Laços de Sangue escrita por Mel Dobrev


Capítulo 14
Você é meu filho.


Notas iniciais do capítulo

Boa noite lindezas... segue mais um capítulo.Obrigada e ótima leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/777238/chapter/14

 

Damon dirigiu rapidamente pela estrada vazia que fazia o trajeto de Hampton até a casa dos Salvatores. Ele estava tão apressado que nem pode esperar Stefan o seguir com o carro, ele apenas precisar dirigir para chegar o mais rápido possível e perguntar de uma vez por todas a Lily sobre sua origem. Era por isso que ele tinha voltado da Austrália, era esse o motivo de sua vinda para Nova York, ele queria, ele precisava saber se Lily realmente era sua mãe.

 Damon também sabia que tinha que dirigir rápido porque isso faria ele ficar a quilômetros de distância de Elena, ele já não conseguia mais esconder a vontade de ficar no mesmo ambiente que ela, a necessidade de trocar algumas palavras com ela, nem que fosse algumas farpas, ele tinha que ouvir a voz dela, ele tinha que olhar os olhos dela. Mas dentro de Damon havia uma guerra constante, uma guerra entre a razão e a emoção: Ele sabia que era totalmente errado, sabia que se ele se envolvesse com Elena causaria uma terrível catástrofe na sua relação com seu primo, que na verdade ele desconfiava ser seu irmão, porém seu coração queria cada vez mais a namorado de seu primo, no começo ele tentou dizer a si mesmo que só queria Elena por ser algo impossível, já ouviu dizer o ditado: Tudo o que é proibido é mais gostoso? , mas cada vez que ele tentava se afastar o tiro saia pela culatra, ele queria mais e mais estar na vida dela, ele queria fazer parte do mundo dela.

Damon ia divagando sobre fazer o é o certo e o que é errado, mas a única coisa que vinha na sua cabeça era o olhar e o sorriso de Elena, aqueles olhos, olhos tão escuros, profundos, olhos que ele sonhava em olhar enquanto possuía aquela garota pela primeira vez. Sorriso, sorriso  doce, alegre, sorriso que ele queria ser o motivo, até que seus pensamentos foram dispersados pela vista da faixada da casa dos Salvatores.

Damon mal estacionou o carro e já foi entrando chamando pelo nome de Lily.

— O que foi? Aconteceu alguma coisa? – Lily estava acabando de se arrumar, pois tinha chegado a poucos minutos da sua aula de yoga.

— Precisamos conversar, sobre um assunto sério. – Damon estava olhando os outros cômodos ao redor dele e de Lily para ser certificar que estavam a sós.

— Você esta me assustando, fale logo o que aconteceu. Giuseppe não esta aqui, foi para uma conferência. O que foi Damon? – Lily já estava aparentemente nervosa e estava preocupada de ter acontecido alguma coisa com Stefan.

— Eu achei isso aqui na casa de praia. – Damon tirou da carteira uma pequena fotografia um pouco manchada pelo tempo que estava guardada e mostrou a Lily.

Damon pode ver a expressão no rosto de Lily mudar completamente. Lily agora estava surpresa, emotiva. Ela levantou suas mãos tremulas para pegar a fotografia e seus olhos se encheram de lágrimas.

— Me fale o que significa essa foto. Fale que o que estou pensando é uma fantasia. – Damon estava com os olhos vidrados no rosto de Lily.

— Damon, eu sempre soube que esse dia iria chegar, mas queria ter me preparado mais para ele. – Lily pegou uma das mãos de Damon e pediu que ele se sentasse, Damon estava paralisado e se deixou levar até a poltrona.

— Quando eu tinha uns quinze anos eu tive um namoro de colégio e engravidei, meus pais me colocaram em exilio e me mandaram para a fazenda de uns tios distantes, naquela época uma mulher ter filho sem casar era a maior desonra para uma família e meu pai era militar, ele era muito rígido. Meu filho nasceu, e meu pai queria que eu desse aquele bebê indefeso para o orfanato, mas eu não consegui. – Lily estava sentindo suas lágrimas cair sobre sua pele. – Então a solução foi dar o meu bebezinho para a minha irmã criar como se fosse seu. Minha irmã tinha acabado de se casar e não podia ter filhos, então de alguma forma eu sabia que ele estaria seguro e seria muito amado. – Lily tinha medo do que Damon iria falar, qual seria a sua reação, mas no fundo ela estava aliviada por aquele momento finalmente ter chegado.

— Fale com todas as palavras sem deixar nada nas entrelinhas. Esse bebê da foto sou eu não sou? Eu sou seu filho? – Damon estava com uma voz tremula, porém ácida, grossa.

— Damon você é esse bebê, você é meu filho. – Lily tentou se aproximar do rosto de Damon com sua mão, mas Damon resistiu e se levantou.

— Então todo esse tempo eu tinha mãe? Toda minha infância eu passei achando que não tinha ninguém quando na verdade eu tinha uma mãe e um irmão. – Damon estava visivelmente abalado e decepcionado.

— Você sempre teve a mim. Foi por isso que eu te dei uma família. Eu sempre estive por perto para ver você crescer. – Lily tentou se justificar, e suas lágrimas continuavam a escorrer de sua face.

— Você me deu uma família porque minha mãe que na verdade era minha tia morreu. Você se sentiu culpada, porque poderia ter me dado uma família no momento em que eu nasci. – Damon estava com raiva, estava sentindo o abandono novamente.

— Não Damon, eu não podia. Que futuro eu lhe daria aos quinze anos, sem emprego, sem marido, sem casa? Eu queria o melhor para você e sabia que minha irmã e seu marido podia lhe dar isso. – Lily se levantou e tentou mais uma vez se aproximar de Damon que novamente recuou.

— O Paul, meu “pai” sabia disso tudo? – Damon queria todos os detalhes possível.

— Não. Ele sabia que Katie não podia ter filhos e então eles decidiram adotar, porém já estavam um ano na espera de algum bebê e nada. Quando meus pais tiveram a ideia Katie concordou na hora, mas pediu para fazer com que você fosse da adoção, porque ela sabia que o Paul não aceitaria aquela situação, então assim foi feito. Meu pai tinha amizade com o proprietário do cartório e fizeram tudo sem que ninguém soubesse... mas quando você tinha uns dois anos o Paul descobriu tudo e se sentiu muito traído. – Lily tomava fôlego para contar toda a história a Damon, sem ocultar nenhum detalhe.

— Então foi por isso que ele nos deixou? Foi por isso Lily? – Damon agora estava falando mais alto, ele estava sentindo toda a dor de novo de ser abandonado.

— Foi Damon. Por favor não me olhe assim, o Paul abandou vocês porque ele não prestava. Se ele realmente amasse você e a Katie ele teria ficado, não importaria qual teria sido a sua origem, porque ele era seu pai. – Lily estava sofrendo por ver a dor nos olhos de Damon.

— Foi tudo sua culpa. O Paul nos deixou porque descobriu sua mentira, minha mãe sofreu o acidente de carro porque estava indo te visitar. Todos que me abandonaram foi por sua culpa. Você foi a primeira e ensinou direitinho aos outros. – Damon estava com tanto ódio, tanto rancor dentro de si.

— Não Damon, depois que o Paul abandou vocês a Katie começou a beber, e começou a ficar negligente com você. Eu estava sempre por perto, estava sempre ali para não deixar nada te acontecer, naquela maldita manhã eu queria ir até vocês e traze – lós para ficar um tempo comigo e Giuseppe, mas Katie insistiu em vim. Mesmo assim eu tentei impedir e fui até vocês, mas Katie já tinha partido com você e depois de algumas horas eu soube do acidente. Você não tem ideia da dor de perder uma irmã, eu fiquei arrasada, mas ter você na minha vida todos os dia mudou tudo. Você me devolveu a vida. – Lily lembrava com carinho o dia que Damon veio ficar para sempre em sua vida.

— Que ironia não? Eu te devolvi a vida e você me deu uma família, uma família que desde o começo era para ser minha. Você sabe tudo o que eu passei? Tudo o que eu senti quando via Stefan tendo tudo, tendo um pai, uma mãe e eu tinha apenas tios? – Damon estava terrivelmente magoado, ele queria gritar, ele queria vomitar os sentimentos que ele reprimiu todos aqueles anos.

— Damon por favor, eu sou sua família, o Stefan é seu irmão. Você tem uma família. Nós te amamos. – Lily conseguiu acariciar uma parte dos cabelos de Damon que estava em transe, parecendo nem sentir o toque da sua recém descoberta mãe.

— O Stefan sabe? – Damon se afastou do toque de Lily e direcionou o olhar para ela.

— Não. Você e o Stefan sempre foram criados como irmãos, mas Stefan não sabe sobre o meu passado. Eu quero que ele saiba, vamos contar juntos para ele? – Lily estava secando suas lágrimas tentando dar uma notícia boa a Damon.

— Contar juntos? Como uma família feliz? Tipo: Oie primo, então sabe aquele papo de nossa relação ser como a de irmãos? Então que engraçado porque de fato somos irmãos. É isso que você quer que eu fale para o Stefan? Você quer que eu faça ele ver o quão mentirosa é a mulher que ele idolatra? – Damon apresentava uma certa ira em sua voz, sua face estava séria, ele franzia as sobrancelhas como se quisesse entender o que Lily tinha na cabeça.

— Damon o Stefan vai gostar de saber que vocês são irmãos. Dê essa chance para ele, a chance de ter uma irmão. – Os olhos de Lily tinha voltado a brotam algumas lágrimas.

— Eu não duvido que Stefan goste de mim como um irmão, mas não quero fazer ele sentir o que eu estou sentindo agora. Já basta uma pessoa magoada e envolvida nessa mentira toda. Por isso também o Giuseppe nunca gostou de mim, sempre soube que eu representava a mancha negra do seu passado? – Damon parecia compreender agora o sentimento de Giuseppe por ele.

— No começo ele não sabia, mas quando você tinha uns dez anos e sofreu aquele acidente na aula de educação física você precisou de muito sangue e eu doei. Giuseppe sempre teve amigos em toda parte e um amigo em especial que era médico alertou Giuseppe pela semelhança de nossos exames e Giuseppe me confrontou. Eu não pude mentir, estava cansada de guardar esse segredo. – Lily estava tão triste, estava desesperada para que Damon tentasse entender tudo o que ela passou e fez por ele.

— Agora tudo faz sentido. Por isso Giuseppe sempre foi mais rígido comigo, sempre orgulhoso de Stefan. Eu entendia que por eu ser somente sobrinho não tinha todo esse apreço, mas agora eu sei que não tinha porque eu representada um erro seu. – Damon estava falando já entre dentes para não gritar.

— Damon Giuseppe também te ama. Pode parecer que não, mas desde o começo ele te amou. – Lily tentava amenizar todo o sofrimento de seu filho. Se ela pudesse sentir toda aquela dor invés de Damon estar sentindo ela com certeza trocaria de lugar com ele.

— Para Lily! Para de querer me fazer sentir amado. Para de querer fazer com que eu entenda tudo o que você fez, porque eu não vou entender. Para de justificar os meios com o fim. Você não percebe o quanto eu estou decepcionado com você? Eu nunca vou te perdoar, nunca. Você é a pior pessoa que eu conheci. – Damon saiu da sala deixando Lily completamente desconcertada e chorando.

Stefan estava chegando em casa depois de deixar Tyler em sua residência e Caroline no dormitório. Especialmente no dia anterior Elena não teria aula então decidiu ir comer alguma coisa no shopping com seu namorado e mais tarde ir ao cinema, mas antes Stefan tinha que passar em casa para descarregar algumas coisas. Elena resolveu ficar no carro enquanto Stefan entrava em sua casa com algumas sacolas de alguns mantimentos que haviam sobrado do final de semana.

Stefan estava quase chegando perto da porta principal quando Damon a abriu com tudo e passou por Stefan de forma rápida e fugaz.

— Nossa Damon, obrigada por me ajudar. – Stefan ficou parado na porta e gritou a Damon.

Damon nem deu ouvidos e continuou andando de encontro com seu carro. Quando Damon se aproximou de seu carro ele começou a chutar o pneu da frente sem parar, era como se ele estivesse descontando sua raiva naquele pedaço de borracha. Ele não tinha com quem desabafar e naquele momento era o que ele mais precisava.

Elena observava tudo de dentro do carro de Stefan que estava parado a poucos centímetros do de Damon. Elena pegou toda sua coragem e decidiu sair do carro para saber o que estava havendo com Damon.

— Damon. – Elena se aproximou de Damon com cuidado.

No momento em que ouviu a voz de Elena Damon parou de dar chutes e ficou parado de costas para Elena.

— Damon esta tudo bem? – Elena perguntou meio que com receio, porque dava para ver que ele estava muito bravo.

— Elena sai daqui. – Damon pediu com uma voz tremula ainda virado de costas para Elena.

— Eu quero saber se estar tudo bem? – Elena queria obedecer Damon, mais todos os seus sentidos o pediam para ficar ali.

— Elena por favor não fale comigo, especialmente agora, não fale comigo. – Damon respirou fundo e se virou para Elena. Elena pode ver a face de Damon transtornada, uma mistura de raiva e tristeza. Seus olhos estavam marejados, aqueles olhos azuis que sempre lhe pareceram proibidos estavam expressando uma profunda tristeza.

— Damon o que aconteceu? – Elena não conseguiu conter as palavras que queriam sair a qualquer custo da sua boca.

— Elena por favor, não me pergunte nada, não quero falar sobre nada. Vai embora. – A voz de Damon estava saindo entre dentes. Damon não queria falar porque sabia que de alguma forma com Elena ele poderia desabar e ele não podia se dar a esse luxo. Não com Elena.

Elena num ato impulsivo o abraçou. Elena se aproximou de forma rápida de Damon e colou seu corpo no dele o envolvendo com um abraço. Suas mãos agarraram de modo delicado as costas de Damon e ela apoio sua cabeça no peito de Damon. Damon ficou parado, não sabia o que fazer, não sabia se retribuía o abraço ou se afastava de Elena. Mas ele sentiu o afeto daquela garota, ele sentiu um aconchego naquele abraço que de alguma forma estava o acalmando.

— Damon não precisa me dizer nada. Seja o que for eu sinto muito. – Elena disse ainda com a cabeça no peito de Damon. Ela podia sentir o coração daquele cara palpitar.

Damon apenas assentiu com a cabeça. Elena se afastou de Damon e olhou em seus olhos que agora pareciam assustados.

— Seja o que for vai passar. – Elena disse ficando em frente a Damon e o olhando.

Damon apenas olhou nos olhos de Elena e forçou um breve sorriso. Ele se afastou para abrir a porta do carro. Damon entrou no carro e deu partida, Elena continuou ali vendo Damon sair de frente da casa dos Salvatores. Elena foi resgatada de seus pensamentos pela voz de Stefan.

— Elena entre. Minha mãe e Damon parecem que discutiram e ela não esta bem. Acho melhor ficarmos aqui. – Stefan tinha visto o abraço que Elena deu em Damon, mas não perguntou nada a Elena, porque ele não podia acreditar nem que fosse por um momento que Elena poderia ter sentimentos por seu primo.

Enquanto isso Damon dirigia feito um doido pelas ruas de Nova York, apenas tentando digerir tudo o que Lily tinha acabado de lhe contar e também tentando entender o que o abraço de Elena significava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aaah que dózinnhaa do Damon, coitadinho. :( E agora, será que ele contará a novidade para seu Brother? E como ficará sua relação com a mamãe Salvatore? Até semana que vem. Xoxo.

Músicas:
— Conversa de Damon com Lily (James Carrington - Ache);
— Elena e Damon conversando ( James Bay - Us).



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Laços de Sangue" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.