Lies escrita por MiaSQ


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Hey, desculpe a demora.

Espero que gostem!



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Oliver Queen

— Tem certeza que é esse o lugar? – perguntei observando apenas uns guardas a paisana. Felicity havia me ligado informando que Slade Wilson estava no porto de Star City.

A localização é essa.

— Daqui a pouco nos falamos. – disse. Desliguei o celular observando uma movimentação em um dos containers próximo ao cais. Aproximei devagar tomando o cuidado de não ser visto. De onde eu estava conseguia ver muitos homens armados vigiando enquanto alguns descarregavam as caixas do container. Esperei até conseguir ter certeza de que era mesmo o Slade.

Respirei fundo e saí.

Naquele instante todas as armas estavam apontadas para mim.

— Slade Wilson?

— Ninguém me chama assim a muito tempo. – disse se aproximando. – Você é?

— O dragão me mandou para conferir tudo. – Slade fez um movimento para que abaixassem as armas.

— Estamos indo para o galpão e lá você poderá fazer isso. – disse. Por um momento desconfiei de suas palavras, por alguma razão ele sabia que eu estava mentindo.

O trajeto foi todo em silêncio. Eu via seu motorista me encarando pelo o retrovisor desconfiado e eu apenas não demonstrava nenhuma reação. Quando chegamos no galpão Slade pediu para que fizessem o descarregamento enquanto ele conferia a nota fiscal comigo. Subimos uma escada de metal e entramos em um a sala que mais parecia um pequeno escritório. Slade sentou-se na cadeira atrás da mesa e me encarou.

— Quem é você?

— Existe alguma possibilidade daqui ter escutas? – perguntei observando a sala.

— Não. Então desembucha.

Contei tudo a Slade até aquele momento. Ele apenas ouvia com atenção, ele era esperto e sabia onde eu queria chegar.

— Isso é arriscado. – falou por fim se ajeitando na cadeira.

— Eu não tenho outra opção.

— Eu só estou nessa porque meu filho está vivo e trabalha para o Bratva. – falou. – Você tem essa mesma certeza?

— Não. – falei sentindo o gosto amargo da única certeza que tínhamos. – Mas eu preciso ao menos tentar.

— Tudo bem. – disse ao escutarmos uma batida na porta. Ele se levantou abrindo-a.

— Tudo certo. – um de seus homens disse.

— Ótimo! – Slade sorriu e fechou a porta novamente. – Qual é o seu plano?

***

    –Nós vamos para a Rússia?  – Felicity perguntou depois que terminei de contar tudo a ela.

 – John está resolvendo tudo com a Lyla. E Tommy nem esperou eu contar ele apenas aceitou.

— O que fazemos agora? – Alena perguntou.

— Esperamos. – falei.

Era três da manhã, não demorou muito para o dia amanhecer. Enquanto esperávamos, Felicity e Alena ficaram trabalhando nos arquivos que ainda precisavam ser descodificados.

Conferir o relógio era hora de começar a colocar o plano em ação.

— Estou indo conversar com o delegado Lance. – avisei me levantando. – Tommy deve chegar em alguns minutos para buscar vocês.

— Tenha cuidado. – Felicity falou e eu apenas concordei saindo.

A delegacia estava mais movimentada que de costume. Depois das últimas horas eu conseguia observá-la com outro olhar. Nem todos ali trabalham para o mesmo propósito. A ganância corrompia até quem deveria servir para o bem. Avistei o delegado Lance conversando com um dos policiais.

— Sr. Queen ainda que chegou, temos muito trabalho por aqui.

— Será que podemos conversar em sua sala Sr. Lance. – perguntei. Ele apenas me encarou e pediu que eu o seguisse. Delegado Lance pediu que eu fechasse a porta para diminuir o barulho e termos um pouco de privacidade.

— O que houve Oliver? – perguntou colocando a pasta na mesa.

— Vou precisar me ausentar uns dias para resolver um problema pessoal.

— Tudo bem. – disse sentando-se em sua cadeira. – Não tem como eu negar porque faz uns cinco anos que você não tira férias.

— Vou precisar que você libere Tommy para ir comigo. – Lance relaxou na cadeira me observando desconfiado.

— Por que será que sinto que você está me escondendo algo?

— Eu gostaria muito de te contar mais detalhes mas não posso. – disse abrindo a porta.

— Oliver? – Quentin me chamou. – Tenha cuidado. – concordei e saí.

Estacionei o carro em frente a casa de minha mãe. Eu tinha decorado todas as palavras que diria a ela, pois de alguma forma ela sabia quando eu estava mentindo e nesse momento o que eu não queria era preocupá-la. Desci do carro relembrando todas as palavras que iria dizer.

Toquei a campainha e esperei.

— Filho o que faz aqui uma hora dessas? – perguntou assim que me viu.

— Estou indo viajar a trabalho. – ela me deu espaço para entrar. Observei-a fechando a porta e me encarando confusa. – É uma oportunidade que surgiu e Quentin me indicou. – expliquei. – Tommy também irá comigo.

— Parece ser algo importante. – sentou-se em minha frente me olhando. Eu sabia que não  era isso que ela gostaria de saber. – O que Felicity queria?

— O divórcio. Vamos terminar isso de uma vez.

— É melhor assim querido.

— Eu preciso ir. – me levantei. – Dê um beijo em Thea por mim. – abracei-a. Por um momento pareceu errado mentir para ela desse jeito quando eu nem ao menos sabia se voltaria vivo para casa.

Chegando ao hangar vi John conversando com o piloto. Assim que me viu pediu licença e caminhou em minha direção.

— Vamos decolar daqui uns minutos.

— John você não precisa ir. – falei. – Tommy está indo porque disse que não tem nada a perder, mas você tem uma família.

— Que amigo eu seria se pulasse fora do barco agora? – neguei. Nada do que eu falasse iria fazer que ele mudasse de ideia. Se algo acontecer com John eu jamais vou conseguir me perdoar.

— Obrigado. – John bateu em meu ombro.

— É hora de partir.

Embarcamos na aeronave, antes da decolagem, John informou que ficaríamos em uma propriedade da A.R.G.U.S e por enquanto essa é a nossa única certeza. Como será uma viagem longa teremos tempo de pensar em algum plano. Sentei-me no banco vazio ao lado de John. Depois da decolagem eu sinto o cansaço me atingir.

Acordei algumas horas mais tarde. Olhei a minha volta e percebi que todos ainda dormiam menos John e Felicity que conversavam. Levantei-me indo ao banheiro, quando voltei John não estava mais lá e eu me aproximei.

— Quando eu fecho os olhos eu consigo imaginá-la. Você consegue fazer isso? – Felicity perguntou ainda de olhos fechados.

— Não. – respondi analisando-a.

— Eu fiz uma simulação de aparência de como ela estaria atualmente. – disse me olhando. – Ela era uma mistura de nós dois, eu fico me perguntando se ainda continua ou se puxou mais o seu lado ou o meu. – deu um pequeno sorriso.

Novamente o silêncio tomou conta do espaço.

Ficamos ali encarando as nuvens lá fora.

— Sempre admirei a sua fé. – falei olhando-a. Felicity agora me encarava. – Eu queria ter aquilo, mas como policial eu sabia que as chances de encontrar nossa filha viva depois das 48 horas diminuíam a cada dia e eu te admirava por continuar acreditando. Mas quando você foi embora... – ela balançou a cabeça negativamente não querendo que eu continuasse. – Eu te achei egoísta. Quando Thea me ligou desesperada avisando que você tinha sumido por um momento eu também me desesperei, mas logo pensei que você estava precisando de tempo. – disse, relembrando toda a cena daquele dia. – Uma semana se passou e você não deu noticias, então, eu resolvi ligar para a sua mãe e ao perceber que ela também não fazia ideia de onde você estava eu entrei em pânico.

Desespero.

— As piores coisas se passavam em minha cabeça. – eu via a culpa em seus olhos. – Eu estava em negação. Não queria acreditar que você tinha ido embora. Passei semanas te procurando até encontrá-la em Central City.

Alívio.

Foi o que senti ao perceber que ela estava bem.

— Ia me aproximar quando o vi beijando-a. – cerrei a mão direita sem nem perceber. – Eu senti tanta raiva que me surpreendi por não ter avançado. Dei meia volta e fui embora. – confessei. Naquela mesma semana eu perdia o meu pai em um acidente de carro.

Egoísta.

— Eu passei a achar uma egoísta.

— Sinto muito... – disse.

— Eu também estava sofrendo. – falei. – Eu também tinha perdido minha filha.

— Eu estava quebrada para ficar Oliver.

— Eu poderia ter ajudado, nós ficaríamos bem. – disse – Só precisávamos de tempo.

— Eu estava fazendo você sofrer Oliver, dia após dia eu estava te matando. – disse com a voz embargada. – Você estava vivendo em minha função. Eu estava fazendo todos ao nosso redor sofrer. Ver a dor que eu estava causando me fazia muito mal. – disse limpado as lágrimas que caiam. – A fé era a única coisa que me mantinha viva e foi por isso que partir. – confessou. – Você não viu o que aconteceu depois. Copper foi um grande amigo que me ajudou e me consolou quando eu mais precisei, mas ele acabou confundindo as coisas. – disse. Eu acreditava em suas palavras.

— Você nunca foi um fardo para mim.  Deveríamos ao menos ter tentado. Na alegria e na tristeza. – lembrei.

— Eu errei. – admitiu. – Mas agora não faz diferença.

Eu ainda estava magoado por ela não confiar em mim. Esse sentimento demoraria deixar o meu peito, mas eu acreditava em tudo que me havia dito.

— Nós encontraremos nossa filha, nem que seja a última coisa que eu faça. – Felicity apenas concordou se encolhendo na poltrona.

Levantei-me indo para o meu lugar. Tínhamos ainda algumas horas de viagem pela frente.

A Rússia poderia ser a nossa esperança ou nossa destruição.


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Notas finais do capítulo

Estarei no aguardo de elogios, críticas ou sugestões.

As férias estão chegando, eu vou tentar fazer um cronograma de postagem nesse período, até breve! :)



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