Uma Canção de Neus Artells escrita por Braunjakga


Capítulo 21
Barcelona (parte II)




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I

 

Santi foi o primeiro a avançar, mais que qualquer outro.

Correu como louco com o sabre em mãos.

Gerard também se adiantou e partiu para cima dele.

Correndo no cavalo, ele puxou a corda do arco e uma flecha feita de energia pura surgiu.

A flecha era vermelha como sangue.

Gerard disparou sem hesitar.

A flecha fez uma curva no ar e explodiu no peito de Santi como um raio.

Ele caiu do cavalo e morreu na hora.

Gerard olhou brevemente para o corpo de Santi e continuou avançando, disparando contra as linhas de frente.

Aquilo foi o aviso para que todas as tropas avançarem também, uma contra a outra.

 

II

 

Na retaguarda, Enric mandou um batalhão avançar.

Uma carroça chegou atrás dele.

Dom Saul Martinez Garcia, ministro para assuntos especiais, saiu de lá.

Ele vestia sua grande túnica branca-cinzenta com capuz nas costas e carregava uma corda azul brilhante nas mãos, como se prendesse algo.

— E o prisioneiro?

— Aqui...

Atrás do ministro, Yue saiu, magro e sem vida como Clow viu em Tarragona dias atrás.

— Eu espero que seja um motivo muito bom pra você ter me trazido até aqui!

— Eu sou a única pessoa que pode te dar alguma paz, ministro… Ou você pensa que o Gerard ia fazer isso pelo senhor?

— Eu não acredito em nenhum dos dois! Principalmente você!

— Veremos…

Enric estalou os dedos

Na frente dos dois, Clow aparatou, com seu báculo dourado nas mãos e sua grande veste chinesa.

Ele deu um olhar breve e melancólico para Yue.

Enric agarrou os ombros do mago e o puxou para que visse a frente de batalha:

— Você tá vendo Clow? Quando a Neus usar as cartas, você pega elas pra gente…

Enric apontava para a linha de frente dos Coronelas, onde estava Neus.

— Eu não vou precisar fazer isso por enquanto, Mylord…

Enric não entendeu.

Acima deles, um imenso leão alado apareceu, cuspindo fogo em tudo.

Era Kero e Neus.

As costas de Enric foram as primeiras a sentirem as chamas.

O corpo dele pegou fogo.

— Wall! – Disse Clow.

— Parede! – Disse Dom Saul.

Clow e Dom Saul levantaram as mãos para o ar e criaram uma barreira mágica ao mesmo tempo.

A chama não atingiu os dois, mas foi o suficiente para queimar as cordas que prendiam Yue.

O anjo prateado despertou do encanto.

Estava atordoado:

— Clow? O que aconteceu?

— Eu explico depois, agora vamos dar o fora daqui!

Clow tocou no guardião e os dois aparataram para fora do campo de batalha.

À Enric, restou lidar com as chamas de Kero que cobriam seu corpo:

— Maldito Clow!

 

III

 

Os próximos alvos das chamas de Kero e Neus foram El Rey e Zigor.

— Fogo!

Neus sacou a carta "fogo" e a retaguarda se transformou num redemoinho de chamas.

— Escudo del Dragón! – Disse Zigor.

Todos os Interventores levantaram as mãos para o alto e uma parede vermelha apareceu entre eles e as chamas.

Suavam e seguravam a barreira com dificuldade.

— É muito poder… – Disse Nadja.

— Retaguarda, atirar! – Ordenou El Rey.

Os soldados da Ordem levantaram fuzis para o alto e começaram a atirar em Neus.

— Escudo!

Uma rajada vermelha rasgou o ar.

Os tiros bateram mais e mais na redoma transparente azul em volta de Kero e Neus.

— A gente não vai aguentar muito tempo, esses não são tiros comuns!

— Acho que ainda dá pra quebrar isso…

— Não dá não, Neus! São duas cartas Clow que cê tá usando!

Kero voou alto e mais alto até se afastar dos tiros, mas ainda continuava soltando as chamas.

— Eles estão recuando! – Disse Pietra.

— Agora é a nossa hora! Me sigam quem tem juízo! – Disse Augustin, o interventor calvo das Astúrias. Asas vermelhas transparentes saíram de suas costas e ele deu um salto no ar.

— Augustin! A batalha é aqui! – Gritou Zigor.

— E vamos deixar essa besta fera solta nas nossas tropas? Tudo bem que a gente se regenera, mas a gente não é imortal!

Augustin voou atrás de Neus.

— O que a gente vai fazer, Senhor Zigor? – Indagou Nadja.

Um agrupamento de coronelas conseguiu avançar até a posição deles, com fuzis nas mãos, preparados para atirar.

— Lutar…

Zigor sacou sua grande espada de duas mãos e partiu pra cima deles, em meio a chuva de balas que voava em sua direção.

 

IV

 

— Neus, a gente tá sendo seguido!

Kero virou-se e uma barra voou na cara dele.

O leão alado começou a perder altitude, zonzo com o choque.

— Kero! – Neus batia e batia nele e nada de acordar.

Augustin Carbajal voou até os dois e deu uma cabeçada neles.

Neus se soltou de Kero e os dois ficaram caindo em queda livre no ar.

— Alada!

Asas vermelhas como as chamas apareceram nas costas dela.

— Kero!

Neus mergulhou no ar e tentou segurar o guardião.

A barra acertou as costas dela.

Neus ficou ainda mais longe de Kero, que caía em meio a batalha lá em baixo.

O rosto de Neus ficou rubro de raiva.

Deu meia volta e, velozmente, bateu com tudo em Augustin com a espada.

O interventor se defendeu com a barra.

Os dois trocavam golpes e mais golpes no ar:

— Você pensa que é fácil chegar assim e atacar a gente do nada?

— Por isso eu ataquei todos vocês de uma vez!

— Eu não sou o Enric, mocinha! Eu sou um Interventor da Ordem!

— Por isso, exatamente por isso! Eu sou a mestra das Cartas Clow e eu já derrotei vocês com elas! Névoa!

Um tornado verde caiu com tudo sobre Augustin, envolvendo todo seu corpo.

Ele se debateu nas paredes do redemoinho e caiu no ar.

Ele ficou com a cara toda queimada e a armadura corroída como se tivesse caído numa piscina de ácido.

— Flecha!

Um arco e flecha apareceu nas mãos de Neus.

Ela disparou e acertou Augustin com facilidade.

Augustin Carbajal, Interventor das Astúrias, já tombou morto no chão.

 

V

 

Gerard disparou contra três miquelets. Acertou os três com o arco que dispara setas de sangue.

Um tiro bateu na nuca dele.

Virou-se e viu um miquelet que apontava uma pistola contra ele.

Bastou ele dar um soco no nariz do soldado de farda azul para que tombasse sem vida no chão.

— Tão fácil…

— Ah, é? Vê se isso aqui é mole, meu chapa!

Do nada, Kero mordeu o ombro dele.

As placas da armadura eram espremidas contra sua carne.

Aquilo era uma dor insuportável que fez Gerard arregalar os olhos.

O General socou repetidas vezes o rosto do guardião para que ele largasse.

Mesmo com a cara cheia de hematomas e cortes, Kero ainda rosnava como um leão para ele.

Tinha que admitir, a presença dele era imponente e Gerard até acharia o leão sábio se não fosse pelas gírias que ele usava:

— Minha luta não é com você, Kero!

— É comigo sim, rapá! Eu tou lutando pelo pirralho que você matou!

E então, Gerard se lembrou das palavras de Clow:

"Tem muita gente fuzilada em paredões que vão ser homenageados daqui há cem, duzentos, trezentos anos e outros vão ser cobertos de glória pra serem amaldiçoados e vilipendiados depois da morte".

Gerard já estava sendo vilipendiado em vida. Não era culpa dele, mas o comando era dele.

Kero voou até o pescoço Gerard e os dois se atracaram na grama que ficava cada vez mais vermelha de sangue por conta das batalhas.

Gerard deu cotoveladas e mais cotoveladas na cabeça de Kero e ele não largou.

Tentou puxar a asa dele até quase rasgar e o leão dourado soltou um mugido.

Foi a chance dele.

Chutou Kero e ele bateu numa carroça cheia de explosivos dos miquelets.

A carroça explodiu e ele ficou desacordado no chão, na forma de boneco de pelúcia.

 

V

 

Uma nuvem de fumaça apareceu no provável local da queda de Kero.

Neus sentiu um aperto no coração:

— Kero!

Tentou correu até lá e uma lança bateu em sua omoplata.

O osso trincou.

— Você matou um Interventor da Ordem! Sua punição é a morte!

Luna enfiou a lança nas costas de Neus com mais raiva e força.

— Sabe o que me dá mais prazer em te matar?

Neus trincou os dentes e não respondeu.

— Porque você é a namoradinha do Gerard e adoraria ver a cara dele quando eu te empalar!

Neus gemia, não de dor, mas de raiva.

Então, ela agarrou a ponta da lança presa nas suas costas e clamou pelo poder das cartas:

— Força!

Neus puxou a lança com facilidade, para surpresa de Luna.

A interventora não queria soltar a arma.

Como num cabo de guerra, Neus puxou ela para si e meteu um, dois, três socos no rosto desprotegido dela.

O maxilar de Luna rachou e ficou suspenso na boca.

Queria chorar:

— Você deve odiar o Gerard, não é verdade?

Com o olho quase não abrindo e a face inchada, Luna fez um sim com dificuldade.

Neus deu mais um soco nela e fim de papo.

Lá se foi Luna Hernandez, castelã do palácio flutuante da Ordem.

 

VI

 

Clow e Yue desciam o monte tibidabo ladeira a baixo com rapidez.

Não eram raros as vezes que tropeçavam e rolavam morro a baixo.

Tudo era mais fácil porque Clow sorria a cada tombo:

— Clow, porque você não aparata logo de uma vez?

— E deixar que Dom Saul ache a gente? Você sentiu o poder mágico dele?

De repente, um raio atravessou a cabeça de Clow e Yue.

— Você sentiu isso, Clow?

Clow fez um sim triste com a cabeça.

— Kero tá ferido…

Yue deu meia volta para voltar para o campo de batalha.

— Yue, não precisa voltar! A Neus tá com ele!

— Eu não posso largar o Kero, Clow! Ele é meu irmão! Somos seus filhos.

Yue abriu as asas e voou longe, sem se importar com vigilância alguma.

Clow sorriu e falou pra ele mesmo:

— Como você cresceu, Yue!

 

VII

 

— Preparar, atirar, fogo!

Gerard puxava o arco e os outros soldados da Ordem atrás dele preparavam os fuzis.

Uma nuvem de balas voava de um lado e de outro desde a vanguarda da batalha.

Depois os soldados avançavam alguns passos mais e voltavam a atirar.

A vantagem era da Ordem.

A cada um soldado da Ordem caído, dez miquelets e coronelas caiam do outro lado.

Os soldados da Ordem eram mais resistentes e podiam se regenerar melhor que os humanos comuns, mas isso não significa que não podiam morrer.

Gerard sentiu dois raios atravessando sua cabeça enquanto comandava a Vanguarda:

— Augustin, Luna… Só uma pessoa pode fazer isso…

Era Neus.

"Você se tornou uma mulher incrível mesmo, Neus".

Enquanto pensava, uma chuva de flechas prateadas caiu por cima deles.

Os soldados da Ordem caíram como peças de dominó atrás de Gerard.

Motivados, os miquelets atiraram.

Gerard era o único alvo das balas.

— Recuar!

Uma flecha de prata furou a mão dele.

Doeu.

No meio dos miquelets, Gerard viu Yue, o anjo prateado que tinha prendido no palácio flutuante da Ordem.

Na mão dele, o corpo desfalecido de Kero e na outra mão, o arco de onde saíam as flechas de prata.

Os miquelets nem se assustaram com ele, afinal, ele estava do lado deles.

Yue puxou o arco e apontou para ele:

— Agora sou eu e você! Eu tenho muita conta pra acertar contigo!

A flecha de Yue brilhava e acumulava energia.

— Eu não tenho nenhuma pra acertar contigo…

Mesmo fraco e machucado, Gerard via que ele ainda reagia e juntava mais energia na ponta da flecha.

— Vamos ver quem é mais rápido…

Gerard sacou o arco.

Se as duas flechas colidissem, aquilo viraria uma explosão de luz que cegaria todo mundo naquele campo de batalha.

Mas, de repente, um machado voou na cabeça de Yue e ele tombou no chão.

O machado voltou para a mão de Luísa Almuna, a Interventora da Coroa de Aragão, como um bumerangue.

Nadja estava com ela:

— Comandante, temos nossas divergências, mas ainda somos uma família! Vamos resolver tudo isso no fim dessa guerra!

Gerard olhou para Kero e Yue, caídos no chão:

— Eles também eram uma família, meninas, eles também eram…

 

VIII

 

Atrás de uma rocha, Neus jogou o báculo com a carta "espada" numa moita.

Encostou na pedra e colocou a mão sobre o ferimento que Luna fez.

As mãos dela brilharam verdes e um pequeno galho nasceu no lugar.

Era fato: antes das Cartas Clow, Neus tinha o poder de fazer crescer plantas em qualquer lugar:

— Cura, Cura…

O machucado ardia e Neus sentia fisgadas de dor a cada passo que dava.

Precisaria de um dia de descanso ou mais para curar aquela ferida.

Duas mulheres apareceram na frente dela.

— Então é aí onde você estava se escondendo, senhora Neus?

Era Nadja e Luisa:

— Eu não entendo porque você está sendo tão formal com ela, Nadja! Ela é nossa inimiga!

— Que inimiga que nada! Ela é a namorada do senhor Gerard, a gente tem que tratar ela com respeito!

— Olha quem fala! E você tratou com muito respeito o Capitão Firth lá em Málaga, né?

— Aquilo era diferente! Ele era um inglês! Inimigo! A Neus é gente da gente!

As duas continuavam a discutir e Neus olhava uma e outra com os olhos trêmulos e a boca aberta sem entender nada.

A única coisa que entendeu era que não podia deixar que elas fizessem o mesmo que fez Luna.

Afinal, um machado enorme e uma espada curva estavam nas mãos delas.

Esticou a mão e a carta "espada" saiu da moita e voou com tudo na barriga de Luisa Almuna.

A única Interventora negra da Ordem vomitou sangue antes de cair no chão.

Neus pegou a espada rapidamente e colocou na garganta de Nadja.

Ela levantou as mãos para o alto e soltou a cimitarra:

— Neus, se acalma! A gente veio aqui só conversar!

— Tá aqui a minha conversa!

Neus enfiou a espada na garganta dela sem dó

Nadja chorou, ajoelhou no chão e morreu.

Neus voltou para o campo de batalha.

Nunca se arrependeu tanto de matar alguém, Nadja estava indefesa e parecia que não ia lhe fazer mal.

Mas Enric mostrou que a Ordem do Dragão não era fiel com as palavras.

 

IX

 

Zigor, Pietra e Gerard examinavam os corpos de Kero e Yue.

— Eles ainda respiram… – Disse Pietra, levantando-se.

— Impressionante eles levarem uma machadada da Luísa, uma explosão e ainda ficarem vivos! Alguma espécie de poder dos bons criou eles… – Comentou Zigor.

— É o meu poder, Mylord!

Um redemoinho apareceu no ar soltando faíscas. Clow saiu de lá.

Uma dor de cabeça forte atingiu Gerard.

Neus e Pietra sentiram também.

Zigor prendeu o pescoço de Clow com a espada de duas mãos:

— E é o seu poder, "mi lordi" que tá lascando com a gente? – Disse o Interventor.

— A Nadja e a Luísa já foram, senhor Clow! O que vai impedir a gente de a acabar com esses dois aqui e o senhor junto? – Disse Gerard.

— Porque vocês não são assim.

— Mas a gente pode se tornar!

— E ficar como a Neus? Mylord Gerard não vai gostar de ver como a Nadja se foi…

Gerard fez um sinal e Zigor soltou Clow.

— Em Tarragona o senhor combinou de ajudar a gente, Senhor Clow; tá na hora de colaborar…

 

X

 

Neus, com as cartas "espada" e "escudo" nas mãos, avançava pela vanguarda dos soldados da Ordem.

Passava a espada na armadura de um, descia o escudo na cara do outro com a ajuda das cartas "Força", "luta" e "corrida" de vez em quando.

Se apareciam em grandes grupos, levantava a espada e a carta "tiro" disparava uma saraivada contra eles.

Eram mais de cinco cartas e aquilo estava ficando cansativo.

Uma mulher com uma estrela da manhã nas mãos apareceu em cima de um cavalo.

— Sua aventura acabou, Neus!

Era Uxue Araintz.

Soldados e mais soldados da Ordem cercaram a Coronela.

Estava mais armados e mais protegidos do que os soldados que havia enfrentado até então.

Até mesmo a armadura era de tonalidade diferente e eles não cairiam com simples tiros e cortes.

Eram como se fossem as unidades de elite da Ordem do Dragão.

Eles dariam trabalho, mas nem preferiu dar bola para isso e resolveu zombar deles:

— Olha aqui, sua velha! Se você pensa que pode me parar, então pergunta pros outros amiguinhos seus o que aconteceu!

— Eles já sabem, Neus..

Era a voz de Clow.

Atrás dele, vieram Gerard, Zigor e Pietra.

Neus ficou séria agora.

— Ok, mister Clow, faça sua parte… – Disse Gerard.

— Pode deixar…

Com um passe de mágica, a bolsa das cartas Clow foi parar na mão do mago, para choque de Neus.

Neus não poderia usar mais as cartas.

Mas a chave do lacre ela podia usar, pois ainda ficou no pescoço dela.

— Clow! A gente tinha um acordo! A minha missão não acabou ainda!

— Acabou Neus! Isso já tá virando uma carnificina! Você matou uma mulher que se rendeu pra você!

— E como eu ia saber quem eu aliado ou não nisso aqui? Isso é injusto!

Em meio a lágrimas, Neus tocou na chave do lacre e ele virou uma espada rosa, tal como quando usava a carta "espada".

Uma camada de plumas cresceu no seu braço esquerdo, as mesmas plumas da carta "escudo".

Gerard e Clow olharam tudo com preocupação:

— Você não disse que ia tirar as cartas da mão dela, Clow?

— Ela tá recriando o poder das cartas! Eu não entendo!

— Então a gente não pode deixar que ela recrie mais cartas ainda! – Disse Pietra, sacando o escudo.

Zigor e Pietra olharam para Gerard.

Ele hesitava, mas precisava tomar uma decisão:

— Neus, essa guerra acaba aqui e essa guerra acaba agora!

— Essa guerra só vai acabar quando um de nós cair no chão, Gerard, e eu não tou disposta a cair antes de você!

Sem querer, Gerard sinalizou para que Gerard e Pietra avançassem.

Zigor deu um golpe forte no braço do escudo de Neus e Pietra bateu no rosto dela com seu escudo.

Neus gritou com o golpe de Zigor.

Neus trincou os dentes de raiva e reagiu. As plumas no seu braço ficaram mais fortes e asas cresceram nas suas costas e nos seus pés.

Gerard agarrou Clow:

— Se explica, cara!

— Ela recriou o poder da carta "alada" e da carta "pulo". Eu temo, Mylord, que ela tenha recriado a carta "corrida" e a "força" também…

— Fala a verdade!

— Eu estou falando a verdade! É tudo ela quem criou com o poder dela!

Geral soltou Clow com tudo no chão e passou as mãos nos cabelos de preocupação:

— Tou vendo que a coisa vai piorar…

Pietra e Zigor também fizeram aparecer suas asas transparentes vermelhas.

A Galega avançou contra Neus, mas ela já não estava mais lá.

Zigor acertou por acidente a espada de duas mãos no escudo de Pietra.

A galega foi empurrada e Neus desceu com tudo do alto nas costas dela.

Pietra gritou de dor.

As veias na testa de Neus estavam enormes.

Ela estendeu a mão e um monte de cipós agarraram Zigor e ele caiu no chão como múmia.

Neus aproveitou que Pietra ainda sentia o impacto e arrancou o escudo da mão dela com facilidade, batendo-o contra três soldados de elite que cercavam eles.

Aqueles caras caíram na hora.

Eles quiseram avançar, mas Uxue mandou recuar:

— Recuem! Recuem!

Eles obedeceram.

Pietra levantou o rosto contorcido para ela e disse:

— Nós não somos o que você pensa que nós somos!

Neus enfiou a espada no ombro dela.

Pietra Beltrán, Interventora da Galícia, caiu, sangrando muito.

Zigor se soltou dos cipós de Neus e correu para ela com a espada de duas mãos.

Levantou ela no alto e golpeou para acertá-la bem no meio.

Neus também fez a mesma posição de batalha e acertou a espada de Zigor.

Os dois lutavam pau a pau e Neus ainda fazia Zigor andar para trás.

— Você cresceu muito garota! Teu irmão teria orgulho!

— Não toca no nome dele!

Só com a raiva, Neus fez galhos flexíveis crescerem da terra.

Eles agarraram Zigor e sufocaram o homem:

— Pensa… onde… tua… raiva… tá… te… levando…

Neus apertou a mão e o corpo de Zigor explodiu.

Zigor Iñigitz, Interventor das regiões bascas, caiu.

— Ela acabou com todo mundo, Gerard!

— Não, com todo mundo não, falta você!

Era Enric.

Ele golpeou o pescoço de Uxue com a mão, quebrando-o como um golpe de caratê.

A Interventora de Navarra se foi na hora.

 

Continua…


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