Beat Again - Quando chama o coração escrita por Val Rodrigues


Capítulo 20
Capitulo Vinte


Notas iniciais do capítulo

Boa noiteee meus amores.
Trazendo mais um capitulo... Preparem o coração e claro, me deixem saber a opiniao de voces.
Bjos...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/777182/chapter/20

Isabella caminhava devagar pelos corredores da Empresa sentindo seu estômago embrulhar, a cabeça doer e uma leve tontura. Deveria estar em casa de repouso, mas de forma alguma poderia faltar aquela reunião.

Jacob surgiu a sua frente alarmado.

— Você está machucada. Falou. Ele ergueu a mão para tocar em sua testa que ainda estava com um curativo. Ela deu um passo para trás involuntariamente. _ Isabella. Murmurou angustiado tentando se aproximar novamente, e outra vez ela deu um passo para trás retesando o corpo.

— Por que não me pergunta como foi que eu me machuquei? Ela atirou surpreendendo-o. Jacob deixou sua mão cair para baixo junto com os seus ombros._ Como você pode fazer isso? Por que Jacob? Pessoas estão feridas por sua causa. Ela disse sem conseguir segurar.

— Não era para você estar lá. Ele admitiu com remorso. Aquelas palavras confirmavam os boatos que haviam chegado até ela, até então apenas suposições. E ela esperava que este confronto com seu amigo esclarecesse o mal entendido.

— Então admite? Você mandou aqueles homens para apavorar os trabalhadores e acabar com o protesto? 

— Eu precisei fazer isso. Se eu não fizesse outro faria no meu lugar. Por favor entenda. Só fiz o que precisei.

— Não. Negou com a cabeça sentindo a dor aumentar. _ Não me peça isso.  Todas aquelas pessoas confiaram em você, que podia ajudar a manter o trabalho deles, mas ao invés disso você se uniu a Gold Partners para destruir a Hermia, o lugar que te acolheu, que te deu oportunidades. Eu não entendo. Tem ideia do que vai acontecer com aquelas pessoas quando a Fabrica for fechada? Como elas vão sobreviver? Aquelas pessoas precisam do trabalho para levar comia para casa, não pensou nisso? Por que mudou tanto Jacob?

— Eu precisei mudar. Ele revidou. _ Trabalho duro e dedicação não são tão reconhecidos assim como você pensa. É preciso estar disposto para fazer o que for necessário. Foi o que eu fiz. Tive que mudar ou nunca deixaria de ser aquele Zé ninguém e não chegaria onde cheguei.

— Eu gostava mais do Jacob que você era antes. 

— Pensei que entenderia meus motivos, que ficaria do meu lado. Revelou chocando-a.

— Se pensou isso, acho que realmente não me conhece. Mas eu também não o reconheço mais. Ela respirou fundo se obrigando a agir com a razão.

— Isabella eu...

— Vou estar na reunião conforme combinado, porque é minha obrigação. Mas não me peça que te parabenize por isso, pois nunca seria sincero. Ela deu um as costas deixando o parado no mesmo lugar.

Com um esforço tremendo, Isabella caminhou a passos firmes e decididos para a sala de reuniões se colocando em frente ao seu notebook que já estava instalado ali. Respirou fundo tentando se recuperar da revelação. Jacob não era quem ela pensava que fosse. Ele não iria ajudar a reerguer a Hermia como pensava. Ele havia se tornando um desconhecido para ela.

A pronta foi aberta de repente. Isabella ergueu o olhar e se surpreendeu ao ver Edward ali. Ele não deveria estar na Fábrica com o Presidente da Gold Partners planejando a venda? Perguntou-se.

Edward a olhou e seus olhares se encontraram. O coração dele se agitou ao vê-la, parecia pálida, um pequeno curativo na testa o lembrando do dia anterior. Queria ir ate ela e perguntar se estava bem. Foi interrompido pelos acionistas e diretores que chegavam para a tão esperada reunião.

— Onde posso me sentar? Perguntou tentando se concentrar no que viera fazer.

— Ali. Ela disse apontando uma das cadeiras ainda surpresa. 

Jacob também entrou e Isabella desviou o olhar para não encara-lo, o que não passou despercebido aos olhos de Edward.

— Você não deveria estar em outra reunião? Jacob perguntou enraivecido direcionando toda a sua raiva a Edward.

— Decidi que não iria. Disse apenas. Jacob estreitou o olhar sobre ele tentando decifra-lo inutilmente e se colocou em alerta. 

Quando todos estavam posicionados a reunião foi iniciada. Isabela digitava habilmente a Ata enquanto um dos diretores falava.

— Como todos sabem vamos eleger o novo Presidente da Hermia Cosméticos hoje. E só há um candidato a vaga até agora. Jacob deu um sorriso presunçoso. Como é de costume é meu dever perguntar, mais alguém aqui deseja se candidatar a vaga da Presidência?

— Na verdade, eu desejo. Edward se pronunciou se colocando de pé.

Isabella ergueu o olhar da tela para olha-lo surpresa.

— O que está fazendo? Jacob sibilou raivoso sendo ignorado completamente.

— Edward. O diretor chamou. 

— O que? Você acabou de perguntar e eu respondi. 

— Quer disputar esta eleição comigo? Jacob perguntou cheio de presunção. Já havia garantido aos diretores um cargo na Gold Partners quando a Hermia fechasse portanto todos ficariam ao seu lado. 

— Eu disse votação? A eleição ocorre pela porcentagem das ações correto? Eu tenho o maior número de ações aqui, então acho que vou votar em mim mesmo.

— Como isso é possível? Jacob perguntou confuso. _ Você comprou as ações do seu tio? 

— Isso mesmo. Edward confirmou.

— Por que? Assim que a Hermia for fechada estas ações não valerão nada. Você vai perder todo o dinheiro que investiu nelas.

— Ainda não fechou. Então ainda não perdi nada. Vou reerguer está Empresa. Não importa o quanto eu tenha que trabalhar para isso. Vocês são livres para decidir se entrarão nesta comigo ou pularão do barco agora. A decisão é de vocês. Disse se dirigindo a todos presentes ali. _ Se decidirem ficar nós vamos trabalhar duro daqui em diante. Mas esta é uma decisão que cabe a vocês tomarem por si só.

Todos estavam chocados quando a reunião foi encerrada. Começaram a sair em silêncio. Jacob o parou no corredor assim que ele passou pelas portas.

— O que está fazendo? Perguntou segurando o pelo ombro. Edward olhou a mão dele ali e se desvencilhou fazendo baixar a mão. _ Pensei que estávamos do mesmo lado. Revelou. Jacob havia trabalhado com a Gold Partners para derrubar a Hermia há muito tempo e Edward estava ciente disso.

— Ontem eu vi coisas que não deveria ter visto. Graças a você percebi que tenho algo a proteger.

— O que? Perguntou sem entender. Edward deu um passo a frente diminuindo a distância entre eles. Seu olhar firme contrastava com o olhar raivoso de Jacob.

— Esta Empresa e Isabella. Não vou perde-las para você.  Disse fazendo o olhar com ódio. _ Vou reerguer está Empresa e vou protegê-la de pessoas como você que só sabem sugá-la sem dar nada em troca. A propósito, é bom que não volte a  se aproximar dela se não vou responder por mim. Não vou permitir que a machuque de novo. Não foi preciso dizer que ele estava falando de Isabella na última frase. Jacob entendia perfeitamente.

Dando as costas a ele o deixou parado enquanto seguia para a sua sala.

Edward segurou na borda da mesa assim que passou pelas portas de sua sala respirando com dificuldade. Sua cabeça doía e seu coração queimava. Sem aviso Isabella adentrou logo em seguida. Um pequeno sorriso estava em seus lábios.

— Não diga uma palavra. Pediu erguendo a mão para ela.

— Obrigada Edward. Murmurou sem dar atenção ao seu pedido.

— Sempre que estou com você as coisas tendem a sair do meu controle, eu realmente tenho medo dos desafios que vou ter que enfrentar de agora em diante. Revelou ainda tentando controlar a respiração. De alguma maneira ele sentia que poderia ser sincero com ela. _ Como o meu Pai conseguia viver assim?

— Eu vou te ajudar. Ela disse diminuindo o espaço entre eles. _ Vou ajuda-lo a se tornar um bom líder como foi seu pai. Edward a olhou percebido orgulho em seus olhos.

— Acredita mesmo que posso conseguir?

— Claro que sim. Murmurou em confirmação. Edward soltou a respiração que estava segurando e acabou com a distância entre eles abraçando-a. O peso sobre-humano que estava em seus ombros pareceu diminuir com aquele simples gesto. E por um momento se permitiu relaxar um pouco naquele abraço quente e confortável.

— Sabe por que fiz isso, não é? Perguntou ainda a segurando em seus braços.

— Por que quer recuperar o patrimônio do seu pai e reergue-lo? Ela respondeu com outra pergunta murmurando em sua camisa.  Edward a afastou para olha-la nos olhos.

— Também. Mas foi você quem me convenceu. Seu amor por esta Empresa, pelas pessoas que trabalham aqui, na fábrica, sua garra para defende-las me mostrou que era possível. Eu percebi que posso fazer diferente desta vez Isabella.

— Edward... Ela murmurou emocionada. Sem conseguir se conter, Edward a beijou calma e profundamente. Ansiava por aquilo há muito tempo. Quando se separam ela baixou o olhar em um misto de emoções. 

— Me desculpe. Pediu tocando seu rosto levemente em um carinho suave. _ Por ter deixado que se machucasse, sinto muito.

— Não foi culpa sua. Ela murmurou ainda aérea.

— Você precisa descansar. Edward disse olhando a ainda sem se afastar. _ Por que veio trabalhar quando deveria estar se recuperando? Perguntou ciente de sua situação. Ela soltou um suspiro se afastando dele.

— Eu precisava ver com meus próprios olhos para poder acreditar. Nunca pensei que Jacob fosse capaz de algo assim. Edward descobriu outro sentimento em seu peito. Sentia ciúmes, mesmo não sabendo se tinha este direito. 

— Eu vou te levar para casa. Disse sem saber o que dizer.

— Não precisa ficar? Eu posso ir de táxi. Ela sugeriu.

— Não. Como é de protocolo só vou assumir daqui a três dias a Presidência oficialmente. Tenho algumas pendências a resolver antes de ficar aqui em definitivo. 

— Você vai ficar bem? Perguntou reconhecendo que ele abrira mão de muita coisa para estar ali.

— Vou. Não se preocupe. Mas você precisa se recuperar para voltar a trabalhar. Vamos ter muito trabalho pela frente.

— Conte comigo.

— Estou contando com isso. Brincou e ela sorriu.

Edward pensou que todo o trabalho valeria a pena se isso significasse que ela iria sorrir assim para ele mais vezes.

Jacob olhou pela janela. O dia havia partido dando lugar a noite que caia trazendo a escuridão que combinava mais com sua personalidade no momento. Com um copo de Whisky em mãos e uma garrafa pela metade ele pensou em como em um momento pensou que tinha tudo o que sempre quis. Um cargo de prestigio e respeito, Isabella em sua vida como sempre sonhou e agora graças a Edward Cullen tudo parecia escorrer por seus dedos.

Jacob bebeu o ultimo gole de sua bebida antes de lançar o copo contra a parede transformando em pedaços.

— Eu odeio você Edward Cullen. Externou seu ódio para o vazio. Estava sozinho, como sempre. Pensou.

Seu celular tocou retirando de sua bolha momentânea.

— Alo. Pai. Atendeu quando viu o numero na tela.

— Fiquei sabendo do que aconteceu. Você está bem?

— Sim. Foi apenas um contratempo. Vou resolver isso Pai, não se preocupe.

— Está bem. Não quero interromper você, volte ao trabalho.

Billy Lautner era um homem simplório que criara o filho sozinho depois que sua esposa faleceu ainda jovem. Tinha poucas ambições na vida, mas a principal delas era que seu filho pudesse viver tudo o que ele não viveu. Ansiava que Jacob conquistasse o sucesso e conforto que ele tanto queria, mas que infelizmente nunca pode proporcionar ao filho.  

Ainda preocupado, Billy levantou e buscou um pijama em sua gaveta. Um baque seco fez os olhos dele voltarem-se para o chão. Aos seus pés, um objeto que nunca deveria ser encontrado. Billy se abaixou para pegar o celular e seus olhos caíram em uma foto de Mike e Isabella colada na capa do celular. Com as mãos tremulas e a respiração acelerada não pode impedir que as lembranças daquela terrível noite invadissem sua mente.

O celular tocava. Mesmo ensanguentado Mike murmurava algo, seus dedos se moviam lentamente para tentar alcança-lo. Billy se aproximou pegando o celular e ouviu o balbuciar.

Ajuda... Sua voz saiu fraca e baixa. 

Mas Billy sabia que não podia . Se Mike saísse com certeza arruinaria a vida de Jacob, ele sabia demais e o homem não podia deixar isso acontecer. Agarrou o celular e saiu dali, sentindo o coração gelar. Ninguém saberia o que aconteceu, para o bem de seu filho ninguém poderia descobrir.

Com este pensamento, Billy guardou o celular no fundo da gaveta, assim como gostaria de fazer com as memórias daquele dia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!