Lies escrita por MiaSQ


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Hey, essa é minha primeira fic no nyah. Há meses eu estou com essa ideia, mas foi somente hoje que criei coragem para postar.

Espero que gostem!



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Oliver Queen

Era sexta-feira e meu expediente na delegacia já havia terminado depois de um longo dia de trabalho. Estava caminhando no corredor para a saída do estacionamento quando escutei alguém correndo em minha direção e logo Tommy estava ofegante caminhando ao meu lado.

— Estamos indo para o bar assistir o jogo, você vem? – Ele perguntou sorrindo.

— Fica para a próxima Tommy, eu marquei um jantar lá em casa hoje com minha mãe e Thea – olhei em meu relógio para conferir a hora – preciso ir antes de me atrasar.

— Você está me devendo mais uma. – Tommy sorriu e bateu com a mão direita em meu ombro – eu vou cobrar, hein?! – piscou.

Despedimo-nos e eu fui até o estacionamento pegar meu carro. Durante o trajeto peguei um pouco de trânsito, mas logo eu estava na garagem do meu prédio. Caminhei até o elevador e fiquei observando os números até chegar ao oitavo andar.

Fechei a porta e assim que me virei eu a vi no sofá. Por míseros segundos eu pensei que tinha voltado no tempo. O mundo realmente parecia que tinha parado enquanto as lembranças do passado começaram a me invadir e ela quebrou o silêncio me trazendo de volta para o presente.

— Desculpe ter invadido a sua casa, mas você ainda deixa a chave no mesmo lugar então... – ela parou de falar e eu percebi o nervosismo em sua voz.

Felicity? – falei seu nome não acreditando no que via. Ela estava diferente desde a última vez que a vi. Estava mais magra e cabelos longos com mechas rosa, a maquiagem mais escura do que de costume e mesmo assim continuava a mesma, um olhar carregado de uma dor que eu também partilhava.

— Nós precisamos conversar. – Ela falou-me encarando.

— Acho que essa conversa está atrasada há cinco anos.  – Eu disse sem conter a magoa em minha voz. – Você não pode exigir uma conversa quando quem abandonou tudo foi você! – vi a culpa em seus olhos, mas ela apenas desviou o olhar do meu.

— Chegamos! – Thea disse abrindo a porta. – Oh meu deus. – ela disse assim que avistou Felicity no sofá. Minha irmã passou a minha frente se aproximando de Felicity e abraçando-a.

— O que essa mulher faz aqui? – Minha mãe perguntou observando toda a cena enquanto eu permanecia imóvel.                  

— Eu não quero atrapalhar vocês. – Ela disse me olhando assim que desfez o abraço da minha irmã.

— Você já atrapalhou muito. – Disse minha mãe hostil.

— Chega! – Disse saindo da minha inércia.

— Deixaremos vocês conversarem. Vamos mamãe! – Thea puxou minha mãe para fora do apartamento, mas ela parou me olhando.

— Oliver...

— Depois. – disse e ela apenas saiu fechando a porta. Mas ainda sim podíamos ouvi-las.

    – Ela deve estar aqui por causa do divórcio. Acho que cansou de receber tantas notificações. – Thea tentava achar alguma explicação.

— Não acho que ela viria até aqui só pelo divórcio. – Minha mãe respondeu.

As vozes ficaram distantes até que não podíamos mais ouvi-las. Respirei fundo criando coragem.

— Sobre o que você quer conversar?  – Felicity me encarava.

— Sobre Mia!

— O quê? – Perguntei só para ter certeza do que ela realmente falou.

— Sobre nossa filha— ela repetiu tirando o tablet de sua bolsa. – Encontrei uma pessoa na semana passada falando que tinha informações sobre nossa filha...

— Não existem novas informações, Felicity. – a interrompi. – Eu saberia se alguma informação nova aparecesse.

— A pessoa que eu encontrei sabia o que estava falando, Oliver. Eu pensei que poderíamos pelo menos verificar porque eu não posso ficar com essa dúvida. Eu estou todos esses anos buscando alguma informação que seja, então, se há alguma chance, eu não vou ficarei com essa dúvida.

— Eu trabalho em uma delegacia... – repeti. – posso não trabalhar mais com investigações, mas ainda sim eu saberia se alguma nova informação surgisse. Não pode ser possível. Deve ser alguma brincadeira de mau gosto. – ela concordou se levantando.

— Tudo bem, se você não quer me ajudar eu farei isso sozinha.

— Espere! – Parei em sua frente. – Eu vou ligar para o John. – falei tirando o celular do bolso. – Podemos verificar, mas não crie expectativas. Conforme os anos passam as possibilidades são quase nulas.

— Nulas não quer dizer impossíveis. – disse e eu apenas concordei me afastando.

Felicity Smoak

Observei Oliver se afastar enquanto falava ao telefone com John, ele parecia tão mais velho desde que fui embora.

Há cinco anos eu não o via.

Há cinco anos eu não pisava naquele apartamento.

Há cinco anos eu parti.

E há cinco anos nosso mundo desabafava.

Suspirei sentando-me novamente no sofá, eu precisava que todas essas informações fossem verdadeiras. O fato de existir uma possibilidade de a minha filha estar viva já me enchia de esperanças. Fechei os olhos e senti uma lágrima solitária em meu rosto, enquanto eu tivesse forças para seguir acreditando eu iria até o fim em busca da minha pequena.

Eu passei cinco anos fingindo ser outra pessoa e utilizando todas as minhas habilidades para conseguir qualquer informação que me levasse ao paradeiro de minha filha. Agora que tinha uma luz no fim no túnel eu iria atrás.

— Diggle daqui a pouco está aqui. – limpei rapidamente a lágrima e abri os olhos para encarar Oliver.

— Sinto muito por ter atrapalhado o seu jantar.

— A prioridade agora é outra – respondeu sentando-se novamente. – Preciso que você me conte exatamente o que essa pessoa te disse.

— Ok. – Concordei. – Ou eu posso chamá-la e ela te conta pessoalmente.

— O QUÊ?

— Ela está me esperando no hall da recepção...

— Você trouxe um desconhecido até o prédio onde eu moro? – Ele perguntou indignado. – Você não conhece essa pessoa. E se ela estiver mentindo? – Se levantou tirando sua arma da parte de trás se sua calça e indo até a porta abrindo-a.

— Será que você pode confiar em mim e me ouvir ao menos uma vez? – Ele fechou a porta com certa brusquidão e me encarou vencido.

— Conte tudo e quando Diggle chegar você pode ir chamá-la.

***

Las Vegas, uma semana antes.

Mais um dia normal de trabalho no cassino onde eu trabalhava a pouco mais de dois anos. Caitlin, a garçonete que trabalha comigo - a única pessoa que eu tinha como amiga depois de minha mãe - havia faltado e por isso eu tive que entrar mais cedo. Àquela hora ainda não tinha muito movimento, então aproveitei pra verificar a validade das bebidas.

— Felicity Smoak? – Fiquei sem reação quando ouvi o meu nome. Esse mesmo nome que eu não usava há cinco anos. Ninguém em Vegas, além de minha mãe, realmente conhecia minha verdadeira identidade. Isso só poderia significar alguma coisa, eu havia sido descoberta. Tentei não demostrar nenhuma reação e fingir que não tinha escutado. – Ghost Fox Goddess? – Continuei fingindo que não tinha escutado até que o sino do balcão tocou e eu fui obrigada a virar.

— Deseja alguma coisa? – Perguntei tirando meu bloco de notas do bolso. Reparei que não se passava de uma garota de pouco mais de 16 anos. Eu deveria ter alucinado alguém me chamando.

— Eu preciso falar com você.

— Você tem idade para estar em um cassino? – Perguntei fugindo de qualquer tentativa sua.

Kojo Sledgehammer. – Ela se adiantou.

— Se a senhorita não vai pedir nada eu preciso continuar o meu trabalho.

    – O que tenho para falar é realmente importante Smoak. – Meu sobrenome não saiu mais que um sussurro.

— Tudo bem. – coloquei uma dose de tequila e a entreguei. – Não podemos conversar aqui. – Falei olhando ao redor. – Me diga aonde te encontrar que eu irei depois do meu expediente. – A garota tomou a dose e devolveu o copo junto com um papel.

— Não precisa ter medo, eu também estou do mesmo lado que você. – ela me encarou tentando passar algum tipo de confiança. – Aí está o meu endereço, estarei te esperando. 

Fiquei olhando enquanto ela caminhava para a saída. Era só uma adolescente, como poderia saber de algo? Saí de meus pensamentos quando Max - o gerente - apareceu.

— O que a garota queria? – perguntou sem cerimônias.

— Queria uma informação – ele me encarava desconfiado. – Ela estava procurando o namorado. – respondi dando de ombros.

— Você não está aqui para passar informações a ninguém. Volte ao trabalho. – Ele ordenou ajeitando o paletó.

O dia já amanhecia quando o meu expediente acabou. Caminhei pelo estacionamento vazio até o meu velho carro, entrei e peguei o papel em minha bolsa. Encarei o endereço que não era muito longe, mas ficava mais afastado do centro da cidade, onde estava localizado a maior parte dos hotéis luxuosos de Vegas. Eu realmente não sabia o que fazer, era muito perigoso ir sozinha em um endereço desconhecido, mesmo que ela estivesse dizendo a verdade sobre sua identidade ainda era um risco, mas qualquer informação poderia ser importante.

Então, quanto vale um risco?

— Droga! – eu iria me arriscar, dei partida no carro e saí.

 O trajeto foi angustiante porque eu não sabia o que me esperava. Eu tive vontade de chorar e de sorrir só de imaginar as possibilidades, porque há cinco anos eu procurava uma agulha no palheiro. Isso poderia significar muitas coisas, inclusive uma armadilha. Parei o carro em frente ao velho hotel de cinco andares e toda a minha coragem se foi, mas eu já tinha chegado até ali, agora não tinha volta.

Respirei fundo e saí do carro.

O coração estava numa mistura de medo e ansiedade.

Chegando ao segundo andar, olhei em volta e o corredor estava deserto. Caminhei até a porta 205, respirei fundo novamente e bati na porta. Não obtive nenhum sinal e o medo começou a me invadir. Observei um homem caminhando no corredor e subindo mais um lance de escada. Bati na porta mais uma, duas, três vezes e por fim ela se abriu.

— Eu já estava indo embora. – Informei assim que vi a garota da noite anterior. Pela aparência, ela deveria estar dormindo.

— Que horas são? – perguntou confusa voltando para a cama.

— Seis e quarenta. – ela me encarou.

— Eu só preciso de alguns minutos para acordar. – Ela disse indo em direção ao que deveria ser o banheiro. – Você não vai entrar?

— Claro! – Fechei a porta atrás de mim e dei uma rápida olhada no pequeno quarto. Fiquei ali esperando até que a garota saísse do banheiro. – Então... – disse assim que ela saiu.

— Alena. – Respondeu sorrindo. – Acho que devo contar a minha história até aqui. – Concordei.

***

— O seu pai é o Cayden James e foi morto pela máfia russa? – Oliver perguntou tentando entender a história.

— Isso! – Alena respondeu perdendo a paciência com aquele  questionário de Oliver. – Eles são conhecidos como Bratva. Meu pai fazia alguns trabalhos de lavagem de dinheiro para eles, mas nunca era o suficiente. Antes de pedir para “sair”, meu pai resolveu guardar algumas informações para caso fosse chantageado, porém o buraco era mais em baixo. Meu pai tinha descoberto o esquema de tráficos de pessoas deles e foi quando máfia sequestrou o meu irmão de seis anos para se vingar. Eles exigiram uma recompensa em troca do meu irmão e quando meu pai foi entregar, ele foi assassinado. Eu estava no esconderijo da Hélix durante essa operação, e através do ponto eletrônico ouvimos os tiros. – disse Alena com os olhos lacrimejados. – Poucas semanas antes, meu pai havia me presenteado com um notebook. Ele disse que poderia usá-lo assim que aprendesse a programar melhor, e eu só entendi isso depois.

— Como assim? –  Perguntou.

— Meu pai havia bloqueado o notebook com um firewall que ele tinha criado, por isso, eu deveria saber descriptografar. E eu só consegui acessar os dados do notebook há poucos meses.

— E nesse notebook tinha todas as informações sobre a máfia russa? – John perguntou. Ele tinha chegado assim que Alena começou a contar tudo para Oliver.

— Eu tive que quebrar alguns códigos porque meu pai tinha medo que por alguma razão o notebook caísse em mãos erradas. Foi um pouco difícil, mas eu consegui. – ela mostrou o notebook que estava em uma tela com vários nomes e endereços. – Depois que quebrei os códigos consegui esses nomes e endereços, então eu comecei a fazer um trabalho para filtrar tudo na deep web e foi quando eu cheguei em Felicity e agora estamos aqui.

— Esses nomes são o que exatamente? – Ele lia atentamente a tudo que estava na tela do notebook.

— Alguns nomes são de pessoas desaparecidas, principalmente mulheres jovens. – explicou. – Tem  um ex-militar federal, Slade Wilson, que também teve o filho adolescente desaparecido e por algum motivo ele foi exonerado do cargo. E os endereços ficam em vários continentes, e muitos estão localizados aqui em Star City,  mas o principal fica na Rússia, onde supostamente é a sede da máfia. Eu procurei por eles e parecem ser de fachada, já que eles não trabalham apenas com o tráfico pessoas, mas também com o tráfico de drogas, contrabando e lavagem de dinheiro. Tem uma construtora e imobiliária, depois um bar e por último uma mansão localizada em um bairro nobre. – Ela falava enquanto eu analisava toda  as informações. – Tem mais uma coisa. – Disse atraindo toda a minha atenção de volta.

— O quê? – Perguntei encarando-a.

— O dragão do Bratva não ficou preso mais que dois dias .

— Isso não é possível. – Oliver falou incrédulo. – Eu fui o responsável pela prisão de Ricardo Diaz e... – Chegamos a mesma conclusão antes mesmo que Alena falasse. Naquele momento eu estava tão aterroriza quanto Oliver, ele sequer conseguia me encarar.

— Como isso é possível? –John perguntou olhando para o amigo.

— A máfia tem muitos aliados. – Alena respondeu. – Em 48 horas eles conseguiram colocar alguém no lugar do verdadeiro dragão.

— Tem um mês que tive acesso ao registros de Slabside e Ricardo Diaz constava como preso.

— Os registros são de poucos minutos. – Alena virou o notebook para Oliver e John que liam atentamente.

— O que diz nesse registro? – Perguntei com a voz embargada. Tudo isso deveria ser um pesadelo.

— Que Ricardo Diaz foi morto por um detento em uma briga alguns dias depois de sua prisão. – Arfei sem acreditar no que ouvia.

— Eu tenho quase certeza que as drogas sintéticas das casas noturnas tem algo a ver com o Dragão. – Alena falou nos olhando.

— É o mesmo estilo que há cinco anos. – Oliver concordou.

— O que vocês pretendem fazer agora? – John perguntou encarando Oliver.

— Nós vamos atrás do dragão.


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Notas finais do capítulo

No aguardo de elogios, críticas ou sugestões.

Até breve! :)