Muito lindo você ensinando a Antônia.

Apesar de ser um rapazinho, Emir sorriu sentindo-se feliz. Era evidente que o menino sentia falta da presença materna.

— Agora vamos comer algo gostoso. O que vocês querem?

Ambos responderam nomes de doces, mas para Fernanda parecia muito difícil então ela olhou para Sandra que assistia tudo em silêncio.

— Socorro!

A senhora riu e seguiu-a até a cozinha.

Fernanda olhava atenta para as crianças que dormiam. Tinha sido um dia cansativo depois de brincar com eles. Ela beijou a testa de Antônia e virou para sair do quarto, mas para sua surpresa não estava sozinha.

— Eu ficaria aqui eternamente olhando essa cena linda. — Samuel gracejou enquanto a olhava pela porta. Ela se aproximou e segurou a mão dele acompanhando-o para fora do quarto.

— Sonho com o dia que ouvirei ela me chamar de pai.

Fernanda sabia que isso era muito importante para ele, assim como era para ela. Mas Antônia ainda é criança para compreender coisas complicadas.

— Tenho certeza que esse dia será lindo. — Ela sorriu suave e sentiu o toque dos lábios dele sobre os seus.

—Será sem dúvida.

— Como foi seu dia? — Perguntou Fernanda percebendo que ele parecia um pouco cansado.

— Alguns pacientes complicados... Queria poder dar apenas boa notícias. Infelizmente não é assim.

Fernanda compreendeu que o dia não tinha sido fácil. Por isso ela o abraçou na tentativa de confortá-lo.

— Desse jeito fica melhor — ele gracejou beijando-a no alto da cabeça.

— Essa é a intenção.

— Fernanda, eu preciso conversar uma coisa com você.

O tom de voz dele deixou-a apreensiva. Geralmente ele era uma pessoa divertida, mas naquele momento estava um pouco abatido.

— O que houve?

— Vamos para seu quarto, lá poderemos conversar melhor.

Ela assentiu concordando e o seguiu.

Samuel sentou na poltrona e olhou para ela que estava parada no meio do quarto. Pelo modo como ele estava ela realmente ficou preocupada.

— O que houve? — Ela voltou a perguntar, mas Samuel pediu que ela sentasse.

Ela sentou na beira da cama e olhou para ele. — Diga.

— Recebi uma mensagem de minha mãe... Ela quer me ver.

Fernanda não conseguia entender como aquilo poderia ser ruim.

— Isso é bom, não é?

— Minha mãe é muito teimosa. Ela está doente e fica pensando que já vai partir, mas antes quer ver o filho.

Ela entendia o motivo da apreensão dele.

— Mas como ela está?

— Ela já é uma senhora, é normal que a saúde fique fragilizada, mas eu não sei como ela está.

— Você vai ver ela?

— Sim. É isso que eu quero falar a você. Quando contei da nossa filha, ela ficou falando que quer conhecer a neta.

Para Fernanda aquilo seria natural, mas não tinha planejado uma viagem naquele momento.

— Samuel, isso é um pouco inusitado.

— Eu sei, por isso estou falando com você antes. Quero que você vá comigo.

Fernanda riu surpresa com o pedido.

— Você tem certeza?

Samuel levantou e parou em frente a Fernanda. Ele tomou as mãos dela entre as suas e olhando-a fixamente disse:

— Eu amo você Fernanda. Nunca duvide disso.

Ela assentiu concordando.

— Eu também amo você... — Ela sentiu o toque suave dos lábios dele colados ao dela. Em seguida ela o abraçou forte e sentiu quando as mãos de Samuel deslizavam em sua costa... Em seguida ele subiu as mãos indo em direção a nuca fazendo massagem circulares.

— Você está me provocando — ela sussurrou.

— Eu quero mais que isso. — Ele respondeu enquanto a beijava fazendo carícias suaves. — Eu quero amar você. Quero estar com você.

— Eu também quero... — Ela segurou com as duas mãos a face dele e o trouxe em sua direção beijando-o.

Samuel deitou-a na cama enquanto lentamente a beijava com carinho. Não queria que ela tivesse dúvidas de seus sentimentos. Em certo momento ele parou e ficou olhando-a com ternura.

— Quero que você seja minha para sempre. — Ele beijou-a de um lado da face e depois voltou e fitou-a. — Quero estar junto de você. Quero que você seja minha esposa.

— Samuel...

Ele tocou nos lábios dela com a ponta dos dedos.

— Eu amo você. Amo a nossa filha. Não consigo imaginar minha vida sem vocês ao meu lado.

Fernanda sentiu que lágrimas se formavam e sorriu tentando conter a emoção, mas estava muito emocionada com as palavras de Samuel. Ela o acariciou suavemente contornando sua face. Ela o amava demais. No início era uma amizade, mas o tempo tinha lhe revelado o que realmente ela sentia.

— Não ouse se arrepender, Samuel!

Samuel riu. No rosto dele formou aquelas covinhas que tanto ela amava.

— Jamais, meu amar!

Ele beijou-a e não deixou dúvidas de que tudo o que havia dito era real.

Samuel a manteve junto a si apertando-a entre seus braços. Fernanda se aconchegou aqueles braços fortes que lhe transmitiam a sensação de segurança. Alguém que jamais a abandonaria.

— Quando você vai?

— Pretendo organizar tudo para ir semana que vem... Para Fernanda parecia rápido, mas a urgência era compreensível.

— Você decidiu se irá comigo?

A voz dele lhe trouxe de volta a realidade. Fernanda olhou para ele e sorriu.

— E você ainda tem dúvidas?

— Nenhuma, meu amor.

 


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