Laços de Sangue escrita por Mel Dobrev


Capítulo 45
Foi por você.


Notas iniciais do capítulo

Boa noite lindezas!
Ótima leitura.



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Damon afastou sua boca da de Elena e permaneceu com as suas mãos acariciando o rosto tão perfeito da garota. Ele admirava cada centímetro da face dela, cada linha de expressão que sua fina pele possuía, a temperatura quente da pele, o nariz tão afilado e perfeitamente esculpido, seus lábios contornados de maneira espetacular. Elena ainda mantinha seus olhos fechados sentindo o toque de Damon sobre seu rosto, tentando entender o que tinha acabado de acontecer ali, o porquê dele ter se declarado para ela.

— Damon, nós não podemos. – Elena pronunciou fracamente abrindo os olhos e indo imediatamente de encontro com os olhos azuis do rapaz.

— Por que não? – Damon permaneceu com seus toques pelo rosto da garota. Elena não sabia o que estava sentindo pelo moreno, ela estava tão confusa. Quando ele estava longe ela achava tão fácil resistir a ele, mas quando ele estava perto parecia que tudo o que ela pensava em fazer ou resistir desmoronava, perto dele ela não conseguia explicar, mas parecia que ele tinha controle sobre todo o seu corpo.

— Por que Elena, se eu sei que você sentiu a mesma coisa que eu senti no beijo? – Damon continuou a questionar quase que encostando sua boca novamente na de Elena.

Elena se afastou bruscamente e caminhou alguns passos se distanciando de Damon. Elena não podia deixar acontecer novamente aquilo. Por que quando ela estava afastada dele ela conseguir ver claramente que aquela relação era um erro? Mas por que quando eles estavam próximos ela se esquecia de tudo e se deixava levar pelos incríveis olhos azuis e por aquela sedutora voz rouca?

— Elena. – Damon chamou Elena a tirando de seus pensamentos.

— Damon eu estou confusa. – Elena se virou para Damon. – Eu estou confusa sobre meus sentimentos por você. Eu não sei o que eu sinto, não sei o que devo ou não sentir. Eu não sei. – Elena se abriu com Damon. Damon pode notar o quão perdida a garota estava, seu olhar assustado, mas ao mesmo tempo encantado.

— Você sabe, só tem medo. Medo do que os outros irão pensar, do que suas amigas irão dizer. – Damon disse se aproximando novamente de Elena.

— Elena eu estou aqui, despido de qualquer armadura, de qualquer medo, receio, porque a vontade de ficar com você é bem maior do que tudo. – Damon novamente pegou o rosto de Elena em suas mãos.

— Damon não. – Elena disse num sussurro, tão baixo que ela podia jurar que não havia escutado sua própria voz.

— Elena não tenha medo, não tenha medo de viver o que você está sentindo. – Damon queria tanto ter ela em sua vida, ter o amor da garota que ele tanto almejava.

— Damon eu não sei se esse sentimento é bom. – Elena novamente foi sincera. Damon franziu o cenho como se não tivesse entendido o que aquilo queria dizer e Elena continuou:

— Não sei se isso poderia dar certo, se você poderia me fazer bem que nem o.. – Elena parou a frase e percebeu que não seria apropriado tocar no nome de seu ex naquele momento.

— Que nem o Stefan. – Damon completou, desta vez ele que se afastou de Elena.

— Damon, eu não quis dizer isso. – Elena tentou voltar atrás, mas sabia que era tarde demais. Ela queria ser sincera com ele, ela realmente não sabia o que sentia por Damon, mas tinha dúvidas sobre avançar na relação, pois Damon nunca lhe pareceu um homem que gostava de compromissos, nunca foi um cara para uma relação séria, e era isso o que ela buscava num homem.

— Boa noite Elena. – Damon disse sem ao menos se virar para falar ou olhar para Elena.

— Damon me desculpa. – Elena pediu, porém Damon entrou em seu carro e deu partida acelerando para o mais longe dali possível.

Elena ficou um tempo naquele local, repassando em sua mente cada palavra que Damon havia lhe declarado naquela noite. Ela ficou pensando no beijo, em como ela foi tão fraca ao ponto de não conseguir resistir ou parar o moreno, ela ficou pensando naqueles olhos azuis que a invadia sem proporção, em cada sensação que ela sentia conforme a língua dele explorava sua boca. Damon em seu carro se alto xingava por dentro, ele estava decepcionado consigo mesmo, pois depois da decepção que ele havia sofrido com Katherine ele jurou nunca mais deixar mulher alguma brincar com seu coração, e naquela noite ele tinha deixado tudo de lado por Elena, demonstrou seus sentimentos, a beijou mesmo dizendo que só faria quando a mesma o pedisse, deixou seu orgulho de lado para que? Para ouvir que ele não era bom o bastante para ela? Para ele ser rejeitado mais uma vez? Ele só servia para as noites de solidão dela? Só servia para uma noite pós balada? Damon dirigia apressadamente, ele queria o quanto antes chegar em seu apartamento e adormecer para esquecer aquela decepcionante noite.

(...)

No dia seguinte Elena acordou ainda atordoada da noite anterior. Ela havia sonhado a noite toda com Damon. Elena tomou um banho para despertar totalmente e foi direto para a biblioteca estudar, ela queria ocupar sua mente o quanto pudesse naquele dia.

Depois de passar algumas horas com a cara enfiada nos livros, literalmente, Elena encontrou Caroline na cantina e resolveu almoçar ali mesmo com a amiga.

— A Bonnie comentou que você não estava muito bem ontem, tem a ver com o Stefan né? – Caroline perguntou fazendo uma cara triste para Elena.

— Vou lhe responder a mesma coisa que eu respondi para ela ontem: Estou cansada de sempre tudo na minha vida ter algo a ver com os irmãos Salvatores. – Elena respondeu ríspida.

— Nossa, calma. Eu sei que você está chateada, mas não desconta em mim. – Caroline se defendeu.

— Me desculpa, é que eu estou cansada de tudo isso.

— Eu sei amiga, sei que todo esse drama é chato. – Caroline falava dando algumas garfadas em sua salada.

— Ah, como você não voltou ontem para o dormitório deixei seu pagamento na gaveta do criado do mudo. – Elena explicou mexendo em seu celular.

— Pagamento?

— Sim, das fotos da campanha do Alaric.

— Nossa Damon já pagou? Quando foi isso?

— Ontem à noite.

— E o que aconteceu? – Caroline já olhou Elena com uma cara de que esperava mais, ela sabia que tinha algo a mais.

— Quer saber realmente o que aconteceu? – Elena perguntou fitando os olhos verdes de sua amiga, Caroline assentiu positivamente para sua amiga.

— Ele foi até o dormitório, me pagou, se declarou e me beijou. – Elena disse séria.

— OMG! – Caroline deu um grito. – Eu não acredito que ele se declarou para você. O que ele disse? E vocês se beijaram de novo? Elena você não me jurou que não ia ficar mais com ele? – Caroline perguntava meia que surpresa e ao mesmo tempo aborrecida.

— Caroline eu disse, porém ele me beijou e depois das palavras que ele me disse eu não conseguir me afastar ou empurrar ele, eu fiquei anestesiada, nem sei explicar.

— Ou seja, você retribui. – Caroline perguntava com uma das sobrancelhas arqueadas.

— Quer saber Caroline, eu retribui sim, e por mais que eu tenha completa notação de que tudo isso é complicado eu sou solteira, ele também, e eu não posso negar que eu sinto algo por ele.

— Você é solteira, ele também, mas ele também é irmão do seu ex ou você se esqueceu disso?

— Não esqueci Caroline, até porque você vive me lembrando isso. – Elena ironizou.

— Vivo te lembrando porque você parece que não aprende amiga. O Damon não é para você. – Caroline tentou amenizar a situação.

— E quem é para mim Caroline? O Stefan que está com outra? – Elena perguntou ao mesmo tempo mostrando no celular uma foto de Stefan e Rebekah para Caroline. Elena estava fuçando no instagram de Stefan, e havia uma marcação recente em que Rebekah havia feito.

— Essa foto pode ser antiga, e além do mais foi ela que postou, não ele. – Caroline tentou achar uma solução, porém não conseguiu disfarçar a surpresa de ver aquela foto.

— Eu não vou ficar sofrendo por alguém que já me superou Caroline. – Elena se levantou.

— Elena você vai aonde? – Caroline pegou no braço da morena.

— Vou me desculpar com uma pessoa e deixar o passado de uma vez por todas para trás. – Elena disse firme.

— Elena o que você vai fazer? – Caroline perguntou assustada.

— O que eu devia ter feito faz tempo. – Elena respondeu se desvencilhando de Caroline e seguindo para seu quarto.

Ao chegar no quarto Elena pegou uma sacola de papel média e começou a colocar nela algumas peças de roupas que Stefan havia deixado lá, a cada peça que ela pegava ela cheirava e abraçava, era como se ela estivesse se despedindo de partes dele. Seu coração doía ao praticar aquele exercício, mas ela sabia que para se curar tinha que encarar a realidade de frente, encarar que seu relacionamento com Stefan tinha acabado.

Elena colocou a sacola no banco do passageiro e deu partida em seu carro. Durante o caminho Elena tentou ligar algumas vezes para Damon, mas só chamava e em seguida caia na caixa postal, era nítido que ele estava a evitando. Naquele dia Elena estava determinada a resolver tudo o que estava pendente, e isso incluía Damon. Elena resolveu passar no apartamento do moreno antes, já que era caminho. Elena falou com o sindico e este lhe afirmou que Damon tinha saído de manhã cedo e que ele havia comentado algo sobre espairecer. Elena tinha uma certa ideia da onde Damon poderia estar e seguiu para a empresa do rapaz. Chegando Elena logo encontrou a simpática recepcionista Margot.

— Elena minha querida como vai? – Margot já foi cumprimentando Elena com três beijinhos no rosto.

— Estou bem Margot e você? – Elena retribuiu o afetuoso cumprimento.

— Bem. O que lhe traz aqui? Veio fazer algum trabalho?

— Não, na verdade eu estou tentando falar com o Damon, ele está por ai?

— Ele está, porém já vou lhe avisando que não está de bom humor. – Margot falava fazendo uma cara feia para Elena.

— Preciso muito falar com ele, você pode me falar aonde ele está?

— Ele está na sala de criações de slogans, acho que ele quer aflorar as ideias porque pediu para eu não deixar ninguém o interromper. – Margot explicava.

— Posso ir até lá? – Elena pediu.

— Ah Elena se eu deixar você ir lá eu vou perder meu emprego, deixa eu ir na frente e te anunciar.

— Se você me anunciar ele não vai querer falar comigo, por favor é muito urgente, eu te garanto que você não vai perder seu emprego. – Elena praticamente estava implorando.

— Elena vou deixar você ir, mas se eu perder meu emprego você vai ter que me arrumar outro.

— Te prometo que você não irá perder. – Elena abraçou a pequena garota e lhe depositou um beijo na bochecha. Margot riu daquilo.

Elena já havia conhecido praticamente tudo naquela empresa, então ela sabia perfeitamente que a sala aonde Damon estava ficava no último andar aonde tinha uma visão linda, praticamente de cima, de Nova York. A porta estava entre aberta e então Elena a abriu com cuidado. Lá estava ele, de costas para a porta, todo concentrado, olhando a enorme paisagem através da parede toda de vidro.

— É mesmo lindo. – Elena falou. Damon automaticamente se virou para Elena e ficou a encarando.

— O que você faz aqui? – Damon perguntou sério.

— Vim conversar com você.

— Se você não percebeu eu não atendi suas ligações porque eu não quero falar com você.

— Eu sei. – Elena falava ainda perto da porta.

— Então o que te faz pensar que você vindo aqui eu vou falar com você? – Damon perguntou mais sério ainda.

— Eu não sei se você vai falar comigo, mas sei que pelo menos vai me ouvir e isso já me basta. – Elena falou gentilmente. Damon continuou a encarando, ele depositou suas mãos nos bolsos e lançou um olhar para Elena como se desse permissão para ela começar a falar.

— Eu queria te pedir desculpas. Eu não devia ter falado aquelas palavras, a verdade é que eu não me expressei direito. – Elena ficou por alguns segundos calada, somente encarando Damon.

— Estou ouvindo. – Damon disse.

— A verdade Damon é que eu ainda amo o Stefan, e eu não vou esquecer ele assim de uma hora para outra. O que tivemos foi muito forte, ele foi meu primeiro amor, meu primeiro namorado, meu primeiro tudo, essa conexão não vai embora tão fácil. – Elena estava disposta a ser totalmente sincera sobre seus sentimentos.

— Obrigada por vim esfregar na minha cara o seu amor pelo meu irmão. – Damon ironizou.

— Eu quero ser totalmente sincera com você, assim como você foi comigo ontem. – Elena já sabia que Damon não iria gostar de ouvir aquilo que ela havia acabado de falar, porém ela tinha jurado para si mesma que ia ser transparente sobre seus sentimentos com ele e mais ainda com ela mesma. Elena se aproximou de Damon, ficando somente alguns passos de distância dele.

— Mas eu tenho que lhe admitir que ultimamente todas as vezes em que estive para baixo você estava lá, me impulsionando a acreditar que o amanhã seria melhor, me fazendo ter esperança. Você me faz rir da forma mais simples possível, me compreende, até me irrita as vezes. – Elena se aproximou um pouco mais do moreno que ouvia tudo atentamente.

— Eu não consigo saber ainda o que eu sinto por você, mas quando eu estou contigo eu esqueço dos problemas, eu topos suas ideias loucas. Eu ainda me lembro da noite no seu apartamento, da falta de oxigênio, do seu toque sobre a minha pele... – Elena parou um pouco de falar e respirou fundo. – Eu me lembro de todos os beijos, e você tem razão, todas as vezes que você me beijou eu retribui porque no fundo eu queria, porque por mais que tenha inúmeras coisas que nos mostre que isso tudo é um erro eu não consigo não me perder no seu olhar, não gostar do sabor dos seus lábios, não imaginar nossas bocas se tocando, você definitivamente me atrai, e muito. – Elena alternava seus olhares para os olhos terrivelmente azuis de Damon e para a boca perfeitamente esculpida do mesmo.

O coração de Damon batia aceleradamente, era quase que nítido ele ver sua camisa social se mexer com as batidas violentas de seu coração sobre a sua pele. Ele tinha ficado chateado sim de ouvir que ela ainda amava seu irmão, porém as próximas palavras dela estava o deixando muito, mas muito feliz.

— O que eu quero lhe dizer é que meu coração está uma bagunça, minha cabeça pior ainda, eu realmente não sei classificar o meu sentimento por você, mas eu gosto de ter você perto de mim, eu gosto de poder contar contigo, de ouvir suas histórias engraçadas, suas aventuras pelo mundo... eu gosto de ter você na minha vida. – Elena já estava bem mais próxima de Damon.

— Gosta de me ter na sua vida como um amigo. – Por mais que aquelas palavras estavam impactando Damon ele permanecia sério.

— Sim. Antes você era um colega, agora é um grande amigo. Eu me sinto muito atraída por você Damon, mas no momento é só minha amizade que eu posso lhe oferecer. Não sei como vai ser lá na frente, se eu vou reatar com o Stefan, se nós finalmente vamos ficar juntos, ou se eu vou me apaixonar por outra pessoa, mas agora o que eu sei é que você é alguém muito especial na minha vida que eu não gostaria de perder. – Elena estava orgulhosa de si mesma, ela finalmente estava sendo sincera sobre tudo, a última coisa que ela sempre quis foi enganar um dos dois irmãos.

— Você falou o que você queria e eu ouvir, agora por favor pode me deixar sozinho. – Damon pediu não desfazendo sua cara de sério. Elena sabia que ele poderia ficar magoado, mas o que mais ela poderia lhe dar se não a verdade? Elena lançou mais um último olhar para Damon e se virou e caminhou em direção a porta, antes de se retirar Elena se virou novamente para Damon e disse:

— Espero que você não destrua a linda relação que nós construímos. Eu sinto não corresponder do jeito que você gostaria e sinto mais ainda por toda confusão que causei com você e o Stefan.

— Como você sabia que eu estava aqui? – Damon perguntou com a face mais amigável.

— O seu sindico me disse que você tinha ido espairecer e eu lembrei do dia em que você me disse que seu trabalho era seu refúgio, que aqui você esquecia de todos os problemas. – Elena explicou. Ambos ficaram calados e Elena pediu:

— Quero te pedir somente uma coisa: Não brigue com a Margot, ela foi super educada e quis me ajudar.

— Eu devia despedir ela, pedi para não deixar ninguém me incomodar.

— Eu sei, eu praticamente obriguei ela a me deixar subir. Estou lhe pedindo, se quer punir alguém puna a mim. – Elena pediu se lamentando.

— Elena acho melhor você ir, já está ficando tarde.

— Mais uma coisa? – Elena pediu fazendo uma carinha para Damon, o rapaz assentiu com a cabeça.

— Faça as pazes com a Lily. É muito ruim não ter alguém que amamos em nossas vidas, e ela daria a vida por você e pelo Stefan. Vocês são as razões da vida dela, e ver ela triste doí tanto meu coração.

— Mas algum pedido? Pra Bonnie? Pra Caroline? – Damon falou sarcasticamente.

— Não Damon, somente isso. Obrigada por me ouvir. – Elena saiu lentamente fechando a porta. Ao ver a porta se fechar totalmente Damon se atreveu a sair da sua pose de homem durão, sério e respirou fundo. Toda aquela conversa havia mexido demais com ele, por mais que Elena não tivesse falado que gostava dele como ele gostava dela ela havia demonstrado que sentia algo por ele, que ainda pensava nos momentos que eles tiveram, e aquilo fez uma chamar se acender dentro de Damon. Uma chama de esperança, uma esperança de talvez um dia conquista – lá totalmente. Ele não podia deixar de apreciar o quanto ela era boa, altruísta, verdadeira, qualquer uma que não tivesse caráter ia querer ficar levando em “banho – maria” os dois irmãos, afinal que mulher não gostaria de ter dois homens lindos se derretendo de amores por ela? Mas Elena foi sincera, falou de seus sentimentos, mesmo ele podendo ser rude com ela ou simplesmente não querer fazer mais parte da vida dela. Damon se embriagava com flashs de todas as vezes que havia presenciado aquele sorriso incrível que só Elena possuía, todas as vezes que eles haviam dançados juntos, todas as vezes em que seus olhares se cruzaram, todas as vezes que suas bocas se conectaram.

Elena saiu da sala se sentindo mais leve, como se um grande fardo tivesse sido tirado de suas costas... Ela estava feliz em ter colocado tudo às claras com Damon, ter tido a chance de ter uma conversa sincera com o moreno. Elena se despediu brevemente de Margot e seguiu com seu carro para um caminho que ela já conhecia bem: O hotel aonde Stefan estava hospedado. Ao chegar no hotel Elena estacionou um pouco distante e imediatamente avistou o carro de Stefan no estacionamento, ela pegou a sacola que comportava no banco do passageiro e foi adentrando para o hall do hotel.

— Boa noite, por favor o Sr. Stefan Salvatore. – Elena pediu gentilmente para a recepcionista.

— Boa noite Srta! O Sr. Salvatore não se encontra, a Srta. deseja deixar algum recado? – A recepcionista perguntou bastante educada.

— Não se encontra? Mas o carro dele está no estacionamento. – Elena internamente se martirizava imaginando que Stefan estava a evitando.

— Olha Srta. eu não sei te falar ao certo porque o carro dele está no estacionamento, porém ele saiu no começo da tarde e até agora não retornou. A Srta. quer que eu verifique no quarto? – A jovem recepcionista era bastante educada com Elena.

— Não precisa, você pode entregar para ele isso? – Se ele não queria falar com ela não seria ela que iria força – ló a lhe receber. Elena pensou em deixar a média sacola com a recepcionista, mas logo voltou atrás. – Na verdade eu passo aqui outra hora, muito obrigada pela informação. Tenha uma ótima noite. – Elena disse se despedindo da recepcionista.

— Não há de quê. Para a Srta. também.

Elena saiu um pouco tonta do hotel, mais uma vez ele evitava ela, mais uma vez ele não queria nem ao menos falar com ela. Elena saia andando em pequenos passos, sendo devastada por sentimentos que ela não queria sentir, ela não queria mais sofrer por Stefan. Elena ao se aproximar de seu carro viu Stefan encostado num dos muros perto do estacionamento do hotel, era como se ele estivesse se escondendo de alguém. “Se escondendo de mim?!” Elena pensou arrasada. Elena respirou fundo e se vestiu com todo o resto de sua coragem e foi até Stefan.

— Está se escondendo de mim? – Elena surpreendeu Stefan.

— Shhh! – Stefan pediu com o dedo indicador na boca, fazendo menção a silêncio para Elena. Elena ficou confusa e se atreveu a olhar na direção em que Stefan estava olhando: Ele estava observando dois homens mal encarados rodeando seu carro quando um deles num ato de fúria bateu com um taco de beisebol no vidro do para-brisa, assim fazendo vários estilhaços de vidros se espalharem pelo carro.

— Stefan! – Elena gritou assustada. Stefan automaticamente puxou a garota para perto de si de maneira que ela ficasse de costas para ele, assim tampando a boca dela. Elena não estava entendendo nada, não conseguia compreender o porque ele estava tendo aquele tipo de comportamento. Stefan continuou segurando Elena e observando os dois homens saírem correndo do estacionamento depois que alguns seguranças chegaram ao local. Stefan retirou delicadamente a mão da boca de Elena e ela se virou para ele. Stefan podia ver nos olhos dela o medo, o choque.

— Me desculpe, mas eles não podiam nos ver. – Stefan explicou meio que por cima.

— Eles quem? Quem são aqueles caras? E por que eles destruíram seu carro? – Elena estava visivelmente assustada.

— Eles são traficantes. – Stefan respondeu tentando acalmar Elena.

— Traficantes? Você está devendo para eles?

— Não Elena, não estou devendo. – Stefan respondeu sério.

— Então o que está acontecendo Stefan? Me fala, você está metido em alguma roubada? O que eu preciso fazer pra te ajudar? Me fala. – Elena perguntava desesperada.

— Ei, calma. – Stefan pediu pegando em uma das mãos da garota. Elena não sabia como explicar, mas aquele toque a acalmou. O casal ficou alguns segundos se olhando, se conectando com o olhar e Stefan começou a explicar:

— Aqueles caras são traficantes, eles na verdade são os caras que fazem o “serviço sujo”. Eles vieram me dar um “recado”, por isso fizeram aquilo com o meu carro.

— Como assim um recado? – Elena questionava.

— Um aviso para eu parar com o que eu estou fazendo, senão irá ter consequências. – Stefan observava Elena ainda assustada, e sem entender muito tudo o que estava acontecendo.

— Eu parei com as drogas Elena, e não contente estou recrutando pessoas para a reabilitação. – Stefan continuou. Naquele momento Stefan viu o olhar de Elena mudar completamente, agora um olhar emotivo, com ternura.

— Você está limpo? – Elena perguntou surpresa e ao mesmo tempo feliz.

— Sim, quer dizer, ainda preciso passar por muitas sessões de reabilitação, mas não estou fazendo mais o uso de drogas.

— Eu fico feliz por você, muito feliz. – Elena não conseguia disfarçar o sorriso que aos poucos brotavam em seus lábios. Aquela noticia era extraordinária, era praticamente a realização de uma prece.

— Obrigada, mas só vou me sentir no direito de ganhar algum mérito quando eu conseguir ajudar as pessoas que estão passando pelo mesmo que eu passei.

— Os traficantes sabem que você está recrutando alguns viciados?

— Sabem. Por isso eles vieram atrás de mim. No começo quando eu parei de comprar deles, eles já ficaram meio bravos, mas quando descobriram sobre eu estar ajudando as outras pessoas, ai sim eles ficaram loucos.

— Stefan você tem que dar queixa.

— Não, não vou envolver a polícia, senão é capaz deles me ameaçarem de outra forma.

— Que outra forma? – Elena tinha voltado a ficar assustada, aquela situação ela nunca imaginou, só havia visto nos filmes e séries.

— Machucando as pessoas com quem eu me importo. – Stefan disse receoso. Elena sentiu uma pressão vinda das palavras de Stefan. “Então ele ainda se importava com ela?” a garota pensou.

— Mas e se eles vieram novamente atrás de você?

— Não vão. Amanhã mesmo eu irei mudar de hotel, eles são espertos, porém não tão assim. – Stefan disse observando detalhadamente cada expressão do rosto de Elena. Elena estava feliz com tudo aquilo, porém também estava preocupada de Stefan estar nessa situação. Um silêncio constrangedor se instalou no meio de Elena e Stefan e ambos só ficaram se olhando.

— Eu vim lhe trazer isso. – Elena entregou a sacola para Stefan, assim quebrando o silêncio. Stefan abriu a sacola e observou suas peças de roupa.

— Não tem o porquê suas roupas continuarem no meu quarto se nós não somos mais namorados. – Elena desabafou.

— Obrigada. – Stefan agradeceu forçando um sorriso.

— Pelo menos eu tenho que parabenizar a Rebekah. – Elena disse com cara de poucos amigos. Stefan franziu as sobrancelhas para a garota, demonstrando que não estava entendo o caminho daquela conversa.

— Pois ela conseguiu te ajudar a sair das drogas. – Elena falava sem muito entusiasmo.

— Não foi a Rebekah. – Stefan disse sério.

— Car? – Elena perguntou se referindo a sua amiga.

— Não. Você Elena. – Stefan confessou. Elena recebeu aquelas palavras como um choque, a ascendendo de uma maneira voraz. Ela podia sentir como antes seu coração pulsar apressadamente, o olhar dele completamente fixado no dela.

— Eu? – Elena perguntou ainda em êxtase.

— Sim Elena. Naquele dia em que você viu a Rebekah me beijando, naquela fatídica noite em que eu te implorei para acreditar em mim e você me deixou sozinho na rua, eu tive uma recaída e consumi toda a quantidade de droga que eu possuía. – Stefan falava não muito orgulhoso daquele feito. – No outro dia foi como se alguma coisa dentro de mim houvesse mudado, as suas palavras ficavam vagando pela minha mente. Eu jamais quis lhe causar qualquer tipo de dor, lhe machucar. Você não tem noção de como eu me senti vendo você me falar que não aguentava mais, que cada palavra minha lhe machucava.

Elena ouvia tudo com atenção, ela estava voltando em sua mente para aquela terrível noite, e se lembrando de toda magoa que havia sentindo.

— Depois daquilo eu prometi para mim mesmo que iria mudar, que iria largar essas substancias que só me fizeram mal, porque eu queria ser uma pessoa melhor, pra mim mesmo e para você. Mesmo que nada volte a ser como era antes, mesmo que sejamos apenas amigos, foi por você Elena, foi pelo fato de nunca mais querer fazer você sentir dor, de nunca mais vê seu olhar triste, acabado ao olhar para mim. – Stefan desabafava tudo o que ele havia guardado para si, nem mesmo com Caroline ele tinha comentado sobre aquilo.

— Não sabia que eu ainda era importante para você. – Elena só conseguiu pronunciar essa frase, sua cabeça estava bagunçada demais para elaborar uma frase mais perfeita. Ela sentia a sinceridade nas palavras dele, a verdade ecoando em seus olhos, e presenciava também o alivio de estar ali se abrindo com ela. “Ele não havia falado com todas as letras, mas ele ainda amava ela?” Elena pensava secretamente.

— Você foi e continua sendo muito importante para mim. – Stefan se abriu mais, olhando fixamente para Elena. Como ele queria envolve – lá em seus braços e sentir seu doce perfume, mas ele não podia, era notável que tanto ele quanto ela estavam vulneráveis, ele não podia se aproveitar daquele momento, ele queria, mas não podia.

— Sr. Salvatore sentimos muito pelo incidente que ocorreu com seu carro, pode deixar que nós do hotel iremos nos responsabilizar. – Um dos seguranças se aproximou interrompendo o momento entre o casal. Stefan ainda mantinha seu olhar fixado, inebriável no de Elena, e ela estava do mesmo jeito, imersa no olhar verde esmeralda dele. Elena nem havia ouvido direito as palavras do segurança, naquele momento era como se houvesse somente ela e Stefan, ela não conseguia explicar, mas algo dentro dela vibrava esperança.

— Sr. Salvatore? – O segurança interrompeu mais uma vez vendo que Stefan estava bastante “distraído”.

— Vou ter que ir com ele. – Stefan disse ainda meio que em transe.

— Vai e resolve tudo direitinho, eu também preciso ir, está tarde. – Elena deu um pequeno sorriso a Stefan e se virou para ir em direção ao seu carro, mas por um segundo Elena sentiu medo, medo de que Stefan não estivesse seguro e ela se virou bruscamente.

— Stefan. – Elena chamou, Stefan se virou e foi de encontro a ela.

— Você vai estar seguro passando a noite aqui? – Elena perguntou.

— Creio que sim.

— Olha se você quiser pode passar a noite lá no campus. – Elena percebeu a cara de surpresa de Stefan e completou: - Claro que você iria dormir na cama da Caroline. – Elena lhe lançou um sorrisinho.

— Obrigada pela oferta, mas já dormir uma vez na cama da Caroline e eu tenho que lhe confessar: Ela é bem dura. – Stefan disse esculpindo um lindo sorriso em seus lábios.

— Deixa ela saber que você disse isso. – Elena disse aos risos.

— Sério eu vou ficar bem, e agora com esse montão de seguranças eu duvido muito que eles apareçam tão cedo por aqui.

— Então tenha uma boa noite Sr. Salvatore.

— Ótima noite Srta. Gilbert.

Elena seguiu para seu carro, era como se ela estivesse flutuando nos seus próprios passos. Como um dia que ela havia imaginado de uma forma poderia acontecer completamente diferente? Elena ainda se sentia elétrica pelas palavras que Stefan havia lhe dito a alguns minutos atrás, na verdade ela ainda sentia tudo, como na noite em que eles se conheceram e ela pode experimentar o frio na barriga sem igual.

 

 


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam? Num só dia Elena teve momentos bastante intensos com os dois irmãos... e agora como vai ficar o coração dessa moça?
Até o próximo capítulo.
Xoxo.

Músicas:

— Damon se declarando para Elena (Ashes Remain – Without You)

— Elena falando sobre seus sentimentos para Damon (The Midnight – Light Years (Feat. Nikki Flores)

— Stefan falando que foi por Elena (Sara Beirelles and Ingrid Michaelson – Winter Song)



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