Beat Again - Quando chama o coração escrita por Val Rodrigues


Capítulo 4
Capitulo Quatro




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Isabella teve dificuldades de pegar no sono. Estava mais preocupada do que gostaria de admitir. Ela lembrou da expressão de medo nos olhos dele antes de desmaiar. E a forma pouco convincente de que Ricardo falou não ajudou em nada.

Pela manha sentia-se cansada e sonolenta. Bocejou pegando um café na sala de descanso das secretarias.

— Bom dia. Rosalie apareceu na sala. _ Noite ruim? Perguntou.

— Um pouco.

— Eu soube o que aconteceu na Fabrica? Você esta bem?

— Sim. Não se preocupe.

— Bella, será mesmo que a Hermia vai ser vendida? Isabella a olhou detectando a preocupação em sua voz. Este tipo de tensão tinha se instalado na Empresa desde a chegada de Edward Cullen e da Gold Partners.

— Vamos torcer para que tudo seja resolvido da melhor maneira. Ela disse enquanto as duas caminhavam de volta para o escritório.

— Sim. Você tem razão.

— Isabella, por favor, venha a minha sala. O presidente a chamou.

— Sim Sr. Cullen.respondeu fechando a porta atrás de si.  

— Preciso que entregue este pacote pessoalmente neste endereço. Esteja lá pontualmente daqui a uma hora.

— Claro. Ela saiu da empresa em busca de um taxi.

Não conhecia o lugar, por isso preferia chegar com antecedência. Consultou ao relógio. Estava na hora. Ao adentrar na sala, ficou surpresa e confusa. Aparentemente, era um tipo de reunião confidencial. O Presidente estava presente, Edward Cullen também. Por um momento ela o observou. Ele estaria recuperado?

— Bem na hora. Chegou sua encomenda Edward. Isabella, pode trazer aqui. Isabella depositou a caixa na mesinha de centro a frente dele. _ Um presentinho para você. Aro Cullen disse entregando a caixa para Edward. Os demais membros da reunião observavam em silencio, e Isabella também.

— O que é isso?

— Abra. Ele disse com um tom divertido na voz. Edward abriu a caixa, penando em que tipo de estratégia era aquela, e o que Isabella Swan estava fazendo ali. Será que ela havia contado sobre seu mal estar ao presidente? Aro Cullen sorriu vitorioso.

— Para você. Dizem que charutos trazem alegrias inimagináveis a um homem. Especialmente quando ele esta se preparando para se despedir. Edward o olhou.  A fúria encontrada naquela troca de olhares poderia derreter quem atravessa no meio. _ Senhores, há um motivo pela qual não podem confiar em Edward Cullen. No momento, sua condução de saúde é muito delicada. Parece que não é fácil conseguir um coração novo, mesmo com todo o dinheiro que possui, ainda mais lhe restando tão pouco tempo. Edward sentia sua visão turva. Ele realmente odiava aquela pessoa a sua frente. Ainda assim, ele sorriu com sarcasmo.

Estava perto de conseguir a venda da Hermia. Só precisava garantir que os acionistas majoritários ali, assinassem com ele.

— Mesmo que isso seja verdade, os Senhores não estariam fechando o contrato comigo, e sim com a Gold Partners. Jogou.

— Vamos lá Edward. Aro sorriu. _ Qual é a garantia que eles teriam sem você a frente? Nós sabemos muito bem que as decisões sempre podem mudar drasticamente. Edward o olhou percebendo que ele conseguira implantar a duvida no meio deles. _ Em nosso ramo, é sempre aconselhável manter a segurança.  

Edward piscou sentindo sua cabeça girar, o coração doía, as mãos tremulas. De relance, ele percebeu Isabella ainda parada no canto da sala.

— Não podemos continuar a reunião nestas condições. Um acionista levantou e todos os outros o seguiram.

— Decisão sabia, senhores. Aro Cullen ponderou, vibrando por dentro. Ele sabia que havia vencido aquela batalha. Um a um deixaram a sala.  

Queimando de raiva por dentro, Edward arremessou a caixa de charutos contra a parede. Isabella pulou de susto. _ Você... Sua voz cheia de acusação. O dedo apontado para seu rosto. _ Você contou a eles.

— Sr Cullen... Começou pronta para explicar que não tinha nada a ver com aquela situação.

— Eu dediquei anos da minha vida para este momento. Trabalhei duro. Como ousa se meter nisso? Elevou o tom de voz para ela, enfurecido. 

— Acalme se, por favor. Eu posso explicar isso.

Ele a olhou. Seus olhos cravados nela. E naquele momento ela temeu.

— É meu destino ser prejudicado por sua família. Primeiro com o meu pai. E agora comigo. Saia daqui. Agora. Gritou. A raiva fulminando. Sentiu a falta de ar. O coração martelando contra o peito.

Ela se virou para sair, em choque com a situação.

O barulho de algo sendo quebrado a fez parar. Isabella olhou para trás. Edward estava caído no chão, sua cabeça sangrava. Levou a mão a boca em choque. Com as mãos trêmulas discou o número de emergência e esperou enquanto orava silenciosamente em seu coração para que ele ficasse bem. Estava assustada demais para lembrar se de suas palavras duras. Definitivamente Edward não parecia bem. Seus lábios estavam arroxeadas como se a vida Estivesse se esvaindo dele.

As sirenes tocavam desesperadamente enquanto passava rapidamente pelas ruas da cidade. Dentro dela, os socorristas trabalhavam ágeis e atentos. Era um caso difícil. Sempre era quando envolvia o coração. E neste exato momento o coração dele estava prestes a parar. Remédios eram aplicados na veia e massagem eram feiras para reanimação. A situação toda parecia desesperadora. Isabella avaliou, lembrando-se das palavras ditas por seu chefe na reunião. Ela pulou da ambulância o seguindo ate que os enfermeiros a proibiram de continuar. Ela recostou-se apoiando seu corpo na parede. Seu telefone vibrava na bolsa.

— Alo. Atendeu sem verificar a identificação. 

— Isabella.

— Sr. Moura. Ela respondeu reconhecendo a voz.

— Houve um acidente com o Mike.

— O que aconteceu? Ele esta bem? A resposta que ouviu fez seu mundo desabar. De acordo com o seu sogro, Mike havia sido atropelado na rodovia, e o motorista fugiu sem prestar socorro. Os médicos tinham declarado Morte cerebral. Ela levou a mão a boca para conter o grito que viera do seu coração. _ Bella... você esta me ouvindo? Ele perguntou ainda na linha. Isabella sentia suas pernas falharem, levando seu corpo ao chão. _ Bella, ainda esta ai?

— Sim. Conseguiu murmurar. Ela ouviu enquanto ele informava, mas não conseguia responder. Em um ímpeto se forçou a levantar e caminhar. Mike estava perto. Coincidentemente, no mesmo hospital em que ela estava.

Correndo pelos corredores do hospital, ela encontrou a ala de UTI. Seu sogro estava em uma das cadeiras. Parecia desolado. Ele não questionou como ela havia chegado tão rápido, e ela não explicou. Talvez, porque no momento, os dois sentiam-se parados no tempo, dentro de um pesadelo.     

— Bella. Ele falou olhando. _ Você quer entrar? Ele perguntou. Ela acenou em concordância incapaz de encontrar a voz.

Nada podia prepara-la para a cena que presenciou ao entrar na sala. Fios de todas as cores e tamanhos estavam sobre Mike, maquinas ligadas fazendo um barulho agonizante.

— Mike. Chorou. _ Não pode me deixar. Implorou. Ela sentiu uma mão em seu ombro.

— O medico disse que você pode doar o coração e salvar a vida de alguém. Então isso significa que parte de você ainda estará aqui.  Isabella o olhou por um momento. E viu um homem despedaçado com sua dor, tentando não desabar. Ela levantou-se e segurou sua mão. Ambos sentindo seu coração despedaçar em mil pedaços. Era difícil dizer adeus. Ele respirou fundo controlando as lagrimas. _ Filho. Não se preocupe. Eu vou cuidar dela. Você pode ir em paz. Quando encontrar a sua mãe, diga a ela que eu sinto saudades.

— Eu vou sentir sua falta, meu amor. Conseguiu pronunciar.


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Notas finais do capítulo

bj