Beat Again - Quando chama o coração escrita por Val Rodrigues


Capítulo 33
Capitulo Trinta e Três


Notas iniciais do capítulo

Estamos caminhando para a reta final e desde ja eu quero agradecer a cada um de voces que esta acompanhando esta historia, que curtiu, comentou. Obrigada. Esta experienca nao seria a mesma sem voces aqui.



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— Você esta pronta para fazer isso? O detetive Carter perguntou e Wendy virou o rosto para olha-lo.

— Mais pronta do que nunca. Wendy respondeu com uma chama queimando em seu olhar. Finalmente, ela iria colocar o verdadeiro assassino de Mike na prisão.

Carter freou o carro no exato momento em que Jacob entrava no Prédio da filial da Gold Partners.

— Jacob Black. Wendy chamou se aproximando. _ Você esta preso pelo assassinato do detetive Mike O’Connor.

— O que é isso? Ele perguntou dando um passo para trás. As pessoas que estavam olhavam abismadas.

— Você tem direito a um advogado. Tudo o que disser poderá e será usado contra você. O detetive Carter falou se aproximando também.

— Este caso já foi encerrado. Ele retrucou com ódio. _ Não podem fazer isso. Gritou se alterando. _ Vocês tem um mandado? Eu quero ver.

— Não que você possa exigir algo, mas aqui esta. Wendy abriu o envelope revelando o mandado de prisão fazendo os olhos deles se alargarem em surpresa. _ Eu fiz uma promessa e agora estou cumprindo-a. Ela disse o algemando. _ Você vai pagar por todos os seus crimes. Levem ele. Ela falou aos outros policiais que os acompanhavam.

— Bom trabalho. O detetive Carter a cumprimentou.

— Nós dois fizemos. Agora vamos.

.............

— Não acredito que acabou. Isabella disse olhando Wendy.

— Sim. Jacob vai pagar pelos seus crimes.

— E o que vai acontecer com Billy Black? Ele vai ser solto?

— Ainda não. Ele vai responder como cúmplice. Vamos aguardar o julgamento, mas Jacob não tem como se livrar nem com os melhores advogados. A prova é irrefutável.

— Obrigada Wendy.  A amiga acenou concordando.

— Eu preciso ir. Estou exausta.

— Nos mantém informados? Edward perguntou.

— Claro. Ate mais.

Isabella levantou para acompanhar a amiga. Edward observou as duas sair e resolveu ir ate a cozinha. Uma tontura o atingiu e sala girou.

— Esta se sentindo mal? Ela perguntou se aproximando e tocando em seu braço.

— Uma tontura. Devo ter levantado rápido demais. Isabella de repente se sentiu culpada por toda a agitação que do dia, esquecendo de sua condição.

— Você precisa descansar. Ela disse. _ Beba um pouco. Ela pediu lhe entregando um copo d’água.

— Obrigado. Ele disse bebendo devagar. _ Não precisa se preocupar, já passou. Ele pediu apertando sua mão. Seu rosto estava apavorado.

— Desculpe. Com tudo o que aconteceu esqueci completamente da sua saúde. Eu vou ligar para o doutor Joaquim.

— Não precisa. Estou melhor. Alem disso, tenho uma consulta com ele para ver os exames.

— Então eu vou com você. Ela disse convicta.

— Esta bem, mas não se preocupe, não foi nada. Ele repetiu vendo seu olhar preocupado. Ela soltou a respiração que nem sabia que estava prendendo.

.................

Isabella olhou o homem a sua frente. Mesmo que tenham convivido por anos, ele lhe parecia um completo estranho. O nariz empinado, o olhar altivo, nenhum sentimento, nenhum compaixão ou culpa, nada, tudo o que ela via era a raiva e a soberba em seu olhar.

— Como você pôde Jacob? Ela perguntou sentada a sua frente. A única coisa que os separava era uma pequena mesa. Wendy havia conseguido lhe dar alguns minutos com ele antes de transferi-lo para a prisão. 

— Não era um estranho, Jacob. Era o Mike. O seu melhor amigo. Como foi capaz de fazer isso com ele? Ela gritou deixando as lagrimas molharem seu rosto.

— Nossa amizade não serviu em nada para o senso raso de justiça dele.

— O que?

— Ele não hesitaria em me mandar para a prisão. Por isso eu também não hesitei.

Isabella o encarou.

— Não se sentia culpado ao se aproximar de mim mesmo depois do que fez? Ela perguntou em choque.

— Se eu conseguisse a ascensão, nada disso importaria. Ninguém nunca iria descobrir.

— O que?              

— Você não soube? A Gold Partners jogou toda a responsabilidade em mim e me abandonou aqui e esta saindo do País.  Se eu tivesse o Poder também não estaria aqui.

— Quando foi que você se tornou esta criatura fria e desumana? Você é um monstro. Ela disse se exaltando. Sentia o seu ser borbulhar de raiva e indignação. Nunca havia odiado uma pessoa, mas desta vez sentia seu coração mergulhar no ódio por aquele ser a sua frente. _ Do que adiantou fazer tudo isso? Acorda Jacob. Você não tem nada. Era esta a vida que queria? No final não lhe restou nada. Ela disse e por um breve momento viu o rosto dele mudar. Ela levantou-se dando as costas e saindo da sala.

Quando Isabella fechou a porta em um baque surdo Jacob encarou as paredes ao seu redor. “No final não lhe restou nada.” Sim. Era verdade. Tudo o que fizera, tudo o que se dedicara, não havia nada para ele. Nada. E ele se permitiu chorar amargamente.

..................

Ele deu um pequeno sorriso a ela lhe encorajando quando o Doutor os chamou. Os dois estavam sentados na sala de espera há alguns minutos e ela sentia a ansiedade lhe tomar. Seu coração só ficaria tranquilo quando ouvisse do medico que tudo estava bem.

— Bom dia. O Doutor os cumprimentou quando eles entraram na sala.

— Bom dia Doutor.

— Sentem-se, por favor. Os seus exames já estão prontos.

Isabella sentou ao lado de Edward apertando as mãos ansiosas. Seu coração só ficaria tranquilo quando ouvisse do medico que tudo estava bem.

— Então, como esta se sentindo? Ele perguntou sentando-se atrás da mesa.

— Bem. Só um pouco cansado. O doutor meneou a cabeça.

— Algo mais? Ele questionou o olhando.

— Ele anda sentindo tonturas Doutor. Isabella interveio sem conseguir se segurar. _ E também não tem conseguido comer direito.

— Acho que estou ficando resfriado. Edward disse.

— Edward isso não é um resfriado. O medico revelou com pesar.

— O que é então?

— Seus exames apontaram uma dificuldade respiratória.

— O que isso quer dizer?

— Quer dizer que seu sistema imunológico esta rejeitando o transplante. Precisamos iniciar um tratamento intensivo imediatamente.

— Como assim? Isabella perguntou se pronunciando pela primeira vez e Edward lhe apertou a mão.

— Esta bem. Vou ter que tomar mais remédios? Ele perguntou tentando não deixar que o medo transparecesse em sua voz.

— Não é tão simples Edward. Vamos injetar dez doses de imunossupressores, para acompanha-lo melhor vou precisar deixa-lo sob observação aqui no hospital.

— Eu vou ter que ficar aqui? Edward perguntou absorvendo as informações.

— Sim.

— Esta bem. Vamos fazer isso. Ele concordou rapidamente e virou-se para Isabella. _ Já que eu não vou agora para casa, você pode avisar ao Ricardo?

— Agora? Ela perguntou confusa.

— Por favor. Tínhamos uma reunião e ele vai ter que conduzir sozinho. Ele vai precisar de tempo para se preparar.

— Tudo bem. Eu já volto. Ela disse levantando-se.

Edward esperou ate que a porta se fechou e voltou-se para o seu medico.

— Me diga doutor por favor. Qual é o meu estado real? Com toda a sinceridade. Ele pediu. _ Eu estou correndo risco de vida?

— No momento? Ele perguntou e Edward acenou. _ A situação é critica. De acordo com seus exames, a capacidade do coração esta sendo destruída. Se não fizermos o procedimento imediatamente você pode entrar em choque anafilático ou ate mesmo em coma e sua vida estará em risco.

Aquelas palavras lhe roubaram o chão.

— É tão serio assim?

— Você precisa ser forte Edward. E lutar mais esta batalha.

Edward respirou fundo vendo a porta se abrir, e Isabella passar por ela e acenou positivamente ao doutor. Não queria discutir a gravidade de sua saúde na frente dela.

— Esperem aqui um minuto. Vamos preparar o procedimento e alguém vem busca-los.

— Obrigado Doutor. Edward disse percebendo que ele estava saindo para dar-lhe um momento de privacidade.

Isabella olhou para a porta sentindo que havia perdido algo importante.

—O que ele disse?

— Que vamos começar o procedimento em breve. Ele disse segurando sua mão entre as suas. _ Mas não se preocupe. Só vou ficar aqui em observação. Ele pediu vendo seu olhar.

— Como não vou me preocupar com você aqui? Ela perguntou como se fosse obvio.  Ele deu um pequeno sorriso querendo encoraja-la.

— Me faz um favor enquanto eu estiver aqui?

— O que?

— Cuida da casa para mim? Ela ficou a olha-lo. _ Por favor. Pediu.

— Esta bem. Só ate você voltar. Depois eu vou procurar um lugar para alugar e me mudar. Ele disse com um pequeno sorriso e a abraçou apertado. _ Você vai ficar bem, não é? Ela perguntou se agarrando a barra da camisa dele. Ele beijou seus cabelos.

— Vou. Ele disse mais para ele mesmo do que para ela.

......................

Dias depois...

— O que esta fazendo? Edward perguntou virando a cabeça para ela.

— Uma lista do que vamos fazer assim que você se recuperar. Ela respondeu mostrando a ele.

— Gostei. Isso me lembra do meu pai.

— Seu pai?

— Sim. Ele costumava anotar os lugares onde queria levar minha mãe e eu.

— Serio?               

— Sim. Quando eu anotava junto com ele, ficava feliz só de imaginar como seria ir. Ele sorriu. Mesmo não tendo feito nada o dia todo sentia-se muito cansado. _ O que você já anotou?

— Nós nunca fomos a praia juntos. Então quando você estiver totalmente recuperado podemos ir. Ela sugeriu tentando soar animada.

— Sim. Edward a olhou. Ambos estavam com medo, mas nenhum dos dois ousavam pronunciar estas palavras, como se falassem sobre isso, tudo se tornaria real. _ Vamos pensar em mais lugares. Ele sugeriu e ela concordou. Quando a noite chegou e Edward foi vencido pelo cansaço, Isabella beijou seu rosto avaliando-o com atenção. O rosto pálido, as pálpebras arroxeadas, as mãos gélidas. Mesmo querendo se manter positiva começou a realmente se preocupar.

Ela chegou cedo ao hospital na manha seguinte.

— Doutor.

— Isabella. Bom dia. O doutor a cumprimentou surpreso. _ A visita é mais tarde.

— Eu sei. Mas não vim pela visita. Vou vê-lo mais tarde, mas agora preciso falar com o senhor.

— Claro. Sente-se.

— Preciso que seja honesto comigo Doutor. Sei que ele não quer me preocupar, que esta tentando me proteger. Mas eu preciso saber. Ele não esta melhorando, não é? Ela soltou tudo em um fôlego só e encarou o medico em busca de respostas.

O Doutor Joaquim ponderou por um momento.

— Esta bem. A situação dele é delicada. Mesmo com os imunossupressores o coração dele ainda esta sendo prejudicado.

Isabella levou a mão a boca tentando o choro. Enquanto ouvia o medico falar, pensou em como devia ser difícil para Edward lidar praticamente sozinho com tudo. Ela estava com ele, mas apenas em partes. Ah Edward. Pensou. Mesmo doente ele a colocara em primeiro lugar.

— Sinto muito Isabella.

Ela balançou a cabeça.

— Obrigada doutor.

Ela saiu da sala com um gesto automático. Seus pés ganharam vida própria. “a situação é delicada”, “ele corre risco de vida”, “o coração esta sendo rejeitado”. As palavras pularam em sua mente e se repetiam em eco.

Quando percebeu estava em frente a Capela do Hospital. Ela olhou ao redor secando o rosto. O local era pequeno e parecia estar vazio. As portas de vidros abertas a convidavam a entrar. Ela sentou pesadamente em um dos bancos dispostos ali.

A sua frente uma Cruz lhe chamou atenção. Nunca havia sido religiosa e por um momento se pegou a encarar a parede a sua frente.

— Por favor, não o tire de mim. Ela balbuciou em meio as lagrimas. _ Por favor. Repetiu sendo tomada pelo choro.


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