Paradise Coast escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 18
Fase final


Notas iniciais do capítulo

https://youtu.be/67sNj08UT1c-Elisa é trazida de volta.



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P.O.V. Khal Khan.

Levou muito tempo, mas é finalmente chegado o momento. Eu passei vários ciclos cultivando os clones, os mantive escondidos. Escondidos de Una, da Corte, de todos.

—Bem vindo, Khal Khan.

—Solaris, iniciar a fase final. Prepare o 202, iniciar implantação de consciência.

—Fase final iniciada. Iniciando processo de implantação de consciência.

O computador fez contato com o córtex cerebral do clone 202 e começou a implantar as memórias de Elisa dentro dele.

De repente, ela abriu os olhos dentro da câmara.

—Elisa? Elisa pode me ouvir?

Ela fez que sim.

—Me compreende?

Outra resposta positiva.

—Ótimo. Computador, iniciar sequencia de remoção.

Elisa entrou em pânico quando a água da câmara começou a ser drenada.

—Tenha calma. Está tudo bem.

Tirei ela da câmara, dei-lhe um jaleco para que se cobrisse.

Ela ainda se afogava, mas começou a falar:

—Onde... Onde...

—Onde está? Está em Zênite. Você se lembra das minhas histórias, sobre Zênite?

Elisa fez que sim.

—O... O bebê. O bebê está...

—O bebê está bem. Já não é mais um bebê.

Ajudei-a a se levantar.

—Você está segura. Venha. Isso.

Ela tinha dificuldade para caminhar, para todos os efeitos era uma recém-nascida.

—Aqui. Pegue a caneta. Rabisque no papel. Assim.

Sua coordenação motora era ruim, mas vai melhorar.

—Você se lembra de alguma coisa? Pode me dizer seu nome?

—Meu nome... é Elisa. Doutora Elisa Carlton e eu... me lembro de tudo.

Respirei aliviado. Tinha dado certo. Elisa vestiu o jaleco e fechou-o o máximo que conseguiu.

P.O.V. Elisa.

Me lembro de tudo. Toda a minha vida e me lembro de estar grávida, me lembro de dar a luz, me lembro de morrer.

—Eu morri. Eu estou morta.

—Não. Você não está. Não está mais.

Olhei em volta e... tinha um monte, um monte de eu. Todas dentro de capsulas cheias de algo que parece água.

—Clones. Você me clonou.

—Sim.

—Como eu me lembro de tudo isso?

—Sobreposição/transferência de consciência.

—Gestação extra-uterina, clonagem, transferência de consciência. Meu Deus! Algo que para os humanos só existe nos filmes, nos livros. Aqui é... real. Quantos anos você tem?

—Dez mil ciclos.

—Você se clonou?

—Sim. Eu clonei todo mundo, todo mundo com quem me importo e todo mundo que tem dinheiro para pagar. É uma Indústria multi milionária para dizer o mínimo.

Cacetada! 

—E o bebê? O que é? Menino? Menina?

—Menina. Sua irmã, Emília a criou. Tive de deixá-la para sua própria segurança, mas ela está aqui agora.

—E a Em?

—Emília morreu. Ela foi... assassinada. E como eu não sabia onde encontrá-la ou tinha suas memórias não posso...

—Não pode trazê-la de volta. Eu entendo.

—Venha, você precisa tomar banho. E se vestir.

P.O.V. Khan.

Tirei-a do laboratório e tranquei-o. Tive que carregá-la já que não conseguia caminhar. Ela tomou banho sozinha, de banheira.

P.O.V. Elisa.

Depois de tomar banho, me secar e me vestir, pedi:

—Eu quero vê-la. Eu preciso conhecê-la.

—Muito bem.

Meus movimentos começavam a voltar. Já conseguia caminhar relativamente bem. E enquanto passava pelos enormes corredores daquele lugar imenso, todos me encaravam. E então, eu vi. O cabelo dela era ruivo alaranjado, estava usando um vestido e tinha olhos verdes.

Senti as lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

—Á quanto tempo exatamente eu fiquei... fora?

—Vinte e dois anos.

—Vinte e dois anos?!

—Oi pai. O que está acontecendo e quem é... pessoa?

—Quantos anos você tem?

—Vinte e dois, hoje. É meu aniversário. 

—Você é ruiva.

—O que eu to... interrompendo aqui?

—Lisa, estive trabalhando num projeto. Por anos, comecei logo após o seu nascimento.

—E?

—E que eu sou cientista. Sou clonador.

—Você fez um clone?

—Não apenas um clone. Eu clono as pessoas e transfiro sua consciência para dentro dos clones.

De repente, os olhos de Lisa se arregalaram. Ela tirou um medalhão do pescoço, abriu-o. Olhou a foto e olhou pra mim umas três vezes até dizer:

—Puta merda! Você é a mãe biológica!

Mãe biológica. Faz sentido, eu não a criei.

—Eu sou Lisa. Lisa Carlton como...

—Eu.

—É. E sou uma fada, vampira, alienígena, lobisomem e muitas outras... coisas. Uso cem por cento da minha capacidade cerebral. É assim que eu me lembro de ter estado dentro de você, de ouvir a sua voz.

—Você usa?

—Eu uso. Graças á sua... droga. Ai, veio o povo do governo, tive que fugir, fui sequestrada, e muitas outras coisas, mas essa é uma longa história.

—Bem, eu tenho tempo.

—E eu tenho um compromisso. Assuntos de Estado. Divirtam-se.

Lisa me levou até o seu quarto, me mostrou suas coisas e eu vi as fotos. Emília.

—Quem é esse?

—Era. Meu padrasto, ele morreu quando eu tinha sete. Era policial, foi baleado durante uma ocorrência. Você ainda ama meu pai?

—Amo. Muito. E quanto a você? Tem alguém especial?

—Essa é uma pergunta... complicada.

—Me esclareça.

Disse me sentando.

—Bem,  ano passado tinha esse cara, mas descobri que ele era um espião trabalhando pro governo britânico para me pegar e me usar como arma. E agora tem esse outro cara, que é sobrinho da Khal Una. Que por acaso eu matei ontem na minha festa de aniversário.

—Khal Una?

—Minha madrasta louca alienígena. Ela tentou envenenar o papai e eu executei ela. E o cara era uma artimanha dela, seu sobrinho que iria me seduzir e me matar. Eu sei, sou uma fodida.

—Não diga isso. Qualquer um que passe cinco minutos com você vai saber o quanto você é especial.

—Você só está dizendo isso porque você é minha...

Ela parou no meio da frase. E olhou pra mim num pedido mudo de desculpas.

—Está tudo bem. Emília era sua mãe. E ela fez um ótimo trabalho.

—Sabe, apesar das coisas estranhas... eu estou muito feliz de você estar aqui. Eu realmente acho que o papai é muito solitário. Ele nunca te esqueceu, eu posso dizer. Não só pelo fato dele ter te clonado e meio que te ressuscitado, mas toda vez que ele olhava pra mim... ele via você. E isso deixava ele triste.

—Ele é um homem realmente fantástico, o seu pai. É um gênio, cavalheiro, educado.

—Papai saiu do conto de fadas e eu do de terror. Eu destruo tudo em que encosto, todo mundo que chega perto de mim morre. Você, minha mãe, tia Jo, os soldados americanos, russos, britânicos e até a Una.

—Tia Jo?

—Doutora Josette Kim. Ela era minha madrinha. Tomou um tiro e morreu por causa de mim.

—Não pode se culpar. Não foi sua culpa.

—Eu me lembro de você me chamando de bebê milagroso. Sou mais um bebê monstruoso.

—Você teve uma vida feliz?

—Sim. Até virar uma arma/assassina/ Princesa. Gostava de surfar, nadar, tomar suco na praia, ia á faculdade, medicina, mas ai o mundo veio desabando na minha cabeça. Mas, eu entendi o porque da minha mãe insistir que eu fizesse aulas de auto-defesa.

Ela se levantou e pegou uma Katana que estava pendurada na parede por um campo de gravidade zero.

Lisa puxou a lâmina pra fora da bainha.

—Essa é a Serafim. Meu relacionamento mais longo até agora, fora a minha amizade com a Bev.

—Ela é muito bonita.

—Os cientistas que a forjaram, disseram que o metal do qual ela é feita simplesmente não existe na tabela periódica. Porque não é da Terra. É daqui.

É daqui. Metal Zenetiano.

—Mesma coisa minha armadura.

—Armadura?

—Minha mãe e a equipe dela fizeram a armadura e a espada. Acho que meu pai deixou o metal lá de propósito. O jeito dele de cuidar de mim, sei lá.

—Emília conheceu seu pai. É claro que pelo o que sei, ela não sabia que ele era alienígena.


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