Duas semanas depois

Havia um burburinho constante na empresa quando Bella chegou. Apesar de ainda ser cedo, muitas pessoas já estavam ali. Ela Enquanto caminhava ate sua mesa ela pensou no que poderia causar aquela agitação.

— Isabella, venha. Sua colega a chamou. Rosálie era sua assistente há quase três anos.

— O que esta acontecendo? Por que já estão todos aqui? Ela perguntou percebendo que Alice, sua outra assistente na Secretaria se aproximava com duas xícaras, provavelmente de chá.

— Porque não atendeu? Nós estamos tentando te ligar há quase uma hora?

Bella abriu a bolsa verificando que havia esquecido o celular no silencioso. Isto era coisa rara, já que seu trabalho exigia que ela estivesse sempre à disposição.

— Esqueci no silencioso.

— Isso não importa agora. Precisamos ser rápidas. A diretoria vai se reunir em uma hora. Veja. Rosálie indicou a tela de seu computador com o informativo que avisava da agenda da empresa. ­­_ Alice e eu tentamos preparar a reunião, mas estamos enroladas.

— Tudo bem. Que tipo de reunião? Isabella perguntou assumindo o tom profissional. Suas ações indicando que ela já estava à ativa para solucionar esta questão. 

— Toda a diretoria. Parece que é uma reunião de emergência. Alice respondeu.

— Certo. Me atualizem. Pediu.

Rosalie começou a enumerar as providencias que Alice e ela haviam tomado. Bella rapidamente começou a dar as orientações e elas saíram prontas para realizar suas tarefas.

A chegada do empresário Edward Cullen a Empresa abalara os diretores que se reuniram em uma reunião de emergência com o presidente e os acionistas. Pelo visto, era algo serio para exigir uma reunião deste nível.

Quando o elevador tocou anunciando a chegada do visitante Isabella e suas assistentes se colocaram em estado de alerta. Com passos firmes e decididos Edward Cullen e sua equipe saíram do elevador em direção a elas. Mas precisamente a sala de reuniões. Educadamente, porem firme Isabella os interceptou.

— Como podemos ajuda-los? Seu tom era profissional.

— Ola. Somos da Gold Partners. Vocês receberam nossa mensagem, certo? A mulher ao lado do Sr. Cullen respondeu.

— Posso ver o cartão de visitantes de vocês?

Ela sorriu com sarcasmo.

— Parecemos meros visitantes para você?

— Me desculpe. Sem o cartão de identificação não posso permitir que continue. Vou ter que pedir que se retirem. Edward Cullen gargalhou com ironia. E ela olhou. Ele parecia mesmo com a descrição que recebera. Frio, calculista, totalmente sem emoção. Ele seria o homem com a qual a Hermia Cosméticos teria que lutar para se manter.

— Você é corajosa. Ela respondeu.

— É a secretaria durona da qual ouvimos falar? Ele falou pela primeira vez. Isabella o olhou.

— As regras o são Sr. Cullen.

— Vamos parar de perder tempo. Viemos ate aqui para a reunião.

— Sinto muito, mas não tenho permissão para deixa-los entrar.

— Como é?

— Marquem uma reunião com pelo menos três dias de antecedência. Ela informou. A incredulidade os cobria. Tanto Edward quanto sua equipe estavam surpresos por serem barrados pela Secretária.

— Acho que você esqueceu quem somos.

— A menos que tenham autorização, não podem entrar.

Edward se enraiveceu.

— Isto é uma perda de tempo. Vamos logo com isso. Ele falou tentando passar adiante.

Isabella acionou o alarme e quatro homens surgiram atrás dela. Os seguranças do presidente.

— Estes senhores esqueceram onde é a saída. Por favor, os acompanhe. Ela informou.

Quando os seguranças se aproximavam para leva-los para fora, Jacob surgiu da sala de reuniões.

— Tudo bem Srta. Swan. A reunião de emergência acabou mais cedo. Eles podem entrar.

— Por favor. Isabella indicou com a mão a entrada da sala de reuniões.

Ela observou seguirem para a sala de reuniões. A julgar pelo olhar raivoso que Edward Cullen lançou para ela antes de finalmente entrar na sala,  Isabella sabia que se a Gold Partners assumisse a Hermia , ela com certeza seria a primeira a ser demitida. Isabella levou um minuto para se recompor e prosseguir servindo a sala como fazia em todas as reuniões.

Ao entrar na sala de reuniões com as bebidas percebeu o clima tenso que cobria os presentes.  Toda a equipe estava envolta da grande mesa de reuniões.

— Edward. Já faz 21 anos que não nos vemos. Você conseguiu. Como vai a vida? Aro Cullen perguntou apenas para alfineta-lo. Edward precisou de um segundo para se recompor enquanto esperava que Isabella desaparecesse de sua visão. Ela deixou o chá a sua frente e saiu. A forma como ela agia e fria e profissional o incomodava.

Ele girou a xícara em suas mãos tomando um gole do seu chá e depositando de volta a mesa. Era o que precisava para voltar ao rumo.

— Serei muito breve Tio. Informou se colocando de pé. _  A divida da Hermia esta crescendo. Se continuar assim, será apenas uma questão de tempo ate a Hermia declarar falência. E eu vende-la. Desafiou. Todos os olhares estavam nele. Se pudessem o aniquilavam ali mesmo. Edward trabalhara sua vida inteira com fusões e aquisições de empresa. Seu maior objetivo era o lucro. Por isso havia chegado ate ali. Empresas como a Hermia pegavam empréstimos com a Gold Partners e não conseguiam pagar, o que dava o direito de domino e venda. Era isso o que fazia. Não o chamavam de “assassino de empresas” à toa. Se Edward Cullen surgia em uma empresa, era certeza de falência da mesma. E era exatamente isso que ele almejava para a Hermia Cosméticos e seu odiado tio.

— Como pode alguém ser tão obcecado com o passado e com a vingança depois de tantos anos?

Edward usou seu melhor sorriso cínico, encarando os olhos do seu tio.

— O Senhor esta nesta cadeira há 25 anos. É muito tempo Presidente Cullen. Esta na hora de sair. E eu vou me certificar para que isso aconteça. Garantiu. O ódio vibrava em suas palavras.

Quando ele saiu podia ouvir o burburinho que se instaurara na sala. Fez um gesto para que sua equipe saísse e foi ate Isabella.

— Você é Isabella Cullen, não é? É claro. A filha do traidor.

Isabella ficou em choque por um momento encarando aqueles olhos cheios de ódio.

(Lembranças)

Edward era pequeno. Com apenas oito anos. Mas grande o suficiente para perceber o que acontecia. Sua mãe entrou na Hermia segurando pela mão. O seu desespero era visível. Eles param quando encontraram o ex secretario de seu pai.

— Charlie. Que bom que eu te encontrei. Você precisa me ajudar. Tudo o que estão dizendo sobre o Carlisle é mentira. Você sabe disso. Trabalha com ele há anos, sabe que jamais ele seria capaz de cometer fraude ou qualquer outra coisa ilegal.

— Tudo bem vice diretor? O segurança parado aos eu lado o perguntou. Charlie respondeu apenas com um aceno.

— Vice diretor? Perguntou abismada. _ Você também o traiu? Como pode? Ela perguntou enquanto era arrastada para fora da empresa.

Edward voltou ao presente encarando Isabella.

— É uma pena que ele não esteja mais aqui. Iria adorar ver sua cara de novo. Isabella não soube o que responder ante aquela declaração. _ Pensando bem, você se parece com o seu pai. Os olhos, a boca, ate a lealdade nojenta ao meu tio. Se é tão igual aos seu pai também é especialista em traição?

— Bem... eu aprendi com as qualidades do meu pai e não com seus defeitos. Ela respondeu ciente dos motivos que o levava a ser tão cruel.

— Vamos testar isto em breve. Ele disse dando as costas e saindo finalmente do seu campo de visão.

Isabella soltou a respiração que nem sabia estava prendendo. Sentia o seu estomago queimando. Consequência dos vários nãos trabalhando na Hermia cosméticos. Havia ganhado uma ulcera nervosa e ela resolvia se manifestar nas horas mais impróprias.

— Você esta bem? Rosálie perguntou a olhando.

— Só preciso de alguns minutos. Disse caminhando em direção a cobertura. Precisava respirar.

Ela não percebeu quando Jacob surgiu na cobertura.

— Você esta bem? Ela virou se o olhando. _Tome isto. Ele falou lhe entregando o remédio.

—Obrigada. Jacob, Mike e ela estudaram juntos desde que ela se mudou. Quando ela tinha mais ou menos seis anos. A mesma época em que os pais de Edward faleceram.

— Ele acha que meu pai é um traidor. Isabella soltou. _ Pensando bem posso entender por que ele age assim.

— Hey. Não seja assim. Você é inocente demais. Ela balançou a cabeça.

— Todos tem um lado bom Jacob. Jacob nao concordava com seu ponto de vista, mas nao discordou em voz alta. Ela era assim. _ Tenho muito que fazer. Obrigada pelo remédio.

— Se cuida. Ele disse observando a se afastar.

Toda vez que a olhava sentia seu coração acelerar. Mas seu amigo Mike Tunner havia conquistado-a primeiro. Pensando bem, ele sempre chegava antes de Jacob, o que o causava um grande incomodo. Se eles não fossem amigos ele teria lutado pelo amor de Isabella. Mas nunca teve a chance de fazer isso. Tudo o que podia fazer era observa-la de longe, e ama-la em silencio.