Uma Canção de Neus Artells escrita por Braunjakga


Capítulo 22
Barcelona (parte III)




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I

 

O corpo de Uxue caiu duro no chão.

Enric sorria.

Os soldados de elite estavam em alerta.

Neus estava chocada e Gerard achou motivo pra atacar Enric:

— Você ficou louco, é?

— Você não sabe de nada, Gerard! É impossível um Interventor matar outro… daí, eu resolvi sair da Ordem... um pouco…

Gerard apertou as mãos e todos viram um par de luvas pretas nas duas.

— Eu sei sim… matar um Interventor da Ordem é a ruína, não é?

Gerard fez um sinal e os soldados de elite da Ordem atacaram Enric.

Enric levantou a mão no ar e um relâmpago de cor negra caiu, matando todo mundo.

— Mas o que…

Gerard, do nada, ajoelhou no chão e colocou as mãos na cabeça.

— Minha cabeça… tá explodindo...

Uma fúria tomou conta de Gerard.

Seus braços e pernas queimavam. Seu peito estava tão apertado que não conseguia respirar.

Faíscas vermelhas saíam de seu corpo.

Até mesmo Neus ficou preocupada e chegou perto dele:

— Gerard, o que tá acontecendo?

— O que tá acontecendo, minha cara, é aquilo que seu namorado não sabe; quando todos os Interventores da Ordem morrem, o último que sobrou fica com a força de todo mundo… Isso é tão incontrolável pro Gerard que ele não sabe o que fazer… Falta foco. Pra mim, isso sobra…

Enric estendeu a mão e chamou:

— Espada "Eguzki", venha pra mim!

A espada de Zigor veio até a mão direita dele.

— Escudo "Lúa chea", venha a mim!

O escudo de Pietra voou para o braço dele, como se fosse atraído por um ímã.

Gerard levantou a cabeça, trêmulo e agonizante para Enric.

— Com isso, eu me torno o Interventor geral da Ordem, agora você, Gerard, não passa de uma mera fonte de energia que eu vou usar…

Enric voltou-se para Neus.

Uma energia sinistra percorria o corpo de Enric e fazia Neus arrepiar da cabeça aos pés.

De repente, o braço esquerdo dele e a mão direita explodiram.

Ele perdeu o braço e a mão na hora.

Agora era Enric quem se ajoelhou no chão.

— Mas… hein?

A espada de Zigor e o escudo de Pietra voaram para Gerard, que conseguiu se levantar.

Os olhos dele brilhavam em vermelho:

— Você não é o Interventor geral, eu sou!

— Agora pergunta pra sua dignidade se ela te deixa fugir do destino?

Enric sorriu.

A mais de Gerard tremia. Faíscas elétricas saíam dela e seus olhos choravam lágrimas de sangue.

Ele resistia.

— Não tem jeito de parar isso? – Perguntou Neus.

— Fique quieta aí no seu canto e espera ele cortar sua cabeça, aí você vai parar ele…

Neus entendeu o que ele quis dizer.

O báculo em forma de espada e as plumas ainda estavam em suas mãos.

Os olhos azuis de Gerard brilhavam mais vermelhos ainda. Chifres cresceram em sua testa e escamas começaram a cobrir a pele de seu pescoço e seu rosto.

Os dois correram um contra o outro.

Gerard e Neus golpearam gume contra gume.

Se afastaram, Gerard deu um corte de baixo para cima e um de cima para baixo. Neus se defendeu com a espada na horizontal.

A Coronela deu um, e mais outro e mais outro corte na horizontal e isso só afastou Gerard, que se defendia com a enorme espada reta na vertical.

Assim que achou uma brecha, Gerard golpeou com tudo a espada em Neus. Aquilo poderia cortar ela se não tivesse levantado o braço coberto de plumas.

A espada bateu no chão e fez um buraco.

Vendo que Neus se afastava, Gerard pulou no ar, rodopiou e atacou Neus com mais força.

Neus se defendeu no começo, mas o impacto da espada no seu braço foi forte demais. Das outras vezes, se defendeu pulando.

Gerard e Neus foram de encontro um com o outro.

Espada trombou contra espada, rosto se aproximou de rosto, os dentes rangendo.

O choque das espadas liberou um estrondo que varreu o campo onde estavam.

Os miqueletes, coronelas e soldados da Ordem próximos que chegavam perto para ajudar, tombaram.

Espada continuou a bateu contra espada e os dois se defendiam como podiam diante de tamanha pressão.

Asas de dragão de verdade cresceram nas costas de Gerard e seus pés viraram pés de dinossauro.

Gerard ganhou impulso e velocidade para atacar Neus.

Pulou, girou e rodopiou no ar como tinha feito antes, arrastando Neus a cada golpe de espada.

Dos pés e das costas de Neus saiu uma crosta de plumas para igualar com as de Gerard.

Neus também pulou e os dois se trombaram de novo e ficaram golpeando as espadas no ar.

Gerard achou uma brecha e golpeou o braço cheio de plumas de Neus, mais uma vez.

Golpeou e golpeou ainda mais até Neus agarrar a espada de duas mãos e puxar Gerard como tinha feito com Luna.

Socou o rosto dele com a mão livre, mas, diferente do que aconteceu antes, o rosto transfigurado de Gerard não ficou machucado:

Gerard aproveitou a distração de Neus e socou o escudo com tudo na cara dela.

Deu um, dois, três socos e derrubou ela no chão.

Neus sentia a dor, mas não estava machucada.

— Parece que em você doeu também, Gerard…

O interventor chorava lágrimas de sangue.

Ele levantou a espada e correu contra Neus.

A Coronela ainda ficou no chão.

Gerard se aproximava e estava prestes a cortar Neus pelo meio.

Neus então pulou do chão e cortou a barriga dele, num golpe rápido com a espada.

Gerard cambaleou.

Era sua chance.

Neus desceu a espada nas costas dele como uma paulada.

Gerard tombou e parecia que não ia se levantar mais.

Ele podia mexer as pernas e bater as asas, mas parecia que havia se entregado.

Neus hesitou:

— Gerard!

Foi só gritar para que o escudo de Pietra e a espada de Zigor flutuasse no ar e atacasse ela.

Neus se defendia dos ataques como podia.

— E agora isso? Como é que se luta contra isso? – comentou.

As duas armas se moviam com violência no ar, golpeando o báculo espada e as plumas escudo no seu braço.

Já era demais para Neus e ela estava cansada.

O machucado que Luna fez ainda doía e já tinha usado muito de seu poder mágico se defendendo dos ataques fortes de Gerard.

De repente, Enric agarrou Neus por trás e tapou a boca dela com a luva negra que usou para matar os soldados de elite da Ordem.

Ela resistia.

— Você pensou mesmo que aquilo ia me deixar sem braços e sem mãos, é? Eu passei minha vida inteira planejando acabar com vocês, com a ordem… Eu não ia deixar que uma droga dessas me deixasse inválido!

Neus conseguiu dar uma cotovelada nele e se soltou.

Tentou correr até Gerard para ver como ele estava, mas trombou com um homem de armadura de como sangue.

Era Zigor.

— Já acabou, Neus.

— Mas, como!

— Eu já estou morto faz tempo…

— Esse cara matou sua amiga, Zigor!

Enric fez um sinal para Enric acabar com a luta imediatamente.

— Essa é a Ordem, Neus!

Zigor levantou a mão e a espada grudou nela como ímã.

O interventor do País Basco desceu a espada com tudo na cabeça dela.

 

Continua…

 


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