Quem somos nós? Nós somos super-heróis! escrita por Doutor


Capítulo 3
Life is old there - parte 1




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Taylor Smith havia feito uma pausa após um dia pesado de trabalho no ferro velho de seu pai. Ele tirou a camisa e colocou sobre o ombro enquanto observava o céu azul. Seu corpo, que exibia algumas cicatrizes, estava suado. Seus cabelos pretos estavam bagunça dos é suas roupas estavam sujas. Nesse momento,  as memórias que tinha com seu pai naquele local surgiram em sua cabeça. 

Taylor pensou um pouco em seu velho e no quanto havia aprendido com ele. Ele bebeu um gole da sua lata de refrigerante e vestiu a camisa para voltar ao trabalho. 

Nesse momento,  um carro se aproximou da entrada do ferro velho. Era uma caminhonete branca e grande, suja da areia. Aquelas caminhonetes eram comuns naquela região no interior de West Virginia. Mas Taylor conhecia muito bem aquela em específico  e então foi até a entrada e abriu as grades.

Nesse momento, saiu da caminhonete uma garota de cabelos castanhos claros e ondulados, olhos verdes e sardas no rosto. Ela segurava uma marmita.

—Oi, Taylor... Trouxe para você.  Bolo de carne. - disse a moça. 

—Obrigado, Mary. Como estão os senhores Williams? - Taylor disse enquanto abria a marmita. Mary entregou um garfo para o moço. 

—Meus pais estão bem. Mas os Milton tem aparecido lá frequentemente... Estão exigindo que meu pai dê metade dos lucros de suas plantações para eles. - respondeu a garota enquanto Taylor comia o bolo de carne com purê de batatas.

—Achei que seu pai já tivesse pagado a dívida que tinha. - disse Taylor, colocando outra garfada na boca.

—Ele pagou. Mas os Milton insistem em dizer que são os juros. Meu pai já comprou uma espingarda para nossa proteção. - Mary colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha. - Mas vamos falar sobre outra coisa. Então,  o que tem feito aqui? 

—Só o de sempre. Mas tô ficando enferrujado com tudo isso. - ele brincou, conseguindo arrancar algumas risadas de Mary, mesmo com a piada sem graça. 

Ele terminou de comer e entregou o pote para Mary, agradecendo.

—Ei, espera. Tem torta de sobremesa. - disse Mary quando Taylor já voltava para dentro do local.

—Sério?  De que? 

—Morango. - ela entregou outro pote para Taylor, que o abriu e começou a devorar aquele pedaço.

—Foi a senhora Williams que fez, né? 

—Não.  - disse Mary, sorrindo.  - Fui eu. Ela me ensinou.

—Sério?  Ficou tão boa quanto a torta da sua mãe. 

—Obrigada. - Mary sorriu. Não demorou muito para Taylor comer tudo e agradecer a sua amiga pela refeição. 

Os dois jogaram conversa fora até que a garota teve que ir. 

—Aparece lá pra jantar hoje. - disse Mary, entrando no automóvel. 

—Estarei lá.  - Taylor viu a caminhonete indo embora e voltou ao trabalho.

***

Taylor terminou todo o trabalho e foi até seu opala azul antigo. Ligou o carro e começou a dirigir para a fazenda dos Williams.

Os Williams foram ótimos amigos do sr. Smith, pai de Taylor. Essa amizade fez com que Mary conhecesse Taylor desde a infância.

Quando o sr. Smith morreu, os Williams ofereceram um lar para Taylor, mas o jovem recusou. Mas desde então, os pais de Mary convidam o moço para jantar no local todos os dias.

Quando chegou na fazenda, o Sol já estava se pondo. Mary, que estava sentada na varanda da casa, viu o opala chegando e logo foi receber Taylor.

Os dois entraram na casa e viram o velho sr. Williams mexendo na espingarda nova. O pai de Mary, James Williams, já estava começando a ter cabelos brancos, mas ainda possuía um corpo de um forte fazendeiro. Ele devia ter uns cinquenta anos. A mãe de Mary, Lanna Williams, ainda ostentava uma bela aparência de uma mulher de quarenta e poucos anos.

Quando Taylor entrou na sala, James o recebeu com um abraço bem caloroso e logo foi lhe mostrar a arma nova, enquanto Mary ia para cozinha ajudar a sua mãe. 

—A partir de hoje, se os Milton desejarem aviltar contra a dignidade de minha mulher e filha,  vão ser recebidos no chumbo. - James disse, mostrando a arma para Taylor. 

—O senhor sabe que pode contar comigo para conversar com eles, sr. Williams. Mas não serviria em um confronto armado.

—Não quero um confronto armado,  meu jovem. Mas sei que estarei preparado,  caso seja necessário. Mas então, como está no ferro velho?

—Bem, apesar de que o único enferrujado lá sou eu. - disse Taylor, reaproveitando a piada que usara antes. James, que gostava dessas piadas sem graça, deu ótimas gargalhadas. 

—Parem de rir vocês dois e vão lá fechar o celeiro! - gritou Lanna da cozinha.

Taylor e James se levantaram do sofá e, quando saíram da casa, James decidiu conversar. 

—É, garoto.  Se ser casado fosse bom, Jesus não teria sido celibatário. - James deu umas gargalhadas enquanto o jovem fingiu achar engraçado.

Os dois fecharam o celeiro e, quando voltaram para a casa, lavaram as mãos e foram para o jantar. 

—Então,  Taylor, tem visitado a cidade nesses dias? - a mãe de Mary perguntou,  puxando assunto.

—Sim, senhora. E terei que ir lá amanhã, sabe? Comprar alguns fios e outras coisas. 

—Ora. Pode vir trabalhar aqui quando quiser, Taylor. Tem muito gado pra cuidar. - ofereceu James.

—Obrigado, senhor. Mas de gado, na minha vida,  já basta eu. - Taylor deu uma risada da piada, mas os pais de Mary não entenderam e apenas olharam o jovem com uma expressão de confusão. 

—Williams! - gritou uma voz de fora da casa. James olhou para todos e se levantou. 

—São os Milton. - sussurrou.

—Amor, não precisa sair. - disse Lanna, mas James ignorou.

—Eu vou com o senhor. - disse Taylor. James pegou a espingarda e os dois saíram da casa.

Três jovens estavam no lado de fora. 

—Cadê a grana, Williams? - perguntou o jovem do meio.

—Não devo nada à vocês e ao seu pai, Benny Milton. - disse James.

—Ousado ao dizer isso na minha cara, seu velho. - Benny deu um passo para frente. Taylor também o fez e os três notaram a presença do moço. 

—Que tal mantermos a paz,  ok? - disse Taylor. Benny olhou do moço para James e deu uma risada. Os três entraram em uma caminhonete preta e se retiraram do local.

James deu uns tapinhas na costa de Taylor e entrou na casa, mas o moço continuou olhando enquanto a caminhonete sumia no horizonte.


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