Futago escrita por Gabs


Capítulo 12
Sobreviventes


Notas iniciais do capítulo

"Ficou sabendo? Todos do Clã Uchiha foram mortos"



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Emi Uchiha abriu seus olhos no mesmo segundo que recordou sua consciência e encarou o teto branco, sentindo o suor escorrer pelo seu rosto. Havia tido um pesadelo na noite passada? Quando se sentou na cama, pronta para chamar sua mãe e lhe contar o terrível pesadelo que havia tido, percebeu que aquele não era o seu quarto e que aquela, não era a sua cama.

A respiração da garotinha acelerou.

Ela pulou da cama, notando brevemente que estava vestida com roupas estranhas e então, saiu abrindo as cortinas das camas ao seu redor e só parou quando viu seu irmão gêmeo deitado em uma delas, dormindo.

Seus olhos se encheram de lágrimas.

Tudo era verdade.

Seus pais...

Seu Clã...

Mortos, por Itachi.

Sasuke respirou alto, chamando a atenção dela e então, ele abriu os olhos.

— Foi um sonho? – Foi a primeira coisa que ele perguntou

Os olhos ônix de Sasuke se encontraram com os seus e ele havia entendido a realidade no mesmo segundo. Seu irmão gêmeo se levantou de sua cama e comentou em voz baixa de que seu ombro estava dolorido.

Antes de saírem do quarto, eles deram a mão.

Ao abrir a porta, Emi conseguira escutar a voz baixa de mulheres e por isso, ela puxou seu irmão na direção de onde as vozes vinham e, nada surpresa, ouviu seus nomes serem ditos pelas estranhas mais de uma vez.

— Eles foram os únicos que sobreviveram. – Uma delas dizia

— Eles tinham um irmão mais velho, não tinham? – A outra perguntou

— Ninguém sabe onde ele está. – A primeira mulher disse, meio baixo

— Pensar que aquele nobre clã...

Ela sentiu seu irmão puxar sua mão, quando ele andou. Emi se deixou ser guiada por seu irmão gêmeo e, após inúmeras esgueiradas, os dois conseguiram deixar o hospital sem que ninguém os visse nos corredores.

[...]

Emi nunca correra tão rápido em toda sua vida e, quando chegou com seu irmão gêmeo no portão de entrada do Distrito Uchiha, parou e apoiou as mãos nos joelhos, completamente ofegante. Ela levantou seu olhar para o portão coberto por faixas policiais dizendo para não ultrapassarem aquele limite.

Antes de ultrapassar as faixas, ela mais uma vez deu a mão para seu irmão. 

O lugar estava, como esperado, completamente vazio.

Ela sentiu um pingo de chuva bater em sua cabeça e então, puxou a mão de Sasuke para eles começarem a andar. A garoa de pingos grossos, evoluiu rapidamente para uma chuva. Seus passos continuaram lentos, enquanto ela olhava para todos os lados e cantos possíveis, procurando por algum sinal de que eles não estivessem sozinhos. Não que estivesse preocupada com Itachi, pois sabia que ele não seria mais bem vindo na Vila após o que havia feito com todo o seu clã.

Assim como seu irmão gêmeo, ela parou em frente a porta da frente de sua casa e ali ficou, parada por longos segundos, antes de Sasuke abrir a porta e a puxar para dentro. Emi sentiu seus olhos arderem, sabendo que nunca mais ouviria a voz da sua mãe ou de seu pai e nem mesmo conversaria com eles. Ela tirou suas sandálias e adentrou em sua casa, seguindo de perto o seu irmão gêmeo, o único que havia restado.

Os olhos ônix dos gêmeos se arregalaram, quando escutaram um barulho.

Emi correu no mesmo segundo, seguindo para onde havia escutado o barulho e ao abrir a porta da cozinha e escutar seu irmão gêmeo chamar por sua mãe, percebeu que quem causara o barulho fora um gato preto de rua.

Tão facilmente quanto foi correndo para a cozinha, ela saiu, decepcionada. Caminhando a passos pequenos e contidos, Emi se direcionou para o lugar onde tudo havia acontecido, o escritório de seu pai. Desta vez, ela não esperou seu irmão gêmeo tomar a iniciativa para abrir a porta e a abriu.

Sasuke foi o primeiro a entrar, seguido por Emi.

No lugar onde anteriormente estava os corpos dos seus pais, agora estava um desenho no chão mostrando a posição em que eles foram encontrados.

O sangue seco e amarronzado ainda se encontrava na madeira do piso.  

[...]

Vestindo suas próprias roupas, Emi Uchiha seguiu seu irmão gêmeo pelas escadas do Santuário Naka. Logo que empurrou as portas com a ajuda de Sasuke, os dois seguiram as instruções para adentrarem no local secreto de reuniões do Clã Uchiha.     

O interior do local secreto era um tanto quanto grande para o esperado, EM todas as paredes, haviam desenhos e símbolos dos Uchihas. A tábua que Itachi havia mencionado estava entre dois leques, acima dela, se encontrava uma katana branca com detalhes avermelhados e um símbolo do clã impresso detalhadamente no cabo.

Emi não conseguia se decidir aonde olhar quando fora ler a tábua ao lado de seu irmão, pois havia muitas coisas interessantes para aprender.

A história do Rikudō Sennin.

Do Jūbi.

Os segredos do corpo do Madara Uchiha.

Sobre a katana.

Os segredos do Mangekyō Sharingan...

— Entendo... – Sasuke murmurou ao seu lado, com os olhos presos na tábua – Então quer dizer que... 

[...]

Emi Uchiha apoiou seus cotovelos em cima da mesa em que dividia com seu irmão gêmeo na Academia e olhou para frente, tendo parte da sua visão coberta pelos cabelos espetados de Shikamaru, o garoto que sentava a sua frente. Eles já haviam conversado antes, nos dias felizes do passado...

— Ei, Shikamaru, vamos à loja de doces depois da escola? – Chōji, o garoto gorducho que dividia a mesa com Shikamaru lhe perguntou, animado

— Eu não posso. – Shikamaru lhe respondeu – Você pode porque sua mãe é boazinha. Mas se a minha descobrir que eu andei comendo doces antes do almoço, a coisa fica preta.    

— Ficou sabendo? – O garoto da mesa detrás sussurrou, não tão baixo quando ela gostaria – Todos do Clã Uchiha foram mortos.

— É... – O outro disse, meio baixo – Meu pai me contou.

— Só aqueles dois ali sobreviveram.  

A garota de olhos ônix deitou sua cabeça na mesa e tampou seus ouvidos o melhor que pode. Ela sentiu a mão de Sasuke pesar sob sua cabeça mas não se moveu.

Estava tão cansada de escutar as pessoas sussurrando olhando para eles...

Estava cansada de escutar as outras crianças reclamarem sobre seus pais.

[...]

Os olhos ônix de Emi estavam presos ao céu, observando as nuvens. Ela estava deitada no mesmo lugar em que seu pai havia lhe ensinado o rito de passagem do seu clã, bem ao lado de Sasuke, o qual estava sentado, balançando seus pés próximos a água do lago.

— Me pergunto que tipo de conversa Papai tinha com a Mamãe. – A voz de Sasuke soou, baixa

Mas antes que tivesse chance de responder, seu irmão gêmeo se levantou e pulou no lago. Emi se levantou depressa e se jogou na água, ela manteve seus olhos bem abertos, enquanto nadava para baixo, tentando alcança-lo.

Estava tão aflita que, quando o tirou da água, berrou e chorou por longos minutos. E, quando finalmente parou, ela o escutou dizer que ele vingaria a morte dos seus pais, assim como de todos os membros do clã.

Tudo que ela fez foi dizer que estaria ao seu lado.      


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