Lies escrita por MiaSQ


Capítulo 2
Capíulo 2


Notas iniciais do capítulo

Hey, aproveitando que hoje é feriado resolvi postar porque nos proximos dias estarei corrida com a faculdade.

Espero que gostem!!!



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Oliver Queen

John se foi tão rápido como havia chegado. Combinamos de manter toda aquela conversa em sigilo porque não sabíamos em quem confiar, até descobrirmos a verdade, todos na delegacia eram suspeitos de trabalharem para a máfia russa. Alena por sua vez, arrumou a mesa de jantar para trabalhar em seu notebook acessando todas as câmeras da cidade.

Felicity se levantou indo em direção à varanda toda a cena me pareceu nostálgica. Ela costumava fazer isso sempre que precisava de um ar. E também nas poucas vezes em que discutíamos.

Observei seus movimentos, o tempo poderia ter passado, mas alguns comportamentos não.

— Eu só preciso de alguns minutos. – Ela disse assim que me aproximei puxando a porta da varanda.

— Me diz por quê? – Perguntei. – Por que você foi embora?

— Esse não é o momento, Oliver. – Ela me encarou.

— Quando vai ser? Daqui cinco anos? – Exaltei.

— Eu não podia mais ficar, porque eu não estava bem. Estava sofrendo.

— Não foi o que pareceu... – e senti a palma de sua mão estralando em meu rosto.

— Nunca duvide dos meus sentimentos por nossa filha. Você não tem esse direito. – disse com os olhos cheios de lágrimas.

— O que você quer que eu pense? Pouco tempo depois que foi embora você estava com o seu ex-namorado! – Acusei.

— Você não sabe de nada! – Gritou. Através da porta de vidro da varanda pude ver Alena nos observando.

— Eu preciso sair daqui. – ela falou mais pra si do que para mim e foi em direção a sua bolsa que estava no sofá.

— Felicity! – Alena chamou antes da porta da sala bater.

— Onde vocês estão hospedas? – perguntei.

— Estamos perto do aeroporto.

— Se ela não voltar iremos até o hotel. – Informei.

***

Felicity Smoak

— Eu vou te apresentar ao meu irmão. Acho que vocês fariam um belo casal. – disse.

— Thea, eu não estou a fim de conhecer ninguém. – falei ajudando a minha nova colega de quarto a desocupar as caixas da mudança.

— Para curar-se de um antigo amor só com um novo amor. – ela piscou colocando uma caixa vazia no chão. – Eu já até o convidei para jantar aqui hoje, o que acha?

— Eu acho que você está viajando. – disse. – Esse será meu último ano na universidade e a última coisa que eu quero é sair com o coração partido. – informei lhe entregando mais uma caixa vazia.

— Você só saberá se tentar. – Sorriu.

Se o destino realmente existia ele estava a meu favor.

Eu já conhecia Oliver Queen, do café em que eu trabalhava.

Ele era alguns anos mais velho que eu e já trabalhava para a policia de Star City. Depois do jantar Oliver me confessou que só frequentava aquele café para me ver.

Eu sorri ao ouvir isso.

Daquele dia em diante, tudo se tornou mais fácil, e um mês depois já estávamos namorando. As coisas pareciam acontecer rápido demais, mas para nós dois, quando estávamos nos amando, era como se o tempo não passasse.

Oliver me penetrou naquele ritmo lento e torturante, cada estocada eu via em seus olhos muitas promessas. Puxei o seu rosto para um beijo enquanto começava aumentar o ritmo. Oliver foi descendo o beijo para o meu pescoço até chegar a meus seios, onde ele adorava brincar com a língua e eu me deliciava com todas as sensações que me causavam.

Oliver voltou a devorar meus lábios quando rebolei o meu quadril querendo que ele fosse mais fundo. Ele entendeu o recado. Cada estocada me fazia chegar mais perto. Eu estava na borda quando Oliver levou sua mão direita para a parte interna de minhas coxas até chegar a meu clitóris. Mordi os lábios quando ele começou a massageá-lo, esse homem ainda me levaria à loucura.

— Goze para mim, amor. – pediu.

— Oliver... – grito antes de nos desfazermos em orgasmo.

Oliver beijou meus lábios e saiu de cima de mim me puxou para um abraço.

Tudo era muito novo para mim, inclusive, fazer planos para depois da graduação. Depois de quase três meses de namoro eu não tinha muita certeza se o destino estava mesmo do meu lado.

 – Eu estou indo trabalhar. – disse Oliver entrando no quarto e beijando meu rosto como sempre fazia antes de ir.

— Eu vou ir para o dormitório. Você me dá uma carona? – levantei da cama procurando minhas roupas pelo chão.

— Pode ficar se quiser. Aqui é melhor pra você estudar, e amanhã cedo quando eu chegar podemos tomar café juntos e eu te levo para a aula. – propôs me abraçando por trás.

— Eu prefiro ir para o dormitório. – falei me afastando.

— Tudo bem. – concordou.

Oliver percebeu que alguma coisa não estava bem já que fui o caminho todo em silêncio. Saí dos meus pensamentos quando percebi que o carro tinha parado no meio do caminho.

— O que houve? – perguntei encarando-o.

— Eu é que te pergunto. – devolveu.

— Só estou cansada da universidade. Semana de provas, você sabe como é. – Dei um meio sorriso.

— Felicity você está estranha tem alguns dias. – falou me analisando. – Acho que você não tenha percebido, mas você está me afastando.

— Desculpe. – Pedi. – Eu só estou cansada.

— Ok! – ligou o carro e deu partida.

Assim que cheguei ao dormitório encontrei Thea no meio de vários livros. Eu nunca a tinha visto estudando tanto.

— Conversou com ele? – perguntou em expectativa.

— Não. – falei tirando o casaco e colocando na cadeira perto da cama.

— Felicity...

— Eu estou com medo. – confessei. – E se o seu irmão achar que eu sou uma interesseira? Ele vai ganhar uma promoção e agora eu apareço grávida, o que ele vai pensar? – Perguntei andando de um lado para o outro.

— Meu irmão a ama e você deveria contar logo para ele.

Não lembro ao certo como aconteceu, mas Oliver ficou radiante com a notícia que me pediu em casamento no mesmo instante.

— Uma cerimônia simples, só para a família. – disse e eu não conseguia falar nada de tão emocionada, apenas concordei.

Aconteceu como havíamos planejado uma cerimônia simples para celebrar a união. Se a notícia do casamento não tinha agradado os pais de Oliver, a da gravidez muito menos. Embora eu estivesse com receio de todos os julgamentos Oliver apenas me tranquilizou ignorando todos. A cada dia eu tinha mais certeza que Oliver era o amor da minha vida. Mesmo que sua chegada tenha bagunçado todos os meus planos, mas eu aceitei que a vida era mesmo assim, uma caixinha de surpresas. E a felicidade parecia não ter hora para ir embora de nossas vidas.

Meses depois o choro de Mia preenchia todos os cômodos daquele apartamento. Eu agradeci todos os deuses quando Thea resolveu ficar uns dias para me ajudar. Eu havia terminado a graduação pouco antes do nascimento de Mia, agora só esperava terminar a licença maternidade para entrar no mercado de trabalho.

Mas tudo mudou...

Balancei a cabeça tentando me livrar dessas lembranças. Voltar para Star City era reviver os melhores e piores momentos de minha vida. Durante um bom tempo eu demorei para acreditar que o que estava vivendo era de fato real. Às vezes eu acreditava que estava presa em um pesadelo de universo paralelo.

Saí da antiga cafeteira em que trabalhei anos atrás e fui caminhando em direção ao apartamento de Oliver.

— Que bom que voltou. – Alena disse assim que entrei.

— Onde está Oliver? – Perguntei ao perceber que ela estava sozinha.

— Ele disse que ia fazer uma ronda. –Falou. – Eu estava começando a ficar apreensiva nesse apartamento sozinha.

— Apesar desse apartamento me deixar claustrofóbica aqui ainda é mais seguro que o hotel. – Alena me encarou em dúvida. – No hotel tem um fluxo diferente de pessoas. – Expliquei. Caminhei em sua direção sentando-me em seu lado.

— Como a levaram? – Perguntou enquanto eu encarava o tablet sem nenhum sinal. Não foi preciso pensar muito porque a lembrança estava bem viva em meus pensamentos. Era meu pesadelo diário desses últimos cinco anos. Acredito que talvez seja por isso que dormir se tornou algo extremamente doloroso, há muito tempo eu não sabia o que era ter uma quantidade recomendável de sono.

 – Thea você guarda as compras enquanto eu aproveito para tomar um banho? – Perguntei retirando Mia do carrinho de bebê que havia dormido durante nosso passeio.

— Claro!

Coloquei a minha pequena no berço e resistir à tentação de vigiá-la dormir. Liguei o móbile giratório e caminhei em direção ao meu quarto indo direto para o banheiro. Deixei a água quente aquecer o meu corpo. Fechei os olhos para aproveitar aquele momento quando escutei o grito de Thea.

Rapidamente fechei o chuveiro e coloquei o roupão para ver o que tinha acontecido. Caminhei até a sala e senti que algo estava errado quando encontrei Thea caída no chão próxima à porta da sala que estava aberta.

Algo estava muito errado.

Meu coração começou a pulsar rápido.

Corri até o quarto de Mia para perceber que ela não estava lá.

Meu coração pulsava rápido.

Eu gritei correndo em direção a porta. Passei por cima de Thea tentando chegar o mais rápido a portaria. Apertei desesperada o botão do elevador e sem pensar duas vezes eu saí correndo pelas escadas. Escadas que não acabavam nunca. Escadas que me fizeram tropeçar, mas que não me causavam dor porque a única dor que eu sentia era meu coração sendo dilacerado.

Saí pela portaria gritando desesperada por Mia. Comecei a correr pela calçada esbarrando nas pessoas e perguntando se elas tinham visto minha filha. Olhares confusos me encaravam sem entender nada. Eu só precisava encontrar a minha filha. Eu precisava da minha pequena.

As lágrimas pareciam que queimavam o meu rosto.

Eu sentia o ar faltando.

— Senhora Queen, se acalme eu já chamei o seu marido. – disse Peter o nosso porteiro.

— Levaram a Mia. Levaram a Mia. Levaram a Mia. – eu repetia desesperada.

Alguém tinha levado a minha filha.

Peter me levou de volta para o prédio e na portaria me deu uma água com açúcar. Assim que o vi chegando eu corri em sua direção.

— Levaram nossa filha.

— Nós vamos achá-la. – Disse acariciando meus cabelos.

Oliver abraçava meu corpo trêmulo durante todo o interrogatório de Thea em nosso apartamento. O delegado Lance o afastou das investigações por ele ser a parte interessada.

Cada dia que eu passava longe da minha filha era mais um dia de pesadelo. Eu acordava sempre assustada achando que Mia estava chorando. Comecei a virar a noite atrás de pistas, mas sem sucesso. Minha mãe veio passar uns dias cuidando de mim, apesar de sempre amar sua companhia nesse momento eu só queria ficar sozinha com a minha dor. Inclusive Moira que parecia me odiar estava se solidarizando com a situação e ficava comigo enquanto Oliver resolvia as coisas na delegacia.

Oliver evitava me deixar sozinha, ele tinha medo que eu cometesse alguma besteira. Várias vezes ele me pegou na varanda, mas eu só estava precisando de ar. Por garantia, ele ficava ao meu lado. Percebi que Oliver passava a noite me vigiando. Além da dor que sentia eu estava causando mais dor a todos em minha volta.

Eu só queria encontrar minha filha.

Quatro meses haviam se passado.

Nada de notícias.

— Eles vão encerrar as buscas amanhã. – Oliver falou. Senti como se tivessem arrancado o último fio de esperança que eu ainda tinha.

— Não podem fazer isso. Oliver você não pode deixar. – supliquei desesperada. Não podiam encerrar as buscas sem encontrarem minha filha.

— Não sou eu quem decide.  – Falou culpado.

— Não! – falei sentindo as lágrimas escorrendo. – Você não pode deixá-los encerrar sem evidências.

— Acharam uma evidência ontem.

— Como assim? – Perguntei confusa. Oliver respirou fundo e eu sabia naquele exato momento que não era algo bom.

— Eles vão encerrar as buscas porque encontram evidências que Mia morreu na travessia dos coiotes na fronteira do México.

— Não, não, não, não... – Oliver me abraçou. – Isso não é verdade... – eu molhava toda a sua camisa com meu choro. – Não pode ser verdade. Eu sei que não é verdade. Sentei-me no chão da varanda por não ter mais forças para me manter em pé.

Eu sentia como se tivessem tirado tudo de mim.

Não sei por quanto tempo ficamos ali, mas Oliver me carregou para de volta para o apartamento. Ele ajudou a me despir para tomar um banho para me aquecer já que meu corpo estava tão frio quanto uma pedra de gelo. Fiquei sentada no chão do banheiro até os dedos enrugarem. Oliver me retirou do banheiro e passou a noite vigiando meu sono. Os últimos dois dias eu passei sem vontade de sair da cama. Pela manhã, Oliver encontrou no quarto para se despedir antes de ir trabalhar.

— Já estou indo. – disse depositando um beijo em minha cabeça. – Thea já está chegando para ficar com você.

Eu permaneci de olhos fechados por não ter coragem de encará-lo. Estive planejando como faria isso sem magoá-lo, mas era impossível. Uma hora ou outra isso iria acontecer, e por algum motivo seria aquele dia. Depois que Oliver saiu fiquei esperando Thea chegar, mas por alguma razão ela estava atrasada. Não pensei duas vezes que essa era a oportunidade que eu tinha para pegar minhas coisas o mais rápido possível e chamar um táxi para a rodoviária.

Eu estava indo para Central City encontrar Cooper que tinha recursos suficientes que me ajudariam a encontrar Mia.

— Então, foi por isso que você foi embora? – Alena perguntou.

— Não só por isso. – Confessei.

— Você ainda o ama?

— Eu... – Olhei para o tablet que começara a emitir um som. – Acho que o encontrei.


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Notas finais do capítulo

Estarei no aguardo de elogios, críticas ou sugestões.

Até breve! :)



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