Jornada para o amor. escrita por ElaineBDQ


Capítulo 21
Uma nova oportunidade.




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A semana passou e Fernanda pôde voltar para casa. Tudo estava silencioso sem a presença de Antônia. Sentia muita saudade da filha. Ela olhou ao entorno do quarto da pequena e tudo estava como quando saiu dali.

— Sandra, a que horas ela chega?

— Não se preocupe. O Samuel já avisou que está chegando.

Fernanda sentou na beira da cama e ficou pensando nas coisas que tinham acontecido. Não havia mais como ocultar de Samuel a verdade sobre ele ser o pai de Antônia. Desde o dia do acidente, ainda não tinha falado com ele. Não sabia o que ele estava pensando, mas aquilo a inquietava demais.

Ela ouviu o carro parar na entrada. Eram eles! Ansiosa, ela caminhou até a janela e os viu no momento em que saiam do carro. Antônia saiu na frente toda brincalhona, acompanhada de Samuel que segurava em sua mão. A cena era muito terna e a encheu de amor.

Antônia entrou primeiro e logo atrás veio Samuel. Quando a pequena entrou em casa ficou extremamente feliz, pois estava em seu lar.

— Vovó Sandra. — A pequena correu na direção da senhora, que com dificuldade a abraçou forte. — Onde está a mamãe?

— Sua mamãe está aqui meu amor.

Fernanda entrou na sala e quando Antônia a viu correu em sua direção. Como estava com saudade daquele ser pequenino, céus! Pensou ela ao abraçar a filha. Queria carregá-la, mas sabia que não seria uma boa ideia.

— Mamãe, a vovó disse que você estava dodói... — o olhar de Antônia revelava seu sofrimento.

A mãe dedicada tocou a face da filha num gesto terno e carinho.

— Mamãe já está melhor, meu anjo.

Ela levantou o olhar e deparou-se com Samuel que olhava para elas. Não sabia decifrar o que ele estava pensando, mas certamente sentiu-se dominada pela intensidade como ele o fazia.

— Olá Samuel.

— Oi Fernanda. Você está melhor?

Fernanda assentiu confirmando. Ela sabia que Samuel teria muitas perguntas a fazer, por isso pediu a Sandra que levasse Antônia para o quarto e organizasse as coisas dela. Antes de sair, a menina se aproximou de Samuel e o abraçou. A cena não poderia ser mais terna. Assim que ficaram sozinhos, Samuel foi o primeiro a falar.

— Ela é muito linda. — A voz dele revelava sua afeição pela menina. Isso deixava Fernanda muito feliz. Por vezes imaginou-se ao lado dele com a filha.

— Queria ter estado ao lado dela antes.

Dessa vez ela percebeu que já não havia a amabilidade de antes e sentiu-se culpada.

— Desculpa. Eu sei que fiz errado em esconder o nascimento da nossa filha. Mas eu realmente precisei fazer isso.

— A Sandra me contou tudo... Eu não queria que você tivesse feito isso. Por causa de ameaças...

— Não era apenas ameaça, Samuel. Ele realmente fez! — Ela se referia ao fato daquele dia no estacionamento. Por vezes temeu que uma cena como aquela acontecesse.

Samuel não queria brigar por causa do passado. Isso era algo que não poderia mudar. Queria que fosse diferente a partir de agora.

— Naquele dia... Você se colocou na minha frente. Por quê?Porque ela o amava.

Porque ela o amava mais do que tinha imaginado. Naquele dia agiu por impulso e não pensou em nada.

— Eu agi sem pensar. Eu só queria... Queria que você pudesse ficar com a Antônia. Que ela pudesse desfrutar de momentos ao seu lado.

Fernanda não mentia. Ela queria isso. Mas também queria estar ao lado deles para desfrutar daquele momento.

— Eu não quero afastá-lo mais da Antônia. Eu quero que ela saiba que você é o pai dela.

Samuel sentiu-se feliz ao ouvir aquelas palavras. Ele se aproximou e parou em frente a ela. Os dias no hospital a tinham deixado um pouco mais magra, mas ela ainda possuía aquela beleza que o fascinava.

— Nunca mais faça isso... Eu não sei o que faria se alguma coisa acontecesse.

— Samuel...

Ele a abraçou e permaneceram assim durante algum tempo. Fernanda pensou que estivesse sonhando. O coração dela reconheceu o aconchego dos braços que a preenchiam. Ela fechou os olhos e mergulhou naquele momento. Queria poder permanecer sempre ali. Os braços dele lhe apertaram com mais força, mas ele tocou no local machucado e ela gemeu ao sentir dor. Automaticamente ele se afastou sentindo-se culpado.

— Perdão.

Ela gesticulou em negativa, sinalizando que ele não precisava se preocupar com aquilo.

— Já está melhor... Vou precisar apenas fazer os curativos.

— Você sabe como fazer?

— Eu posso retornar ao hospital ou...

— Eu posso ajudá-la... Se você quiser.

— Não seria uma boa ideia... Sua namorada poderia não gostar.

Samuel se afastou um pouco e sorriu com o canto dos lábios. Em seguida ele tocou os fios macios e acariciou a face dela.

— Samuel você não deve...

Ele assentiu concordando. Mas já não estava ligando para aquelas coisas. Desejava tocá-la novamente. E o fez!

— Você não quer?

Como ele podia fazer aquilo? Indagou-se Fernanda. Era torturante sentir o toque dele em seu rosto fazendo carícias que a levavam a desejá-lo.

— Eu tenho medo Samuel... Tenho medo do que possa acontecer. — Sussurrou Fernanda abaixando o rosto para ocultar as lágrimas que se formavam. Samuel tocou as duas faces e fez com que ela o encarasse e disse:

— Medo do que?

— Mede de algo acontecer. Medo de acordar e descobriu que tudo isso é um sonho.

— Por isso você se lançou na minha frente?

O olhar de Samuel exigia uma resposta. Fernanda sabia que não poderia mentir para ele. Mas o mesmo tempo tinha medo de expor seus sentimentos, pois as ameaças de Lorenzo ainda a atormentavam. Ela virou de costa na vã tentativa de se esconder, mas ele não a deixaria escapar.

— Você ainda tem sentimentos por mim?

— Samuel...

— Você tem?

Fernanda não poderia mentir. E não o fez! Ela levantou o olhar e o encarou. Samuel não era bobo. Conhecia muito bem aquele olhar. Era o mesmo jeito apaixonado como ela o encarou na noite em que estiveram juntos.

— Eu amo você... Mas do que vale isso agora? Você já tem sua vida e...

Samuel sorriu feliz. Estava feliz porque finalmente tinha ouvido aquelas palavras dos lábios dela. Anos atrás desejou ouvir aquilo, mas o que ouviu foi uma despedida sem motivos. Ele rompeu a distância que os separava e antes que Fernanda falasse algo ele a beijou.

Céus! Estava voltando a vida novamente! Pensou ela depois de passados a surpresa. Fernanda fechou os olhos se entregando totalmente aquele momento. As mãos dele subiam por sua costa e se perderam nos fios sedosos.

Samuel sentia-se trêmulo e ofegante. O corpo dele sentiu o impacto das emoções vividas naquele breve momento. Foi impossível esconder os sentimentos. Eles estavam ali, apesar do tempo. Estava apenas adormecido esperando o momento certo de se revelar.

Quando eles se afastaram Fernanda sentia-se emocionada e não ocultou seus sentimentos. Lágrimas de alegria rolaram em sua face. Não podia crer que depois de tudo, a vida tinha lhe dado a chance de tentar novamente.

— Não chore meu anjo. — sussurrou ele enquanto afastava as lágrimas que haviam rolado em sua face. — Não quero ver você chorando.

— Eu estou feliz. — Confessou ela. — Mas ao mesmo tempo eu tenho medo.

Fernanda não queria perdê-lo novamente. Não queria viver aquele pesadelo que viveu durante aqueles anos de sofrimento.

Samuel tomou as duas mãos entre as suas e as apertou forte. Ele também tinha medo. Não sabia o que iria acontecer, mas não pensaria em voltar atrás dessa vez.

— Eu não quero que você tenha medo.

— Mas eu...

— Por favor, me deixa falar. Eu não imaginei que isso pudesse acontecer novamente. Eu não poderia imaginar que iria te encontrar, mas a vida nos deu essa oportunidade. Mais que isso. Existe uma filha linda. A menina mais linda que eu já conheci. Isso tudo é irreal demais para mim. Eu uma vez perdi a mulher que eu mais amei na vida... Mas quando eu te conheci eu me apaixonei. Mas você parecia tão distante para mim...

Fernanda ouvia atentamente a tudo o que ele falava. Samuel parecia tão ansioso por revelar seus sentimentos. Ele nunca antes tinha falado nada sobre seus sentimentos.

— Mas foi possível! Agora que estamos novamente juntos, eu não pretendo deixá-la ir. Não perderei novamente a única mulher que eu amo.

Fernanda estava emocionada. Samuel tinha dito que a amava?

— Você me ama? — Perguntou ela ainda sentindo-se boba e perdida em meio a todas aquelas belas palavras.

— E você ainda tem dúvidas?

— Mas e a Luana?

Samuel colocou o dedo nos lábios dela impedindo-a de continuar. Ele pretendia responder todas as dúvidas dela, mas naquele momento tudo o que importava eram eles dois.

— Não vamos falar sobre isso agora... Por agora importa que você saiba que eu estarei você. Você não esta mais sozinha.

— Eu tenho medo Samuel.

— Não permita que ele nos afaste novamente... Eu posso me defender. Não quero que você o faça!

Fernanda conhecia a influência de Lorenzo, por isso temia. Uma vez ele tinha usado todas as forças para separá-los. Certamente tentaria novamente. Para ele era muito fácil se livrar do que o empatada.

Pensou no que tinha acontecido naquele dia no estacionamento e sentiu-se ansiosa. Para ele foi fácil se livrar daquela da justiça. Não houve consequências mais graves quando a polícia foi atrás dele. Bastou uma fiança e ele estava livre. Tinha medo do que Lorenzo poderia fazer. E só ao pensar nisso sentia-se nervosa.

— Nunca mais faça o que você fez naquele dia. Eu não quero imaginar o que seria perdê-la novamente.

Samuel a abraçou forte. Queria transmitir segurança para Fernanda. Não permitiria que nada e nem ninguém os separasse. Ela retribuiu o gesto carinhoso. Queria demonstrar que dessa vez estava disposta a lutar por aquele sentimento até o fim.

Nos dias que seguiram, Samuel esteve na casa de Fernanda para ajudá-la com o curativo. Ele foi muito atencioso e teve todo cuidado para que ela ficasse curada o mais rápido possível.

A pequena Maria Antônia ficou cada vez mais achegada Samuel, que fez questão de se aproximar dela.

Ele parou ao lado da cama da filha e ficou olhando para a pequena. Os traços dela eram muito parecidos com os dele. Seria impossível notar a semelhança. Parou para pensar no que ela e Fernanda tinham passado ao lado de Lorenzo. Ele ficou inquieto! Não gostava de imaginar o sofrimento e a dor que ela tinha sofrido. Se dependesse de Samuel, Lorenzo iria pagar por tudo aquilo.

A cena dela levando o tiro ainda era forte na mente dele. Não queria pensar no que faria se ela tivesse morrido! Uma vez a vida tinha lhe tirado o amor, mas dessa vez não iria permitir que isso acontecesse.

Samuel tocou nos cachos castanhos da pequena Antônia e sorriu. Amava aquele ser. E faria de tudo para que eles pudessem ser uma família. Ele sorriu feliz ao imaginar aquilo.

— Ela é linda.

A voz de Fernanda o trouxe para a realidade. Ele virou e viu que ela tinha entrado no quarto. Ela se aproximou e parou ao lado dele para olhar Antônia que dormia.

— Linda demais. — Ele virou para Fernanda e tocou a face dela acariciando-a com carinho. — Tão bela como a mãe.

Ela sorriu ficando enrubescida. Aquela cena causou riso em Samuel.

— Você é linda assim. Quando fica tímida... Mas não quero que tenha vergonha de mim.

— Eu não tenho. Eu sou feliz por você estar aqui. Nunca imaginei que um dia poderia ser feliz novamente. — Ela olhou para a filha e sorriu. — A vida me devolveu minha alegria. Sou feliz. Obrigada pela filha linda que você me deu.

— Você faz eu me sentir feliz Fernanda. Você nem imagina o quanto. — Ele tocou os lábios dela e a beijou com paixão. Quando se afastaram seus corpos ansiavam por mais e eles sabia que era mútuo. Porém Fernanda tocou com as duas mãos nos peito dele para impedi-lo de continuar.

— Se você me beijar mais uma vez, creio que não terei forças para parar. — disse ela de olhos fechados, pois fazia forças para conter a volúpia em seu corpo. — Eu desejo você. Mas quando isso acontecer novamente. Será num momento especial.

Samuel também se conteve e beijou-a no alto da testa e disse:

— Quando isso acontecer novamente nada e nem ninguém poderá nos separar. Eu prometo.

 


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