— Desculpa Lyra. Mas e que não

— Não precisa se desculpar – ela me cortou – você está certa. Você acha que eu não sei que esse namoro jamais sairá dos muros dessa escola. Jamais o Al terá coragem de assumir aos pais dele que namora uma Malfoy.

Seus olhos estavam vermelhos mais ela não chorava.

— Lyra.

— Sabe o que mais me dói Rose. E que eu amo ele de verdade.

Eu me aproximei dela e a abracei.

— Porque tem que ser tão complicado assim?

— Vocês vão dar um jeito eu sei que vão. O Al também te ama e sei que fará de tudo para ficar com você.

Ela se soltou e sentou no sofá.

— Ele não contou nem pro meu irmão Rose.

— Se isso é importante pra você fala pra ele. Você sabe que o Alvo e meio devagar. Lembra como ele ficou quando vocês ficaram a primeira vez?

Ela riu.

— Se não fosse você ele estava com vergonha até hoje.

— Então. Com ele você tem que jogar todas as cartas na mesa. Ser sincera.

— Você tem razão. Eu vou fazer isso. Mas agora você e o Scorpius.

— Isso Lyra quem tem que resolver é eu e ele. Pode ser que estamos fazendo da maneira errada e que não de certo. Mas vamos deixar acontecer pra ver.

— Não quero que nenhum de vocês dois se machuquem.

— Não faria nada que pudesse machuca-lo.

— Eu sei que não. Mas vocês combinaram sem exclusividade – ela fez uma careta – eu conheço vocês dois e sei que a primeira vez que um ver o outro com alguém vai dar merda.

— Só se for seu irmão com uma daquelas.

Ela riu.

— Você também tem vários pretendentes Rose.

— E você já me viu ficando com quantos deles?

— Vai por mim. Você não vai precisar beijar ninguém pro Scorp surtar.

Nós rimos.

— Se bem que hoje alguém deu um piti no jantar né. O que foi aquilo?

— Menina abusada – eu ri.

— Me controlei muito pra não gargalhar.

— Percebi.

— Achei que você ia voar no pescoço dela.

— Foi por pouco. Bem pouco.

Nós ficamos em silencio um tempo até que eu criei coragem e disse.

— Seria tão mais fácil se o que eu senti pelo seu irmão eu tivesse sentido pelo Lorcan.

— Seria mais fácil. Como também seria mais fácil se eu e o Anthony estivéssemos juntos. Mas não seria a mesma coisa.

— Merlim e um velho com um senso de humor terrível.

— Ou está planejando a terceira guerra bruxa.

— Essa também é uma opção.

— Rose só quero te deixar claro uma coisa. No momento em que você desistir dessa ideia maluca de vocês e falar pro Scorp que quer algo sério ele vai aceitar.

— Como você pode ter certeza disso.

— Ele só te fez essa proposta absurda porque viu que era a única forma de você aceitar alguma coisa com ele.

— Como você pode ter tanta certeza disso.

— Eu conheço meu irmão. E ele é romântico. Pra ele vai ser muito difícil manter isto que vocês tem dessa forma por muito tempo. Logo logo ele surta e demonstra o ciúmes pode ter certeza.

— Vou pensar no que você disse. E qualquer coisa falo com ele.

— Então é melhor irmos nós deitar. Temos aula no primeiro período e a tarde temos jogo.

— Estou tão animada para esse jogo você não faz ideia.

— O Scorp deixou claro pro Al que não e para ele fazer nenhuma graça. Que se ele conseguir pegar no primeiro minuto de jogo ele pega. E que se ele não pegar o Scorp expulsa ele do tima

— Seu irmão te disse isso?

— Não – ela riu – o Al me contou. Como o Scorp foi ajudar a Lilyan e o Anthony nós escapulimos. As vezes acho que ele sabe de alguma coisa entre os dois.

— Você não tem ideia do que eles sabem.

Ela me olhou alarmada.

— Não vou te contar.

— Achei que éramos amigas.

— E somos. Mas não posso te contar o que sei. Isso quem tem que fazer e seu irmão. Mas te garanto não e nada ruim.

— Se você me diz.

Fomos para o quarto Lyra pareceu dormir imediatamente. Eu demorei pegar no sono fiquei pensando em toda a minha conversa com a Lyra. Parecia que eu havia acabado de fechar o olho quando a Lyra me chamou.

— Rose acorda rápido senão perdemos o café.

Levantei meio contrariada e fui pro banho. Tomei um banho bem rápido e quando sai a Lyra já me esperava nervosa. Fomos para o salão principal. Chegamos ao salão principal e fomos para a mesa da Grifinória tomar café com os demais. Eles já tomavam café.

— Bom dia – Lyra disse bocejando.

— Dia. – eu disse me sentando na frente do Scorpius.

— Nossa que animo é esse? – Lilyan perguntou.

— Fomos dormir tarde outra vez. – Lyra respondeu

— Quando a Lyra começa a falar não para mais. Achei que ia ter que estuporar ela pra poder dormir.

Nós rimos.

— Nem vem que você também estava muito falante ontem Rose.

— Quando você deixou falar né.

Eu olhei para o Scorp que me encarava.

— Se a Lyra estava brava deve ter falado um monte mesmo. – Al comentou.

— Quando você viu minha irmã brava Al?

O Al ficou vermelho e olhava pra Lyra sem saber o que dizer.

— Apesar de achar muito legal te atormentar. Por que vocês dois não assumem logo que estão juntos?

— Você sabe que estamos juntos? – Al perguntou assustado.

— Sei.

— Desde quando?

— Desde que você descobriu que a Lilyan e o Anthony estavam juntos.

O Anthony tinha acabado de tomar um gole de suco quando escutou o que ele disse cuspiu tudo na cara da Lilyan que estava sentada a sua frente.

Eu comecei a rir da cara de idiotas que eles estavam.

— Por que você não disse que sabia? – Lyra perguntou ao irmão.

— Se você não me contou e porque não queria que eu soubesse. Então fiquei na minha.

— Não foi isso. Eu só.

— Você tinha medo que eu não aceitasse o relacionamento de vocês. Eu sei. Mas eu jamais iria contra isso. O Al e meu melhor amigo e se é pra você estar com alguém que seja com alguém como ele.

— Eu sempre disse a Lyra isso mas ela surta demais. – Al deu de ombros – e vocês dois? – ele olhou para Lilyan que ainda estava suja de suco e pro Anthony. – o que tem a dizer sobre o relacionamento de vocês?

— A Lilyan me ameaçou. Ela disse que se eu contasse a você ela rancaria minha cabeça. E você sabe que ela é bem capaz disso.

Todos nós rimos.

— Mais algum segredo a ser revelado? – Lilyan perguntou olhando pra mim.

— Nenhum. – eu sorri.

— Certeza?

— Tenho praticamente certeza que vocês quatro sabem bem o que aconteceu e o nosso acordo. Então não há nada a ser discutido.

Vi que ele riu.

— Não podemos nem falar que é uma péssima ideia?

— Por acaso você me escutou Alvo quando eu te disse que era uma péssima ideia você esconder seu namoro com o Lyra?

— Vocês quatro não tem moral para se meterem no meu acordo com a Rose. Se acham que é uma má ideia guardem para vocês estamos bem assim e ponto final.

— Weasley – uma voz masculina me chamou.

Virei e vi o Victor Chang se aproximando.

— Chang tudo bem?

— Vim te devolver suas anotações de DECAT.

Como eu estava sentada de costas para o lugar que ele estava achei melhor me levantar para olhá-lo melhor. Ele sorriu e me entregou o caderno.

— Espero que tenha ajudado.

— Suas anotações sempre me ajudam. Nunca vi ninguém anotar algo tão perfeitamente assim.

— Obrigado. Quando precisar e só pedir.

— Olha que peço mesmo.

Ele riu e eu ri do jeito dele. Ele saiu e eu me virei para mesa. O Scorpius estava com uma cara de dar medo.

— Algum problema Malfoy?

— Por que esse almofadinha pegou suas anotações?

— Ele disse que faltou na última aula e precisava das anotações.

— Que mentira deslavada. Ele não faltou coisa nenhuma. A Corvinal faz essa aula conosco e lembro muito bem dele na sala.

— E daí? As vezes ele está fazendo igual suas amiguinhas pedindo minha ajuda só para ter minha atenção. E que eu me lembre não devo satisfação nenhuma há você.

Ele me olhou por um instante então se levantou e saiu.

— Eu falei que esse acordo de vocês dois não daria certo – Lyra falou indo atrás do irmão.

— Serio você e o Scorpius são dois idiotas se acham que vai dar certo esse acordo. – Al falou me encarando.

— Que acordo você tem com o Malfoy?

Me virei e vi que meu amado irmão havia acabado de chegar e observava nossa conversa.

— Não e da sua conta Hugo – eu respondi – e agora vamos pra aula que já estamos atrasados.

Al e Anthony  me seguiram então fomos até a estufa. Quando chegamos lá o professor Neville já havia iniciado e o Scorpius e a Lyra estavam juntos em um canto meio afastado ele parecia menos irritado. Quando a aula terminou o professor nós dispensou. Demorei um pouco mais a sair pois estava arrumando algumas coisas.

Quando cheguei lá fora o Scorpius havia saído e os demais me esperavam.

— Aonde o Malfoy foi?

— Pra que toda essa formalidade prima?

Revirei os olhos e comecei a andar. Fomos até o lago negro e nos sentamos com os meus primos. Mas eu ficava o tempo todo procurando por ele. Precisava falar com ele e saber se estava tudo bem. Ele podia estar pensando em desistir do nosso acordo e não como reagiria a isso. Depois de um tempo Lyra se aproximou e falou baixinho.

— Ele deve estar na biblioteca.

Então um estalo veio na minha cabeça. Ele estava com a menina de ontem.

— Porque você não vai lá devolver o seu livro e confirma se está tudo tranquilo?

— Porque eu e ele não temos nada sério. Se ele quiser se agarrar com ela não tenho direito de falar nada.

— Você tem razão. As vezes ele nem está na biblioteca mesmo. As vezes era só um código.

Eu sei cai em uma armadilha. Mas assim que ela falou eu me levantei peguei meu material e fui em direção a biblioteca eu precisava confirmar que ele estava lá ajudando ela. Apesar do nosso trato eu não conseguia evitar de sentir raiva ao pensar que ele poderia estar se agarrando com a menina.

Quando cheguei na biblioteca vi ele sentado em uma mesa explicando algo pra ela. Fui até o balcão e peguei o livro que precisava devolver. A bibliotecária não estava lá então voltei o olhar para mesa ele me olhava e sorria.

— Pois não?

Levei um susto ao me virar e ver a mulher ali.

— Vim devolver este livro.

— Claro querida. Aquele livro que você queria foi devolvido. Vou pegar pra você.

— O que faz perdida aqui?

Ele debruçou no balcão bem próximo de mim.

— Vim devolver um livro e pegar outro.

— Achei que tinha vindo me vigiar.

— E por que eu faria isso Malfoy?

Ele riu.

— E só uma brincadeira Weasley. Relaxa.

— Está mais calmo?

Antes que ele pudesse responder a bibliotecária me entregou o livro

— Tem uma semana para devolver querida. Nem sei por que te aviso sempre entrega antes.

— Obrigada. – respondi.

— Você vai descer? – ele perguntou.

— Vou sim.

— Posso te acompanhar para conversarmos sobre mais cedo.

— Pode mas já terminou de ajudar sua amiga?

— Já sim. Ela tinha poucas dúvidas.

Saímos da biblioteca e caminhamos um pouco em silencio. Até que ele resolveu falar.