Laços de Sangue escrita por Mel Dobrev


Capítulo 46
Acerto com a mamãe.


Notas iniciais do capítulo

Boa noite lindezas... Mais um capítulo para vocês. Ótima leitura.

P.S - Me desculpem ficar uma semana sem postar, é que aproveitei para tirar umas "férias" :)
Semana que vem voltarei a postar ás segundas e quintas.

Obrigada por lerem e comentarem.



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Naquela manhã Elena se sentia diferente: Mais otimista, mais leve, como se no dia anterior ela tivesse se livrado de todo peso que a incomodava, de todo fardo que lhe causava angústia. Elena sentia uma coisa diferente dentro de si, talvez a certeza de que dias melhores estavam por vim, ou simplesmente era a sensação de “dever cumprido”, a satisfação de ter sido totalmente sincera consigo mesma. Elena caminhou até o banheiro e fez suas higienes matinais, depois arrumou sua cama e aproveitou que Caroline não tinha dormido lá para se apossar da TV, pois ela sabia que se sua amiga estivesse no quarto ela jamais conseguiria assistir o que queria na grande TV. Depois de uma manhã regada de café na cama juntamente com a companhia de três episódios de série, Elena se arrumou e pegou suas coisas para realizar uma aula de yoga no parque que ficava algumas quadras do campus. Elena deu uma última olhada no quarto e abriu a porta para sair, quando levou um susto.

— Stefan! – Elena deu de cara com Stefan, que estava a posto para bater na porta.

— Bom dia! Bom eu ia bater, mas você foi mais rápida. – Stefan disse esbouçando um pequeno sorriso.

— Bom dia. – Elena respondeu achando graça daquela situação. Um curto silêncio se instalou entre o casal e Stefan tratou logo de quebra – ló:

— Já que ontem você fez a gentileza de devolver minhas roupas, hoje eu que vim lhe trazer isso. – Stefan deu a Elena uma pequena sacola. Elena abriu a sacola e verificou que dentro havia uma blusa sua.

— Nossa eu nem lembrava que havia deixado ela no seu quarto. – Elena estranhou, porque a única vez que ela se lembrava que poderia ter deixado alguma coisa no quarto de Stefan havia sido no dia do Ano Novo, e definitivamente ela não estava com aquela blusa.

— Na verdade você não deixou. – Stefan respondeu.

— Não? - Elena lhe lançou um olhar de que não havia entendido.

— No dia em que eu fui na Mansão dos Salvatores para pegar algumas peças de roupas essa sua blusa estava entre as minhas coisas no closet, e então eu levei junto com as minhas roupas. – Stefan explicava calmamente.

— Ah, então você levou por engano. – Elena completava a explicação de Stefan.

— Não. Peguei porque era a única coisa sua que eu podia ter no momento. – Stefan ficou olhando Elena. Elena ficou em silêncio, com os olhos vidrados no olhar do rapaz.

— Ter algo seu, com o seu cheiro, perto de mim, era como se eu pudesse perfeitamente te ter em meus braços, do meu lado e isso me ajudava a não desabar. – Stefan confessou.

— Você sabe que eu sempre quis estar ao seu lado, lhe ajudando com tudo isso. – Elena também confessou.

— Eu sei, só não era homem o suficiente pra admitir que necessitava da sua ajuda. – Stefan disse cabisbaixo.

— Você é homem suficiente para muito, para ser honesto com tudo o que estava se passando e para aguentar tanta coisa de uma vez só. – Elena ameaçou dar um passo em direção a Stefan, mas ela se repreendeu mentalmente, e continuou em pé perto da porta.

— Vejo que você está de saída. – Stefan disse observando que a morena estava vestida com roupas esportes e com seu tapete pendurado em um dos ombros. Elena balançou a cabeça positivamente para Stefan.

— Até mais Elena. – Stefan deu um sorriso meio que de lado a Elena e virou para descer as escadas.

— Você ainda sente algo sobre nós? – Elena perguntou alto. Aquilo estava engasgado em sua garganta desde a noite anterior, desde o momento em que ele em meio a algumas palavras tinha confessado que ainda se importava com ela. Stefan virou lentamente seu corpo em direção a Elena, ele viu em seus olhos a curiosidade, e ao mesmo tempo uma espécie de medo.

— Eu sinto tudo Elena. – Stefan respondeu firme. – Apesar de tudo o que aconteceu entre nós, nada apaga os incríveis momentos que vivemos juntos, nada pode mudar o que eu sinto por você. – Stefan se declarou. Elena sentiu um alivio confortante a invadindo, e respirou fundo.

— E você, ainda sente algo por mim? – Stefan se atreveu a perguntar.

— Stefan eu... – Quando Elena ia falar o seu celular começou a tocar. Elena pegou o celular e verificou que era Lily lhe ligando.

— Preciso atender. – Elena disse a Stefan, mostrando o celular.

— Sem problemas, depois nós conversamos. – Stefan disse se retirando. Elena lhe lançou um sorriso e atendeu seu celular, com os olhos fixados em Stefan que ia ficando cada vez mais distante.

Elena e Lily ficaram alguns minutos no telefone, fazia um certo tempo que elas não se falavam, já que nos últimos dias Lily estava bem corrida por conta de sua boutique. As duas combinaram de se vê no meio na semana, já que era mais cômodo para ambas.

(...)

Era começo da tarde quando Elena com a ajuda de Bonnie e Caroline arrumava uma cesta farta de piquenique para degustarem juntamente com Lily no Central Park.

— Pegaram tudo? – Bonnie perguntava pegando sua pequena bolsa e a transpassando em seu corpo.

— Acho que sim. – Elena respondeu dando uma última olhada dentro da cesta.

— Então vamos, porque quem vai dirigindo sou eu. – Bonnie estava bem animada, pois acabará de ganhar um carro novinho de seus pais.

— Só porque está de carro novo. Não vejo a hora de completar dezoito anos para minha mãe me dar um carro zero. – Caroline falava.

— Car. mas o carro que sua tia lhe deu é novo. – Elena falava já se acomodando no banco ao lado de Bonnie.

— É novo nada, ela só me deu porque trocou por um zero.

— Ah Caroline mas está ótimo, é bom que com ele você vai pegando prática. – Bonnie tentava ver um lado positivo de tudo.

— Todo mundo me fala isso, só porque peguei minha habilitação agora. – Caroline revirava os olhos enquanto falava sem muito ânimo.

O trio de amigas seguiram até a mansão dos Salvatores para pegarem Lily e de lá seguiram a estrada até o parque.  A tarde toda as meninas aproveitaram para colocarem o papo em dia: Caroline não cansava de elogiar o novo namorado de sua mãe, e também falava sobre suas teorias de que Tyler estava junto com sua prima “piriguete”, Bonnie falava sobre sua expectativa para o novo semestre da faculdade e falava não muito contente sobre Lucas, ela sentia que algo entre eles estava errado, eles já não tinham a mesma sintonia do começo do namoro, já Elena queria deixar um pouco de lado seus assuntos com os irmãos Salvatores e focava em falar sobre os estágios que estava pensando em se inscrever nesse novo semestre e a felicidade de receber sua amiga de infância Hayley dali algumas semanas, pois ela viriam para estudar na mesma universidade que as meninas. Lily se sentia muito bem entre o trio de adolescentes, sem Stefan e Damon em casa ela se sentia só, muitas vezes Giuseppe estava viajando e ela se entregava totalmente a sua boutique para amenizar a solidão, mas estar com aquelas meninas, ouvir e participar do dia – a – dia delas era uma coisa muito gratificante para Lily. Lily contribuía com conselhos sábios, e algumas divertidas histórias sobre sua adolescência.

Num certo momento da tarde Caroline encheu tanto o saco de Bonnie que conseguiu que a morena lhe tirasse algumas fotos elaboradas para postar em seu instagram. As duas amigas foram andar pelo parque a procura de boa luz enquanto Lily e Elena ficaram deitadas sobre a grama olhando o imenso céu azul celeste acima delas.

— Você tem falado com o Stefan ou o Damon? – Lily perguntou não tirando seus olhos do céu.

— Falei com eles no final de semana. – Elena respondeu tranquilamente.

— Eles estão bem?

— Estão sim Lily, na verdade o Stefan está ótimo, ele parou com o uso das drogas.

— Sério? Você não está brincando comigo? – Lily se levantou rapidamente e ficou sentada encarando os olhos castanhos de Elena.

— É verdade Lily. Ele mesmo me contou e eu pude ter a certeza nos olhos dele. – Elena explicava agora também se sentando sobre a grama.

— Nossa Elena, essa é a melhor notícia que alguém poderia me dar, eu estou tão feliz. – Era nítido o brilho nos olhos de Lily.

— Eu sei  bem qual é essa sensação, fiquei da mesma forma quando ele me contou. – Elena sorria ao ver a felicidade de sua ex- sogra.

— Mas ele está em acompanhamento por uma clínica ou algo do tipo?

— Sim, mas venha, enquanto comemos essa sobremesa incrível que a avó da Bonnie fez eu vou lhe contar tudo. – Elena puxou Lily pela mão e as duas se acomodaram na imensa toalha e continuaram a conversa.

Depois de colocar todos os assuntos em dia com Lily sobre os últimos acontecimentos entre ela e Stefan e Damon, Elena mandou mensagem para Caroline, para que ela e Bonnie voltassem, pois estava escurecendo e Lily precisava retornar para a mansão.

Bonnie deu partida em seu carro conduzindo até a mansão dos Salvatores.

— Lily nós podemos entrar? Estou fazendo xixi nas calças. – Caroline falava com suas pernas entrelaçadas, como se com aquela posse pudesse segurar o xixi.

— Mas é claro que sim minha linda, nem precisa pedir. Vamos. – Lily desceu do carro e esperou as meninas a seguirem pela entrada da mansão.

Ao chegar na casa Caroline já foi correndo para o banheiro, Lily, Elena e Bonnie foram para a sala de visitas e deram de cara com Damon sentado em uma das poltronas tomando seu inseparável uísque.

— Damon, não sabia que ia passar por aqui hoje? – Lily perguntou surpresa.

— Na verdade nem eu sabia. – Damon respondeu se levantando e lançando um olhar para Elena.

— Olá Srta. Gilbert, Bonnie – Damon cumprimentou as meninas com um meio sorriso.

— Oie Damon. – Elena respondeu timidamente.

— Damon que surpresa boa. – Bonnie disse alternando seus olhares para Damon e Elena.

— Eu vou pedir para Geraldine preparar um café para nós. – Lily já foi indo em direção a cozinha quando Damon a interrompeu.

— Não precisa Lily, preciso conversar com você, prometo que serei breve. – Damon falou sério.

— Ok. Vamos para o escritório. – Lily abriu caminho e deixou que Damon fosse na frente. – Meninas me esperem aqui tá bom, fiquem a vontade. – Lily pediu assim seguindo Damon.

— O que será que ele quer falar com ela? – Bonnie perguntou desconfiada.

— Não sei, só espero que seja algo bom. – Elena disse se sentando em uma das poltronas da grande sala.

No escritório Lily se acomodou um uma das cadeiras e Damon se sentou bem na sua frente.

— Pode falar Damon. – Lily pediu um pouco receosa.

— Olha Lily, ultimamente eu andei pensando muito, reavendo algumas atitudes minhas e me dei conta de que no final o que realmente importa é a família. Não importa as mentiras, as raivas, ou decepções, porque no fim quem vai estar com você e por você sempre será a sua família. – Damon falava sério. Lily ouvia tudo atentamente.

— Não vou mentir para você, eu ainda estou chateado e magoado com toda essa história, com anos sendo tratado como seu sobrinho e de uma hora pra outra receber a notícia de que sou seu filho, isso me mudou completamente.

— Eu sei, e eu sinto tanto por isso, eu só não queria lhe magoar. – Os olhos de Lily já estavam ficando marejados.

— Me privando da verdade acabou que você fez exatamente isso: Me magoou. – Damon ainda estava bastante magoado com tudo sim, mas ele tinha levado em consideração o pedido de Elena e estava deixando de lado toda sua magoa.

— Mas eu não quero ser o egoísta, o idiota que vai passar anos remoendo uma coisa sem ao menos dar uma segunda chance para ver se tudo pode melhorar.

— Você está me dizendo que vai voltar pra cá? Que vai aceitar ser meu filho? – Lily falou alegremente.

— Calma lá, também não é assim. Estou lhe falando que vou deixar a Sra. participar da minha vida, vou ser mais ativo na nossa relação, irei vim visita – lá mais vezes, mas voltar a morar aqui não. – Damon disse firme.

— Tudo bem, isso já é um enorme avanço. Eu estou tão feliz, você não imagina o quanto. – Lily falava emocionada.

— Só me prometa uma coisa? – Damon pediu. Lily balançou a cabeça positivamente.

— Me prometa que não vai ficar que nem aquelas mães corujas e grudentas que nem a Sra. é com o Stefan, querendo saber sempre aonde eu estou. – Damon disse fazendo uma careta.

— Prometo que vou tentar. – Lily disse não conseguindo esconder seu sorriso.

— Tá bom, já é um começo.

— Agora eu vou fazer o que eu queria fazer a muito tempo. – Lily se levantou e praticamente pulou na frente de Damon o envolvendo num apertado abraço. Damon a princípio ficou sem reação, mas logo deu o braço a torcer e correspondeu o abraço.

— Eu te amo tanto, mas tanto meu doce menino. – Lily sussurrava ainda abraçada a Damon.

— Por favor, também não seja melosa. – Damon disse fazendo mais uma careta, mas no fundo aquele abraço era o que ele vinha esperando a tempos.

— Você e seu irmão são as melhores coisas que eu já fiz na vida, vocês são tudo pra mim, são a minha vida. – Lily disse pegando no rosto de Damon e olhando profundamente em seus olhos. Ela estava tão feliz, tão preenchida de amor naquele momento. Damon deu um sorriso meio forçado e voltou a abraçar sua mãe. Não que ele não quisesse sorrir, mas ele forçou pois a emoção estava lhe preenchendo por completo, e ele não queria se emocionar ou deixar algumas lágrimas escapar, aquilo para ele o fazia fraco, e ele não queria aquilo.

Depois de um abraço demorado, Lily e Damon foram para a sala encontrar as meninas.

— Lily já estamos de saída. – Elena anunciou.

— Esperem, eu tenho uma ótima notícia para lhes dar. – Lily disse. Elena, Caroline e Bonnie ficaram olhando Lily com um certo ar de curiosidade.

— O Damon fez as passes comigo. – Lily falava abraçada no seu “mais novo filho”.

— Que notícia incrível. – Elena falava contente.

— Ah que lindos! – Bonnie se derretia.

— Já estava na hora né?! – Caroline falava encarando Damon.

— Ah meninas agora eu vou mimar muito o meu bebê. – Lily falava bastante feliz. Aquelas palavras fizeram as meninas rirem, e Damon revirar os olhos.

— Lily não faça eu me arrepender, pelo amor de Deus não me chame de bebê. – Damon falava fazendo caras e bocas, porém no fundo ele estava se divertindo com tudo aquilo.

— Ah bebê da mamãe. – Caroline debochava, ela não perdia uma oportunidade de encher Damon.

— Bebezinho Salvatore. – Bonnie também entrou na brincadeira, imitando a voz de um bebezinho.

— Vocês estão ferradas comigo. – Damon prometeu aos risos.

— Precisamos comemorar, vou pedir para Geraldine abrir uma champanhe. – Lily foi correndo para cozinha.

— Lily prepara uns quitutes também, eu já estou com fome. – Caroline saiu atrás de Lily. Bonnie olhou para Elena, olhou para Damon e percebeu que estava sobrando naquela enorme sala, e resolveu ir atrás de Lily e Caroline: - Eu também vou para cozinha.

— Estamos sendo tão óbvios assim? – Damon perguntou para Elena.

— Creio que sim. – Elena respondeu. Damon se aproximou do bar e se serviu de uma dose de uísque. – Quer? – Ele perguntou mostrando o copo a Elena.

— Não, obrigada. Mas já não iremos beber champanhe? – Elena franziu as sobrancelhas para Damon.

— Só com muita bebida para aguentar uma mãe coruja dessas. – Damon disse entornando um pouco do uísque. Elena riu daquilo.

— Estou muito feliz com sua atitude. – Elena disse se sentando novamente na poltrona.

— Uma certa pessoa me disse : “É muito ruim não ter alguém que amamos em nossas vidas”. – Damon se referia a Elena quando foi em sua empresa pela última vez.

— E uma certa pessoa também me disse: “Quando amamos uma pessoa não importa o quanto ela nos magoe, ela sempre será digna de uma segunda chance.” – Agora era Elena que relembrava as palavras que Damon havia lhe falado quando Stefan estava “desaparecido” e ela não sabia se ele ia querer falar com ela novamente.

— Quem foi esse idiota? – Damon perguntou lançando um sorriso para Elena.

— Um idiota de olhos azuis que eu conheço. – Elena disse retribuindo o sorriso. Damon se aproximou de Elena e se sentou na poltrona do lado da morena. Ambos ficaram se olhando, sem nada a dizer.

— Obrigada por levar em consideração o que eu lhe disse aquele dia. – Elena pediu com os olhos fixados no azul piscina dos olhos de Damon. Ultimamente Elena só havia recebidos notícias boas, e ela estava tão, mais tão feliz, por aquela família enfim estar se acertando.

— Quem disse que eu levei? – Damon lançou um olhar para Elena, erguendo uma das sobrancelhas. – Nem me lembro daquela conversa, nem da parte em que você disse que eu lhe atraia, e muito, e muito menos da parte em que você disse que gosta de me ter na sua vida. – Damon continuou olhando para a morena. Elena balançou a cabeça como se dissesse “Damon, Damon, você não tem jeito.”

— Champanheeeeee. – Caroline chegou já gritando e distribuindo as taças para Damon e Elena. Caroline lançou um olhar questionador para Elena, mas mentalmente prometeu não confrontar sua amiga. Antes dela chegar na sala ela havia visto os olhares entre Damon e Elena, e sabia que era inevitável admitir que a morena estava cada vez mais sendo conquistada pelos encantos do sedutor Sr. Grey.

Todos brindaram no começo daquela noite, a felicidade pairava naquela sala e enchia o coração de todos, mas para todos ainda faltava uma parte para estarem totalmente felizes: Para Lily era a presença de Stefan: “Para eu ser completa só me falta o meu outro menino aqui.” Lily pensava. Para a espevitada Caroline faltava um amor: “Cadê você Tyler? Por que você não para de ser um ciumento teimoso e vem ficar comigo?” pensava a loira. Para Bonnie era mais um questionamento do que alguém: “Por que será que eu não sinto mais a mesma coisa pelo Lucas? Por que eu não estou vivendo aquele amor flamejante que nos mostra nos filmes e novelas?” a pequena Bennette pensava. Para Elena faltava o outro irmão, aquele que seu coração aclamava: “Ah Stefan por que você não está aqui? Por que tudo tem que ser complicado entre nós?” ela pensava, e Damon por sua vez brigava internamente entre a razão e seu desejo: “Falta você brother, com você aqui a alegria seria completa. Mas e a Elena? Quem será que ela escolheria? Se ao menos eu pudesse prever.” Esses pensamentos inundavam a cabeça de Damon enquanto ele observava Elena.

(...)

No dia seguinte Caroline infernizava Elena querendo saber quais tipos de músicas ela queria para a festa, quantas pessoas ela poderia chamar, qual decoração ficaria bem na mansão dos Salvatores, afinal Lily havia oferecido a casa para a realização da festa, logo elas não precisariam alugar o salão do campus, assim seria um gasto a menos.

— Você está me deixando doida com tantas perguntas. – Elena falava tentando focar em apenas uma coisa.

— Se ao menos você deixasse eu colocar meu gosto nas coisas você não teria com o que se preocupar. – Caroline disse dando de ombros.

— Quer saber? Te dou passe livre. – Elena disse observando o brilho surgir nos olhos de Caroline.

— Sério? Isso significa que eu posso escolher todas as músicas? Todas as bebidas? Decorações? – Caroline falava bem animada.

— Sim, você pode tudo, mas só uma coisa: Não chame muita gente para a festa, lembre – se que a Lily está fazendo um grande favor e eu não quero abusar.

— Ok. Pode deixar comigo amiga. Sua festa será a melhor do ano. – Caroline já anotava uma porção de coisas na sua agenda.

— Lista de convidados: Bonnie, Lucas, Eu claro, Lily, Anna, Margot, Charles, Vinni, Damon, ops, Damon não. – Caroline pensava alto.

— Por que não? – Elena estranhou.

— Ah na verdade vou convidar, assim ele paga as bebidas. – Caroline piscou para Elena retirando o risco no nome de Damon.

— Tyler? – Elena perguntou.

— Convidaria, mas ele ainda está viajando, só volta semana que vem. – Caroline revirou os olhos e continuou a rabiscar a agenda.

— Stefan? – Caroline perguntou receosa.

— Será que ele iria? – Elena questionou.

— Só vamos saber se perguntarmos. – A loira respondeu ainda com a atenção em sua agenda.

— Foi tão legal o Damon se acertar com a Lily. Eu queria tanto que o Stefan também se acertasse com a mãe dele e com o Damon. – Elena suspirava.

— Falar em Damon, sabe o que eu lembrei ontem? – Caroline falava com uma expressão confusa.

— O quê?

— Logo quando eu voltei de viagem eu fui no hotel atrás do Stefan, para saber como ele estava. – Caroline relembrava.

— Eu sei, depois no outro dia você me contou tudo.

— O que eu não te contei foi que eu vi o Damon no hotel naquele dia.

— O Damon? O que ele estava fazendo lá? – Elena estranhou.

— Eu não sei, mas ele estava conversando com aquele cara, o dono do hotel. – Caroline lembrava perfeitamente daquele dia.

— Tem certeza que era o Damon? – Elena questionou.

— Claro que tenho. Achei bem suspeito ele lá. E depois eles saíram juntos de carro.

— Estranho, Damon nunca me contou que foi lá novamente. – Elena estranhou aquela atitude de Damon.

— Bom eu não sei, mas naquele momento eu achei estranho.

— Mas o que ele faria lá?

— Não sei, mas só temos que lembrar que o Damon nem sempre é esse cordeirinho. – Caroline falava ironicamente.

— Você não gosta mesmo do Damon né?! – Elena estreitava o olhar para sua amiga.

— Não é que eu não goste, eu simplesmente acho ele arrogante e prepotente.

— Ok. Voltando ao assunto da lista de convidados, você acha que eu deveria chamar o Stefan?

— Acho não, eu tenho certeza. – Caroline encorajou sua amiga. Elena pegou seu celular para ligar para Stefan, porém Caroline tomou o celular das mãos da morena.

— Vai convidar pelo telefone?

— E como é que você quer que eu faça isso?

— Pessoalmente. – Caroline lançou um sorriso travesso para Elena.

— Caroline Forbes, o que você está planejando?

— Nada. Você vai lá no novo hotel que ele está hospedado e convida ué. – Caroline nem deu chances de Elena pensar e já foi anotando o endereço do novo hotel em que Stefan estava.

Elena na mesma hora se arrumou e foi para o estacionamento pegar seu carro. Elena deu partida e seguiu para o novo hotel que era mais perto do que o anterior. Chegando no estacionamento do hotel, Elena desligou o carro e ficou alguns minutos pensando consigo mesma: “Será que era uma boa ideia ela ir até lá para convida – ló? Ela não estava se precipitando demais? Será que ele ia achar que ela estava se jogando pra cima dele?”

Elena foi resgatada de seus pensamentos por uma batida no vidro da sua janela. Elena se assustou, mas ao ver quem era tomou fôlego e abaixou o vidro:

— Stefan.

— Oie, está tudo bem? – Stefan perguntou, surpreso por Elena está ali.

— Está. Nossa você me  susto. – Elena ainda tentava retomar sua respiração.

— Me desculpe, não foi a minha intenção.

— Tudo bem. – Elena lhe lançou um sorriso tímido.

— Então? – Stefan perguntou querendo saber o porquê Elena estava ali.

— Me desculpe vim assim sem avisar, é que eu vim lhe fazer um convite. – Elena falou meia sem jeito.

— Não precisa se desculpar, mas que convite? – Stefan perguntou curioso.

— Esperai, deixa eu sair do carro. – Elena retirou seu cinto de segurança e abriu a porta descendo do carro, assim ficando na frente de Stefan.

— Vim te convidar para a minha festa de aniversário no sábado. – Elena falou animada.

— Sábado? Mas seu aniversário não é só no domingo?

— Sim, mas a Caroline e Bonnie me convenceram de que Sábado é bem melhor para se comemorar do que Domingo.

— Aonde vai ser? – Stefan perguntou.

— Sua incrível mãe ofereceu a casa de vocês, então pra que fazer desfeita? – Elena fazia uma cara de dengo para Stefan.

— Minha mãe adora festas, nunca vi igual. – Stefan falava esbouçando um maravilhoso sorriso.

— Então você vai? – Elena perguntou.

— Eu gostaria muito de ir, mas não sei se é uma boa ideia. – Stefan disse receoso.

— Por que não? Por causa da Lily?

— Por tudo o que aconteceu nos últimos meses Elena, por não saber como eu devo agir perto de você. – Stefan confessou.

— Você pode agir comigo da mesma forma que sempre agiu. – Elena não queria que ele ficasse com receio de se aproximar dela, e muito menos de sua família.

— Stefan você me fez uma pergunta no domingo, e eu estou lhe devendo uma resposta, pois bem: Apesar de tudo o que aconteceu entre nós, das nossas idas e vindas, de todas as magoas, de todas as lágrimas, eu ainda sinto algo por você. E não importa o que eu faça ou diga, algo sempre me traz de volta para você. – Elena confessou.

Stefan sentia seu coração o golpear violentamente, sentia suas mãos suarem, sua respiração falhar aos poucos, saber que ela ainda sentia algo por ele era maravilhoso.

— Por que tudo entre nós parece ser complicado? – Elena questionou vendo o olhar perdido de Stefan.

— Não sei Elena, eu só sei que eu não posso me ariscar novamente. – Stefan estava sendo sincero, porém ele percebeu que Elena não estava o entendendo muito bem.

— Não pode confiar em mim novamente? Não pode entregar o seu coração novamente a mim? Stefan eu sei que tudo não vai voltar a ser como era antes, porém não precisa se afastar de mim.

— Não é isso. Confiar em você? Eu confio de olhos fechados. Entregar meu coração a você? Não tenho querer, porque ele é completamente seu. O que eu não posso ariscar é lhe machucar novamente.

— Me machucar? Stefan você nunca fez isso, naquele dia você estava alterado, não foi culpa sua. – Elena sabia bem que ele se referia ao dia em que estava drogado e ela e Damon foram em seu quarto.

— É isso que eu estou falando, até quando eu vou ser instável? Eu não posso me permitir te colocar nem que seja indiretamente em perigo, não posso Elena. – Stefan falava com pesar.

— Mas você parou com as drogas não foi? O que ainda te faz pensar que você poderia ficar instável?

— Parei Elena, mas não é um processo tão fácil assim. Eu tenho picos de humor, a abstinência faz isso. Eu não sou uma boa companhia no momento.

— Stefan você sabe que pode contar comigo para tudo. Eu quero estar ao seu lado, eu quero te ajudar a passar por tudo isso, mas você se afasta de mim.

— Elena, eu não quero ser um fardo para você.

— Não fala isso, você jamais vai ser isso. – Elena se atreveu a se aproximar mais de Stefan e pegou em seu rosto. Stefan se arrepiou ao sentir o toque macio das mãos da garota e tentou recuar virando o rosto, mas Elena permaneceu firme e o puxou em sua direção. Stefan então foi de encontro aos olhos dela.

— Stefan por favor, me deixe te ajudar, não me afasta. – Elena pediu com os olhos vidrados nos olhos esverdeados do rapaz.

— Elena não posso. – Stefan retirou as mãos de Elena de seu rosto e recuou um pouco para trás. Aquilo estava o matando por dentro, ele queria ser dela, queria e necessitava da sua ajuda, mas não era justo com ela, não era aquela vida que ela merecia.

— Olha Stefan eu entendo pelo o que você está passando, e mais uma vez eu lhe falo: Eu estou aqui para o que você precisar, porque eu gosto de você, e porque você é uma pessoa muito importante na minha vida, mas se você continuar me afastando assim, você vai me perder aos poucos. – Elena deu um ultimato em Stefan. Ela estava firme, séria.

— Eu sei disso, sei que estou te perdendo. – Stefan disse sério, tentando não demonstrar que por dentro ele estava desabando.

— Você sabe que está me perdendo e mesmo assim não quer lutar. É triste. – Elena disse se virando, abrindo a porta de seu carro.

— A festa começa as nove horas da noite, o endereço você já tem, eu vou te esperar. – Elena entrou no carro e colocou seu cinto.

— Eu realmente espero que você vá, caso ao contrario eu saberei que você já entregou os pontos. – Elena disse segura de si. Stefan apenas balançou a cabeça e ficou imóvel vendo Elena se distanciar no seu carro. Ele percebeu, ela estava mais forte, mais segura, não era mais aquela menina mulher que se mostrava tão emotiva, uma parte dela realmente tinha seguido em frente, e ele sentiu o gosto amargo do medo. Medo de que estivesse a perdendo mais rápido do que ele havia pensado, medo de que ele fosse uma memória boa que apenas estava no passado, medo de que seu irmão houvesse conquistado de vez o coração dela.

 


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Notas finais do capítulo

E ai galera o que acharam? Será que Stefan vai nesse aniversário? Uma coisa eu garanto a vocês: Esse aniversário promete muitas coisas.
Até segunda. Xoxo.

Músicas:

— Elena perguntando para Stefan sobre seus sentimentos (Leroy Sanchez – Words Unspoken)

— Damon conversando com Lily (Noah Gundersen – Family)

— Damon e Elena conversando (Billie Marten – Bird)

— Stefan e Elena conversando e ela lhe dando um ultimato (Kathryn Dean – I Told You So)



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