Laços de Sangue escrita por Mel Dobrev


Capítulo 44
Você é perfeitamente errada para mim.


Notas iniciais do capítulo

Boa noite lindezas, me desculpem a demora, mas aqui está mais um capítulo para vocês. Ótima leitura.



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A semana vinha se passando muito rápido para Elena, ela estava em modo automático, passava o dia inteiro se revezando entre as horas de estudos e as outras horas de cursos extracurriculares. A noite era o período que ela reservava para sair e conversar com suas amigas, fazer diversas ligações para sua tia e sua amiga de infância Hayley. Durante esse tempo Elena não havia falado com Stefan e muito menos com Damon. Nenhuma ligação, nenhuma mensagem, nenhuma notícia (a não ser pela parte de Caroline, que fazia questão de sempre informar o estado de Stefan para Elena quando ela via seu melhor amigo). Elena estava até que bem, ela seguia dia após dia. Pensar que Stefan estava junto com Rebekah ainda fazia seu coração doer, fazia ela questiona se ele realmente não estava se apaixonando pela loira, se ele estava seguindo firmemente em frente. Ela queria que ele fosse feliz, ele merecia ser imensamente feliz, mas ela ainda tinha aquele “ladinho egoísta” que não queria ver ele sorrindo com outra, ver ele sendo o cara maravilhoso que sempre foi com ela sendo com Rebekah. Pensar aquilo destruía seu coração, lhe entristecia, lhe machucava, mas ela sabia que não poderia ficar triste sempre, que não poderia ser a garota do coração partido para sempre... Elena também já tinha tomado consciência de que com Damon ela não poderia ficar, não poderia avançar qualquer tipo de sinal, porque ele representava um lado seu que ela não queria enfrentar: Um lado selvagem, impulsivo, egoísta, um lado que era visivelmente falho, errado e definitivamente ela não queria trazer mais confusão para sua vida, e nem causar desavenças entre os dois irmãos. Elena todos os dias acordava, juntava seus cacos e se levantava com a esperança de um dia melhor, com menos dor, ela sabia que não podia apagar seus erros do passado, mas sabia perfeitamente que era capaz de superar tudo aquilo e tentar ser uma pessoa melhor. Isso não significava que ela havia deixado de amar Stefan, ela só estava pensando mais em si e se priorizando, ela queria ser feliz, queria poder sorrir novamente sem sentir nenhum tipo de culpa, sem se preocupar em magoar as pessoas ao seu redor.

Os dias de fato estavam passando tão rápidos que Elena nem se lembrava de que seu aniversário estava se aproximando.

— Já pensou o que vai fazer no próximo final de semana? – Bonnie questionou animada.

— Estudar? – Elena respondeu com outra pergunta, não sabendo exatamente o que faria.

— Dia 16 está chegando e quem vai entrar para vida adulta? – Caroline chegou no quarto com algumas caixas, visivelmente bastante alegre.

— Caramba! Meu aniversário já é no outro domingo. – Elena agora havia se lembrado de seu aniversário.

— Por isso te perguntei sobre o final de semana. – Bonnie continuou percebendo que Elena estava meio que perdida.

— Vamos fazer uma festa incrível. Qual tema você quer? E aonde podemos fazer? Ai vai ter muitos doces né? Eu adoro docinhos de festas. – Caroline retirava das caixas vários panfletos e cartões de visitas de buffets, salões, DJs, entre vários outros contatos.

— Meninas sinceramente eu não estou no clima de festa. – Elena confessou sem muito ânimo.

— Ai Elena, você está entrando na vida adulta, vai ser mulher, tem que comemorar em grande estilo, afinal não é todo dia que se faz 18 anos. – Caroline tentava fazer sua amiga mudar de ideia.

— Concordo com a Caroline, temos que fazer nem que seja uma festa aqui no quarto. – Bonnie já estava vendo as muitas coisas que Caroline trouxe.

— Eu só queria passar o dia com vocês e se fosse possível com a minha tia e minha amiga Hayley. – Elena não era muito ligada em festas, para ela a melhor maneira de se comemorar um novo ciclo era com as pessoas que ela amava ao seu lado.

— Não esquece essa Hayley. – Caroline indagou revirando os olhos.

— Car. ela é minha amiga de infância. Sem ciúmes. – Elena pediu aos risos.

— Tudo bem que você não queira uma coisa muito extravagante, mas vamos fazer um bolinho pelo menos, ou se você quiser podemos sair? Baladinha? Parque? – Bonnie abria um leque de opções para Elena.

— Por favor Elena vamos fazer uma festa, por favor. Eu quero muito organizar sua festa. – Caroline pedia quase que ajoelhando a Elena.

— Tudo bem, vocês venceram.

— Yees! – Caroline comemorou pulando de alegria, parecia que a festa era dela e não de Elena.

— Mas me prometa que vai ser algo discreto, apenas pessoas próximas. – Elena realmente não estava no clima para festejar.

— Prometo que vou fazer meu melhor. – Caroline estendeu o dedinho mindinho para Elena, como se quisesse fazer um tipo de acordo.

— Pink promess. – Elena entrelaçou seu dedinho com o da loira e  sorriu.

— Bonnie agora me ajude a mostrar para Elena os incríveis buffets que eu separei. – Caroline abria uma caixa e sacava várias opções de cardápios diferentes. Caroline adorava festas, e adorava mais ainda organizar uma. Ela sabia que Elena tinha passado por muita coisa ultimamente e queria ver sua amiga feliz, esquecendo pelo menos por um dia o drama da vida adolescente. Caroline faria tudo para que o dia de Elena fosse perfeito, ela queria que sua amiga se sentisse muito amada e querida no dia de seu aniversário, e ela não pouparia esforços para que aquilo acontecesse.

Elena e Caroline discordaram de algumas, na verdade várias coisas da festa e Bonnie se divertia tentando apaziguar “os ânimos” entre suas duas amigas. No final da tarde o trio de amigas se separaram: Caroline aproveitou uma das poucas folgas de sua mãe e foi passar o resto do dia com ela; Bonnie já havia combinado um jantar entre seus pais e Lucas, finalmente seus pais voltaram da grande expedição que eles lideravam e naquela noite conheceria seu namorado; e Elena decidiu aproveitar a sua companhia mesmo. Elena foi ao shopping e encarou uma sessão de cinema sozinha, ela achou um pouco estranho, porém isso foi só nos primeiros minutos de filme. Ela jantou num restaurante japonês sozinha, ela percebia os olhares de algumas pessoas para ela, como se perguntassem: “Você está bem? Tem certeza de que quer realmente jantar sozinha?”, mas Elena estava bem segura de si, ela queria aproveita a sua própria companhia, queria “se curtir” um pouco, se amar, ela queria comprovar na teoria de que não precisava de ninguém para ser feliz a não ser dela mesma, claro que era ótimo sair e se divertir com suas amigas, mas ela estava praticando se valorizar, valorizar sua própria companhia e estava funcionando muito bem. Elena passeou um pouco pelas lojas do shopping, comprou algumas roupas.

Elena vinha dirigindo calmamente pela estrada quando ouviu um forte barulho do seu lado direito e o carro puxar para o outro lado da pista. Elena parou e sinalizou, ela desceu para ver do que se tratava e notou que o seu pneu traseiro havia furado. Elena se preparou e trocou usando o estepe, depois de alguns minutos ela deu partida no carro e seguiu viagem. Ao andar mais alguns quilômetros, Elena sentiu um forte tranco seguido de um barulho agudo. Ela seguiu um pouco mais adiante e parou perto de um bar para averiguar o seu automóvel, então a garota notou que o outro pneu traseiro havia furado, porém ela não tinha mais estepe disponível. Elena respirou fundo e prometeu não xingar, mas parecia que o universo estava lhe pregando uma peça. Elena ligou para a seguradora e eles lhe informaram que o carro que se encontrava mais próximo a ela ia demorar algumas horas. A morena ficou esperando alguns minutos dentro do carro, porém aquela noite estava um pouco abafado e ela decidiu esperar no lado de fora. Elena ficou um tempo olhando o céu estrelado, para a grande lua que pairava sobre aquele céu escuro, pensando sobre inúmeras coisas, e em meio a alguns pensamentos lhe veio os olhos de Stefan na sua mente, o sorriso dele, e Elena se lembrou da primeira vez que Stefan disse que a amava “daqui até a lua” :

FLASHBACK

— Está tão abafado hoje. – Elena falava se abraçando mais com Stefan. Era uma noite de Novembro, o casal estava num lugar deserto da cachoeira, deitados sobre o capô do carro de Stefan.

— Quer que eu desgrude de você? – Stefan perguntou fazendo uma cara triste a Elena.

— Hum deixa eu pensar? – Elena ficou olhando para o rapaz com uma cara pensativa e Stefan a soltou.

— Ok, minha namorada não quer que eu a abrace. Respeite Sr. Stefan. – Stefan dizia para si mesmo com ar de brincadeira, cruzando os braços.

— Para de ser bobo. – Elena descruzou os braços de seu namorado e se aninhou no colo de Stefan. – Amo ficar dentro do seu abraço. – Elena falava abraçando mais o rapaz.

— Amo te abraçar. É como se eu pudesse te proteger de tudo. – Stefan falava enquanto acariciava os cabelos macios de Elena.

— É exatamente isso: Você é meu porto seguro, minha rede de proteção, no seu abraço eu sinto que nada pode me atingir. – Elena se aproximou mais de Stefan, elevando sua face para mais perto do rosto de seu namorado.

— Eu te amo tanto, mais tanto. – Stefan sussurrou fechando os olhos e colando a ponta de seu nariz com a de Elena.

— Me ama do tamanho dessa cachoeira? – Elena questionou.

— Essa cachoeira é muito grande sabia? – Stefan alertou sorrindo.

— A é Sr. Salvatore? – Elena se fez de ofendida e se distanciou um pouco de Stefan. Stefan sorriu ainda mais.

— Eu te amo tanto, que essa cachoeira chega a ser mínima diante do tamanho do meu amor por você. – Stefan pronunciou as palavras acariciando a face delicada de Elena.

— Amo você do tamanho de New York. – Elena colou novamente seu nariz com o de Stefan.

— Eu te amo daqui até a lua, ida e volta. – Stefan sussurrou entre o pequeno espaço que havia entre sua boca e a de sua amada. Elena encaixou seus lábios nos de Stefan e o beijou apaixonadamente. Naquele momento ela se sentiu tão amada, tão querida, que absolutamente tudo no mundo se tornou pequeno diante daquele amor que transbordava de ambos.

Elena fechou os olhos e respirou fundo, ela sabia que aquela memória era uma das mais felizes de sua vida, mas ela sabia que tinha que voltar para o presente. Elena ficou alguns minutos navegando no instagram quando ouviu uma voz se aproximar:

— Está perdida? – Damon perguntou saindo do bar, indo em direção a garota.

— Oie, não. Estou esperando o reboque. – Elena apontou para o carro.

— O que aconteceu? – Damon se aproximou cumprimentando Elena com um beijinho no rosto.

— Dois pneus furados para um estepe. – Elena resumiu apontando desta vez para os pneus.

— Puxa, garota de sorte hein. – Damon falou examinando os pneus. – O reboque vai demorar? – Damon continuou.

— Nada que algumas horas de espera não resolva. – Elena respondeu fazendo uma careta para o moreno.

— Pelo visto vai demorar. Quer que eu te leve para o campus? – Damon perguntou.

— Mas e meu carro?

— Liga para eles e avisa que você conseguiu uma carona e eu vou falar com o dono do bar para mostrar o carro quando eles chegarem. – Damon já foi voltando para o bar fazer o que havia falado para Elena. Elena acatou e ligou para a seguradora do carro, era tarde da noite e ela estava cansada, não seria nada mal ela pegar uma carona com Damon.

Elena transportou suas sacolas para o carro de Damon e se acomodou no bando do passageiro. Damon deu partida no carro e seguiu pela estrada.

— Quer ligar o som? – Damon perguntou tentando desfazer o silêncio que havia se instalado no carro.

— Não, tudo bem. – Elena respondeu.

— Foi as compras hoje? – Damon havia reparado nas sacolas de Elena.

— Presente de aniversário antecipado. – Elena sorriu para Damon.

— Que dia é seu aniversário?

— Próximo dia 16.

— Huum, Aquariana. – Damon falou se referindo ao signo de Elena.

— Isso mesmo. – Elena disse olhando para Damon.

— Gosto desse signo. – Damon intercalava seu olhar entre Elena e a estrada.

— Por que? – Elena queria saber mais.

— Pessoas aquarianas são bastantes criativas, inovadoras, idealistas, intuitivas... você faz muito jus ao seu signo. – Damon explicava.

— E o Sr. Grey de que signo é?

— Quem é o rei da selva? – Damon perguntou num ton irônico.

— Aff, Leão. – Elena revirou os olhos.

— O melhor dos signos minha querida. – Damon realmente adorava se gabar.

— Se acha, realmente você faz muito jus ao seu signo. – Elena disse aos risos.

— Ha – ha – ha, gracinha. – Damon debochou exibindo um sorriso de lado.

O carro voltou ao silêncio inicial e Elena mantinha sua atenção na paisagem que avançava pela janela, enquanto Damon ainda intercalava a atenção entre a estrada e a garota.

— O que vai fazer no seu aniversário? – Damon questionou.

— Caroline e Bonnie querem fazer festa, mas eu sinceramente não estou muito afim. Para mim um bolo já estava de bom tamanho.

— Você está completando 18, animação.

— É eu sei. – Elena forçou um meio sorriso.

— Ânimo. Aposto que a Barbie vai trabalhar duro para fazer a melhor festa.

— Eu tenho total certeza disso. – Elena sorria ao se lembrar de sua amiga toda animada para organizar a sua festa. – Ela queria que fosse uma festa a fantasia. – Elena continuou.

— Mas a da Bonnie já não foi a fantasia?

— Sim. Achei valido a ideia porque eu não precisaria “inventar” muito, poderia ir com a mesma fantasia. – Elena realmente gostava de coisas práticas.

— Enfermeira sexy. – Damon falou automaticamente relembrando de como Elena estava vestida na noite em que se conheceram. Damon olhou para Elena e encontrou os olhos da morena fixado nos dele.

— É. Minha fantasia não era a mais bonita da festa, mas eu gostei.

— Discordo. Você estava incrível. – Damon falou sem muito suspense.

— Não estava para tanto. – Elena no fundo sabia que estava bonita, mas sabia que Damon poderia exagerar.

— Estava sim. Dentre várias mulheres você era a que mais chamava atenção. – Damon parou, estacionando o carro na frente do campus. – Você estava realmente incrível naquela noite. – Damon continuou se virando de frente para Elena. Elena desta vez não sentiu suas bochechas corarem, porém sentiu seu coração palpitar ao olhar profundamente nos olhos azuis de Damon. Damon permaneceu imóvel encarando os olhos castanhos da morena, ali naquele pequeno ambiente, na escuridão da noite ele travava uma batalha dentro de si para não envolver a garota em seus braços e a beija – lá.

— Obrigada pelo elogio. – Elena se limitou a responder.

— Não há de que Srta. Gilbert. – Damon continuou encarando os olhos de Elena. Ele queria tanto decifrar o que havia por detrás daquele olhar. Ele queria saber o que a garota pensava quando estava com ele, o que sentia, para ele era um tormento não saber de fato o que Elena sentia em relação a eles.

— Bom eu já vou entrar, está tarde. – Elena começou a pegar as sacolas do banco de trás. – Obrigada pela carona Damon. Tenha uma ótima noite.

— Precisando é só chamar. – Damon disse dando uma piscadinha para Elena. – Boa noite e bons sonhos Elena.

Elena adentrou para o quarto, como já era tarde da noite, ela só tomou um longo banho e caiu na cama.

No dia seguinte Elena acordou e avistou uma Caroline triste repousando na cama ao lado.

— Ué caiu da cama foi? – Elena perguntou estranhando Caroline está de pé tão cedo.

— Me derrubaram mesmo, isso sim. – Caroline respondeu de péssimo humor.

— O que aconteceu? – Elena perguntou já se arrumando na cama para ouvir a história.

— Hoje bem cedo eu estava mexendo no instagram e o que eu vejo? Uma foto que o Tyler postou todo feliz, ao lado dos familiares dele. – Caroline estava bem, bem triste.

— Mas Car. ele está passando as férias com a família, o que tem de errado nisso?

— O que tem de errado? Tem que bem ao lado dele está a “Vaca” da prima dele, que vivia dando em cima dele. – Caroline foi pulando na cama de Elena lhe mostrando a foto.

— Car. ele só está ao lado dela. – Elena olhava detalhadamente a imagem.

— Ao lado? Por acaso você não está vendo a mãozinha dela ao redor da cintura dele? – Caroline parecia que ia ter um colapso.

— Mas o que importa é ele, e ele não está abraçando ela, está apenas do lado. – Elena tentava amenizar a situação, mas estava vendo que não estava adiantando.

— Poxa amiga, ele deve estar com ela. – Caroline se enfiou debaixo das cobertas de Elena e se encolheu repousando sua cabeça no colo da morena.

— Car. você não sabe, não pode tirar conclusões precipitadas. Ás vezes é só uma foto, apenas isso.

— Eu sinto tanta a falta dele. Eu pensei que a princípio ele queria um tempo para ele, e que com o tempo ele viria atrás de mim, mas estou vendo que me enganei.

— Então porque você não liga para ele e diz como você se sente?

— Eu? Ligar para um homem? Jamais. – Caroline dizia ofendida.

— Caroline Forbes, você tem que deixar de ser orgulhosa. Ás vezes você está perdendo a oportunidade de ser feliz por conta do seu orgulho. – Elena aconselhava fazendo carinho nos cabelos de Caroline.

— Eu estou tão triste amiga, acabada. – Caroline choramingava para sua grande amiga.

— Tenho uma ideia: Que tal e você irmos andar um pouco no Central Park hoje?

— A tarde?

— Pra que esperar até a tarde? Vamos agora mesmo. Aproveitamos e passamos naquela doceria gigante que você gosta para nós tomarmos café. – Elena sabia como animar sua amiga, porém Caroline estava com uma certa cara de desconfiada para Elena.

— Qual o problema? – Elena questionou.

— Podemos ir à tarde? É que eu meio que já tenho um compromisso agora. – Caroline disse receosa demais para o gosto de Elena.

— E que compromisso é esse que você está toda receosa para me contar? – Elena estreitou o olhar para Caroline.

— Não é o compromisso em si, mas a companhia. – Caroline se levantou e ficou encarando Elena.

— Vai se encontrar com o Klaus? – Elena indagou.

— Tá maluca? Nem que ele me desse ouro em pó eu sairia com ele. – Caroline falou fazendo pouco da companhia do Britânico. Caroline deu um longo suspiro e completou : - Vou tomar café com o Stefan.

Elena tentou conter a sua cara de surpresa, mas não deu muito certo.

— Olha amiga eu não quero que você fique magoada comigo, mas ele continua sendo meu amigo e eu estou tão mal por conta do Tyler que eu mandei mensagem no zap para o Stefan hoje e desabafei com ele, meio que foi eu que convidei ele pro café. – Caroline se explicava sem tomar muito folego.

— Sem problemas Car. Vocês são amigos, é normal isso, mas por que você não mandou mensagem para mim ou para Bonnie?

— Porque a Bonnie dormiu com o Lucas, não queria estragar a manhã dela assim, e você ultimamente tem se envolvido tanto em dramas românticos que eu preferir te poupar logo cedo.

— E o Stefan não? – Elena indagou para Caroline.

— Sim, mas é que é uma opinião masculina, diferente sabe? Mas se você quiser eu desmarco com ele.

— Claro que não Caroline. Se vai te fazer bem tudo bem. – Elena sabia que ultimamente Stefan estava bem mais próximo de Caroline do que dela, porém ela não tinha motivos para sentir – se enciumada, eles realmente eram bons amigos.

Elena e Caroline ficaram conversando mais um pouco pela aquela manhã, logo depois Elena se levantou para tirar seu pijama e fazer sua higiene matinal, enquanto Caroline foi na secretaria pegar sua nova grade curricular. Elena procurava na internet uma transportadora mais em conta para ela enviar os presentes de Natal atrasado para sua tia e sua amiga Hayley quando bateram na porta.

“Caroline é cabeça de vento mesmo, sempre esquece a chave” Elena pensou, já que a porta do quarto delas só abria com a chave inserida quando do lado de fora, isso por medidas de segurança da própria Universidade. Elena se levantou e abriu a porta:

— Esqueceu novamente as cha... – Elena travou quando viu na sua frente um belo rapaz alto, era Stefan Salvatore. A morena automaticamente sentiu uma forte dor no estômago, como se borboletas fossem sair pela sua boca, ela manteve seus olhos castanhos fixados nos olhos esverdeados do rapaz.

— Oie. – Stefan disse suavemente, ele queria parecer o mais calmo possível, mas por dentro um turbilhão de sentimentos o invadia.

— Oie. – Elena respondeu seca. – A Caroline foi até a secretaria, mas logo está voltando. Se quiser pode esperar lá embaixo. – Elena disse tentando transparecer normalidade.

— Já vi que não sou mais bem vindo aqui. – Stefan disse ainda do lado de fora do quarto, tudo aquilo para ele era novo, já que antes aquele quarto fazia parte da rotina dele.

— Não é isso, é que se eu fosse a Rebekah não iria gostar. Só estou me colocando no lugar dela. – Elena falou com um pesar mascarado em sua fala.

— Como assim? – Stefan não havia compreendido a mensagem que Elena queria passar.

— Se eu fosse sua atual namorada não iria gostar de saber que você está sozinho num quarto com sua ex. – Elena explicou mantendo seus olhos fixos no de Stefan.

— Elena, eu não tenho nada com a Rebekah.

— Stefan, tudo bem, você está seguindo em frente. – Dentro de Elena havia uma briga constante: Entre a razão, na qual ela tinha que se fazer de madura e respeitar a escolha de Stefan, e entre a emoção, na qual ela se deixava levar pelo ciúmes.

— Mas eu e a Rebekah não temos nada, somos somente amigos. – Stefan continuou repetindo tentando permanecer calmo.

— Stefan é sério, não somos mais namorados, você não me deve satisfações.

— Eu sei, mas mesmo assim estou aqui me explicando, pra que você entenda de uma vez por todas que eu e a Rebekah somos apenas amigos, nada mais que isso.

— Stefan ninguém me disse nada, eu mesma vi o beijo. – Elena falava relembrando a cena.

— Aquele beijo foi ela que me deu, eu sei que não justifica, mas eu não correspondi.

— Nossa, o pessoal adora dar beijos em você hein? – Elena disse irônica, se lembrando que foi praticamente a mesma coisa que Stefan havia dito sobre a Lexi quando ela descobriu sobre o noivado deles.

— Elena me escuta e acredita em mim: Eu não estou com a Rebekah, eu só tenho sentimentos de amigo por ela.

— Stefan ela não iria lhe beijar do nada. Para ela fazer isso você deu algum sinal de que estava correspondendo, claro, andando pra cima e pra baixo com ela.

— Elena ela é minha amiga praticamente de infância, você quer que eu me afaste dela?

— Não, não estou lhe pedindo isso. É que desde quando nós namorávamos ela vinha te cercando, se fazendo de boa moça para te conquistar. Todos a sua volta percebem isso, só você que não, parece que sabe de tudo isso e gosta.

— Que nem você com o Damon? – Stefan estava tentando ser o mais compreensível possível, porém ele estava dizendo de todas as formas possíveis que ele não sentia nada pela Rebekah e mesmo assim Elena ficava batendo na mesma tecla, mas quando ela insinuou que ele estava gostando daquela situação ele não conseguiu se segurar, as palavras saíram meio que automaticamente de sua boca. Elena engoliu a seco aquela pergunta, ela sabia que suas amigas pensavam aquilo dela sobre o Damon, mas até ele?

— Desculpa, eu não devia... – Stefan disse mostrando seu arrependimento de ter jogado na cara de Elena aquele fato, mas Elena o interrompeu.

— Devia sim.

Ambos ficaram se olhando em silêncio, como se quisessem falar algo, porém nenhuma voz saia.

— Stefan na verdade eu nem devia ter tocado no nome dela. Você tem o direito de se relacionar com quem quiser. Você está seguindo em frente e eu também. – Elena disse.

— Com o Damon? – Stefan perguntou sério.

— Acho que isso não lhe diz respeito, afinal não te devo mais satisfações. – Elena respondeu ríspida, na verdade Elena deixou a resposta “no ar” de propósito. Seu lado egoísta queria que Stefan sentisse nem que fosse um pouquinho do ciúmes que ela estava sentindo.

— Você tem razão. – Stefan pronunciou numa fala não brava, mas triste. Ele sabia que Damon estava se aproximando cada vez mais de Elena, sabia que ela podia se encantar pelos lindos olhos azuis de seu irmão, e ele não tinha nada com isso. Damon por mais que tivesse traído sua confiança ainda era aquele melhor amigo de anos atrás, e ele não podia desejar a infelicidade de seu irmão, ele não podia se opor a relação de seu irmão com Elena, porque no fundo ele queria o melhor para Elena, e se era Damon que estava fazendo bem para a garota, ele não podia reclamar.

Caroline chegou e percebeu o clima que havia entre o casal.

— Cheguei em péssima hora né? – Caroline perguntou já sabendo a resposta.

— Não. O Stefan já estava de saída. – Elena disse um pouco chateada. “Como que ele havia ficado tranquilo com o fato dela supostamente está com Damon? Porque para ele pareceu tudo tão normal?” Elena se questionava mentalmente.

Stefan somente assentiu com a cabeça positivamente para Elena, e foi caminhando em direção as escadas para saída. Caroline ficou trocando alguns olhares confidente com sua amiga.

— Caroline você não vem? – Stefan parou na ponta da escada ainda no corredor.

Caroline continuou olhando para Elena, como se esperasse uma aprovação. Elena balançou a cabeça dando “permissão” a Caroline para seguir em frente. Elena olhou para Stefan e subitamente foi de encontro com os olhos dele. Stefan estava ali parado, lançando um olhar penetrante para a morena. Elena continuou na mesma posição ainda encarando os olhos do rapaz, ou seria admirando?

— Vamos? – Caroline parou do lado de Stefan tirando – o do transe. Era nítido que entre o casal havia muita coisa que ainda precisava se resolver. Stefan deu passagem para Caroline passar e a acompanhou. Elena ficou vendo o casal de amigos desaparecer pela porta a fora.

Elena voltou para o quarto e focou sua atenção toda nos seus afazeres, ela não queria pensar em Stefan, ela não queria machucar mais e mais seu coração.

(...)

Elena estava sentada no balcão de um dos barzinhos mais frequentado de Nova York, ela esperava por Bonnie e Lucas. Na verdade Elena nem estava com muita vontade de sair, especialmente naquela noite, mas sua amiga praticamente a intimou, então lá estava ela. Depois de alguns minutos o casal chegou indo de encontro com Elena.

A noite foi se esticando e Elena até que estava se divertindo, porém para ela faltava alguma coisa. Ela se sentia deslocada, por mais que estivesse ao lado de seus amigos ela sentia que não era ali que ela deveria estar. Bonnie como conhecia bem Elena percebeu.

— Seu corpo está aqui, mas estou vendo que sua cabeça não. – Bonnie se aproximou mais de Elena e disse. Elena forçou um sorriso a sua amiga e tratou de comer mais um pouco da grande porção de batatinha que havia na mesa.

— Essa carinha tem a ver com o Stefan ou com o Damon? – Bonnie continuou.

— Quer saber, eu estou cansada de sempre que eu não estou bem tem alguma coisa relacionada aos irmãos Salvatores. – Elena disse firme.

— Ok. – Bonnie não havia entendido muito aquela reação.

— Eu só quero ser uma adolescente normal, que tenta equilibrar suas horas entre estudos, estágios e amigas. – Elena pontuou.

— Então nada de garotos? – Bonnie questionou não acreditando muito naquilo.

— Nada. Eu quero uma vida sem esses dramas românticos. – Elena respirou fundo e encostou sua cabeça na cadeira acolchoada.

— Estou vendo que a mocinha está cansada, já quer ir embora? – Lucas perguntou chegando com mais uma porção de fritas.

— Estou mesmo Lucas, mas fiquem ai e aproveitem o resto da noite. – Elena já foi se levantando e pegando sua bolsa.

— Se você vai nós também vamos. – Bonnie também foi se levantando da cadeira.

— Não, fiquem. – Elena pediu. – Sério gente, eu vou sozinha.

— Tem certeza? – Bonnie perguntou preocupada.

— Não se preocupem, quando eu chegar eu mando uma mensagem. Ok?

— Tá bom, mas não esquece de mandar a mensagem. – Bonnie pediu se despedindo de Elena.

Elena se despediu de seus amigos e deu partida no carro, dirigindo em direção a Universidade. A garota estacionou o carro e foi lentamente caminhando até a entrada do dormitório. Ao chegar deu de cara com Damon.

— O que você faz aqui? – Elena perguntou surpresa com a presença do moreno ali.

— Boa noite para você também. – Damon disse. Elena estreitou o olhar como se dissesse “Anda logo, me responde”.

— Vim entregar o cheque do seu pagamento e o da Barbie. – Damon já foi entregando dois envelopes pequeno para Elena.

— Não precisava vim aqui só para isso. – Elena pegou os envelopes e guardou na sua pequena bolsa.

— Quis fazer esse esforço. – Damon lançou um sorriso de lado para a garota. Elena também deixou transparecer um pequeno sorriso e balançou a cabeça.

— Estou vendo que a Srta. estava na noitada. – Damon observou medido Elena da cabeça aos pés.

— Estava num barzinho com a Bonnie e o Lucas.

— Hum. Gosto de te ver assim.

— Assim como? – Elena não havia entendido o que aquilo significava.

— Solta, despreocupada, curtindo a vida. – Damon respondeu chegando um pouco mais próximo de Elena.

— Estou seguindo. – Elena respondeu esculpindo um belo sorriso em seus lábios.

— Espera, não se mexe. – Damon alertou se aproximando mais de Elena. Elena ficou um pouco assustada, mas seguiu o pedido do moreno. Damon elevou sua mão nos cabelos de Elena e retirou uma linda joaninha que ali tinha pousado.

— Que lindinha. – Elena disse observando o pequeno inseto.

— Me dê sua mão. – Damon pediu, Elena estendeu sua pequena mão ao moreno e Damon deixou a joaninha andar da sua mão para a de Elena. Elena ficou imersa vendo aquele pequeno ser caminhar pela sua pele, e Damon ficou observando atentamente o rosto de Elena.

— Você sabia que as joaninhas são símbolo da sorte? – Damon falou bem perto do rosto de Elena. Elena direcionou seus olhos para a face de Damon e percebeu que eles estavam muito próximos, muito mais do que ela gostaria ou devia.

— Já tinha ouvido falar. – Elena respondeu com os olhos fixos no de Damon. Damon foi se aproximando devagar da garota.

— Damon não... – Elena disse brevemente.

— Eu sei, eu sei que é errado. – Damon acariciou suavemente o rosto de Elena.

Elena podia facilmente perceber sua respiração mudando, ficando ofegante enquanto navegava no azul dos olhos dele. Aqueles olhos lhe invadiam sem pedir nenhuma permissão, quebrando todas as barreiras que ela havia demorado para construir.

— Você é perfeitamente errada para mim, e é por isso que é tão difícil ir embora. – Damon confessou num sussurro.

— Nós dois não pode acontecer. – Elena falou ainda mantendo sua atenção nos olhos azul piscina do rapaz.

— Ah Elena...Queria poder dizer a você o que eu não posso dizer a você. – Damon acariciou mais uma vez o rosto macio de Elena e se afastou fazendo menção a se retirar, porém ele se virou para Elena e ficou a olhando. Elena continuou na porta de entrada do campus o olhando.

— Quer saber, eu só estou lutando pela minha felicidade. – Damon falou como se estivesse pensando alto.

— O que isso quer dizer Damon? – Elena perguntou meia receosa.

— Quer dizer que eu não vou me sentir culpado por tentar conseguir a garota, por tentar te conquistar, por tentar ser feliz. – Damon novamente se aproximou de Elena.

Elena congelou, ela sabia que ele estava afim dela, porém não esperava por aquelas palavras, por aquela declaração improvisada.

— É errado, muito errado eu sei, mas não tem um dia sequer que eu não pense em você nos meus braços. – Damon estava tão emotivo naquela noite, ele não queria mais esconder o que ele sentia por ela, não queria deixar nada nas entrelinhas.

— Damon eu não sei o que dizer, eu... – Elena ia falar que estava confusa sobre seus sentimentos, que mesmo depois de tudo ela ainda pensava em Stefan, porém Damon a interrompeu.

— Não diga nada, apenas ouça o que eu tenho para lhe falar. – Damon deu os últimos passos que colocava fim a distância entre ele e Elena.

— Você chegou na minha vida como um furação que derruba tudo, estremeceu todas as minhas estruturas, quanto mais eu te evitava mais eu te queria. Você me fez querer e idealizar coisas que nem de longe eu imaginei sonhar... Na verdade você era exatamente isso pra mim: Um sonho.

Elena não imaginava que ela despertava tudo aquilo naquele cara que parecia nunca se apaixonar, ela não imaginava que ele podia ser tão sincero com ela daquela forma. Damon foi aproximando seu rosto com o da garota, ele não podia mais negar o quanto ele queria provar os lábios dela, o quanto ele estava louco para sentir a doce sensação do beijo dela. Elena sentiu seu coração acelerar, uma onda de sentimentos a invadir. Ela queria se afastar, porque era o certo, mas parecia que ela estava anestesiada com todas as palavras que Damon havia acabado de pronunciar a ela. Elena viu ele se aproximar mais, e mais até que automaticamente seu olhos se fecharam e ela pode sentir os lábios dele contra o dela. No começo apenas um toque, apenas um encontro de lábios, mas ao perceber que seria reciproco, Damon pegou o rosto de Elena e lhe deu um beijo apaixonado. Elena não pensou em mais nada, apenas as palavras que Damon havia declarado estavam divagando em sua cabeça enquanto sua boca era totalmente preenchida por beijos que secretamente ela desejava.

 


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam? Me contem please.

Até o próximo capítulo. Xoxo.

Músicas:

— Flashback Stelena ( Moby – Temptation)

— Damon e Elena conversando no carro (The National – Terrible Love)

— Stefan e Elena “discutindo” (Hedley – Perfect)

— Damon se declarando para Elena (Tate McRae – Slower)



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